Categoria: Uncategorized

  • Motta envia pedido de afastamento de 6 deputados após motim na Câmara

    Motta envia pedido de afastamento de 6 deputados após motim na Câmara

    Nesta manhã, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Mesa Diretora um ofício em que pedia a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco parlamentares bolsonaristas.

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enviou à Corregedoria da Casa os pedidos de afastamento, por até seis meses, de cinco deputados da oposição que participaram do motim no Congresso Nacional e de uma deputada acusada de agressão.

    As medidas precisam ser votadas pelo Conselho de Ética da Casa.

    Os oposicionistas são do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Novo, e participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, obstruindo a retomada dos trabalhos legislativos. Já a deputada do PT é acusada de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

     

    Os deputados citados são:

    • Marcos Pollon (PL-MS);
    • Zé Trovão (PL-SC);
    • Júlia Zanatta (PL-SC);
    • Marcel van Hattem (Novo-RS); 
    • Paulo Bilynskyj (PL-SP); e
    • Camila Jara (PT-MS).

    A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara após reunião na tarde desta sexta-feira (8). 

    “A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou em nota a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

    Após passarem pela corregedoria, onde as imagens serão analisadas, os processos voltarão à Mesa Diretora para, então, irem ao Conselho de Ética

    Acusações e defesas

    Nesta manhã, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Mesa Diretora um ofício em que pedia a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco parlamentares bolsonaristas. A suspensão de Camila Jara foi pedida por deputados oposicionistas.

    Último a levantar-se da cadeira da Presidência da Câmara, Pollon é acusado de impedir a retomada dos trabalhos e de xingar Motta dias antes. Em postagem nas redes sociais, Pollon alega ser “autista” e não entender o que estava acontecendo, sentando-se momentaneamente na cadeira de Motta para pedir conselhos a Van Hattem, que estava ao lado.

    Zé Trovão, segundo o PT, o PSB e o PSOL, é acusado de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora.

    Zanatta é acusada de usar a filha de quatro meses como “escudo”, além de colocar a bebê em ambiente de risco e de tensão.

    Bilynskyj é acusado de “tomar de assalto e sequestrar” a Mesa Diretora do Plenário e de ocupar a Mesa da Comissão de Direitos Humanos, impedindo o presidente da comissão de exercer suas funções. O ofício também citou a agressão ao jornalista Guga Noblat, flagrada por câmeras.

    Zé Trovão, Zanatta e Bilynskyj não tinham se manifestado nas redes sobre a decisão de Motta até o momento. 

    Na sessão de quinta-feira (7), Zé Trovão disse não ter incentivado a violência, apenas tentado impedir a retirada de parlamentares à força. Em postagem anterior, a parlamentar disse que parlamentares de esquerda “odeiam as mulheres e a maternidade”.

    Van Hattem é acusado de tomar de assalto e “sequestrar” a cadeira da presidência. Van Hattem postou um trecho do Hino Nacional. Em vídeo anterior, disse que uma eventual suspensão do mandato pedida pelo PT seria golpe.

    Em relação a Camila Jara, a parlamentar é acusada de empurrar Nikolas Ferreira durante uma discussão para a retomada do controle do plenário da Câmara.

    A assessoria da deputada nega qualquer agressão e afirma ter havido um “empurra-empurra” em que a parlamentar afastou Nikolas, que teria se desequilibrado.

    * Com informações da Agência Câmara

    Motta envia pedido de afastamento de 6 deputados após motim na Câmara

  • Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

    Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

    Assim, a partir de setembro, a Taurus montará cerca de 900 armas nos EUA, de um total de 2.100 armas produzidas por dia no Brasil que hoje são destinadas ao país norte-americano.

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Taurus disse nesta sexta-feira (8) que vai começar a transferir a montagem das armas da família G, principal linha de produto da marca, para sua unidade nos Estados Unidos, diante das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.

    Assim, a partir de setembro, a Taurus montará cerca de 900 armas nos EUA, de um total de 2.100 armas produzidas por dia no Brasil que hoje são destinadas ao país norte-americano.

    Citando seu CEO global, Salesio Nuhs, a Taurus ressaltou em nota que, desde que as discussões sobre a tarifação dos EUA começaram, a empresa está tomando providências em diversas frentes para minimizar os seus efeitos.

    A companhia afirmou que, desde abril, começou a reforçar o estoque de produtos acabados nos EUA de forma preventiva, e que possui cerca de 90 dias de estoque.

    “A Taurus também antecipou as exportações de algumas peças e partes, para os Estados Unidos, em especial carregadores das armas, visando se antecipar à taxação de 50%”, acrescentou.

    Quando anunciou pela primeira vez os planos em julho, a poucos dias da confirmação das tarifas sobre a maioria das exportações brasileiras, as ações da empresa chegaram a cair 7,87% no dia.

    Nuhs disse no final de julho que as exportações para os Estados Unidos representam 82,5% do faturamento da Taurus, o que evidencia a forte dependência da empresa em relação ao mercado norte-americano. Em 2024, a fabricante de armas registrou uma receita líquida de R$ 1,6 bilhão.

    A Taurus possui três unidades de produção: a sede, localizada em São Leopoldo (RS), e duas fábricas no exterior, sendo uma no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, e outra na Índia, que iniciou operações e comercialização em 2024.

    Atualmente, a capacidade de produção no Brasil é de 7.000 armas por dia, enquanto a fábrica dos EUA tem capacidade para 3.000 armas por dia.

    Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

  • PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

    PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

    O abono é garantido a quem exerceu atividade profissional com carteira assinada, seja no setor privado ou no serviço público, por no mínimo 30 dias ao longo de 2023. Também é necessário que a média salarial mensal no período não tenha ultrapassado dois salários mínimos.

    Os trabalhadores nascidos em novembro e dezembro já têm data definida para receber o abono salarial referente ao ano-base de 2023. De acordo com o calendário oficial, os pagamentos para esse grupo serão liberados a partir de 15 de agosto, encerrando o cronograma de repasses do benefício neste ano.

    O abono é garantido a quem exerceu atividade profissional com carteira assinada, seja no setor privado ou no serviço público, por no mínimo 30 dias ao longo de 2023. Também é necessário que a média salarial mensal no período não tenha ultrapassado dois salários mínimos — valor equivalente a R$ 2.640 naquele ano — e que o trabalhador esteja inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos.

    Outro requisito é que os dados do vínculo empregatício tenham sido corretamente informados pelo empregador. No caso do setor privado, a declaração deve ser feita via RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) até 15 de maio de 2024. Já para vínculos declarados por meio do eSocial, o prazo é 19 de agosto de 2024.

    O valor a ser pago varia conforme a quantidade de meses trabalhados em 2023, sendo calculado proporcionalmente com base no salário mínimo vigente em 2025, fixado em R$ 1.518. Por exemplo, quem trabalhou durante todo o ano receberá o valor integral; já quem atuou apenas parte do período terá direito a uma quantia proporcional.

    Como consultar e sacar

    A verificação sobre a liberação do benefício pode ser feita de diferentes formas. Entre elas, estão o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o portal Gov.br e o telefone 158 (Central Alô Trabalho). Também é possível buscar atendimento presencial nas unidades do Ministério do Trabalho e Emprego.

    Os trabalhadores que possuem conta na Caixa Econômica Federal terão o depósito realizado automaticamente, seja em conta corrente ou poupança. Para correntistas do Banco do Brasil, o saque poderá ser feito por transferência via PIX ou TED, além da opção de retirada diretamente no balcão das agências.

    Quem não possui conta nessas instituições receberá o valor por meio de uma conta poupança digital social, que será aberta automaticamente para o crédito.

    Calendário de pagamento do PIS em 2025

    Nascidos em novembro e dezembro: depósito a partir de 15 de agosto.
    Segundo estimativas do governo federal, cerca de 25,8 milhões de trabalhadores serão contemplados pelo abono salarial neste ano, somando aproximadamente R$ 30,7 bilhões em recursos destinados ao programa.

    O abono salarial é considerado uma importante política de distribuição de renda, voltada para trabalhadores formais com menores salários no país.

    Com o encerramento do calendário em agosto, o governo finaliza mais um ciclo de pagamentos do benefício, que deve ser retomado em 2026 para o ano-base de 2024.

    PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

  • Moraes autoriza Bolsonaro a receber familiares no Dia dos Pais

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber familiares no Dia dos Pais

    O ministro atendeu ao pedido feito pela defesa do ex-presidente para incluir novos parentes na lista de visitantes. Moraes já tinha decidido que filhos e netos não precisam de autorização prévia para as visitas. 

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou oito familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro a visitá-lo neste domingo (10), quando será comemorado o Dia dos Pais.

    Na segunda-feira (4), Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente e restringiu visitas à casa onde Bolsonaro mora em Brasília.

    O ministro atendeu ao pedido feito pela defesa do ex-presidente para incluir novos parentes na lista de visitantes. Moraes já tinha decidido que filhos e netos não precisam de autorização prévia para as visitas. 

     

    Foram autorizados a visitar Bolsonaro o sogro Vicente de Paulo Reinaldo; a sogra Maisa Torres Antunes; a nora Fernanda Antunes; uma neta do ex-presidente, além de dois sobrinhos e um irmão de criação da ex-primeira dama Michele Bolsonaro.

    Conforme determinação de Moraes, as pessoas que forem autorizadas a visitar o ex-presidente não poderão usar celular para tirar fotos ou gravar imagens.

    As medidas foram decretadas após o ministro entender que Bolsonaro usou as redes sociais de seus filhos para burlar a proibição, inclusive por intermédio de terceiros.

    No domingo (3), Carlos, Flávio e Eduardo, filhos do ex-presidente, publicaram em suas redes sociais postagens de agradecimento de Bolsonaro aos apoiadores que compareceram aos atos realizados em diversas cidades do país.

    As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo. 

    Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. 

    Nesse processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via Pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. 

    Jair Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo. O julgamento deve ocorrer em setembro.

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber familiares no Dia dos Pais

  • Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia

    Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia

    “Nós vamos, basicamente, ter uma fábrica de aviões da Embraer na Índia fazendo aviões C-390 Millennium, que, na nossa opinião, oferece uma combinação imbatível entre produto e o que a gente vai transferir de tecnologia e fazer de conteúdo local na Índia”, disse Márcio Monteiro, vice-presidente da Embraer Defesa

    MUMBAI, ÍNDIA (FOLHAPRESS) – Em meio aos anúncios de sobretaxa dos Estados Unidos a produtos brasileiros e indianos, a Embraer apresentou a empresários dos dois países, nesta quinta-feira (7), o projeto de uma fábrica de aviões na Índia.

    Segundo Márcio Monteiro, vice-presidente da Embraer Defesa, a companhia tem um projeto em curso dentro de um processo licitatório na Índia para a substituição da frota de aviões militares de transporte médio, que pode gerar um negócio de até 80 aviões, exigindo a produção local de aeronaves C-390 Millennium.

    O modelo pode transportar mais carga útil (26 toneladas) do que outras aeronaves de transporte militar de médio porte, além de voar mais rápido e mais longe, segundo informações da empresa, podendo realizar missões como transporte e lançamento de carga e tropas, evacuação médica, busca e salvamento, combate a incêndios e missões humanitárias. Ainda segundo a Embraer, o avião tem equipamento de reabastecimento aéreo e opera em pistas temporárias ou não pavimentadas, como terra batida, solo e cascalho.

    “Nós vamos, basicamente, ter uma fábrica de aviões da Embraer na Índia fazendo aviões C-390 Millennium, que, na nossa opinião, oferece uma combinação imbatível entre produto e o que a gente vai transferir de tecnologia e fazer de conteúdo local na Índia. Nossa expectativa é que, tendo sucesso nessa empreitada, que a Índia seja um hub regional, ou seja, esses aviões vão atender não só o mercado da Índia como o da vizinhança na Ásia”, disse Monteiro durante conferência do grupo Lide Empresarial, em Mumbai.

    De acordo com o executivo, trata-se de uma aeronave de última geração, que está se transformando no líder de seu segmento.

    “Particularmente no ambiente geopolítico em que nos encontramos hoje, a preparação para a defesa é super importante para os países e está na prioridade das agendas. Para esse produto, temos uma parceria estabelecida com a Mahindra. Ela será a responsável pela nacionalização do nosso avião aqui na Índia”, disse.

    No ano passado, a companhia assinou um memorando de entendimento com a indiana Mahindra Defence Systems sinalizando a potencial atuação conjunta no programa de cargueiros da Força Aérea da Índia por meio do C-390.

    Segundo Monteiro, esse contrato tem o potencial de ser o maior da história da Embraer. No fim de maio, a Embraer anunciou a abertura de uma subsidiária no país com sede em Nova Délhi. A companhia tem 50 aeronaves de 11 modelos diferentes em operação na Índia nos segmentos de aviação comercial, militar e executiva.

    “Falando do potencial do mercado, recentemente, em uma cerimônia na embaixada em Delhi, nós celebramos a abertura de uma subsidiária, Embraer Índia. É uma entidade jurídica estabelecida, onde vamos desenvolver as capacidades de engenharia, aproveitar a mão de obra da Índia, que é muito qualificada, fazer compra de materiais aeronáuticos aqui, porque na Índia existe um desenvolvimento corrente da indústria aérea espacial e de defesa, fazer o suporte da frota local através desse escritório e o desenvolvimento de negócios”, disse.

    No Brasil, a Embraer ainda lida com os riscos da pressão de Trump contra o país. Apesar de ter sido incluída na lista de exceções do tarifaço, a empresa ainda é impactada pela sobretaxa de 10% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente americano em abril. Nesta semana, Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante, disse que a empresa vem trabalhando para que essa tarifa seja reduzida a zero novamente.

    Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia

  • Polarização avança, e 76% se encaixam entre petistas e bolsonaristas, aponta Datafolha

    Polarização avança, e 76% se encaixam entre petistas e bolsonaristas, aponta Datafolha

    Entre os entrevistados, 18% se declararam neutros, 5% disseram não apoiar nenhum deles e 1% não soube responder

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A polarização política no Brasil avançou, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, com 76% da população se identificando como bolsonarista ou petista.

    O grupo mais alinhado ao presidente Lula (PT) somava 39% e os simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 37%, tecnicamente empatados, conforme levantamento realizado nos dias 29 e 30 de julho, com 2.004 entrevistas presenciais em 130 municípios do Brasil e margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

    Entre os entrevistados, 18% se declararam neutros, 5% disseram não apoiar nenhum deles e 1% não soube responder.

    A pesquisa foi feita antes da decretação, na última segunda-feira (4), da prisão domiciliar de Bolsonaro pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, mas depois de restrições impostas ao ex-presidente, como tornozeleira eletrônica, e em meio à discussão do tarifaço e a sanções do governo Donald Trump ao magistrado.

    Em junho, ambos os grupos também estavam empatados, em 35%, e a quantidade de neutros era numericamente maior (20%), assim como o contingente de pessoas que disseram não apoiar nenhum dos políticos (7%) e dos que não souberam responder (2%).

    Na prática, a soma de petistas e bolsonaristas ficava em 70%, no mesmo patamar de abril deste ano.

    A pesquisa de junho havia sido a primeira vez, desde o início da série histórica do Datafolha, em dezembro de 2022, em que a parcela de brasileiros que se declaram bolsonaristas havia igualado à dos que se identificam como petistas.

    Ao longo dos últimos dois anos e meio -logo após as eleições que conduziram Lula ao seu terceiro mandato- o Datafolha perguntou em nove ocasiões aos entrevistados: “considerando uma escala de 1 a 5, onde 1 é bolsonarista e 5 petista, em qual número você se encaixa?”.

    As pessoas que responderam “um” ou “dois” foram classificadas como bolsonaristas, e as que disseram “quatro” ou “cinco” foram categorizadas como petistas. Quem respondeu “três” foi tido como neutro.

    A vantagem dos apoiadores do PT em relação aos de Bolsonaro atingiu seu ápice (dez pontos) em duas ocasiões: em março de 2023 e em março de 2024. Nas outras pesquisas, a diferença variou entre seis e oito pontos, até ficar empatada em junho.

    A popularidade do presidente permanece em patamar baixo em relação a outros mandatos do petista. Ele segue com 40% de reprovação contra 29% de aprovação, em um cenário de estabilidade. Em seu terceiro mandato, Lula acumula desgastes com o Congresso e teve a imagem abalada pelo escândalo do INSS.

    O acirramento da polarização também se insere no contexto do julgamento de Bolsonaro, réu no STF pela trama golpista e acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.

    Em outra frente, ele teve a prisão domiciliar decretada nesta semana por ter descumprido medidas cautelares que lhe haviam sido impostas por Moraes, entre as quais a proibição do uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros.

    Bolsonaro é suspeito de ajudar o seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), a conspirar contra a soberania nacional, com o objetivo de influenciar o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra o Brasil, em retaliação a uma suposta perseguição ao ex-mandatário.

    O presidente americano Donald Trump anunciou um tarifaço de 50% para os produtos brasileiros e cassou os vistos de oito ministros do Supremo. Moraes foi punido com a Lei Magnitsky, criada para pessoas que cometeram crimes contra os direitos humanos. Em paralelo, a base bolsonarista tem intensificado os ataques ao STF, pedindo uma anistia irrestrita a todos os envolvidos na trama golpista.

    Polarização avança, e 76% se encaixam entre petistas e bolsonaristas, aponta Datafolha

  • INSS deve pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica, decide Flavio Dino

    INSS deve pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica, decide Flavio Dino

    O BPC é um benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência que façam parte de famílias carentes, cuja renda per capita (por pessoa da família) seja de até um quarto do salário mínimo

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve pagar BPC (Benefício de Prestação Continuada) a mulheres vítimas de violência doméstica que estejam em situação de miserabilidade, segundo o ministro Flávio Dino.

    O voto foi apresentado no julgamento do Tema 1.370 no STF (Supremo Tribunal Federal), que discute a responsabilidade de proteção econômica a mulheres violentadas, conforme determina o artigo 9º da Lei Maria da Penha. O caso está sendo julgado no plenário virtual da corte e tem previsão para acabar na próxima sexta (18).

    O BPC é um benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência que façam parte de famílias carentes, cuja renda per capita (por pessoa da família) seja de até um quarto do salário mínimo, e tem pressionado as contas do governo.

    Dino justificou a decisão citando a Lei de Benefícios da Previdência Social e diz que o BPC deve ser pago quando a mulher não é segurada do INSS e, portanto, não tem direito ao auxílio-doença.

    O ministro afirmou ainda que a Justiça estadual é o foro responsável por definir medida protetiva e renda pelo afastamento e pode determinar ao INSS o pagamento de benefícios.

    Dino disse também que o empregador é um dos responsáveis por custear a renda da trabalhadora afastada das atividades profissionais nos primeiros 15 dias de afastamento, em caso de vínculo pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

    “Realço que no caso de a mulher afastada não ser segurada obrigatória ou facultativa da Previdência Social, atuando como trabalhadora autônoma informal, a prestação advinda da medida protetiva assume natureza assistencial”, diz em seu voto.

    Para ter direito ao BPC, é preciso comprovar, além dos critérios de renda, idade a partir de 65 anos ou deficiência. Neste caso, a mulher poderia receber o benefício em qualquer idade e mesmo sem ser ou ter ficado deficiente.

    “A interpretação sistemática e teleológica dessas normas legitima a extensão dos efeitos do afastamento para garantir a percepção de valores substitutivos da remuneração enquanto perdurar a medida protetiva, sem necessidade de criação de novo benefício por ato infralegal”, diz.

    O pagamento seria feito enquanto a vítima estiver afastada de suas funções porque, muitas vezes, o agressor comete nova violência ao saber da rotina de trabalho ou de moradia da mulher. Sobre o custeio, o ministro diz entender que não há problemas com a medida, já que haveria previsão orçamentária.

    “Não há afronta à necessidade de prévia fonte de custeio, uma vez que o sistema previdenciário e assistencial já contempla a cobertura de riscos sociais que comprometem a subsistência e a dignidade da pessoa segurada ou protegida, sendo a violência doméstica uma dessas hipóteses.”

    Para o advogado João Badari, do escritório Aith, Badari e Luchin, o ministro Flavio Dino se atentou à vulnerabilidade da mulher, embasado em critérios técnicos e legais.

    “O ministro Flavio Dino é muito técnico, ele fundamenta o voto dele dizendo que é uma obrigação do INSS. E o INSS pode entrar com ação regressiva depois contra aquele que agrediu. Não adianta a Lei Maria da Penha trazer uma garantia se essa mulher vai ficar sem sustento.”

    A advogada Jane Berwanger, diretora de atuação judicial do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), que atua na ação como amicus curiae -amigo da corte-, afirma que o ministro aplica o que diz a lei sobre as regras de benefício da Previdência.

    “Na verdade, o ministro aplicou todo o funcionamento normal do benefício por incapacidade para esse caso. Nos casos em que não é empresa, como segurado especial, contribuinte individual, nestes casos o INSS paga todo o período de afastamento”, diz.

    ENTENDA O CASO E A SUA REPERCUSSÃO LEGAL

    O caso que chegou ao Supremo é de uma mulher de Toledo, no Paraná, vítima de violência doméstica. Ela precisou ficar afastada de seu emprego por três meses, em novembro de 2011, após decisão da Justiça que lhe concedeu medida protetiva.

    Na ocasião, a 2ª Vara Criminal de Toledo determinou ao INSS que concedesse o auxílio-doença. Além disso, o juiz local informou à empresa que ela deveria arcar com os primeiros 15 dias de afastamento, como ocorre com trabalhadores com carteira assinada que ficam doentes ou sofrem acidente.

    “O INSS poderá exigir da empregada a submissão a perícia para fim de atestar a incapacidade laborativa”, dizia a decisão. O instituto recorreu ao tribunal regional e perdeu. Com isso, levou o caso ao Supremo. O caso tem repercussão e o quer for decidido nele valerá para todas as ações do tipo no país.

    INSS deve pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica, decide Flavio Dino

  • China abre as portas para exportações do Brasil e sugere açaí

    China abre as portas para exportações do Brasil e sugere açaí

    Há três dias vem ensinando como vender tanto online como numa feira de comércio em Xiamen

    PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – Após divulgar a habilitação de 183 empresas brasileiras de café, no dia do anúncio da sobretaxa dos EUA, a Embaixada da China está atrás de mais produtos, inclusive carne, também tarifada. “Churrasco na China? Sim, meus amigos!”, escreve em mensagem de mídia social, listando restaurantes de rodízio em Pequim, Xangai e Shenzhen.

    Há três dias vem ensinando como vender tanto online como numa feira de comércio em Xiamen, daqui a um mês. “A China está de portas abertas para os produtos brasileiros -e o comércio eletrônico é a ponte. Café? Própolis? Açaí em pó? É óbvio!”

    De sua parte, a ApexBrasil (Agência Brasileira de Prom0oção de Exportações e Atração de Investimentos) também realiza campanhas de marketing na China, desde a visita mais recente do presidente Lula, em maio. Fez com café, na rede Luckin, e açaí, na rede Mixue.

    Já não são ações isoladas. O telefonema de quarta (6) entre o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, e o chanceler Wang Yi, diretor do Escritório de Relações Internacionais do Partido Comunista da China, cargo de segurança nacional equivalente ao do brasileiro, explicitou ser cada vez mais uma relação estratégica.

    Wang afirmou que “a China está disposta a trabalhar com o Brasil de modo a compensar as incertezas externas com a estabilidade e a complementaridade da cooperação bilateral”, o que é feito “sob a orientação estratégica do presidente Xi Jinping e do presidente Lula”.

    Que “a China apoia firmemente o Brasil na defesa do seu direito ao desenvolvimento e na resistência à prática intimidatória de tarifas abusivas”, referência à taxação de produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Na versão do texto em inglês, o “bullying”.

    Na versão em chinês, publicada no site do Ministério das Relações Exteriores, Wang é mais explícito em relação aos aspectos estratégicos. Na conversa, “apoiou firmemente o Brasil na defesa da soberania e da dignidade nacional e se opôs à interferência irracional nos assuntos internos”. Apoiou o país “na consolidação da solidariedade e da cooperação no Sul Global através do mecanismo Brics”.

    Amorim, ao jornal, disse que ele e Wang falaram da “importância dos Brics e, sobretudo, do interesse de manter o contato em nível alto”, ou seja, o agendamento de uma conversa por telefone entre Lula e Xi, além daquela realizada na quinta entre o brasileiro e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

    O assessor especial citou um pedido de Lula “por outro intermédio”, sem detalhar, de uma nova conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, mas ela não seria de imediato. Nesta sexta (8), Xi e Putin se falaram por telefone, sobre a Guerra da Ucrânia, motivo para ameaças de novas sanções americanas à China e ao Brasil, pela compra de petróleo russo e derivados.

    Sobre os sinais de reaproximação entre China e Índia, inclusive a notícia de um possível encontro entre Xi e Modi no final deste mês, Amorim comentou: “Isso é muito importante. Que haja essa reaproximação, porque é a origem dos Brics. Brasil, Rússia, Índia, China e depois África do Sul. É importante que se consolide essa relação [sino-indiana]. O Brasil quer ter excelentes relações com ambos”.

    Quanto à importância da China como alternativa para os produtos brasileiros neste momento de “sanções americanas”, como ele descreve, o assessor destacou: “Se fosse 25 anos atrás, o nosso comércio com os Estados Unidos era 25%. Hoje é 12%. E isso em grande parte devido aos Brics, à China”.

    Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, em estudo divulgado em julho, a participação americana no total de exportações brasileiras caiu de 24,4% em 2001 para 12,2% em 2024.

    Um integrante do Itamaraty, que solicitou anonimato, observou que a perspectiva de diversificação das exportações brasileiras para a China, pelo histórico de cinco décadas de relações diplomáticas, é baixa, devido à estabilidade. Produtos como minério de ferro, soja ou petróleo estão na pauta desde o princípio.

    Café e outros podem alterar o quadro, mas, neste ano, o que tem mudado é o fluxo de produtos e investimentos na direção contrária, da China para o Brasil.

    China abre as portas para exportações do Brasil e sugere açaí

  • INSS diz que mais de 1,6 milhão de beneficiários foram ressarcidos por descontos indevidos

    INSS diz que mais de 1,6 milhão de beneficiários foram ressarcidos por descontos indevidos

    O dinheiro dos ressarcimentos é devolvido com correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) afirma que 1.666.378 aposentados e pensionistas aderiram ao acordo de ressarcimento de descontos associativos indevidos até esta quinta-feira (7). Do total, 98,5% já receberam os valores de volta, direto na conta do benefício.

    Segundo a autarquia, ao todo, 2,4 milhões de beneficiários estão aptos a aderir ao acordo. Desse total, 68,6% já formalizaram a solicitação e praticamente todos receberam.

    O dinheiro dos ressarcimentos é devolvido com correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A fila de pagamentos segue a ordem cronológica de adesão, ou seja, quem aceitou a proposta primeiro está sendo ressarcido antes.

    O INSS diz que, em breve, uma nova fase será aberta para incluir beneficiários que contestaram os descontos e receberam respostas com assinaturas falsificadas por parte das entidades.

    “Detectamos uma nova tentativa de enganar quem já havia sido vítima. Não vamos permitir. Estamos tratando cada caso com seriedade e atenção total para garantir que nenhum aposentado seja lesado duas vezes”, diz o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior.

    Segundo o instituto, nos casos em que a entidade respondeu (1.068.046 casos), os documentos estão sendo analisados e, enquanto isso ocorre, ainda não é possível aderir ao acordo. O beneficiário será notificado e poderá, pelo aplicativo ou site Meu INSS ou em uma agência dos Correios, aceitar os documentos, contestá-los por suspeita de fraude ou não reconhecer a assinatura.

    No momento, pode aderir ao acordo quem teve descontos entre março de 2020 e março de 2025, e contestou os descontos indevidos, mas não obteve resposta da entidade em até 15 dias.

    Quem já entrou com ação judicial também pode aderir, desde que ainda não tenha recebido os valores. Nesses casos, o INSS pagará 5% de honorários advocatícios para ações individuais propostas até 23 de abril de 2025.

    O prazo para aderir ao acordo segue aberto e a adesão pode ser feita por meio do aplicativo ou site Meu INSS ou de forma presencial nas agências dos Correios. Também é possível contestar os descontos até o dia 14 de novembro.
    Até o momento 5,1 milhões de contestações já foram registradas por aposentados e pensionistas que não reconheceram os descontos.

    O Meu INSS lidera o atendimento, com 59% das solicitações (3.093.545 registros), seguido por Correios, com 28,8% dos atendimentos (1.512.117), e Central 135, que respondeu por 7,3% das contestações (384.925 registros).

    Além desses canais, o INSS diz que realizou 254.270 contestações de ofício, como forma de proteger automaticamente beneficiários em situações mais vulneráveis.
    COMO ACEITAR O ACORDO PELO MEU INSS?

    1 – Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
    2 – Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
    3 – Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”;
    4 – Clique em “Enviar”. É preciso, então, aguardar o pagamento.

    QUEM NÃO CONTESTOU OS PAGAMENTOS AINDA PODE PEDIR A DEVOLUÇÃO

    – Entre no site ou aplicativo Meu INSS
    – Informe seu CPF e a senha cadastrada
    – Siga para “Do que você precisa?”
    – Digite: “Consultar descontos de entidades”
    – Caso tenha descontos, marque se foram ou não autorizados
    – Informe email e telefone para contato
    – Declare se os dados são verdadeiros
    – Confirme no botão “Enviar Declarações”

    Aposentados também podem procurar agências próprias dos Correios para buscar ajuda com a consulta e o pedido de devolução de descontos indevidos.

    INSS diz que mais de 1,6 milhão de beneficiários foram ressarcidos por descontos indevidos

  • Processo contra Bolsonaro não deve ser afetado com mudança em foro, avaliam ministros do STF

    Processo contra Bolsonaro não deve ser afetado com mudança em foro, avaliam ministros do STF

    Parlamentares de direita estão tentando emplacar uma mudança na legislação para supostamente beneficiar Jair Bolsonaro

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Uma mudança na legislação sobre o foro especial, conforme articulado no Congresso Nacional, não deve impactar o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na trama golpista de 2022, segundo a avaliação de ao menos uma parte dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

    O principal motivo é a previsão de o julgamento ocorrer em setembro, com as defesas já perto do prazo para entregar suas alegações finais. Acredita-se no Supremo que não haverá tempo hábil para aprovar a mudança no foro antes da sentença dos réus da tentativa de golpe de Estado.

    Outro argumento usado por integrantes do tribunal é a existência de jurisprudência definindo que mudanças no entendimento sobre o foro não atingem processos que estão em fase de alegações finais.

    Essa discussão foi consolidada no tribunal em uma questão de ordem na ação penal contra o ex-deputado federal Marquinhos Mendes (MDB-RJ). A controvérsia surgiu diante das recorrentes mudanças na jurisprudência sobre o foro por prerrogativa de função no STF.

    A mudança no foro especial passou a ser articulada nesta semana na Câmara dos Deputados durante o motim de parlamentares bolsonaristas contrários à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

    Partidos do centrão e da oposição fecharam um acordo para acelerar a votação de um projeto sobre o tema. A ideia é proibir investigações contra deputados e senadores enquanto não houver aval prévio do Congresso e estabelecer três graus de julgamento para os processos contra os congressistas, retirando os casos do STF.

    Com o objetivo de evitar que políticos pudessem forçar o deslocamento de seus processos para instâncias inferiores, saindo do cargo às vésperas do julgamento, o Supremo decidiu que as novas regras não se aplicariam às ações penais em fase final.

    A PGR (Procuradoria-Geral da República) tenta confirmar essa jurisprudência no Supremo. Na terça-feira (5), o procurador Paulo Gonet entrou com um recurso pedindo que os processos penais já em fase de alegações finais sejam mantidos nos tribunais de origem.

    O tema entrou em pauta após o Supremo decidir, em março, ampliar o foro especial para manter na corte as investigações de autoridades mesmo após elas deixarem os cargos.

    No recurso, Gonet afirma que a PGR identificou efeitos práticos da mudança na jurisprudência do STF sobre o foro especial que tem causado retrocesso em processos em fase final.

    Para o procurador, as mudanças de competência dessas ações penais “não se mostram compatíveis com os objetivos institucionais que motivaram a revisão do entendimento vigente”.

    A PGR entende que a jurisprudência do STF foi criada para evitar retrocessos investigativos e morosidade nos processos penais, sob pena de ineficácia do Poder Judiciário.

    “Sob perspectiva probatória, a ruptura na condução da persecução penal projeta efeitos sensíveis sobre o princípio do juiz natural em sua dimensão instrutória”, diz Gonet.

    O Supremo deve julgar o recurso de Gonet nas próximas semanas no plenário virtual.

    Advogados que atuam no Supremo e integrantes do tribunal também dizem acreditar que, como o ministro Alexandre de Moraes era uma das vítimas no caso dos planos golpistas, o regimento interno da corte poderia atrair a competência do caso para o STF.

    Professor de direito processual penal da USP, Gustavo Badaró entende que a jurisprudência sobre a não movimentação dos processos em alegações finais não se enquadra no caso de Bolsonaro.

    “Essa jurisprudência é para quando a pessoa estava no cargo e deixa o cargo quando o processo já está em alegações finais. Se houver uma mudança na Constituição, a situação é outra”, diz.

    Badaró defende que mudanças legislativas sobre critérios de competência não deveriam se aplicar a processos em curso, porque afetaria o conceito do juiz natural estabelecido na Constituição.

    Essa, porém, não tem sido a avaliação do Supremo. “O Supremo sempre entendeu que mudanças legislativas de competência afetavam os processos em curso […] Portanto, se houver uma PEC que extingue o foro por prerrogativa de função, em tese, se o Supremo mantiver coerência com a sua jurisprudência, esta PEC será aplicada aos processos em curso”, completa.

    A advogada criminalista Daniella Meggiolaro entende que mudanças na legislação sobre foro tem aplicação imediata.

    “Em tese, o processo que corre no Supremo, ele teria que descer para a primeira instância, independentemente do momento processual em que se encontra. Essa questão das alegações finais, da proposta da PGR, é uma proposta para pacificar o momento adequado de retorno dos autos ou envio dos autos para o foro em que ele passa a correr. Mas não é uma questão pacificada”, diz Meggiolaro.

    No Congresso, os parlamentares ainda tentam aprovar um projeto que concede anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e dar início a um processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado.

    A avaliação no Supremo é que o impeachment de Moraes não deve avançar. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), indicou aos líderes partidários que não dará seguimento ao processo mesmo com as 41 assinaturas de senadores favoráveis à retirada do ministro do Supremo.

    Dois ministros ouvidos pela Folha também destacam que o motim bolsonarista desta semana e o intuito de livrar o ex-presidente de eventual condenação enterraram a proposta por anistia no Congresso -podendo ainda ser considerada inconstitucional no Supremo.

    Processo contra Bolsonaro não deve ser afetado com mudança em foro, avaliam ministros do STF