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  • Airbus A320 ultrapassa Boeing 737 como avião comercial mais vendido

    Airbus A320 ultrapassa Boeing 737 como avião comercial mais vendido

    Família com quatro modelos chegou a 12.260 entregas nesta terça, consolidando vantagem europeia; gigante americana ainda luta para sair de crise que envolveu versão mais nova de seu best-seller, a MAX

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Líder do mercado mundial de aviação civil, a fabricante europeia Airbus conseguiu mais uma vitória nesta terça-feira (7) contra sua arquirrival americana Boeing: os modelos da família A320 superaram o venerando 737 como o avião comercial mais vendido da história.

    O feito foi contabilizado pela empresa de análise de mercado britânica Cirium, referência no setor. Um A320neo entregue para a linha aérea saudita Flynas foi o 12.260º avião da série que começou a voar em 1988.

    No cômputo geral, modelos pequenos e militares lideram o ranking de aviões mais produzidos. O top 3 é composto pelo monomotor Cessna 172, com 44 mil unidades produzidas desde 1956, seguido pelo soviético Iliúchin-2 (36 mil) e o alemão Messerchmitt Bf-109 (35 mil), ambos da Segunda Guerra Mundial.

    Até aqui, o Boeing 737 reinava, tendo começado a ser operado 20 anos antes do que seu rival. Nem europeus, nem americanos se pronunciaram ainda sobre a troca de guarda. Ambos os aparelhos são modelos de um corredor, o esteio das linhas aéreas mundo afora, com capacidades semelhantes no mercado em torno de 150 passageiros.

    Ao ser anunciado como plano em 1981, o A320 causou ceticismo. O 737 dominava sozinho o mercado, tendo estabelecido uma nova forma para empresas lidarem com rotas de curto e média distância.

    O programa europeu previa, entre outras coisas, que o avião seria controlado pelo sistema fly-by-wire, literalmente voar por cabos -no caso, elétricos, que transmitem os comandos dados por um joystick na cabine de comando às superfícies de controle aerodinâmico do aparelho.

    A Boeing, por sua vez, só introduziu uma forma limitada do sistema na mais recente geração do 737, a Max, mas não de forma integral como os europeus. A iniciativa da Airbus gerou muita polêmica à época, com sindicato de pilotos se queixado de não ter mais os aviões “na mão”.

    A avião foi um sucesso, salvando a empresa criada em 1969 como um consórcio franco-alemão, que depois recebeu aportes britânicos e espanhóis. Sob pressões políticas dos governos e das então empresas aéreas estatais, a Airbus surgiu no mercado de modelos maiores com o A300, em 1974, visando fazer frente aos americanos.

    A opção quase foi redobrada na geração seguinte, mas a ideia de atacar o nicho do 737 prevaleceu, para sorte da empresa baseada em Blagnac (França).

    O A320 derivou quatro modelos básicos: os reduzidos A318 e A319, o próprio A320 e o A321. Em 2016, uma nova geração, a neo, passou a voar, mas nela o sucesso é da versão de maior capacidade, o A321, que com de 180 a 244 passageiros tem sido testada em linhas transoceânicas.

    A aposta deu certo: hoje 70% dos pedidos da família são do A321. Dominando a geração anterior, o A320 respondeu por cerca de 7.000 dos mais 12.200 aparelhos entregues até aqui. Ao todo, há hoje 7.128 encomedas dos modelos, ante 4.408 de 737.

    Há 375 operadores da família A320 no mundo, sendo que o maior é a American Airlines, com 486 aviões. No Brasil e América Latina, a Latam opera 286 aviões do tipo e a Azul, 59. O 737 é o modelo básico da Gol, com cerca de 140 aparelhos.

    A demanda maior hoje vem da Ásia, principalmente da China e da Índia, onde tanto os europeus quanto os americanos têm apostado suas fichas. O volume de tráfego aéreo disparou no continente, puxando a recuperação global depois do auge da pandemia de Covid-19, de 2020 a 2021.

    Para a Boeing, esse foi apenas um dos itens de seu inferno astral, que começa a dar sinais de arrefecimento neste ano.

    O principal envolveu justamente a engenharia do 737 Max. Diferentemente da Airbus, que desde o lançamento fez o A320 um aparelho com maior distância do solo para dar opções diferentes de motores para seus clientes, o Boeing refletia seu desenho dos anos 1960.

    Para colocar motores maiores e mais eficientes, teve de alterar o a posição deles nas asas e, com isso, mudou o centro de gravidade da aeronave. Compensou isso com um sistema de correção automático, mas o funcionamento complexo e a falta de treinamento para os primeiros clientes resultou em tragédia.

    Dois 737 Max caíram após a decolagem, matando 346 pessoas em 2018 e 2019. A frota do avião, então o best-seller mais rápido da história, foi colocada no chão por 20 meses, e o holofote sobre os processos produtivos da Boeing não parou de encontrar problemas.

    Após idas e vindas e dois presidentes, a empresa procura manter o rumo de saída de crise. Donald Trump tem ajudado, embutindo vendas da Boeing em negociações tarifárias com diversos países e dando à empresa um contrato multibilionário para a produção do caça de sexta geração do país.

    Enquanto isso, a Airbus segue na liderança global de entregas, tendo colocado no ar 766 aviões em 2024, ante 348 da Boeing. O duopólio em encomendas segue firme, com a brasileira Embraer vindo em terceiro lugar ainda dominando o mercado de aviões regionais, logo abaixo da classe do A320 e do 737, e com a ascensão de novos rivais como a chinesa Comac.

    Airbus A320 ultrapassa Boeing 737 como avião comercial mais vendido

  • Ciro visita Bolsonaro na quinta (9) após virar alvo do bolsonarismo

    Ciro visita Bolsonaro na quinta (9) após virar alvo do bolsonarismo

    Encontro foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF; ex-presidente Bolsonaro também receberá Valdemar Costa Neto, Sóstenes Cavalcantes e outros quatro

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta terça-feira (7) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receba a visita do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

    Esse será o primeiro encontro de Ciro e Bolsonaro após o senador e ex-ministro da Casa Civil passar a ser alvo do bolsonarismo por dizer, em entrevista ao jornal O Globo, que só há duas opções viáveis para a direita nas eleições de 2026: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

    O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse à Folha que Ciro é “amiguinho de Lula”. “Ele [Ciro] querer achar que um candidato com seis meses de antecedência sobrevive sozinho a um bombardeio da máquina federal, que não tem escrúpulo, nem limite para atingir as pessoas, vê o tanto que ele tá pensando nele”, disse.

    Caiado afirmou que Ciro dizer quem Bolsonaro vai apoiar é como “o rabo que quer comandar o cachorro”. O governador ainda disse que o senador tem interesse na indicação para o cargo de vice-presidente.

    Um dos principais aliados de Bolsonaro no agronegócio, o ruralista Nabhan Garcia chamou Ciro de oportunista e disse que o senador não tem procuração para falar no nome do ex-presidente.

    “Todo mundo sabe que ele [Ciro] quer ser o vice. Ontem era o Tarcísio. Hoje já é o Tarcísio e o Ratinho. Amanhã pode ser quem, o Lula?”, disse à Folha de S.Paulo.

    O encontro entre Ciro e Bolsonaro deve ocorrer na quinta-feira (9), no horário de 9h às 18h.

    Outros seis políticos receberam autorização para visitar Bolsonaro. São eles Marcus Ibiapina, assessor de Bolsonaro; Bruno Scheid, vice-presidente estadual do PL; o senador Marcos Pontes (PL-SP); o senador Márcio Bittar (PL-AC); o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

    “Ressalto que, todas as visitas devem observar as determinações legais e judiciais anteriormente fixadas, bem como, nos termos da decisão de 30/8/2025, serão realizadas vistorias nos habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu”, escreveu Moraes.

    O encontro com Sóstenes será o primeiro com Bolsonaro desde que o deputado se encontrou com Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O filho do ex-presidente publicou foto com o líder do PL e publicou nas redes sociais com a legenda “todos unidos pela anistia”.

    Ciro visita Bolsonaro na quinta (9) após virar alvo do bolsonarismo

  • Tarifaço prejudicou mais que beneficiou população dos EUA, diz Haddad

    Tarifaço prejudicou mais que beneficiou população dos EUA, diz Haddad

    Para ministro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil tem melhores argumentos para reverter taxas; “O povo dos Estados Unidos está sofrendo com o tarifaço”, afirmou

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça-feira (7), que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os Estados Unidos, nas negociações para reverter o tarifaço aos produtos brasileiros exportados para aquele país. O principal deles, segundo Haddad, é que a medida está encarecendo a vida do povo estadunidense.

    “O papel do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento [Indústria, Comércio e Serviços – MDIC] é justamente oferecer os melhores argumentos econômicos para mostrar, inclusive, que o povo dos Estados Unidos está sofrendo com o tarifaço. Eles estão com o café da manhã mais caro, eles estão pagando o café mais caro, eles estão pagando a carne mais cara, eles vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade no campo, também, da indústria”, disse Haddad, ao participar do programa Bom Dia Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação.

    Entre os produtos tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. “Eles estão notando, de dois meses para cá, que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”, reforçou o ministro, ao relembrar que os Estados Unidos têm superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento, sobretudo voltado para transformação ecológica, terras raras, minerais críticos, energia limpa, eólica e solar.

    Tarifaço prejudicou mais que beneficiou população dos EUA, diz Haddad

  • Governo vai limitar saque-aniversário do FGTS; entenda o que muda para o trabalhador

    Governo vai limitar saque-aniversário do FGTS; entenda o que muda para o trabalhador

    A antecipação dos valores ficará limitada a até cinco anos, com parcelas de até R$ 500 por ano, conforme regras aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai alterar as regras do empréstimo ligado ao saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A antecipação dos valores ficará limitada a até cinco anos, com parcelas de até R$ 500 por ano, conforme regras aprovadas pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nesta terça-feira (7).

    As alterações devem entrar em vigor até 1º de novembro e incluem ainda a quantidade de operações por trabalhador por ano, o prazo para fazer empréstimo após aderir ao saque-aniversário e o valor mínimo de antecipação do saque.

    O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) estima que R$ 84,6 bilhões vão deixar de sair do fundo para as instituições financeiras e serão repassados aos trabalhadores até 2030.

    De 2020 a 2025, as operações envolvendo o empréstimo do saque-aniversário somaram R$ 236 bilhões. O FGTS tem hoje 42 milhões de trabalhadores ativos, dois quais 21,5 já aderiram à modalidade de retirada no aniversário (51%). Desses, sete em cada dez fizeram empréstimos.

    “Temos 13 milhões de pessoas com saldo bloqueado no valor de R$ 6,5 bilhões. Temos que resolver essa equação. Vai enfraquecendo o fundo”, disse o ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, na reunião.

    COMO É HOJE O EMPRÉSTIMO DO SAQUE-ANIVERSÁRIO E O QUE VAI MUDAR?

    Hoje, não há limite para a antecipação dos valores do FGTS, que nada mais é do que um empréstimo com juros. Com as mudanças, trabalhadores poderão antecipar até cinco parcelas (cinco anos) no primeiro ano que aderir ao saque. Depois, poderá fazer novos empréstimos antecipando até três parcelas (3 anos).

    A Caixa Econômica Federal, por exemplo, limita em até dez anos, ou seja, o trabalhador pode antecipar até dez parcelas que seriam pagas ano a ano, no mês do seu aniversário. Há, no entanto, casos de antecipação de valores até 2056.

    Marinho, que também é presidente do Conselho Curador do FGTS, chamou de transição esses prazos de cinco e três anos. Hoje, a média de empréstimo é de 7,9 saques-aniversários, ou seja, o trabalhador tem antecipado até oito anos do benefício em empréstimos com o banco.

    “A antecipação do saque acabou se transformando em uma armadilha grande para o trabalhador. Tanto que no começo do ano liberamos R$ 12 bilhões para 12 milhões que ficaram com o fundo bloqueado na demissão”, disse.

    “Se dependesse da minha vontade política, já tinha acabado com o saque-aniversário. Já tinha revogado ponto e acabou.”

    Outra mudança diz respeito ao prazo para aderir ao empréstimo. Agora, o trabalhador que aderir ao saque-aniversário precisa esperar 90 dias para realizar a primeira operação de alienação do saldo. Hoje, o profissional pode fazer o empréstimo imediatamente.

    Haverá ainda a limitação da quantidade de empréstimos por ano. Com a alteração, os trabalhadores poderão fazer apenas uma operação por ano. Antes, era possível fazer quantas operações fossem possíveis conforme o limite do seu saldo.

    A antecipação do saldo da conta do FGTS também muda. Os trabalhadores estavam antecipando todo o saldo da conta do FGTS. Com a alteração, o valor mínimo de antecipação do saldo é R$ 100 e o máximo de 500.

    Hoje, 90% dos que aderem ao saque-aniversário ganham até quatro salários mínimos e 26% fazem o empréstimo imediatamente ao aderir à modalidade.

    Criado em 2019, o saque-aniversário permite ao trabalhador retirar parte do FGTS por ocasião de seu aniversário. Quem adere a ele não tem direito ao saque-rescisão na demissão. O valor que pode ser retirado varia de 5% a 50% do montante, acrescido de uma parcela adicional também atrelada ao saldo na conta do trabalhador.

    ANTECIPAÇÃO DE VALORES EM 2025

    O governo do presidente Lula liberou neste ano até R$ 3.000 do FGTS para 12,1 milhões de trabalhadores. Os beneficiados foram os cotistas que haviam aderido ao saque-aniversário desde 2020, quando a modalidade foi criada, e foram demitidos entre janeiro de 2020 e 28 de fevereiro deste ano, mas não puderam sacar o valor da rescisão, só a multa de 40%.

    Ao aderir ao saque-aniversário, o trabalhador fica dois anos sem acesso ao saldo do seu fundo caso seja demitido sem justa causa. A mudança nas regras vai atender a esse público.

    O QUE É O SAQUE-ANIVERSÁRIO DO FGTS?

    É uma modalidade criada em 2019, que passou a valer em 2020, nas qual o trabalhador pode sacar parte do saldo todo ano, por ocasião do seu aniversário. Para isso, no entanto, ele abre mão do saque-rescisão e, se for demitido sem justa causa, recebe só a multa de 40%.

    O início do período de retirada dos valores do saque-aniversário começa no primeiro dia útil do mês de aniversário e dura três meses, acabando no último dia útil do segundo mês após o seu aniversário. Por exemplo, se a pessoa faz aniversário em janeiro, ela pode sacar parte do FGTS entre o primeiro dia útil de janeiro e o último dia útil de março.

    O QUE É O FGTS E COMO ELE FUNCIONA?

    O dinheiro do Fundo de Garantia é depositado mensalmente pelo empregador no caso dos funcionários com contratação por meio da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O montante corresponde a 8% do salário.

    Em cada empresa que o trabalhador é registrado, uma nova conta é aberta. Para consultar quanto há disponível, o trabalhador pode acessar o aplicativo do FGTS.

    O fundo foi criado em 1966 e passou a valer a partir de 1º de janeiro de 1967 em substituição à estabilidade no emprego. Ele garante ao trabalhador indenização pelo tempo de serviço no caso de demissão sem justa causa, e também é reserva para aposentadoria, doenças graves ou morte do titular.

    Parte dos seus recursos é usada pelo governo para programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura.

    Governo vai limitar saque-aniversário do FGTS; entenda o que muda para o trabalhador

  • União de governadores da direita esfria em meio a incerteza de Bolsonaro

    União de governadores da direita esfria em meio a incerteza de Bolsonaro

    Carlos e Eduardo Bolsonaro têm criticado a busca por um sucessor do ex-presidente, que já está inelegível e agora condenado a 27 anos e três meses de prisão

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Ensaiada dois meses atrás, a iniciativa de governadores de direita em busca de unidade contra a gestão Lula (PT), incluindo a realização de reuniões periódicas, perdeu fôlego diante de rachas no segmento, da desconfiança do clã Bolsonaro e da relutância do ex-presidente em indicar um sucessor para 2026.

    Nesse intervalo, Lula recuperou parte de sua popularidade, saiu da defensiva na relação com o Congresso e viu as ruas ocupadas por manifestantes de esquerda contrários à anistia a Jair Bolsonaro (PL) e à PEC da Blindagem, em uma mobilização inédita desde as eleições de 2022.

    A tentativa de união na direita ainda esbarrou em disputas internas, como a exposta na recente troca de ataques envolvendo o governador de Goias, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI).

    A reunião dos governadores que mirou uma articulação conjunta ocorreu em 7 de agosto, poucos dias após a prisão domiciliar do ex-presidente e antes da condenação dele no STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia envolvia ainda reunir presidentes de partido de centro e direita já na semana seguinte, o que também não aconteceu.

    Participantes dessas conversas atribuem o esfriamento à incerteza de Bolsonaro quanto ao futuro político e a outras pautas que tomaram o noticiário, como o projeto que concede anistia aos condenados nos ataques golpistas, inclusive Bolsonaro, a PEC da Blindagem e a ampliação da isenção do IR (Imposto de Renda).

    Além disso, apontam que a aproximação de Donald Trump com Lula reduziu a pressão sobre o petista, desanimando parte da oposição, já desconfortável com a associação do tarifaço ao Brasil ao deputado Eduardo Bolsonaro.

    As críticas ao STF, presentes no encontro às vésperas do julgamento da trama golpista, também foram perdendo espaço para essas outras pautas.

    Dentre os participantes do primeiro encontro, na casa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), havia quatro cotados à candidatura presidencial: Caiado, Ratinho Jr (PSD), do Paraná, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

    À época, o governador de São Paulo ainda era o nome mais forte para herdar o espólio de Bolsonaro, apesar de nunca tenha assumido isso publicamente.

    O movimento da direita se repetiu em um jantar da federação União Progressista, em 20 de agosto, com presença também de Zema e Caiado e no qual Tarcísio fez um discurso em defesa do padrinho político e do projeto de lei da anistia. A articulação do jantar fez com que os governistas perdessem o controle da CPI mista do INSS.

    Mas, nas semanas seguintes, Tarcísio freou a ofensiva presidencial diante da resistência de filhos de Bolsonaro, enquanto Ratinho Jr. (PSD) ganhou força como um plano B e buscou contato com políticos e empresários paulistas para se viabilizar como alternativa.

    Zema, por sua vez, esteve com Tarcísio na última semana em São Paulo e com Caiado há cerca de um mês em Belo Horizonte. O mineiro dá sua candidatura como certa, seja como representante da direita, seja como nome independente.

    À Folha Caiado defendeu haver mais de um nome da direita concorrendo à Presidência no ano que vem. Para ele, um candidato sozinho contra Lula será colocado em uma “máquina de triturar” que ninguém aguenta.

    Apesar de os pré-candidatos terem evitado criticar uns aos outros, uma das intenções colocadas no encontro há dois meses, as trocas de farpas dentro da direita dificultaram a ideia de unificação.

    Caiado atacou Ciro Nogueira após o parlamentar deixá-lo de fora da lista de presidenciáveis apoiados por Bolsonaro. As siglas dos dois formalizaram uma federação em agosto e no mês passado anunciaram juntos o desembarque do governo Lula.

    O presidente do PP citou as opções de Tarcísio e Ratinho Jr. em entrevista ao jornal O Globo. Caiado classificou a fala como desrespeitosa e relembrou a ligação dele com o PT no passado.

    Zema tentou esfriar os ânimos e disse que, “na política, meus adversários são Lula e o PT”, “é com eles que a direita deve brigar”.

    Não houve avanço no afunilamento de candidaturas, e a família de Bolsonaro se tornou um fator de instabilidade.

    Carlos e Eduardo Bolsonaro têm criticado a busca por um sucessor do ex-presidente, que já está inelegível e agora condenado a 27 anos e três meses de prisão.

    O deputado está morando nos Estados Unidos e foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sob a acusação de articular ações para intervir nos processos do ex-presidente. Mesmo assim, passou a se colocar como uma alternativa à Presidência em 2026.

    “Mas tem problema nenhum o Tarcísio ser candidato. Mas por que, se eu sinalizo nesta direção, então eu passo a ser o problema? Por que não me tratam igual ao Ratinho, Caiado e Zema? Deixe o público escolher”, disse a uma seguidora no Instagram, que se dizia bolsonarista e defensora de uma candidatura de Tarcísio. “Agora, querer na maldade da caneta prender, sem justificativa, os Bolsonaros que se dispõem a concorrer para presidente, isso sim deveria causar estranheza”, completou.

    Ciro Nogueira conversou no final de agosto com Eduardo por telefone, quando pediu que centrasse a artilharia contra a esquerda.

    Ele é um dos principais entusiastas de uma união mais concreta do grupo político e disse, recentemente, que a direita tem falta de bom senso. Acabou se tornando um dos principais alvos do bolsonarismo reticente a candidaturas que não sejam o ex-presidente inelegível.
    TENTATIVA DE UNIÃO

    – 3 de agosto
    Bolsonaristas fazem manifestação contra o STF e pela anistia sem participação dos governadores da direita

    – 4 de agosto
    Alexandre de Moraes determina a prisão domiciliar de Bolsonaro

    – 6 de agosto
    Presidente do PP, Ciro Nogueira visita Bolsonaro em casa

    – 7 de agosto
    Tarcísio visita Bolsonaro. Depois, participa de reunião com outros oito governadores da direita em Brasília, em que combinam encontros periódicos para unificar as críticas ao STF e ao governo Lula

    RUÍDOS

    – 17 de agosto
    Carlos e Eduardo Bolsonaro dizem que os “governadores democráticos” se comportam como ratos

    – 19 de agosto
    Tarcísio de Freitas visita Bolsonaro, em prisão domiciliar, pela segunda vez
    PP e União Brasil oficializam a federação. Dirigentes do centrão e da direita se reúnem na casa de Antônio Rueda. Tarcísio defende a anistia a Bolsonaro e a blindagem a deputados. Candidatura do governador ganha força

    – 29 de agosto
    Em São Paulo, Tarcísio reforça defesa da anistia, mas diz que acompanhará julgamento de Bolsonaro na capital paulista

    DESGASTES E ESFRIAMENTO

    – 3 de setembro
    O julgamento da trama golpista tem início. Tarcísio muda de ideia e vai a Brasília articular a votação da anistia no Congresso

    – 7 de setembro
    Tarcísio sobe o tom contra o STF em nova manifestação Bolsonarista na avenida Paulista, na qual Zema também participa

    – 11 de setembro
    A condenação de Bolsonaro é confirmada, com pena de 27 anos e três meses de prisão

    – 17 de setembro
    Câmara aprova requerimento de urgência para a votação da anistia. Os deputados aprovam também a PEC da Blindagem, gerando reações negativas

    – 21 de setembro
    Manifestantes de esquerda Lula fazem protestos com público equivalente aos dos protestos bolsonaristas

    – 22 de setembro
    Ratinho Jr. circula por São Paulo para se aproximar de políticos e tem jantar com o ex-tucano Andrea Matarazzo

    – 29 de setembro
    Após terceira visita a Bolsonaro, Tarcísio diz novamente que disputará a reeleição em São Paulo

    União de governadores da direita esfria em meio a incerteza de Bolsonaro

  • Mais de 48 milhões de brasileiros podem sacar R$ 10,4 bi esquecidos em bancos

    Mais de 48 milhões de brasileiros podem sacar R$ 10,4 bi esquecidos em bancos

    O resgate automático está disponível desde o final de junho; pessoas físicas que tenham a chave Pix com o número do CPF podem receber os valores sem precisar fazer o pedido de forma manual

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao todo, mais de 48 milhões de brasileiros e 4,5 milhões de empresas ainda podem sacar dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras, de acordo com os dados mais recentes do SVR (Sistema de Valores a Receber) divulgados nesta terça-feira (7) pelo BC (Banco Central).

    Novos valores entram no sistema todo mês, e o saldo total liberado no mês-base de agosto (mês dos últimos dados) é de R$ 10,4 bilhões, menor em comparação aos R$ 10,7 bilhões de julho. Desse montante, R$ 8 bilhões pertencem a pessoas físicas e R$ 2,3 bilhões a pessoas jurídicas. Desde o início do programa, R$ 11,7 bilhões foram devolvidos aos beneficiários, um aumento de 400 milhões desde o último levantamento.

    Para habilitar o depósito automático e/ou saber se tem direito, o brasileiro deve acessar o site www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber, inserir seus dados pessoais e clicar em “consultar”. Caso haja algum valor, é possível solicitá-lo com senha do Gov.br prata ou ouro.

    O resgate automático está disponível desde o final de junho. Pessoas físicas que tenham a chave Pix com o número do CPF podem receber os valores sem precisar fazer o pedido de forma manual. É preciso habilitar a função com uma conta Gov.br prata ou ouro e ter ativada a verificação em duas etapas.

    Com a automatização, o crédito é feito pela instituição financeira onde o dinheiro está esquecido diretamente na conta do cidadão, que não recebe aviso do BC quando algum valor for devolvido.

    As instituições financeiras que não aderiram ao termo de devolução via Pix continuam exigindo solicitação manual. Isso também se aplica aos casos de valores de contas conjuntas e para empresas, cujo regaste é feito por meio de consulta via CNPJ.

    O SVR foi criado pelo Banco Central para devolver aos cidadãos e empresas dinheiro que ficou parado em instituições financeiras por diferentes motivos -de tarifas cobradas indevidamente a contas encerradas com saldo. Em muitos casos, as pessoas nem lembravam mais que tinham esse direito.

    COMO POSSO ATIVAR A SOLICITAÇÃO AUTOMÁTICA DE RESGATE DE VALORES?

    – Acesse o site do SVR por meio do link (clique aqui!)
    – Clique em “Fazer login”
    – Informe CPF e senha da conta Gov.br de nível prata ou ouro, com verificação de duas etapas ativada
    – Você será direcionado para uma página em que poderá ativar a opção “Receber valores automaticamente”

    COMO CONSULTAR OS VALORES ESQUECIDOS?

    Vá ao site do BC no link (clique aqui!)
    – Clique em “Consultar valores a receber” ou “Acesse o Sistema de Valores a Receber”
    – Preencha os campos com o seu CPF ou CNPJ, como data de nascimento ou abertura da empresa transcreva os caracteres e clique em “Consultar”
    – Caso haja valores a receber, clique em “Acessar o SVR”
    – Faça login com a sua conta Gov.br, é preciso ser nível prata ou ouro para acessar
    – Acesse “Meus Valores a Receber”
    – Leia e aceite o Termo de Ciência
    – Ao solicitar o valor, o sistema vai informar orientações de transferência

    QUEM PODE TER DINHEIRO ESQUECIDO?

    Qualquer pessoa física ou jurídica que teve relacionamento com bancos ou financeiras em algum momento poderá ter direito aos valores a receber.

    O dinheiro a ser devolvido pelas instituições é referente a:
    – Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível
    – Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito
    – Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados
    – Tarifas cobradas indevidamente
    – Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas
    – Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas com saldo disponível
    – Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível
    – Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução

    COMO CONSULTAR VALORES DE PESSOAS FALECIDAS?

    É necessário que um herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal faça a consulta e preencha um termo de responsabilidade. Após esse processo, é preciso entrar em contato com as instituições que possuem os valores e verificar como prosseguir.

    Depois disso, os passos para a consulta são os mesmos. Mas é necessário entrar com a conta Gov.br do herdeiro ou sucessor e fornecer o número do CPF e a data de nascimento da pessoa que faleceu.

    Mais de 48 milhões de brasileiros podem sacar R$ 10,4 bi esquecidos em bancos

  • Relator desiste de aumentar imposto sobre bets, mas quer cobrança retroativa por apostas

    Relator desiste de aumentar imposto sobre bets, mas quer cobrança retroativa por apostas

    O relator da medida provisória que eleva a arrecadação retirou o aumento de imposto sobre as casas de apostas online após resistência da base aliada. No lugar, propôs um programa para cobrar tributos retroativos das bets que atuaram no Brasil antes da regulamentação oficial.

    (FOLHAPRESS) – Relator da MP (Medida Provisória) que aumenta impostos para elevar a arrecadação, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) tirou da proposta o aumento de imposto sobre bets (casas de apostas), diante de resistências da própria base aliada a aprovar o projeto do governo.

    Ele, no entanto, propõe um programa para tributar as bets que operaram no Brasil antes da fase de regulamentação -o Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária (RERCT Litígio Zero Bets). A ideia é cobrar o imposto de forma retroativa, para evitar disputas judiciais.

    O novo parecer foi publicado na manhã desta terça-feira (7) e a votação está prevista para começar às 9h, numa comissão mista do Congresso. Após isso, ainda será preciso a aprovação pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal até esta quarta (8), ou a MP perde a validade.

    O governo queria elevar a tributação sobre a receita bruta das bets de 12% para 18%, mas o relator desistiu dessa ideia por falta de votos na base aliada. Ele adotou medidas para aumentar a fiscalização sobre o mercado ilegal, como prever que os provedores de internet terão 48 horas para derrubar sites clandestinos, que não tem autorização para operarem no Brasil.

    Foi incluído no novo parecer um programa desejado pela Receita Federal para cobrar impostos das bets no período em que atuaram sem regulamentação no Brasil (de 2014 a 2024). O “RERCT Litígio Zero Bets” prevê alíquota de 15% do imposto de renda, com multa de 100%, e prazo de adesão de 90 dias. Somente quem está autorizado pela Fazenda a operar poderá participar do programa.

    Entre as propostas mantidas na MP, e que serão submetidas a voto, está elevar a CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) das fintechs -prestadoras de serviços financeiros digitais, que atuam como bancos- de 9% para 15%. A ideia é aproximar o tributo do pago pelos bancos, que é 21%. Zarattini retirou a possibilidade de que o Banco Central inclua novos tipos de instituições nessa alíquota.

    A MP também aumenta o imposto sobre o JCP (Juros sobre Capital Próprio), de 15% para 20%. Esse mecanismo é utilizado para remunerar os acionistas de grandes empresas, e também uma forma de investimento mais barata na companhia.

    O relator ainda manteve a tributação de 17,5% sobre a valorização de ativos digitais, como criptomoedas. Mas propôs uma regra de transição, com a criação de um programa temporário para regularização de ativos virtuais de origem lícita, mas declarados com incorreções ou que não foram declarados à Receita Federal. Quem aderir pagaria um imposto inicial menor sobre os ganhos com esses bens.

    O relator também propôs unificar em 17,5% o Imposto de Renda de pessoas físicas sobre os lucros com investimentos não isentos. Hoje, esses títulos pagam uma alíquota variável, entre 15% e 22,5%, que diminui ao longo do tempo quanto mais o investidor segura o papel, menor o imposto.

    A unificação já constava no texto original do governo e foi preservada pelo relator.

    Para tentar aumentar o apoio dos parlamentares à proposta, o relator também estabeleceu que o ganho de arrecadação com o texto não será usado para aumentar despesas gerais, mas a compensar os custos de regulamentação de um período maior da licença-paternidade -a Câmara discute ampliar o período de licença para 60 dias, de forma escalonada, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Apesar das mudanças, ainda não há acordo para votar o texto. Na noite de segunda-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes dos partidos da base aliada para negociar alterações, mas não conseguiu convencer as legendas de centro a endossarem a MP.

    O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o governo tentará preservar parte da arrecadação prevista, diante da falta de apoio dos parlamentares. “O governo está tentando salvar a maior parte disso. Salvar R$ 15 bilhões, R$ 17 bilhões, disse. A arrecadação esperada, em 2026 e 2027, era de cerca de R$ 35 bilhões.

    O relator também flexibilizou o endurecimento das regras do seguro-defeso, programa social voltado para pescadores artesanais. Retirou, por exemplo, a exigência de Cadastro de Identidade Nacional (CIN) para habilitação do pescador ao seguro-desemprego e a exigência de geolocalização. Também tirou parte das normas da MP e deixou para decisão posterior do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).

    O novo parecer também confirma a desistência de tributar alguns títulos de investimentos que hoje não pagam imposto de renda quando comprados por pessoas físicas, recuo que Zarattini já tinha afirmado que faria na semana passada. Vão continuar isentas as Letras Hipotecárias (LH), Letras Imobiliárias Garantidas (LIG), Letras de Crédito do Agronegócio LCA, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD).

    Também mantêm isentos outros títulos, como CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e debêntures incentivadas, que ele já tinha desistido de tributar na primeira versão do parecer.

    Outra alteração é desistir de parte das mudanças que o governo queria fazer nos FII (Fundos de Investimento Imobiliário) e Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais). De acordo com o parecer, esses fundos continuarão com regras mais próximas das atuais e manterão a isenção sobre os rendimentos relativos a imóveis.

    Relator desiste de aumentar imposto sobre bets, mas quer cobrança retroativa por apostas

  • Companhias aéreas criam novas categorias de passagem, com opção premium e bilhete sem bagagem

    Companhias aéreas criam novas categorias de passagem, com opção premium e bilhete sem bagagem

    As companhias aéreas brasileiras ampliam suas opções tarifárias com novas classes premium e categorias básicas sem direito a bagagem de mão. Especialistas afirmam que a estratégia busca aumentar receitas, equilibrar custos e manter tarifas econômicas mais competitivas, em linha com práticas do mercado internacional

    (FOLHAPRESS) – As principais companhias aéreas brasileiras reviram nos últimos meses as famílias de tarifas disponíveis a clientes no momento da compra da passagem. Novos bilhetes premium foram criados -e, no caso da Gol, há uma nova categoria, mais básica, que não permite bagagem de mão gratuita.

    Especialistas dizem que a estratégia possibilita o aumento da receita e evita elevação no preço da tarifa comum, já que, segundo eles, os valores arrecadados com as passagens premium cobrem custos com passageiros que optarem pelo bilhete tradicional, mais barato.

    A Latam anunciou em 30 de julho deste ano uma nova estrutura tarifária para a cabine premium economy em voos internacionais dentro da América do Sul.

    A categoria passou a ter dois tipos de tarifa. A premium economy full, similar à tarifa aplicada anteriormente, permite alterações e reembolso sem multa (sujeito apenas à diferença do preço da passagem) e inclui uma bagagem de mão, uma bagagem despachada de 23 kg, seleção de assento premium e embarque prioritário.

    No caso da nova tarifa, chamada de premium economy standard, alterações são feitas com custo adicional (multa), e não há reembolso voluntário. O bilhete inclui bagagem de mão, bagagem despachada de 23 kg, seleção de assento premium e embarque prioritário.

    A Latam também anunciou recentemente um investimento de mais de US$ 100 milhões para a criação de uma nova cabine, chamada de premium comfort. A categoria será lançada em 2027 em aeronaves Boeing 787, para voos de longa distância.

    Segundo a companhia aérea, o novo espaço ficará localizado entre as cabines premium business e economy e terá assentos mais largos, maior reclinação, mais espaço entre as fileiras e menor quantidade de passageiros. Também contará com telas 4K de 16 polegadas, conectividade bluetooth, portas USB-C de carregamento rápido e tomadas individuais.

    À Folha a Latam afirma que as novas mudanças incrementam a receita da companhia e fortalecem o equilíbrio da estrutura de custos.

    “Na prática, esse movimento ajuda, sim, a manter as tarifas da classe econômica em patamares mais competitivos, pois parte do crescimento de receita vem do segmento premium. Esse é um modelo que tem apoiado o crescimento sustentável da Latam na região e democratiza o acesso à aviação”, escreveu a empresa em nota.

    Na Gol, as mudanças previstas para entrar em vigor em 14 de outubro. Para o mercado doméstico, as tarifas disponíveis continuarão sendo a light, a classic e a flex.

    Já para viagens internacionais, a empresa passará a oferecer a tarifa basic. O viajante que optar por essa categoria poderá levar na cabine, somente, uma bolsa ou uma mochila (item pessoal) de até 10 kg, nas medidas máximas de 32 cm de largura, 22 cm de altura e 43 cm de profundidade, para que seja acomodada debaixo do assento à frente. O cliente não terá permissão para levar bagagem de mão.

    Neste ano, a tarifa basic estará disponível apenas para viagens com origem em outros países onde a Gol opera. Para voos partindo do Brasil, a categoria será ofertada somente na rota que parte do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para Montevidéu, no Uruguai.

    Também nos voos internacionais, o passageiro poderá optar pela premium economy, categoria que já era existente. O bilhete permite, por exemplo, o reembolso integral para cancelamentos antes do voo, sem taxas ou multas.

    A Azul chegou a criar neste ano a cabine Economy Prime, com benefícios premium, para voos internacionais em algumas aeronaves. O bilhete, porém, deixou de ser comercializado desde meados deste ano, segundo a empresa.

    Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, afirma que as mudanças propostas pelas companhias aéreas brasileiras, inclusive a tarifa sem direito a bagagem, já é praticada por empresas de outros países. Segundo ele, iniciativas como essa são importantes para a recuperação financeira das companhias pós-Chapter 11 (processo na Justiça dos EUA equivalente à recuperação judicial).

    “A precificação de uma passagem aérea não é igual a precificar um produto. Tem vários algoritmos que vão em função de sazonalidade, projeções, mercado, oferta e demanda. As companhias estão fazendo esse negócio de classe premium. Isso aí é para dar um status para o cara que pode pagar mais. Quando a empresa faz isso, está subsidiando outros assentos. É uma questão matemática.”

    Na opinião de Adalberto Febeliano, ex-diretor de relações institucionais da Azul e especialista em aviação civil, a nova estratégia das companhias aéreas representa uma tentativa de diversificar seus produtos e de arrecadar mais receita com os voos.

    “Não tem nada de diferente do que se faça no restante do mundo. Tem muitos passageiros que podem se beneficiar. Se você pretende ir e voltar no mesmo dia e não vai precisar levar mala, por que tem que pagar uma tarifa que dá direito a levar uma bagagem?”, diz.

    Companhias aéreas criam novas categorias de passagem, com opção premium e bilhete sem bagagem

  • Energia puxa inflação ao Consumidor no IGP-DI de setembro, afirma FGV

    Energia puxa inflação ao Consumidor no IGP-DI de setembro, afirma FGV

    Cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Habitação (de -0,80% em agosto para 2,13% em setembro), Educação, Leitura e Recreação (de -1,79% para 2,00%), Transportes (de -0,24% para 0,30%), Alimentação (de -0,50% para -0,18%) e Comunicação (de 0,04% para 0,07%

    O avanço na tarifa de eletricidade residencial (10,34%), após o desconto nas contas de luz decorrente do Bônus de Itaipu, deu a principal contribuição para a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em setembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Houve pressões também dos aumentos na passagem aérea (18,91%), condomínio residencial (2,05%), refeições em bares e restaurantes (0,90%) e seguro para veículo (3,33%). Na direção oposta, figuraram entre os principais alívios o tomate (-12,78%), desodorante (-9,17%), perfume (-3,44%), leite longa vida (-1,79%) e batata-inglesa (-6,86%).

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) saiu de uma queda de 0,44% em agosto para uma alta de 0,65% em setembro.

    Cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Habitação (de -0,80% em agosto para 2,13% em setembro), Educação, Leitura e Recreação (de -1,79% para 2,00%), Transportes (de -0,24% para 0,30%), Alimentação (de -0,50% para -0,18%) e Comunicação (de 0,04% para 0,07%).

    Por outro lado, as taxas foram mais brandas nos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,24% para -0,06%), Vestuário (de 0,23% para -0,17%) e Despesas Diversas (de 0,23% para -0,13%).

    O núcleo do IPC-DI teve alta de 0,24% em setembro, após um aumento de 0,20% em agosto. Dos 85 itens componentes do IPC, 37 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 59,35% em agosto para 54,19% em setembro.

    O núcleo do IPC-DI é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo. Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação de 3,41% no ano e aumento de 4,41% em 12 meses.

    Energia puxa inflação ao Consumidor no IGP-DI de setembro, afirma FGV

  • Punição a Eduardo e amotinados deve avançar na Câmara, enquanto caso Zambelli aguarda STF

    Punição a Eduardo e amotinados deve avançar na Câmara, enquanto caso Zambelli aguarda STF

    Os processos contra Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli devem avançar nesta semana na Câmara. O Conselho de Ética vai analisar a cassação de Eduardo por ataques ao STF e abrir ações contra deputados envolvidos no motim de agosto, enquanto o caso de Zambelli aguarda documentos do Supremo

    (CBS NEWS) – Os processos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que podem cassar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e punir deputados que participaram do motim no plenário em agosto devem avançar nesta semana, enquanto o pedido de cassação de Carla Zambelli (PL-SP) está à espera do envio de documentos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    A licença de 127 dias que Zambelli tirou do mandato antes de fugir para a Itália terminou na quinta-feira (2). Sua situação agora é a mesma de Eduardo, cuja licença para viajar aos Estados Unidos acabou em julho: além dos processos de cassação, eles podem perder o mandato por faltas.

    A Constituição estabelece que o deputado que faltar a um terço das sessões ordinárias do ano perderá o mandato, salvo se estiver em licença ou missão oficial. Esse caminho de punição, porém, só será possível a partir de março de 2026, quando a Câmara contabiliza as faltas do ano anterior.

    No Conselho de Ética, o processo contra Eduardo foi instaurado em 23 de setembro, quando começou a contar o prazo de até 90 dias úteis para que o colegiado decida sobre a cassação. Para que o deputado perca o mandato, são necessários ao menos 257 votos de 513, maioria absoluta da Casa.

    Segundo o presidente do Conselho de Ética, deputado Fabio Schiochet (União Brasil-SC), o próximo passo no processo se dará na quarta (8), quando o relator, deputado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), deve fazer a leitura do parecer preliminar e sugerir a continuidade ou arquivamento do processo.

    A representação que pede a perda do mandato de Eduardo por ataques ao STF e ameaça à realização das eleições em 2026 foi apresentada pelo PT, pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e pelo deputado Paulão (PT-AL). O deputado está nos EUA desde março, de onde comanda uma campanha por sanções para livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da prisão.

    Na semana passada, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), pediu ao presidente do conselho que escolha um novo relator, argumentando que Marcelo Freitas é próximo de Eduardo e apoia Bolsonaro. Como mostrou a Folha, o relator defende anistia aos condenados por atos golpistas e já atacou o STF.

    Schiochet, porém, diz que não deve atender o pedido do petista e que confia na imparcialidade de Marcelo Freitas. A escolha do relator foi feita pelo presidente do conselho entre três opções de nomes sorteados -Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP) foram os outros incluídos na lista.

    Caso o relator opine pelo seguimento do processo, Eduardo terá dez dias úteis para apresentar sua defesa por escrito, além de indicar provas e até oito testemunhas. Depois disso, a instrução do processo, com análise das provas e realização de oitivas, deve se dar em até 40 dias úteis. O relator tem outros dez dias úteis para apresentar seu parecer, que é votado no conselho e, depois, submetido ao plenário.

    No caso dos amotinados, como as representações pedem suspensão e não perda do mandato, o prazo para a instrução é de 30 dias. Os quatro processos contra Zé Trovão (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS), alvo de duas ações, devem ser instaurados pelo conselho nesta terça (7). Será sorteada a lista tríplice de possíveis relatores para cada caso.

    A suspensão dos mandatos também tem que ser decidida por maioria absoluta no plenário. Pollon está sujeito ao afastamento por 90 dias, enquanto os demais por 30 dias, sugeriu a Corregedoria.

    Trovão, Van Hattem e Pollon estavam entre os principais entraves que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encontrou no percurso entre seu gabinete e a cadeira de presidente da Casa, num trajeto que durou mais de seis minutos. O primeiro chegou a barrar a passagem de Motta com a perna, enquanto os outros dois se recusaram a deixar a Mesa quando o presidente se aproximou.

    Apesar de ter essa opção, Motta escolheu não punir os amotinados pelo rito sumário. Em vez disso, seguiu o trâmite regular e mais demorado, em que os casos são analisados primeiro pela Corregedoria da Câmara, depois pelo Conselho de Ética e, finalmente, vão ao plenário.

    No total, a Corregedoria analisou representações contra 14 deputados, mas a recomendação de suspensão do mandato foi dada apenas aos três. Para o restante, deve ser aplicada a censura escrita, que não exige análise pelo Conselho de Ética.

    Já o caso de Carla Zambelli é diferente. A deputada foi condenada pelo STF, em maio, à perda do mandato e a dez anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado. Zambelli diz que o hacker agiu sozinho.

    Para que Zambelli perca o mandato, porém, é necessária maioria absoluta dos deputados, ou seja, 257 votos. O trâmite da cassação de um deputado condenado criminalmente começa pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, a exemplo do Conselho de Ética, tem um relator designado, defesa prévia e instrução com provas e testemunhas, além da oitiva do próprio acusado.

    Só depois da votação na CCJ é que ocorre a votação no plenário. Não há um prazo máximo para que isso ocorra.

    A comissão já ouviu, nas últimas semanas, testemunhas indicadas pela deputada e ela própria, que participou de forma remota, pois está presa na Itália. Antes de encerrar essa etapa, porém, o relator Diego Garcia (Republicanos-PR) solicitou ao STF um relatório específico que não está nos documentos do processo já compartilhados pela corte com a comissão.

    O STF, por sua vez, não sinalizou se ou quando vai enviar a peça. Quando o relator encerrar a instrução, terá o prazo de cinco sessões para apresentar o parecer. Diego Garcia pediu ainda ao Supremo a quebra do sigilo do processo contra Zambelli para poder utilizar partes dele em seu relatório.

     

    Punição a Eduardo e amotinados deve avançar na Câmara, enquanto caso Zambelli aguarda STF