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  • Ofensiva de Trump desafia Fachin no STF após tensão no comando do TSE com ataques de Bolsonaro

    Ofensiva de Trump desafia Fachin no STF após tensão no comando do TSE com ataques de Bolsonaro

    Edson Fachin assume a presidência do STF em meio a tensões inéditas com os Estados Unidos, que aplicaram sanções a ministros da corte. Mais discreto que Barroso, ele terá de lidar com desafios internacionais e ataques persistentes do bolsonarismo

    (CBS NEWS) – Pela segunda vez, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso e Edson Fachin se sucedem no comando de um órgão em um momento de alta tensão e marcado por ataques ao Judiciário.

    Em 2022, a ameaça era interna. Fachin assumia a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) num momento em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) mais uma vez subia o tom de contestação às urnas e à Justiça Eleitoral -e quando a participação dos militares em comissão do tribunal ganhava contornos preocupantes, alinhada aos interesses do então mandatário.

    Passados mais de três anos, o ministro volta a receber o bastão de Barroso nesta segunda-feira (29). Desta vez, porém, para assumir a presidência do Supremo. Se antes o foco de preocupação vinha do próprio presidente da República, que já ameaçava não aceitar o resultado da eleição, agora ela vem de fora.

    Fachin assume a corte diante de uma desafiadora e inédita campanha de punições a ministros do STF por parte de uma potência estrangeira.

    Além de ter aplicado tarifas de 50% ao Brasil, citando como uma das justificativas o julgamento de Bolsonaro, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já cancelou vistos da maioria dos magistrados do Supremo e aplicou a Lei Magnitsky -sanção destinada a torturadores e violadores de direitos humanos- ao ministro Alexandre de Moraes. Na semana passada, a punição foi estendida até mesmo à esposa do magistrado.

    Alguns dias após o tarifaço, aplicado em julho, o ministro Barroso publicou uma manifestação no site do tribunal dizendo que cabia ao Executivo a resposta política imediata, mas que, enquanto chefe do Judiciário, cabia a ele fazer uma reconstituição dos fatos.

    Segundo o ministro, as sanções eram fundadas “em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos”. Além de outras manifestações do presidente da corte negando, por exemplo, que haveria uma caça às bruxas contra Bolsonaro, duas notas institucionais da corte foram publicadas a respeito das punições.

    Apesar de ter um perfil mais contido e reservado que a maioria dos seus pares, Fachin não deixou de condenar a postura dos EUA.

    “Eu entendo que punir um juiz por decisões que tenha tomado é um péssimo exemplo de interferência indevida. Ainda mais quando isso advém de um país estrangeiro”, afirmou em palestra no mês passado, ao mesmo tempo em que falou também da importância da autocontenção do Judiciário.

    Ana Cláudia Santano, que é coordenadora da Transparência Eleitoral Brasil e acompanhou de perto os desafios da eleição de 2022, representando a sociedade civil no comitê de transparência criado pelo TSE, ressalta que o cenário agora é outro. “É um momento desafiador muito mais complexo justamente porque esses conflitos não são internos, eles são internacionais”, diz ela, apontando a imprevisibilidade de Trump como complicador.

    A professora de direito avalia ainda que a situação sobre como responder às sanções traz um dilema. Ela pondera, por exemplo, que é preciso que a corte tenha muito cuidado ao publicar notas sobre as sanções tanto para não adentrar competências da diplomacia brasileira quanto para que não se adiante juízo sobre processos.

    Se já é uma incógnita como o tópico Trump se desenrolará -e se o pior já passou-, ao longo de seu mandato, Fachin deve enfrentar outros momentos desafiadores e turbulentos.

    Passado o julgamento do ex-presidente, o bolsonarismo promete seguir com a bandeira anti-STF e a defesa de uma anistia ampla. O resultado da próxima eleição pode aumentar ou diminuir a temperatura do cenário deflagrado. Sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, já há mais de uma ação na corte discutindo a constitucionalidade da regra atual sobre impeachment de ministros.

    E, apesar de a PEC da Blindagem ter sido enterrada, não deixa de existir o fantasma de que propostas restringindo os poderes do Supremo avancem no Congresso -insatisfeito com ações envolvendo emendas parlamentares.

    Na avaliação de Ana Laura Pereira Barbosa, professora de direito da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), será positivo se Fachin encampar reformas do processo decisório da corte, para fortalecê-la. “Seria uma forma por meio da qual o tribunal poderia se proteger ainda mais de ataques e reforçar a sua independência, imparcialidade e competência para arbitrar as questões constitucionais”, diz ela.

    Além de destacar a personalidade mais discreta de Fachin como aspecto positivo para a construção da imagem da corte como órgão colegiado, Ana Laura acredita que, passado o grosso das ações do 8 de Janeiro e o julgamento de Bolsonaro, o ministro terá maior potencial de ação que Barroso com a pauta da corte.

    Em 2022, quando esteve à frente do TSE, em que tinha também função administrativa, Fachin manteve posição firme em meio à tensão gerada por Bolsonaro.

    Além de ter acumulado declarações fortes em defesa da Justiça Eleitoral e do pleito, o ministro atuou para melhor estruturar equipe do tribunal que lidava com desinformação eleitoral e para informar e preparar a comunidade internacional quanto ao que se passava no Brasil.

    Buscou ainda, diante da escalada de questionamentos das Forças Armadas dando munição à campanha contra as urnas empreendida pelo então presidente, isolar tais ações. Além de ter negado a implementação de sugestões dos militares ou pedidos para reuniões particulares, fora da comissão que tinha sido criada pelo ministro Barroso, Fachin chegou a afirmar, por exemplo, que quem “trata de eleição são forças desarmadas” e que não havia “poder moderador para intervir na Justiça Eleitoral.

    “Para remover a Justiça Eleitoral de suas funções terão que antes remover este presidente da sua presidência. Diálogo sim, joelhos dobrados, jamais”, disse em evento à época dos ataques do ex-presidente.

    Ofensiva de Trump desafia Fachin no STF após tensão no comando do TSE com ataques de Bolsonaro

  • STF tem maioria para manter prisão de Careca do INSS e empresário Maurício Camisotti

    STF tem maioria para manter prisão de Careca do INSS e empresário Maurício Camisotti

    Foram favoráveis à prisão preventiva os ministros André Mendonça, Edson Fachin e Nunes Marques. Gilmar Mendes se declarou impedido de julgar o caso; resta o voto de Dias Toffoli.

    CÉZAR FEITOZA
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria neste domingo (28) para manter presos o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, envolvidos no escândalo dos descontos indevidos do INSS.

    Foram favoráveis à prisão preventiva os ministros André Mendonça, Edson Fachin e Nunes Marques. Gilmar Mendes se declarou impedido de julgar o caso; resta o voto de Dias Toffoli.
    O julgamento ocorre no plenário virtual do STF, com término previsto para a próxima sexta-feira (3).

    A prisão foi solicitada pela Polícia Federal sob o argumento de que a dupla tentava frustrar as investigações sobre os desvios de recursos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com acesso a informações sigilosas das operações e “intensa movimentação de ativos financeiros com vistas à ocultação do patrimônio”.

    Os investigadores também apontaram risco de fuga do país como fundamento para a prisão preventiva do empresário e do Careca do INSS.

    Segundo o ministro André Mendonça, a Polícia Federal demonstrou, de modo “robusto e consistente, o caráter urgente e imprescindível [da prisão preventiva]”.

    Antunes é apontado como peça central de um esquema de descontos irregulares em aposentadorias junto com Camisotti, que supostamente seria sócio oculto de uma das entidades beneficiadas pelos descontos irregulares.

    Apontado em investigação como “epicentro da corrupção ativa” e lobista profundamente envolvido no “esquema de descontos ilegais de aposentadorias”, Antunes recebeu R$ 53,58 milhões de entidades associativas e de intermediárias, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

    Segundo relatório de investigadores, o pagamento ocorreu por meio de empresas de Antunes, que teria repassado R$ 9,32 milhões a servidores e companhias ligadas à cúpula do INSS.

    Empresas de Antunes teriam feito repasses de R$ 6,8 milhões para firmas de altos funcionários do INSS também investigados, segundo depoimento de Rubens Oliveira, apontado como um intermediário do esquema.

    Como a Folha mostrou, Antunes comprou salas comerciais e pagou R$ 700 mil com Pix. Também deixou de registrar imóveis comprados por meio de uma empresa offshore.

    Na semana passada, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga descontos irregulares, ele negou que tenha tentado obstruir investigações sobre as fraudes, motivo que teria levado à sua prisão preventiva.

    Antunes declarou que prestava serviços a entidades investigadas, mas que não era ele quem prospectava clientes ou programa descontos em benefícios. “Não sou responsável, nunca fui, não tenho expertise para esse lado da bandidagem”, afirmou.

    “Jamais fui responsável pelo recrutamento de associados, tampouco exerci qualquer ingerência sobre a inserção de dados no sistema do INSS. Todos os serviços contratados pelas associações tinham como destinatário final o próprio associado aposentado, beneficiário direto das atividades desempenhadas”, disse ele.

    A CPI do INSS tem nova sessão na segunda-feira (29) para ouvir outros dois investigados pelas fraudes no sistema previdenciário. Um deles é Fernando Cavalcanti, sócio do advogado Nelson Wilians, e o outro é Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).

    STF tem maioria para manter prisão de Careca do INSS e empresário Maurício Camisotti

  • Influenciado por Aldo Rebelo e Kim Paim, Eduardo Bolsonaro elogia Getúlio, JK e Jango

    Influenciado por Aldo Rebelo e Kim Paim, Eduardo Bolsonaro elogia Getúlio, JK e Jango

    A publicação de 1º de junho exalta o nacionalismo, conclama a “reencontrar o verdadeiro espírito brasileiro” e tem um trecho em que Eduardo elogia três símbolos brasileiros dessa corrente, os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, o Jango, deposto pelos militares no golpe de 64.

    FABIO VICTOR
    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Pouco mais de um mês antes de Donald Trump anunciar guerra tarifária contra o Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo que, de tão impressionante, parece falso, mas cujo conteúdo saiu mesmo da boca do caçula do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    A publicação de 1º de junho exalta o nacionalismo, conclama a “reencontrar o verdadeiro espírito brasileiro” e tem um trecho em que Eduardo elogia três símbolos brasileiros dessa corrente, os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, o Jango, deposto pelos militares no golpe de 64.

    “Se queremos nos reencontrar enquanto nação”, diz o deputado, “nós temos que enxergar as figuras históricas do Brasil com um olhar nacional e não partidário”. Vêm então os elogios aos ex-presidentes, todos identificados com o nacional-desenvolvimentismo.

    Getúlio foi por anos ditador numa aliança com militares e conservadores e depois se tornou o principal líder trabalhista do país, mesma extração de Jango. JK, eleito pelo centrista PSD, também teve uma trajetória muito mais à esquerda que o direitista radical Bolsonaro e seus filhos.

    “Getúlio Vargas, por exemplo, liderou um governo que não teve as liberdades plenas, é verdade, mas é inegável também que houve avanços na nossa indústria, a intenção de valorizar o trabalhador e também investimentos em infraestrutura. Fechar os olhos para isso seria infantil”, afirma o filho 03 do ex-presidente, num discurso aparentemente ensaiado e lido em teleprompter.

    “O mesmo vale para Juscelino Kubitschek. Podemos debater os custos e os efeitos econômicos do seu governo. Mas é inegável, houve ali um projeto de integração do país, de otimismo, de progresso. Foram 50 anos em 5. Isso daí marcou o imaginário do Brasil por décadas.”

    O elogio a Jango é o menos empolgado, mas não deixa de ser surpreendente. “Não é diferente com o João Goulart. Podemos concordar ou discordar das suas propostas, eu certamente não sou um fã dele. Mas é injusto negar que muitas delas nasciam com a intenção de dar respostas a anseios populares.”

    Então se dá outra pérola do discurso: “Assim como falar do período militar: não dá pra dizer que tudo ali foi trevas”. A opinião histórica da família Bolsonaro sobre a ditadura jamais mencionou trevas, pois é o oposto disso. Pai e filhos sempre rejeitaram as evidências quanto às barbaridades cometidas pelos governos militares, classificando o período como uma época de ouro do país.

    “Até houve autoritarismo”, concede o deputado, “mas ali existiram investimentos em infraestrutura que sustentam o Brasil até hoje. E é papel de uma nação madura olhar pro passado e conseguir perceber tudo aquilo que deu certo, tudo aquilo que foi positivo na nossa história”.

    Eduardo faz uma pregação que soa delirante diante das atitudes bélicas que marcam a trajetória dele e de seu pai, e é mais estapafúrdia ainda pelo contraste com sua incitação a Trump para retaliar o governo federal e o STF (Supremo Tribunal Federal) por causa do julgamento de Bolsonaro na corte.

    “Negar as virtudes de qualquer período da nossa história é negar a nós mesmos. Não há união nacional possível se cada um dos lados quiser apagar o outro. O Brasil precisa de reconciliação, não de ressentimento”, monologa.

    E engrena um discurso de candidato. “Eu me apresento como alguém disposto a ajudar o país a se reencontrar, […] a levantar a cabeça e acreditar em si mesmo. Quero me reencontrar com o espírito brasileiro, com a coragem de quem construiu esse país em meio a tanta adversidade. […] E quero caminhar lado a lado com todos que também acreditam nisso.”

    Conforme mostrou reportagem da Folha de S. Paulo, Eduardo está disposto a se lançar candidato à Presidência em 2026 mesmo sem o apoio do pai –isso caso até lá não seja preso ou impedido pela Justiça. Para líderes do centrão, seria uma estratégia para herdar os votos de Jair, mesmo que o ex-presidente apoie o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    O discurso do vídeo de junho parece ser um cartão de visitas nesse sentido, ainda que o insólito rumo indicado ali imponha uma questão: como foi possível essa guinada?

    Dias antes de Eduardo publicar o vídeo, o ex-ministro Aldo Rebelo (governos Lula 2 e Dilma, integrante histórico da esquerda que nos últimos anos se aproximou do velho colega de Câmara Jair Bolsonaro e do bolsonarismo de modo mais amplo) participou de uma live do canal Estúdio 5º Elemento -Eduardo também já havia ido em outras oportunidades.

    Um dos motes da conversa era “Soberania traída? Direita sem povo e governo a serviço dos bancos: o Brasil tem saída?”.

    “Procurei fazer uma ponte do nacionalismo com os liberais, mostrando que Getúlio fez uma revolução com a chamada Aliança Liberal, que liberalismo e nacionalismo juntos não são estranhos no Brasil”, resume Aldo.

    Também participou da live o youtuber Kim Paim, ligado a setores bolsonarismo. O tema do vídeo de Eduardo, relata Paim, permeou conversas anteriores entre ele, integrantes do 5º Elemento e o filho de Bolsonaro.

    “[Nós dissemos:] E se a história do Brasil não for realmente como contam? E fomos mandando material. E se o Vargas não for o grande vilão? Quem venceu essa batalha ao final foi a turma do centrão que está aí até hoje. O Eduardo começou a se questionar. Outra vez falei pra ele: você já parou pra ler o discurso do Jango do 13 de março? [em comício na Central do Brasil, apontado como estímulo para o golpe] Será que o Jango realmente falou que ia dar um golpe?”, conta Paim, que rejeita a pecha de bolsonarista.

    “As pessoas me veem como passador de pano do Bolsonaro, mas me acho uma das pessoas mais distantes do bolsonarismo mainstream. Sou crítico do lava-jatismo antes de ser moda. Gosto do Jair. Em questões morais, me considero conservador. Nas econômicas, tenho simpatia pelo nacional-desenvolvimentismo.”

    Paim, que diz ter adorado o vídeo de Eduardo, considera ser possível uma aliança com setores tidos como adversários, porque “nem todo mundo na esquerda tem a mesma agenda”. “Já falei com o próprio Eduardo e com o Aldo. [Disse]: Aldo, o que vocês na esquerda cresceram chamando de imperialismo, essa direita que tem aí chama de globalismo. No frigir dos ovos é a mesma coisa. Já para Eduardo eu falo: o que tu aprendeu como globalismo a esquerda chama de imperialismo. Tem que conversar.”

    O youtuber defende que Eduardo se lance candidato a presidente “só por se lançar”. “Ganhar ou perder, tanto faz. Hoje eu não acho que tem solução a partir de 2026. Eu colocaria meu barquinho na água pra montar um grupo verdadeiramente coeso.”

    Quanto à contradição de Eduardo em adotar um discurso nacionalista e atuar junto aos EUA contra o Brasil, ele afirma que, “daqui a cinco anos, talvez ele nem precisa explicar. [Poderá dizer que] fez o que tinha que ser feito porque era um filho tentando proteger o pai. […] Uma guinada nacionalista não vem do dia pra noite. É um processo, uma luta”.

    Paim arremata com o recado que passou a Eduardo e outros bolsonaristas: “Vocês têm voto, mas não têm um projeto de país. Tem que trazer para perto quem tem [um projeto]. Se sentar e organizar, a coisa vai pra frente”.

    O advogado Fabio Wajngarten, que foi secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, também fez contato com Kim Paim, ao mesmo tempo em que procurou Aldo Rebelo e outras figuras tradicionalmente alinhadas à esquerda nacionalista, como Ciro Gomes, Roberto Mangabeira Unger e Roberto Requião, em busca de uma aproximação.

    Hoje no MDB, o ex-ministro pelo PC do B considera que Paim e os integrantes do 5º Elemento convenceram Eduardo a gravar o vídeo, mas admite que suas próprias ideias estão ali. Um exemplo: Aldo está escrevendo um livro sobre Dom Pedro 1º, “Um Herói Necessário”, cuja intenção é “recuperá-lo como um dos mitos fundadores do Brasil”.

    Em lives e palestras, afirma que, se for ressaltar apenas o lado negativo, Dom Pedro será lembrado “como um mulherengo, e não como um estadista”. Paim mandou um desses vídeos para o caçula de Bolsonaro.

    Em seu próprio vídeo, Eduardo afirma: “Se olharmos apenas para o lado ruim, a gente vai reduzir um Dom Pedro 1º a um homem mulherengo. Mas ele foi muito mais do que isso. Foi um estadista que no momento de ruptura global conseguiu manter a unidade territorial de um país de dimensões continentais, onde todos falam uma só língua e se reconhecem como um só povo”.

    Aldo Rebelo chegou a enviar uma mensagem a Bolsonaro (antes de ele ser preso) brincando que cobraria direitos autorais do caçula dele. O ex-presidente respondeu com risos.

    A reportagem pediu uma entrevista a Wajngarten, mas não teve resposta. Também enviou via o ex-secretário, que costuma intermediar contatos entre os Bolsonaro e a imprensa, perguntas para Eduardo -que ficaram igualmente sem retorno.

    Influenciado por Aldo Rebelo e Kim Paim, Eduardo Bolsonaro elogia Getúlio, JK e Jango

  • Mercadante diz que BNDES vai proteger empresas prejudicadas por tarifas de Trump

    Mercadante diz que BNDES vai proteger empresas prejudicadas por tarifas de Trump

    Mercadante explicou que o banco tem uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas afetadas pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para ele, o Brasil \”entrou de gaiato na história\” das tarifas. Ele anunciou que nos próximos dias mais R$ 5 bilhões serão disponibilizados em financiamentos para as empresas.

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem como objetivo proteger as empresas afetadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, disse hoje o presidente do banco, Aloizio Mercadante, em entrevista ao programa \”Brasil do Povo\”, de José Luiz Datena na Rede TV.

    Mercadante explicou que o banco tem uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas afetadas pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para ele, o Brasil \”entrou de gaiato na história\” das tarifas. Ele anunciou que nos próximos dias mais R$ 5 bilhões serão disponibilizados em financiamentos para as empresas.

    Mercadante também disse que não sabe as razões pelas quais os Estados Unidos estão agindo assim em relação ao Brasil, mas disse entender que uma das causas dessas brigas está nas redes sociais, que \”intoxicam as relações sociais e polarizam a sociedade\”.

    Mercadante diz que BNDES vai proteger empresas prejudicadas por tarifas de Trump

  • Lula corre em público, faz provocação a Bolsonaro e fala em soberania após aceno de Trump

    Lula corre em público, faz provocação a Bolsonaro e fala em soberania após aceno de Trump

    Lula corre em público, faz provocação a Bolsonaro e fala em soberania após aceno de Trump

    CAIO SPECHOTO
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã deste domingo (28) de uma caminhada em Brasília em homenagem aos 95 anos do Ministério da Educação.

    Ao longo do trajeto, ele fez vídeos para as redes sociais falando sobre soberania, dias após o aceno do presidente dos EUA, Donald Trump.

    Ao final, o presidente do Brasil fez uma provocação a Jair Bolsonaro (PL) e disse que “nossa atividade não tem motociata, tem caminhada com educadores”, em referência a episódios durante o governo passado.

    Líder do principal grupo político de oposição da Lula, Bolsonaro costumava promover manifestações de motocicleta quando era presidente. Ele está inelegível e foi condenado a 27 anos de prisão no processo da trama golpista.

    “Essa é a caminhada da soberania educacional do Brasil”, disse o petista no vídeo gravado durante o exercício e divulgado no Instagram. De acordo com ele, é através da educação que o país será soberano para “nunca mais ninguém dar palpite sobre o Brasil”, declarou.

    Ao lado de alguns de seus ministros, o petista escolheu o trajeto de 3km, com percurso que passou em frente ao Congresso Nacional e à Praça dos Três Poderes. O evento incluía também a opção de corrida de 5km e 10km.

    Lula vestiu uma camiseta comemorativa do MEC vermelha, além de shorts e tênis claros. Durante a caminhada, chegou a acelerar os passos dando pelo menos três piques. Ele usava um boné branco com o slogan “O Brasil é dos brasileiros” escrito em azul.

    O presidente estava acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e dos ministros Camilo Santana (Educação), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda), além do presidente do PT, Edinho Silva.

    Lula acenou para apoiadores e fez brincadeiras com ministros durante o trajeto. “Vai chegar de língua para fora”, disse o presidente a um dos auxiliares. Em determinado momento, Janja ofereceu água ao petista, que ficava com o rosto mais vermelho conforme a caminhada evoluía. Silveira era o integrante do primeiro escalão do governo que mais transpirava.

    Os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, apareceram ao final da prova, quando as autoridades subiram ao pódio e Lula fez um breve discurso em frente ao Ministério da Educação. A caminhada das autoridades começou às 7h16 e terminou às 7h52, durando 36 minutos.

    A aparição pública praticando exercícios reforça o discurso que o presidente vem sustentando desde a campanha eleitoral de 2022.
    O petista, que faz 80 anos em outubro, diz que está fisicamente bem e que toma os devidos cuidados a própria saúde.

    Ele também expõe em redes sociais suas atividades ao ar livre no terreno do Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República. Nessas postagens o petista costuma aparecer observando ou interagindo com animais, cuidando de plantas ou colhendo frutas.

    Lula reforçou o discurso de soberania nacional depois de Trump anunciar um aumento de tarifas contra produtos brasileiros vendidos no mercado dos Estados Unidos e vincular a medida ao processo contra Jair Bolsonaro, em julho. O americano, à época, classificou as acusações contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.

    Na última semana, porém, Trump disse que teve uma “excelente química” em um encontro de 39 segundos com o brasileiro. Ele falou em discurso na Assembleia Geral da ONU. Trump e Lula têm posições antagonistas na política internacional.

    Lula corre em público, faz provocação a Bolsonaro e fala em soberania após aceno de Trump

  • Michelle defende candidatura de Bolsonaro e diz não querer ser presidente

    Michelle defende candidatura de Bolsonaro e diz não querer ser presidente

    Michelle ainda fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que tem sido alvo de “humilhação” por ser submetida à revista policial durante o cumprimento da prisão domiciliar de Bolsonaro.

    A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, durante um evento do PL neste sábado, 27, que não quer ser candidata a presidente da República e pediu aos correligionários que trabalhem para eleger Jair Bolsonaro para o cargo – o ex-presidente atualmente está inelegível e em prisão domiciliar.

    Michelle ainda fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que tem sido alvo de \”humilhação\” por ser submetida à revista policial durante o cumprimento da prisão domiciliar de Bolsonaro.

    A ex-primeira-dama participou de um encontro do PL Mulher em Ji-Paraná, em Rondônia.

    Em entrevista publicada na última quarta-feira, 24, concedida ao jornal britânico The Telegraph, Michelle havia admitido que poderia assumir uma candidatura caso fosse necessário para a defesa do legado de Jair Bolsonaro.

    No evento deste sábado, ela afirmou que será \”a voz\” de Bolsonaro pelo Brasil e até no exterior.

    \”Nós precisamos eleger o maior número de deputados e senadores em 2026 e vamos trabalhar pra reeleger o nosso presidente Jair Bolsonaro. Porque eu não quero ser presidente, não, eu quero ser primeira-dama. E eu sei que a restituição de nossa nação virá\”, discursou.

    Ela fez críticas à tornozeleira eletrônica aplicada a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes e reclamou da imposição de revista policial para as entradas e saídas de sua casa.

    \”Nem traficante e bandido tá tendo o tratamento que eu tô tendo hoje na minha casa. A minha filha presenciando essa humilhação, essa violação de direitos porque ela não tem culpa, e o carro dela tem que ser revistado na hora que ela sai e ela chega. Uma menina de 14 anos. O meu fusca foi revistado\”, afirmou Michelle.

    Essas restrições foram impostas por Moraes após ter decretado a prisão domiciliar de Bolsonaro, no início de agosto, diante do descumprimento das medidas cautelares anteriores.

    Michelle defende candidatura de Bolsonaro e diz não querer ser presidente

  • Fortuna de Trump quase dobra em um ano e vai a R$ 39 bi

    Fortuna de Trump quase dobra em um ano e vai a R$ 39 bi

    O crescimento foi impulsionado principalmente pelas criptomoedas, que adicionaram cerca de US$ 2 bilhões ao patrimônio de Trump após sua vitória eleitoral.

    O patrimônio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quase dobrou em apenas um ano, segundo a revista Forbes. A fortuna saltou de US$ 3,9 bilhões, em 2024, para US$ 7,3 bilhões (cerca de R$ 39 bilhões) em 2025, uma valorização de 87%.

    O crescimento foi impulsionado principalmente pelas criptomoedas, que adicionaram cerca de US$ 2 bilhões ao patrimônio de Trump após sua vitória eleitoral. O presidente também ganhou US$ 500 milhões ao reverter uma condenação por fraude em Nova York e viu seus negócios de licenciamento, antes estagnados, crescerem US$ 400 milhões com empreendedores estrangeiros disputando contratos com sua marca.

    Segundo a Forbes, o aumento em 2025 foi o maior da história do republicano, cuja fortuna passou por altos e baixos ao longo das décadas.

    Divisão da fortuna
    As criptomoedas e ativos líquidos somam US$ 2,4 bilhões. Entre eles estão US$ 709 milhões em memecoins lançadas antes da posse e US$ 338 milhões em tokens da World Liberty Financial (WLF), projeto da família Trump. A stablecoin criada pelo WLF, atrelada ao dólar, rendeu US$ 235 milhões, enquanto uma participação na empresa Alt5 trouxe mais US$ 12 milhões.

    A Truth Social, rede social de Trump, vale US$ 2 bilhões, apesar de prejuízo líquido de US$ 401 milhões em 2024 e queda de 12% na receita. Investidores simpatizantes do presidente mantêm as ações valorizadas, segundo a revista.

    Trump também tem US$ 1,3 bilhão em clubes de golfe e resorts. O Mar-a-Lago, na Flórida, sozinho vale US$ 490 milhões, enquanto o Trump National Doral Miami recuperou a clientela após a pandemia e dobrou lucros. Na Europa, três campos de golfe valem US$ 118 milhões.

    Seus investimentos imobiliários somam US$ 1,2 bilhão, incluindo participação em prédios icônicos como a Trump Tower, o 555 California Street, em São Francisco, e o 1290 Avenue of the Americas, em Nova York.

    Outros US$ 501 milhões vêm do licenciamento da marca Trump, além de aeronaves, pensões e empréstimos para familiares. Segundo a Forbes, com mais anos de mandato pela frente, a expectativa é que a fortuna do presidente cresça ainda mais.

    Fortuna de Trump quase dobra em um ano e vai a R$ 39 bi

  • Lula tem vitórias na ONU, mas governo modera otimismo diante de Trump imprevisível

    Lula tem vitórias na ONU, mas governo modera otimismo diante de Trump imprevisível

    O balanço dos quatro dias de Lula em Nova York, segundo aliados, é considerado positivo por diferentes razões.

    JULIA CHAIB E RICARDO DELLA COLETTA
    NOVA YORK, EUA, E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou da Assembleia-Geral da ONU com o trunfo de uma promessa de reunião futura com Donald Trump, que pode lançar as bases de negociação sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.

    O balanço dos quatro dias de Lula em Nova York, segundo aliados, é considerado positivo por diferentes razões.

    Primeiro, a breve interação com Trump nos bastidores da ONU sinalizou que o governo brasileiro e representantes do setor empresarial conseguiram acessar figuras-chave do alto escalão americano, rompendo o bloqueio articulado pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e pelo apresentador Paulo Figueiredo, que buscavam evitar esse tipo de contato.

    Com isso, Lula se posicionou como um líder que não cedeu a pressões, manteve um discurso de soberania e, ainda assim, abriu caminho para um diálogo com o presidente dos Estados Unidos.

    Um possível entendimento na área tarifária também é apontado como fator que aprofundou divisões na direita brasileira e contribuiu para o sinal de desânimo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação a uma eventual candidatura presidencial em 2026.

    Além disso, a passagem de Lula por Nova York não foi marcada por episódios diplomáticos negativos repercutidos pela imprensa ou nas redes sociais –bem diferente do que ocorreu durante viagem à China, em maio, quando veio à tona que a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, havia feito críticas ao TikTok durante um encontro com o dirigente Xi Jinping. O episódio acabou sendo o fato político de maior repercussão da visita.

    Lula e Trump conversaram por menos de um minuto nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU. O encontro aconteceu logo após o discurso do petista –recheado de críticas a políticas defendidas por Trump– e antes de o republicano iniciar sua fala.
    A possibilidade de diálogo vinha sendo construída havia meses, por meio de contatos discretos entre os dois governos e da atuação de empresários brasileiros e americanos.

    Ainda assim, a forma como Trump se referiu a Lula surpreendeu até os auxiliares mais otimistas do presidente brasileiro. O republicano chegou a dizer que teve “excelente química” com Lula.
    “Ele pareceu um homem muito bom. Ele gostou de mim, eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto”, declarou Trump na plenária da ONU.

    Lula, por sua vez, disse numa entrevista coletiva acreditar que Trump havia sido mal informado sobre o Brasil. “Quando ele tiver as informações corretas, pode mudar de posição”, avaliou.

    Diplomatas brasileiros ouvidos pela reportagem relatam que uma ala da atual administração americana acreditava que sanções e tarifas contra o Brasil pudessem reabilitar politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou até mesmo levar à destituição do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
    Segundo esses interlocutores, a Casa Branca ajustou sua postura à medida que integrantes do governo Trump concluíram que tais objetivos dificilmente seriam atingidos.

    Já bolsonaristas com acesso a representantes do governo Trump afirmam que os atores que articularam sanções ao Brasil não mudaram de posição e continuarão levando ao presidente americano a leitura de que há uma série de abusos no Brasil por parte de Moraes e com o apoio do governo Lula.

    Apesar da avaliação positiva da viagem, auxiliares de Lula afirmam que o momento exige cautela, sobretudo devido à imprevisibilidade do presidente americano.

    Nesse contexto, uma eventual reunião entre Lula e Trump deverá ser cuidadosamente planejada, a fim de evitar armadilhas semelhantes às enfrentadas pelos presidentes Volodimir Zelenski, da Ucrânia, e Cyril Ramaphosa, da África do Sul –ambos submetidos a audiências consideradas constrangedoras no Salão Oval.

    Por essa razão, assessores do presidente brasileiro trabalham com a perspectiva de uma aproximação gradual.

    A primeira etapa seria uma ligação telefônica entre os dois líderes nos próximos dias, permitindo que suas equipes mantenham contato com mais liberdade –até agora, os diálogos entre enviados dos dois governos têm ocorrido sob sigilo.

    Seguindo essa estratégia de aproximação progressiva, um encontro presencial poderia acontecer em um terceiro país. A opção mais provável, neste momento, é a Malásia, sede da próxima cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que ocorrerá de 26 a 28 de outubro.

    Lula tem vitórias na ONU, mas governo modera otimismo diante de Trump imprevisível

  • Advogado de Heleno negocia novos clientes por Instagram após virar meme em julgamento

    Advogado de Heleno negocia novos clientes por Instagram após virar meme em julgamento

    “Tem umas pessoas que entram em contato comigo pelo Instagram do escritório: ‘É possível absolver de crime leve de Maria da Penha?’”, disse Milanez em entrevista à Folha. Prospectando o cliente, ele perguntou: “O que é um crime leve de Maria da Penha?”.

    CÉZAR FEITOZA E ANA POMPEU
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Matheus Milanez, 33, era o advogado mais jovem entre todas as defesas dos condenados do núcleo central da trama golpista. Agora, lida com uma caixa de mensagens no Instagram cheia de potenciais clientes, que enviam mensagens com os casos mais diversos pedindo conselhos.

    “Tem umas pessoas que entram em contato comigo pelo Instagram do escritório: ‘É possível absolver de crime leve de Maria da Penha?’”, disse Milanez em entrevista à Folha. Prospectando o cliente, ele perguntou: “O que é um crime leve de Maria da Penha?”.

    Milanez conta também receber mensagens sobre casos complexos. Um fazendeiro do Norte acusado de torturar e matar pessoas que invadiram sua terra; outro suspeito de ocultar cadáveres. Todos relatando seus casos pelo Instagram.

    “A minha secretária, coitada, ela encaminha, a gente faz análise, marca uma reunião […]. A gente não tem muito filtro de qual caso pegar. A gente faz uma análise do caso e vê viabilidade.”

    As redes sociais de Milanez estouraram após o advogado virar meme e confrontar o ministro Alexandre de Moraes na defesa do ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno durante o julgamento da tentativa de golpe de Estado.

    Ele viu seu perfil na plataforma saltar de cerca de 2.000 seguidores no início do processo para mais de 60 mil após a conclusão do julgamento. O salto ocorreu em duas etapas.

    A primeira foi mais tímida. Milanez ganhou 5.000 seguidores depois de seu pedido a Moraes para encerrar a sessão de interrogatório dos réus para ele “minimamente jantar” viralizar. A audiência havia começado às 9h e já passava das 20h quando ele abordou o tema.

    “São 20h, a audiência amanhã é às 9h, e nós viemos em um carro só. Ainda preciso levar o general para casa, e eu mesmo preciso ir para a minha. Eu minimamente quero jantar. Excelência, eu só tomei café da manhã hoje, quase nada mais”, disse Milanez.

    Moraes negou o pedido e disse que seria melhor terminar as audiências o quanto antes. “O senhor ainda tem quarta-feira para tomar um belo brunch, quinta é o jantar do Dia dos Namorados e sexta é dia de Santo Antônio –quem sabe o senhor comemora também numa quermesse?”, ironizou Moraes.

    Milanez diz que levou uma bronca da sua noiva, a nutricionista Gabriella Cesar, por não ter aproveitado o momento de fama para impulsionar suas redes. “Eu nunca fui muito bom de rede social. Rede social para mim era meme e figurinha.”

    A outra oportunidade se deu após a sustentação oral de Milanez no julgamento da ação penal. Ao defender Heleno, o advogado questionou a postura de Alexandre de Moraes no processo e fez a principal crítica ao ministro.

    Os recortes de sua fala viralizaram. Milanez viu o movimento e passou a publicar vídeos falando sobre os detalhes do julgamento todos os dias. O perfil saltou de 7.200 seguidores para 61.300 em quatro dias.

    “Eu acho que falo com uma linguagem mais simples. A grande maioria do meu público não é do direito. Eu vejo que são pessoas em geral, assim, população lato sensu que querem entender um pouco mais [sobre o processo] ou gostaram da minha postura no julgamento”, disse.

    A popularidade trouxe novos seguidores e potenciais clientes pelo Instagram, mas também atraiu haters e críticos. Ele viu em muitos memes na internet uma tentativa de desmoralizá-lo.

    “Tem duas formas de lidar com a situação: ou você se irrita, ou você surfa na brincadeira. Eu decidi surfar na brincadeira tranquilamente. Eu falo que hoje eu adoro, porque todo lugar que eu vou falar, eu vou dar aula, as pessoas comentam: ‘Ó, fica tranquilo que qualquer coisa eu trago um lanche para o senhor’.”

    Milanez também contou por que esperava que Moraes concordasse com o pedido de antecipar o fim do interrogatório dos réus para “minimamente jantar”.

    “Eu era estagiário na época da [operação] Greenfield, o Vallisney [de Souza Oliveira] era o juiz titular da 10ª Vara Federal de Brasília. Era audiência o dia inteiro: começava às 8h, parava para o almoço ao meio-dia e ia até umas 20h”, conta.

    “O juiz mesmo falava: ‘como está tarde da noite, amanhã a gente pode começar à tarde?’. Às vezes o advogado falava para terminar mais cedo. Então, [os juízes] dão essa maleabilidade, não existe razão para a pressa.”

    Augusto Heleno foi condenado pelo Supremo a 21 anos de prisão por participação na trama golpista. Milanez diz ter ficado frustrado com o resultado –esperava ao menos dois votos favoráveis à absolvição do general.

    O advogado conta que vai apresentar dois tipos de recursos diferentes ao STF e diz acreditar na possibilidade de reverter a condenação. A missão é penosa e de pouca chance de êxito. Ele diz que só depois das possíveis negativas é que vai levantar discussões sobre onde Heleno deve cumprir sua pena: se num presídio comum ou em sua casa.

    “Eu não acho que ele tenha condição de ir a um presídio”, disse. “Eu sei que 100% de saúde ele não está porque é um senhor de 77 anos. Mas eu não sei quais doenças ele tem, se tem um problema crônico. Como a gente estava na discussão eminentemente jurídica, esse era um ponto que a família nunca abria para mim.”

    Advogado de Heleno negocia novos clientes por Instagram após virar meme em julgamento

  • Portugal quer 200 mil argentinos/ano até 2029 e chegar ao milhão até 2035

    Portugal quer 200 mil argentinos/ano até 2029 e chegar ao milhão até 2035

    Autoridades do Turismo de Portugal preveem duplicar o número anual de turistas argentinos até 2029 e multiplicar por dez até 2035, datas que podem ser antecipadas se a TAP iniciar um voo direto entre Lisboa e Buenos Aires.

    Estamos com cerca de 75 mil argentinos por ano visitando Portugal. Nosso objetivo é chegar a 100 mil até o final de 2026 e dobrar esse número nos dois ou três anos seguintes”, disse à agência Lusa a administradora do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Lídia Monteiro, neste sábado, durante a abertura da Feira Internacional de Turismo (FIT) de Buenos Aires, a maior da América Latina e a terceira maior do mundo.

    Até o próximo dia 30, Portugal tem a oportunidade única de aproveitar a vitrine de ser o país de honra no evento realizado na Argentina.

    “Esperamos que a presença como país convidado nesta feira possa despertar, no mercado argentino, uma curiosidade sobre Portugal e, assim, aumentar o número de viajantes da Argentina para o nosso país”, afirmou Monteiro, enquanto os visitantes conheciam queijos e doces portugueses no estande.

    A meta de, pelo menos, 200 mil turistas argentinos começa a ser construída nesta FIT 2025 e é considerada um número conservador, já que o território ainda é praticamente inexplorado para as autoridades do Turismo de Portugal, mais acostumadas a trabalhar na região com o público brasileiro.

    “Poderia ser mais de 200 mil, porque acreditamos que este é um mercado no qual as nossas relações culturais já são fortes, o que facilita o interesse dos argentinos em visitar Portugal”, reconheceu.

    Ao lado de Lídia Monteiro, o coordenador da instituição para a América do Sul, Bernardo Barreiros Cardoso, foi mais ousado:

    “Quero atingir um milhão de turistas argentinos em Portugal dentro de 10 anos. Esse é um número razoável, considerando que a Espanha recebe 2,5 milhões de argentinos, bem ao nosso lado. É questão de trabalhar bem esse mercado”, afirmou.

    As metas podem ser alcançadas mais cedo se as autoridades portuguesas conseguirem viabilizar um voo direto entre Lisboa e Buenos Aires, atualmente inexistente. Todo o esforço diplomático está voltado para a TAP.

    “Sim, esse é um grande desafio, sem dúvida. Se isso acontecer, dependerá do volume da conectividade (frequência de voos e capacidade dos aviões), mas precisamos sempre pensar que a conectividade aumenta diretamente, pelo menos, 25% do fluxo turístico. E sabemos que o turismo tem impacto indireto na economia, estimulando outros negócios”, explicou Lídia Monteiro.

    Outra possibilidade seria a estatal Aerolíneas Argentinas ligar Buenos Aires a Lisboa, mas a companhia passa por uma profunda reestruturação interna, enfrenta falta de aviões e tem planos, inclusive, de privatização. Consultado pela Lusa, o presidente da Aerolíneas Argentinas, Fabián Lombardo, descartou por enquanto a hipótese de um voo direto.

    Esta é a primeira vez que Portugal participa da Feira Internacional de Turismo da América Latina, levando 13 empresas de turismo (agências, operadoras e hotéis), além de três regiões representadas: Porto/Norte, Alentejo e Centro.

    “Assim que fomos escolhidos como país convidado, as empresas portuguesas demonstraram grande interesse no mercado argentino. Estamos iniciando uma relação empresarial que representa um grande desafio para essas empresas”, destacou Lídia Monteiro.

    Sete artistas argentinos foram convidados a retratar regiões de Portugal em aquarela e desenho à mão. Neste sábado, a Lusa acompanhou os artistas pintando o Algarve, o Alentejo, os Açores, o Centro de Portugal, Lisboa e a Madeira.

    Todos os dias, até 30 de setembro, o estande de Portugal oferece degustação de azeites, queijos, licores e doces portugueses.

    O público argentino é maioria nos fins de semana, enquanto durante a semana predominam os operadores de turismo. Os primeiros querem descobrir Portugal; os segundos negociam pacotes que incluem hotéis e voos — por enquanto, apenas com conexões no Brasil ou na Espanha.

    Portugal quer 200 mil argentinos/ano até 2029 e chegar ao milhão até 2035