Categoria: Uncategorized

  • Haddad: determinação de Lula e Trump é virar página equivocada na relação entre Brasil e EUA

    Haddad: determinação de Lula e Trump é virar página equivocada na relação entre Brasil e EUA

    Haddad afirmou que pode se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante viagem oficial. O ministro elogiou a conversa entre Lula e Trump e disse ver oportunidades de cooperação econômica e ambiental entre Brasil e Estados Unidos

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que pode haver espaço para um encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, durante sua viagem aos EUA na próxima semana. A declaração foi dada durante o programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, ligada ao governo.

    “Eu ainda não me movi e devo fazer isso até o final da semana para saber da disponibilidade de Bessent, do interesse ou se o Marco Rubio vai estabelecer um contato com o Mauro Vieira antes disso. Eu não sei qual é o protocolo que eles vão seguir”, disse Haddad.

    O ministro comemorou o telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, classificando a conversa como positiva. Segundo ele, os dois chefes de Estado demonstraram disposição para encerrar o período de tensões entre os países, que avaliou como “equivocado”.

    “Acredito que vai distensionar e abrir espaço para uma conversa franca, uma conversa produtiva”, afirmou. Haddad destacou que há muitas oportunidades de investimento norte-americano na América do Sul, que tradicionalmente tem déficit na balança comercial com os EUA. Ele citou como exemplos a exploração de terras raras e projetos de transformação ecológica.
     

     
     

    Haddad: determinação de Lula e Trump é virar página equivocada na relação entre Brasil e EUA

  • Shell projeta lucro maior em divisão de gás integrado

    Shell projeta lucro maior em divisão de gás integrado

    A Shell informou que deve registrar alta nos lucros da divisão de gás no terceiro trimestre, impulsionada por ganhos em negociação e otimização. Apesar disso, a empresa prevê impacto negativo de até US$ 400 milhões na área de exploração, após ajustes no campo de Tupi, no Brasil

    A Shell afirmou que espera registrar lucros maiores com a divisão integrada de gás no terceiro trimestre de 2025, em nota divulgada nesta terça-feira, 7. A gigante britânica de energia projetou que os lucros ajustados em sua principal divisão integrada serão impulsionados por um desempenho maior em negociação e otimização.

    A empresa, no entanto, sinalizou um custo de US$ 200 milhões a US$ 400 milhões em sua divisão de exploração e produção de energia, o que prejudicará os lucros após a finalização da proposta de redefinição do campo unificado de Tupi, no Brasil.

    Por volta das 8h05 (de Brasília), a ação da Shell subia 1,7% na Bolsa de Londres.

     

    Shell projeta lucro maior em divisão de gás integrado

  • País crescerá 2,4% em 2025, acima da América Latina, diz Banco Mundial

    País crescerá 2,4% em 2025, acima da América Latina, diz Banco Mundial

    O Banco Mundial manteve a previsão de crescimento de 2,3% para o PIB do Brasil em 2025, número acima das estimativas do Banco Central e do mercado financeiro. A instituição alerta, porém, que a América Latina continua sendo a região com expansão mais lenta do mundo, afetada por juros altos, baixo investimento e queda nas commodities

    A economia brasileira deve crescer 2,4% este ano, acima da média da América Latina e Caribe (2,3%). A projeção é do Banco Mundial, que divulgou nesta terça-feira (7) mais uma edição do relatório econômico para a região.

    Os economistas do Banco Mundial preveem as seguintes expansões para o Produto Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos) brasileiro:​

     

     

     

    Ano Projeção de crescimento do PIB
    2025 2,4%
    2026 2,2%
    2027 2,3%

    As projeções são as mesmas do relatório de junho deste ano. As estimativas ficam acima tanto das do Banco Central (BC) brasileiro, quanto do mercado financeiro aqui no país.

    O Relatório de Política Monetária do BC, divulgado no último dia 25, aponta crescimento de 2% em 2025 e de 1,5% no ano que vem.

    Já o Boletim Focus, pesquisa do BC com instituições financeiras, divulgado nesta segunda-feira (6), prevê alta do PIB de 2,16% em 2025 e de 1,8% em 2026.

    No ano passado, o PIB brasileiro teve expansão de 3,4%.

    O Ministério da Fazenda tem projeções mais otimistas, com alta de 2,3% em 2025 e de 2,4% em 2026, de acordo com o Boletim MacroFiscal de setembro.

    O relatório do Banco Mundial não traz justificativas específicas para a projeção de todos os países, apenas para a região da América Latina e Caribe como um todo.

    América Latina e Caribe

    O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional, formada por 189 países. A instituição faz parte do sistema das Nações Unidas e fica sediada na capital dos Estados Unidos, Washington.

    O banco multilateral tem como papel conceder empréstimos a países em desenvolvimento para financiar projetos de infraestrutura, saúde, educação e outras áreas.

    Para os 29 países da América Latina e Caribe, o Banco Mundial prevê crescimento de 2,3% em 2025 e 2,5% no ano seguinte. A estimativa de 2025 é a mesma do relatório de junho. Já a de 2026 fica 0,1 ponto percentual acima. Em 2024, América Latina e Caribe cresceram 2,2%, assinala o Banco Mundial.

    Ao separar as projeções por países, a Guiana se destaca, com 11,8% de expansão do PIB este ano e crescimentos superiores a 20% nos anos seguintes: 22,4% em 2026 e 24% em 2027. A explicação está no pujante setor petrolífero.

    Recentemente a Guiana mergulhou na exploração de petróleo na Margem Equatorial, região geográfica próxima à Linha do Equador, também desejada pela Petrobras.

    Depois da Guiana, o maior crescimento previsto é da Argentina, 4,6% em 2025 e 4% no ano que vem. Apesar do destaque, a projeção é um recuo em relação ao relatório de junho (5,5% em 2025, 4,5% em 2026).

    “A Argentina continua apresentando uma recuperação econômica notável após dois anos consecutivos de contração, embora desafios profundos ainda persistam”, ressaltam os economistas.

    Os piores números são da Bolívia, com previsão de três anos de queda no PIB, sendo -0,5% este ano, -1,1% em 2026 e -1,5% em 2027.

    Razões para a região

    De acordo com o Banco Mundial, a América Latina e o Caribe têm o ritmo mais lento entre as regiões globais. Entre as explicações, os especialistas da instituição apontam questões externas e internas.

    Nas externas, estão a desaceleração da economia global e queda no preço de commodities (matérias-primas comercializadas em grande escala e preços internacionais). Países como o Brasil, Chile, Venezuela e Bolívia são grandes exportadores de commodities.

    No cenário interno, os economistas apontam a política monetária (combate à inflação), que funciona

     como um freio na economia. Outros pontos citados são baixo nível de investimento, “tanto público quanto privado”, e “persistente falta de espaço fiscal”, ou seja, governos com limitação dos gastos públicos.

     

    “Esses desafios apenas reforçam a relevância da agenda de reformas voltadas ao crescimento que são necessárias nas áreas de infraestrutura, educação, regulação, concorrência e política tributária”, assinala o Banco Mundial.

    “Enfrentar essas questões exige reformas profundas, entre elas: melhorar os sistemas educacionais em todos os níveis, fortalecer a qualidade das universidades e institutos de pesquisa, bem como estreitar seus vínculos com o setor privado; além de aprofundar os mercados de capitais e facilitar a gestão do risco inerente aos processos de inovação e empreendedorismo”, completa o relatório.

    País crescerá 2,4% em 2025, acima da América Latina, diz Banco Mundial

  • Bolsonaristas oscilam entre ignorar telefonema e dizer que Lula cai em armadilha de Trump

    Bolsonaristas oscilam entre ignorar telefonema e dizer que Lula cai em armadilha de Trump

    Bolsonaristas reagiram de forma dividida ao telefonema entre Lula e Donald Trump. Enquanto Eduardo Bolsonaro e Sóstenes Cavalcante interpretaram a designação de Marco Rubio como recado político ao Planalto, outros, como Filipe Barros e Fabio Wajngarten, minimizaram a conversa e criticaram a diplomacia do governo Lula

    (CBS NEWS) – Bolsonaristas reagiram de formas distintas sobre o telefonema entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump na manhã desta segunda-feira (6), e parte do grupo preferiu ignorar a conversa entre os mandatários.

    O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) citaram o “fator Rubio” ao insistirem que Trump age estrategicamente para ao final das negociações fazer um cerco a Lula.

    Na conversa, Trump designou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para negociar com as autoridades brasileiras, de acordo com o Planalto.

    “Trump deixou Marco Rubio, o secretário mais ideológico, para seguir as negociações das tarifas, um recado direto ao Planalto”, publicou Sóstenes.

    Eduardo seguiu linha semelhante. “O Secretário Rubio conhece bem a América Latina. Sabe muito bem como funciona [sic] os regimes totalitários de esquerda na região. Ele não cairá nesse papo furado do regime, de independência de um judiciário aparelhado. A escolha do Presidente [Trump] só complica o regime de exceção. Golaço!”, escreveu Eduardo Bolsonaro em uma rede social no final desta tarde.

    “A esquerda sabe que não foi uma vitória. Mas para seu público de fanáticos eles tentarão emplacar as suas narrativas fantasiosas”, continuou o deputado.

    Já o presidente da Comissão de Relações Exteriores na Câmara, o bolsonarista Filipe Barros (PL-PR), afirmou ter outra visão. Segundo ele, a escolha por Rubio é natural e “não surpreende ninguém”.

    “É o papel natural do secretário de Estado norte-americano -quem entende minimamente de diplomacia sabe disso”, disse Barros.

    Em seguida, Barros voltou a atacar o governo Lula. “O que surpreende, na verdade, é a total incompetência do governo Lula e do chanceler Mauro Vieira. Desde a vitória de Trump, o máximo que o Itamaraty fez foi mandar uma cartinha de parabéns”, afirmou ele.

    Outros bolsonaristas, como Fabio Wajngarten, minimizaram o telefonema. “A mera ligação entre chefes de estado que pensam e atuam de maneira absolutamente contrastantes não quer dizer absolutamente nada”, afirmou ele, que foi secretário de Comunicação da Presidência no governo Bolsonaro.

    “Passados 10 meses para esse contato de hoje, somente evidencia o quanto a política externa atual é retrógrada, lenta e sem nenhuma tecnicidade”, continua ele.

    Outros aliados de Bolsonaro ainda não fizeram manifestações públicas sobre o episódio e preferiram gravar vídeos de apoio ao ato “caminhada pela anistia”, previsto para as 16h desta terça-feira (7), em Brasília, entre a Catedral e o Congresso Nacional.

    O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que a anistia é a pauta prioritária e que “a gente precisa colocar pressão” na Câmara e, depois, no Senado. “A gente está na reta final”, convocou o bolsonarista.

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também fez um vídeo em frente à casa de Jair Bolsonaro em Brasília, onde o ex-mandatário cumpre prisão domiciliar, na tarde desta segunda. “A gente está na iminência de conseguir pautar o projeto da anistia na Câmara. Precisamos da força de vocês mais do que nunca”, disse ele, ao convocar para o ato.

    Sobre o telefonema, Lula disse ter pedido que Trump retire o tarifaço imposto pelo republicano ao Brasil. Trump classificou como ótima a conversa e disse que pode ir ao Brasil em algum momento.

    O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro não foi mencionado no diálogo, de cerca de 30 minutos.

    “Nós tivemos uma ótima conversa e vamos começar a fazer negócios”, disse Trump na tarde desta segunda. “Em algum momento, eu iria ao Brasil. E ele virá aqui. Estamos conversando sobre isso”, afirmou, ao conversar com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

    Bolsonaristas oscilam entre ignorar telefonema e dizer que Lula cai em armadilha de Trump

  • Comissão aprova MP de aumento de impostos para compensar recuo do IOF

    Comissão aprova MP de aumento de impostos para compensar recuo do IOF

    A comissão mista que analisa a medida provisória para aumentar impostos aprovou o texto por margem apertada, com 13 votos a 12. A versão final retirou o aumento da tributação sobre casas de apostas e manteve a isenção de títulos do agronegócio e imobiliários, reduzindo a arrecadação prevista para 2025

    (FOLHAPRESS) – A comissão mista da MP (medida provisória) que aumenta impostos aprovou nesta terça-feira (7) uma versão desidratada do texto, que poupa as bets (casas de apostas) da alta na tributação e mantém a isenção sobre rendimentos de títulos imobiliários e do agronegócio. Mesmo com todas essas concessões, a medida foi aprovada por apenas um voto de diferença.

    O placar de 13 a 12 na comissão se deu após dias de negociação entre deputados, senadores e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao fim da votação, o relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), reconheceu que as concessões não foram suficientes para garantir ao governo uma margem mais confortável de votos.

    “A gente fez um esforço muito grande de buscar um acordo que levasse a uma votação expressiva. Dialogamos muito com a frente do agronegócio, atendemos a praticamente todas as reivindicações que eles tinham. E eles não corresponderam em número de votos. Também vimos que outros que tinham se comprometido não votaram”, afirmou Zarattini.

    Em um sintoma do cenário desafiador, a votação no plenário da Câmara, inicialmente prevista para a noite de terça, foi adiada para quarta-feira (8), último dia de vigência da MP.

    O cronograma é arriscado: será preciso obter a aprovação dos deputados, concluir o trâmite burocrático para remeter o texto oficial ao Senado e realizar a votação entre senadores na mesma quarta. Se alguma etapa der errado, o texto perde validade, e o governo fica sem uma medida importante para sustentar a arrecadação em 2026, ano eleitoral.

    Apesar disso, Zarattini disse que o governo vai trabalhar para ter uma maioria mais expressiva no plenário da Câmara. “A bancada do agro é forte, mas não dependemos da bancada do agro. Nós vencemos sem a bancada do agro”, disse o relator.

    As concessões foram feitas até os últimos minutos antes da votação na comissão. Já com os trabalhos em andamento nesta terça, o relator decidiu aumentar a alíquota do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras e investimentos (exceto os isentos) para 18%, num acordo costurado com a base aliada ao governo para aprovar a proposta.

    A intenção do governo era unificar a alíquota em 17,5%. Hoje essa taxação é variável, entre 15% e 22,5%, a depender do tempo em que os recursos ficam investidos. Quanto maior é o tempo, menor é o imposto. A nova cobrança unificada de 18% valerá inclusive para aplicações já realizadas, mas somente sobre as rendas auferidas após 1º de janeiro de 2026.

    A unificação da alíquota em 18%, porém, contemplou inclusive a JCP (Juros sobre Capital Próprio), instrumento utilizado por grandes empresas para remunerar seus acionistas, que hoje é taxada em 15%, mas teria a alíquota elevada para 20%. Em outras palavras, o governo ainda terá um incremento em sua arrecadação, mas inferior aos R$ 4,99 bilhões inicialmente estimados para 2026. Segundo um integrante da equipe econômica, no entanto, as duas medidas se compensam financeiramente.

    Com ampla resistência entre parlamentares, a votação da proposta na comissão foi adiada quatro vezes desde que o relator apresentou seu parecer no último dia 24.

    A sugestão de aumentar a tributação sobre os investimentos partiu do líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). “Creio que aí estaríamos criando texto moderado e mediado entre os Juros sobre Capital Próprio e os investimentos do mercado financeiro”, disse.

    “É uma proposta equilibrada, que me parece que garante as condições de sustentabilidade fiscal do governo, ao mesmo tempo em que nivela essa situação. Da nossa parte, existe acordo em aceitar essa proposta e nivelar a tributação das aplicações em 18%”, concordou Zarattini.

    Nesta terça pela manhã, Zarattini já havia apresentado uma nova versão de seu relatório com concessões que diminuíram a previsão de arrecadação para o ano que vem, dos R$ 20,9 bilhões iniciais para cerca de R$ 17 bilhões, segundo cálculos do relator. A nova cifra também foi citada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) após reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e lideranças da Casa para discutir o texto.

    Uma das principais alterações foi a tributação das bets. O governo Lula queria elevar a taxação sobre a receita bruta das casas de apostas de 12% para 18%, o que acabou sendo descartado pelo relator na tentativa de reduzir resistências.

    Como uma espécie de compensação, Zarattini incluiu no parecer a criação de um programa para tributar as bets que operaram no Brasil antes da fase de regulamentação, batizado de RERCT (Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária) Litígio Zero Bets.

    O programa vai permitir a repatriação de recursos enviados anteriormente ao exterior, mediante o pagamento de 15% de Imposto de Renda e uma multa de 100% sobre o valor do imposto (na prática, uma cobrança de 30% sobre o valor repatriado). O prazo de adesão será de 90 dias, e somente empresas credenciadas pela Fazenda poderão participar.

    “O governo anterior não cobrou os impostos devidos pelas bets, porque toda atividade econômica tem que ser tributada, independentemente da regularização. E há um esforço na Receita Federal de identificar as bets que operaram no país, que tiveram lucros exorbitantes, remeteram divisas para fora do país, porque o governo anterior não zelou pelas cautelas devidas para fazer valer a legislação brasileira. Então há um programa que está sendo montado dentro do Legislatório para que eles repatriem esses recursos e paguem 30% sobre o valor repatriado”, disse Haddad.

    Segundo o ministro, estimativas do setor apontam um potencial de arrecadação de R$ 5 bilhões com o programa em três anos. O valor, em tese, seria suficiente para compensar a perda de R$ 1,7 bilhão ao ano que seria arrecadação com a taxação extra sobre bets. Mas Haddad disse que o governo não deve incluí-lo agora em suas estimativas. “Eu não posso considerar como receita aquilo que é uma promessa”, afirmou.

    O senador Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da comissão mista da MP, criticou a forma como Zarattini decidiu fazer mudanças no texto -a principal delas, retirar da proposta o aumento de imposto sobre bets. Segundo ele, as alterações foram negociadas apenas com a Câmara dos Deputados, e seus pares do Senado souberam delas pela imprensa.

    O texto do governo taxa em 17,5% a valorização de ativos digitais, como criptomoedas. O relator ainda estabeleceu um programa temporário para regularização de ativos virtuais de origem lícita, mas declarados com incorreções ou que não foram informados à Receita Federal. Quem aderir pagaria um imposto inicial menor sobre os ganhos com esses bens.

    O parecer aprovado ainda mantém isentas de Imposto de Renda as LHs (Letras Hipotecárias), LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCDs (Letras de Crédito do Desenvolvimento). Também ficarão isentos CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e debêntures incentivadas, que o relator já tinha desistido de tributar na primeira versão do parecer.

    Zarattini também abriu mão das mudanças que o governo queria fazer nos FII (Fundos de Investimento Imobiliário) e no Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais). De acordo com o parecer, esses fundos continuarão com regras mais próximas das atuais e manterão a isenção sobre os rendimentos relativos a imóveis.

    Já o aumento da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) sobre as fintechs (prestadoras de serviços financeiros digitais, que atuam como bancos) de 9% para 15% foi mantido pelo relator. A ideia do governo é aproximar o tributo do pago pelos bancos, que é de 20%. No entanto, Zarattini retirou a possibilidade de que o Banco Central inclua novos tipos de instituições nessa alíquota.

    Associações de fintechs criticaram o texto, que pode obrigar algumas empresas a rever a gratuidade de determinados serviços e reduzir a competição no setor.
    O parecer também manteve as regras mais rígidas para que contribuintes possam usar créditos tributários para compensar impostos a pagar à Receita Federal, medida que, sozinha, pode render R$ 10 bilhões neste ano e outros R$ 10 bilhões no ano que vem.

    Na noite de segunda-feira (6), Haddad já havia se reunido com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes dos partidos da base aliada para tentar negociar o texto, mas não conseguiu convencer as legendas de centro a endossar a MP, o que acabou se refletindo na votação apertada na comissão .

    A medida foi publicada pelo governo em junho para compensar a perda de arrecadação do Executivo com o recuo parcial no decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que sofreu forte oposição do Congresso.

    Além das medidas de arrecadação, o texto também previa ajustes em determinadas despesas, como o seguro-defeso, pago a pescadores artesanais no período em que a atividade é proibida. Essas medidas também foram flexibilizadas. Zarattini retirou, por exemplo, a exigência de Cadastro de Identidade Nacional para habilitar o pescador ao benefício e a exigência de geolocalização.

    Comissão aprova MP de aumento de impostos para compensar recuo do IOF

  • Eduardo Bolsonaro critica decisão de Moraes que aciona PGR sobre prisão

    Eduardo Bolsonaro critica decisão de Moraes que aciona PGR sobre prisão

    Após Alexandre de Moraes dar cinco dias para a PGR avaliar pedido de prisão contra ele, Eduardo Bolsonaro afirmou que o Supremo quer impedir a presença de um membro da família nas urnas. O deputado, que vive nos EUA, é acusado por PT e PSOL de coação e interferência política

    O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira (6) que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenta impedir que um membro de sua família dispute as eleições presidenciais de 2026. A declaração foi feita nas redes sociais, em inglês, após o ministro Alexandre de Moraes determinar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) avalie, em até cinco dias, um pedido de prisão contra o parlamentar.

    A solicitação foi feita por PT e PSOL, que acusam o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de ter atuado para pressionar autoridades americanas a impor sanções ao Brasil, com o objetivo de interferir no julgamento dos réus do processo sobre a tentativa de golpe de Estado de 2023 — entre eles, o próprio ex-presidente.

    Radicado nos Estados Unidos desde fevereiro, Eduardo escreveu que há perseguição política por parte do Supremo. “Depois que Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão, adivinhem quem eles querem prender agora? As eleições presidenciais brasileiras são em 2026, e o STF não quer um Bolsonaro nas urnas”, publicou o deputado.

     

    Eduardo Bolsonaro critica decisão de Moraes que aciona PGR sobre prisão

  • Barroso fala em estar 'terminando' a carreira no STF

    Barroso fala em estar 'terminando' a carreira no STF

    Barroso deixou o presidência Supremo após uma gestão que avançou em julgamentos sobre maconha, internet e o sistema prisional; nas últimas semanas, Barroso tem evitado dar previsões de quando se aposentará da corte

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Homenageado em evento em Salvador nesta segunda-feira (6), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que estava encerrando a sua carreira no STF (Supremo Tribunal Federal).

    A declaração foi dada pouco depois de, ao ser questionado pela imprensa, dizer que ainda está avaliando a possibilidade de deixar a corte.

    Barroso discursou em um evento do Consepre (Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça), no fórum Ruy Barbosa, na capital baiana.

    Durante a sua fala, disse que aquele era um momento muito especial e de alegria. “Eu comecei a minha carreira no Supremo aqui [na Bahia], e de certa forma estou terminando a minha carreira no Supremo aqui também”, afirmou.

    “A vida é feita de muitos ciclos e a gente deve saber bem a hora de entrar e a hora de sair”, acrescentou Barroso, que foi sucedido na presidência do STF pelo ministro Edson Fachin.

    Em 2013, quando foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para a vaga no Supremo, Barroso viajou para Salvador para participar de um Congresso.

    Questionado nesta segunda por jornalistas sobre uma possível aposentadoria, Barroso também falou sobre ciclos, e disse que está “avaliando isso da melhor maneira possível”.

    Após o discurso, ele disse a interlocutores que a fala se referia à presidência do Supremo, e não ao seu período como ministro.

    Nas últimas semanas, Barroso tem evitado dar previsões de quando se aposentará da corte. Em uma conversa com jornalistas em 26 de setembro, disse que não estava pensando “em deixar o Supremo prontamente”.

    Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse ainda que “sair do Supremo é uma possibilidade, mas não é uma certeza” e que “verdadeiramente ainda não tomei essa decisão”.

    “Às vezes tenho a sensação de já ter cumprido o meu ciclo [no STF]. Às vezes penso que ainda poderia fazer mais coisas. Estou falando da forma mais franca possível, do fundo do meu coração”, disse na entrevista.

    Barroso deixou o Supremo após uma gestão que avançou em julgamentos sobre maconha, internet e o sistema prisional, mas também reforçou antigas características, como os altos rendimentos da magistratura e a proximidade com políticos. Ele presidiu o tribunal entre 2023 e 2025.

    Fachin assumiu a presidência do STF no último dia 29, e tem um mandato previsto para durar até 2027.

    Barroso fala em estar 'terminando' a carreira no STF

  • Lista Suja do trabalho escravo é atualizada e tem 159 empregadores

    Lista Suja do trabalho escravo é atualizada e tem 159 empregadores

    Na lista, constam 101 de pessoas físicas e 58 de pessoas jurídicas; os estados com o maior número de infrações foram Minas Gerais (33), São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12)

    O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou o cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como Lista Suja do trabalho escravo.  A lista passou a contar com 159 nomes, sendo 101 de pessoas físicas e 58 de pessoas jurídicas. De acordo com a pasta, houve aumento de 20% em comparação à lista anterior. 

    Entre 2020 e 2025, 1.530 trabalhadores foram resgatados desse tipo de situação.

    Os estados com o maior número de infrações foram Minas Gerais (33), São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12). 

    As atividades econômicas com o maior número de empregadores na lista são: criação de bovinos para corte (20 casos), serviços domésticos (15),cultivo de café (9) e a construção civil (8).

    “Do total, 16% das inclusões estão relacionadas a atividades econômicas do meio urbano”, informa o ministério.

    A Lista Suja é publicada semestralmente e tem como “objetivo dar transparência aos resultados das ações fiscais de combate ao trabalho escravo”.

    DenúnciasA denúncia de trabalho análogo à escravidão pode ser feita pelo Sistema Ipê, plataforma exclusiva para o recebimento. A denúncia pode ser feita pela internet e de forma sigilosa. 

    Lista Suja do trabalho escravo é atualizada e tem 159 empregadores

  • “Estamos muito otimistas”, diz Alckmin após conversa de Lula e Trump

    “Estamos muito otimistas”, diz Alckmin após conversa de Lula e Trump

    Em ligação telefônica feita por Donald Trump, Lula pediu o fim das tarifas e sanções contra autoridades do Brasil; com a presença de ministros, a conversa durou cerca de 30 minutos

    O vice-presidente Geraldo Alckmin qualificou a conversa de 30 minutos entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, nesta segunda (6), como “muito positiva”.

    “Estamos muito otimistas que a gente vai avançar. O presidente Lula destacou a disposição do Brasil para o diálogo e para a negociação”, afirmou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

    Aos jornalistas, Alckmin disse que o governo considerou a conversa “melhor até do que esperávamos”. Para ele, o diálogo renderá desdobramentos. Ele ratificou que Lula e Trump trocaram os números de telefones pessoais e que o norte-americano designou o secretário de Estado, Marco Rubio como o interlocutor.  

    Ganha-ganha

    Em relação às tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre as exportações de produtos brasileiros, Alckmin entende que a conversa renderá próximos passos, mas disse que é necessário “aguardar”.

    Na conversa, segundo Alckmin, Lula disse que as sanções contra autoridades brasileiras não são justas e que o tema deveria ser rediscutido. “Nós somos muito otimistas que vamos avançar para o ganha-ganha, nessa relação com investimentos recíprocos e equacionamento da questão tarifária”, acrescentou. 

    Alckmin disse que não está agendada uma nova reunião entre os representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos.

     

    “Estamos muito otimistas”, diz Alckmin após conversa de Lula e Trump

  • Exportações para os Estados Unidos caem 20,3% após tarifaço

    Exportações para os Estados Unidos caem 20,3% após tarifaço

    No acumulado de 2025, o Brasil exportou US$ 29,213 bilhões para os Estados Unidos, queda de apenas 0,6% em relação aos nove primeiros meses do ano passado; novos mercados, no entanto, garantem recorde nas vendas externas

    No segundo mês do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, as exportações do Brasil para os Estados Unidos recuaram 20,3%, em setembro, na comparação com igual período do ano passado, divulgou nesta segunda-feira (6) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). No entanto, o crescimento das vendas para outros mercados garantiu recorde nas vendas externas brasileiras.

    No mês passado, o país vendeu US$ 2,58 bilhões ao mercado estadunidense, contra US$ 3,23 bilhões no mesmo período de 2024. As importações dos Estados Unidos, em contrapartida, subiram 14,3%, de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 na mesma comparação.

    O aumento das importações, combinado com o recuo nas exportações, fez o saldo da balança comercial do Brasil com os Estados Unidos ficar negativo em US$ 1,77 bilhão no mês passado, o nono déficit comercial seguido com o país e o maior registrado neste ano. 

    No acumulado de 2025, o Brasil exportou US$ 29,213 bilhões para os Estados Unidos, queda de apenas 0,6% em relação aos nove primeiros meses do ano passado. As importações somaram US$ 34,315 bilhões, alta de 11,8%, fazendo o déficit comercial subir para US$ 5,102 bilhões em 2025.No mesmo período do ano passado, o Brasil acumulava déficit de US$ 1,317 bilhão com os Estados Unidos. O déficit comercial é desfavorável para o Brasil, mas favorável para os Estados Unidos. Antes de o governo de Donald Trump impor a tarifa de 50% sobre vários produtos brasileiros, o Brasil registrava déficit com o mercado estadunidense.

    Novos mercados

    A queda nas exportações para os Estados Unidos não se refletiu no resultado total da balança comercial. Isso porque as exportações para outros parceiros cresceram, com destaque para a Ásia. As exportações para Singapura subiram 133,1% US$ 500 milhões em relação a setembro do ano passado.

    Para a Índia, aumentaram 124,1% (US$ 400 milhões). Outros destaques foram Bangladesh (+80,6% ou US$ 100 milhões); Filipinas (+60,4% ou US$ 100 milhões); e China (+14,9% ou US$ 1,1 bilhão).

    Para a América do Sul, as vendas brasileiras cresceram 29,3%, impulsionadas pela Argentina, país para o qual as exportações aumentaram 24,9% de setembro do ano passado a setembro deste ano. No mesmo período, as vendas para a União Europeia aumentaram 2%.

    No mês passado, o Brasil exportou US$ 30,54 bilhões, valor recorde para o mês, com crescimento de 7,2% em relação a setembro de 2024. O superávit da balança comercial, no entanto, encolheu 41,1%, ficando em US$ 2,99 bilhões, por causa da compra de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões de Singapura.

    Exportações para os Estados Unidos caem 20,3% após tarifaço