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  • Custo do crédito impede expansão do mercado imobiliário, aponta pesquisa do setor

    Custo do crédito impede expansão do mercado imobiliário, aponta pesquisa do setor

    Apesar da percepção de escassez de recursos, não falta dinheiro para o setor, o problema é a taxa de juros, afirmaram, após pesquisa apresentada, nesta quarta-feira (6), em Webinar sobre os desafios do setor para garantir o fluxo de recursos.

    ANA PAULA BRANCO
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O custo do dinheiro é a principal barreira para incorporadoras de todos os portes atuarem hoje no mercado imobiliário brasileiro, segundo Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), e Fábio Araújo, presidente da Brain Inteligência Estratégica.

    Apesar da percepção de escassez de recursos, não falta dinheiro para o setor, o problema é a taxa de juros, afirmaram, após pesquisa apresentada, nesta quarta-feira (6), em Webinar sobre os desafios do setor para garantir o fluxo de recursos.
    De acordo com a pesquisa da Brain apresentada durante o evento, a taxa de juros é a mais importante barreira para lançamentos, com 55% dos incorporadores concordando parcialmente e 23% totalmente.

    Para viabilizar mais empreendimentos, 82% do mercado aponta para a necessidade de taxas para o incorporador abaixo de 12%. No entanto, as projeções da Selic para dezembro de 2026 indicam 12%, o que seria um alívio, mas não a solução, segundo o setor.

    Araújo diz ainda que a taxa de juro baixa, abaixo de dois dígitos, é fundamental, pois “traz um grande volume de pessoas para poder comprar seus imóveis”.

    O custo do crédito tem obrigado o setor a buscar alternativas junto a autoridades e novas fontes de captação.

    A caderneta de poupança, tradicionalmente a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, tem visto seu volume secar. Isso forçou os bancos a buscarem captação em outros instrumentos, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), que remuneram os investidores com um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), resultando em um custo final de financiamento muito maior para o tomador.

    Dentre as alternativas de captação que as incorporadoras têm buscado, o mercado de capitais é considerado “importantíssimo” por França, pois permite às empresas reduzir sua exposição a instituições financeiras tradicionais, emitindo papéis comprados por investidores.

    Para ele a vantagem é a ampliação da capacidade de captação e potencial acesso a taxas melhores, com operações de prazos variados, inclusive longuíssimo prazo.

    “Não acabou com os bancos, tudo convive muito bem, banco continua dando dinheiro, mercado de capitais continua crescendo e é o futuro”, afirmou o presidente da Abrainc.

    Segundo a pesquisa da Brain, 54% das empresas veem o mercado de capitais como uma alternativa, principalmente por vantagens e oportunidades (57%), mas a maioria (57%) nunca o utilizou, sendo mais comum entre as maiores empresas.

    Atualmente, o setor imobiliário brasileiro tem 15 empresas de capital aberto.

    A securitização, como um “subproduto” do mercado de capitais, é vista pelos empresários ouvidos pela Brain como uma forma de cortar o intermediário financeiro, permitindo às empresas venderem financiamentos de compradores finais, especialmente com taxas de juros adequadas.

    “Quando você tiver taxa de juro adequada, muita empresa vai poder fazer sua venda, colocar ali o financiamento a mercado… você vai ter uma taxa que o cliente vai ter uma prestação adequada e vai formar aquela carteira dependendo da empresa, ela vai securitizar aquilo lá e vai vender. Então aí você tem uma desintermediação financeira e a desintermediação financeira sempre é bastante positivo”, disse França.

    Já as Sociedades em Conta de Participação (SCPs) continuam crescendo como alternativa e são “bem interessantes, adequadas principalmente para as pequenas e médias empresas que têm bons projetos”, segundo o presidente da Abrainc. Investidores, incluindo pessoas físicas, sentem-se atraídos por terem como acompanhar a evolução da obra.

    PROPOSTAS DO SETOR AO BANCO CENTRAL
    Em meio à busca por um funding de custo adequado e volume suficiente, França afirma que a Abrainc tem dialogado ativamente com o Banco Central e autoridades do governo federal. Ele citou uma proposta para liberar parte do compulsório da caderneta de poupança.

    Atualmente, dos R$ 800 bilhões da poupança, 65% são obrigatórios para crédito imobiliário, e 20% dos 35% restantes ficam depositados no Banco Central. A sugestão da Abrainc é manter os 65% obrigatórios e liberar 5% do compulsório (cerca de R$ 35 bilhões), que poderiam ser direcionados, por exemplo, para imóveis de classe média, até R$ 750 mil.

    Além disso, França defende a liberação dos 15% restantes do “recurso livre” da poupança, desde que o Banco Central abra uma linha de redesconto -batizada por ele como “redesconto poupança”. Ele defende que a medida daria “fôlego no crédito imobiliário”.

    O programa Minha Casa, Minha Vida segue a menina dos olhos do mercado imobiliário. A recém-lançada faixa 4 -que atende rendas entre R$ 8.000 e R$ 12 mil e imóveis de até R$ 500 mil (podendo chegar a R$ 620 mil)- é vista como uma grande oportunidade de negócio.

    De acordo com a pesquisa da Brain, quase 60% das grandes empresas (acima de R$ 500 milhões de lançamento) pretendem atuar nesse segmento em menos de 12 meses.

    A meta de 2 milhões de imóveis pelo programa habitacional -um recorde histórico- é um “número fantástico” que contribui para a inclusão social e redução do déficit habitacional, segundo França.
    A Caixa Econômica Federal continua sendo um grande player e sua ferramenta de “apoio para a produção” -que permite o desligamento de clientes na medida em que as vendas ocorrem- é considerada fundamental pelo setor, especialmente para quem atua no Minha Casa, Minha Vida. O produto funciona como um mecanismo para que o incorporador receba os recursos conforme as unidades são vendidas. Os bancos privados ainda não têm algo parecido.

    Custo do crédito impede expansão do mercado imobiliário, aponta pesquisa do setor

  • Tarcísio pede ao STF autorização para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

    Tarcísio pede ao STF autorização para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

    No ofício enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Tarcísio diz que estará em Brasília na quinta-feira (7) e se compromete a seguir todas as determinações estabelecidas pelo Supremo no encontro com o ex-presidente.

    CÉZAR FEITOZA
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu nesta quarta-feira (6) ao STF (Supremo Tribunal Federal) para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua prisão domiciliar.

    No ofício enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, Tarcísio diz que estará em Brasília na quinta-feira (7) e se compromete a seguir todas as determinações estabelecidas pelo Supremo no encontro com o ex-presidente.

    “O peticionário é correligionário e amigo do ora recluso. Diante de tal circunstância -que, no mais, é de amplo conhecimento público-, o peticionário considera que existem razões político-institucionais e humanitárias que justificam a autorização de visita pessoal ao Senhor Jair Messias Bolsonaro”, diz Tarcísio no documento.

    Tarcísio pede ao STF autorização para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

  • Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas de filhos, cunhadas e netos

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas de filhos, cunhadas e netos

    A decisão foi proferida após o senador Flávio Bolsonaro divulgar vídeo nas redes sociais com declarações do ex-presidente que foram veiculadas remotamente em manifestações de apoiadores no último domingo.

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro a receber visitas de seus filhos, cunhadas e netos em sua residência em Brasília.

     

    Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro na última segunda-feira, 4, e proibiu o ex-presidente de receber visitas, com exceção dos seus advogados, e de usar celular. \”Autorizo as visitas dos filhos, cunhadas, netas e netos do custodiado, sem necessidade de prévia comunicação, com a observância das determinações legais e judiciais anteriormente fixadas\”, afirmou Moraes no despacho publicado nesta quarta-feira, 6, na PET 14.129/DF, que investiga uma suposta tentativa de obstrução de justiça pelo ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL).

     

    A prisão foi decretada por descumprimento de medidas cautelares e a defesa já anunciou que irá recorrer. Para Moraes, Bolsonaro \”reiterou sua conduta delitiva\” na produção de imagens, ligações de áudio e vídeo e na \”divulgação maciça do seu apoio\” às sanções aplicadas pelos EUA ao Brasil, \”com o claro intuito de obstrução da Justiça\”. O ex-presidente está proibido de usar redes sociais, direta ou indiretamente, além de ser obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica e a cumprir toque de recolher, entre outras medidas cautelares.

     

    A decisão foi proferida após o senador Flávio Bolsonaro divulgar vídeo nas redes sociais com declarações do ex-presidente que foram veiculadas remotamente em manifestações de apoiadores no último domingo. A postagem foi apagada depois. Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, seja diretamente ou por intermédio de terceiros.

     

    Visitas de aliados e amigos

     

    Até o final de terça-feira, 5, pelo menos sete aliados de Jair Bolsonaro protocolaram pedidos de vista nos autos da na ação penal 2668 – que julga o \”núcleo crucial\” da trama golpista em favor de Jair Bolsonaro. Apresentaram petições: o senador Magno Malta (PL-ES); o líder da bancada do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); e os deputados Marcos M(PL-MS), Marcelo Moraes (PL-RS), Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), Eros Biondini (PL-MG) e Geraldo do Amaral (PL-MG).

     

    Também apresentou um pedido de visita o empresário Renato de Araújo Corrêa, que foi candidato à prefeitura de Angra dos Reis (RJ) em 2024 pela mesma legenda do ex-presidente.

     

    O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), afirmou, na terça-feira, que, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, visitou Bolsonaro. \”Fui autorizado pelo relator, ministro Alexandre, a visitá-lo, seguindo todas as normas. Encontrei esse grande brasileiro, homem de bem. Não vou dizer que não estava triste, mas é uma pessoa que ainda acredita muito no nosso País\”, disse o senador em vídeo distribuído.

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas de filhos, cunhadas e netos

  • McDonald's agrada em lucro e receita no 2º trimestre de 2025

    McDonald's agrada em lucro e receita no 2º trimestre de 2025

    A receita do McDonald’s subiu 5% na comparação anual do trimestre, a US$ 6,84 bilhões, vindo também acima do consenso da FactSet, de US$ 6,7 bilhões

    O McDonald\’s teve lucro líquido de US$ 2,25 bilhões no segundo trimestre de 2025, ou US$ 3,14 por ação, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (6). No mesmo período de 2024, a multinacional americana de fast food havia garantido lucro de US$ 2,02 bilhões, equivalente a US$ 2,80 por ação.

    Considerando-se ajustes, o lucro por ação da empresa no período ficou em US$ 3,19, um pouco acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 3,14.

    Já a receita do McDonald’s subiu 5% na comparação anual do trimestre, a US$ 6,84 bilhões, vindo também acima do consenso da FactSet, de US$ 6,7 bilhões.

    Às 8h17 (de Brasília), a ação do McDonald’s subia 2,96% no pré-mercado de Nova York.

    McDonald's agrada em lucro e receita no 2º trimestre de 2025

  • Texto do plano de contingência contra tarifas sai nesta quarta-feira, diz Haddad

    Texto do plano de contingência contra tarifas sai nesta quarta-feira, diz Haddad

    Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP), para entrarem imediatamente em vigor

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o texto com as medidas previstas no plano de contingência para mitigar os efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil deve ser enviado ainda nesta quarta ao Palácio do Planalto. O anúncio oficial, porém, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Haddad afirmou que possivelmente as propostas serão enviadas ao Congresso Nacional por meio de uma Medida Provisória (MP), para entrarem imediatamente em vigor. A tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras começou a valer a partir desta quarta.

    O ministro teve uma última reunião nesta terça-feira, 5, com o presidente para afinar as medidas de socorro aos setores afetados. Haddad disse que será elaborado ainda um relatório pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para detalhar a situação por empresa, a pedido de Lula. O anúncio do plano, no entanto, não depende desse afinamento.

    “O texto sai daqui hoje (quarta). Está pronto. Ontem (terça) nós procuramos entender a encomenda do presidente em relação ao detalhamento. Nós dissemos para ele que a questão empresa por empresa não precisa evidentemente ser tratada em lei. Ela pode ser objeto de regulamentação. Mas provavelmente o ato do presidente vai julgar conveniente. Mas possivelmente terá que ser uma medida provisória para entrar em vigor”, disse.

    Haddad reafirmou que o objetivo principal do plano é atender sobretudo os pequenos produtores que não têm alternativas à exportação para os Estados Unidos. Ele reiterou um pedido de união nacional para atender os interesses do Brasil, envolvendo todos os governadores, e cobrou uma ação coordenada para inibir crimes de lesa-pátria contra o País.

    “Isso (defesa dos interesses do País) tem que envolver os governadores de oposição. Porque aqui não se trata mais de situação de oposição. Os Estados estão sendo afetados. Então os governadores que têm proximidade com a extrema direita, eles têm que fazer valer as prerrogativas do seu mandato. Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder embaixo da cama e desaparecer. Não dá para ser assim”, defendeu.

    O ministro também ressaltou o papel do empresariado na defesa das bandeiras do Brasil. “O empresariado, além de vir para Brasília, tem que conversar com a oposição, passar a mão no telefone e ligar para a turma que quer ver o circo pegar fogo, parar com isso. Estamos prejudicando o País pelo quê? Em nome do quê nós estamos fazendo isso?”, questionou Haddad.

    Texto do plano de contingência contra tarifas sai nesta quarta-feira, diz Haddad

  • Dólar recua em linha com exterior e petróleo forte beneficia o real

    Dólar recua em linha com exterior e petróleo forte beneficia o real

    Às 9h06, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 5,5037. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,04, a R$ 5,540 na venda

    O dólar recua ante o real na manhã desta quarta-feira, 6, após abrir perto da estabilidade. O mercado de câmbio se ajusta ao viés de baixa do dólar no exterior e a forte valorização do petróleo beneficia também a divisa brasileira.

    Lá fora, há expectativas de início do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve em setembro e falas de três dirigentes do BC americano são esperadas à tarde: Lisa Cook (diretora) e Susan Collins (Boston), às 15 horas; e Mary Daly (São Francisco), às 17h10.

    Internamente, há cautela no pano de fundo dos negócios, com o início do tarifaço dos EUA ao Brasil e sem diálogo ainda entre o presidente americano, Donald Trump, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

    “Não vou ligar para o Trump para negociar nada (sobre o tarifaço), porque ele não quer”, discursou Lula nesta terça-feira, 5, para afirmar em seguida: “Mas pode ficar certa, Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente). Vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP (a reunião global sobre mudanças climáticas, que desta vez vai acontecer em Belém); quero saber o que é que ele pensa da questão climática”.

    Lula voltou a reclamar que o presidente americano poderia ter ligado antes para ele ou para o vice-presidente Geraldo Alckmin, já que haveria disposição de diálogo em relação à imposição de novas tarifas. O tarifaço foi divulgado por meio de carta publicada em rede social. “O presidente americano não tinha direito de anunciar taxações como anunciou ao Brasil.”

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta manhã que o plano de contingência contra a tarifa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil está pronto, o anúncio será feito pelo presidente Lula, e as propostas devem ser encaminhadas ao Congresso via Medida Provisória.

    A ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou em possível “surpresa” dos EUA sobre carne e café e alertou para impactos fiscais do plano de contingência.

    A presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, se reúne nesta quarta-feira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, um dia antes da entrada em vigor das tarifas de 39% anunciadas por Trump contra produtos suíços.

    A montadora japonesa Honda informou que o impacto das tarifas do governo Trump foi de 125 bilhões de ienes, equivalentes a cerca de US$ 850 milhões.

    O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, em Moscou nesta quarta-feira, segundo o Kremlin, dias antes do prazo estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para que a Rússia alcance um acordo de paz com a Ucrânia. Caso um cessar-fogo não seja alcançado até sexta-feira, o republicano prometeu impor penalidades econômicas que também podem atingir países que compram petróleo russo.

    Dólar recua em linha com exterior e petróleo forte beneficia o real

  • Flávio vai pedir a Moraes para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

    Flávio vai pedir a Moraes para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

    Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, por entender que o ex-presidente descumpriu determinação anterior ao aparecer em vídeos exibidos por apoiadores durante manifestações no domingo (3)

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) vai pedir ao ministro do Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para visitar o pai, Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar desde segunda-feira (4).

    Alguns aliados defenderam que ele fosse incluído nos autos como advogado, que é sua formação, numa maneira de conseguir acessar Bolsonaro com maior facilidade. Mas o próprio senador disse preferir fazer a solicitação como filho.

    Mais cedo, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), fez mesma solicitação ao magistrado.

    Aliados dizem que esta solicitação, sobretudo de Flávio, será um importante termômetro de Moraes e uma forma de estabelecer interlocução com o ex-presidente, hoje isolado. A principal aposta no bolsonarismo é de que Moraes volte atrás na sua decisão, mas eles já se mobilizam para visitar Bolsonaro.

    O entorno de Bolsonaro também fez da medida do STF um mote para reforçar a tese de perseguição que já vinha sendo defendida. Eles alegam que o episódio demonstra que Bolsonaro é vítima. Dentro desse quadro, dizem ainda temer pelo quadro de saúde do ex-presidente.

    Seus aliados afirmam estarem preocupados com o quadro intestinal dele, que piorou na semana passada, com episódios de soluços. Melhorou no final de semana, mas afirmam que há temor de que volte a piorar agora, com o estresse da prisão domiciliar.

    Mais além, eles acham que Bolsonaro pode desenvolver uma depressão preso em casa, como dizem que ocorreu em 2022, quando perdeu a eleição. O ex-presidente gosta de viajar e se cercar de apoiadores, e tinha hábito de manter casa e escritórios cheios.

    Agora, apenas quem vive na residência pode frequentá-la. Os demais necessitam de autorização de Moraes para vê-lo. Há dúvida sobre se funcionários da Presidência, aos quais Bolsonaro tem direito por ser ex-presidente, poderiam frequentar a casa -auxiliares avaliam peticionar ao STF para tirar essa dúvida.

    Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, por entender que o ex-presidente descumpriu determinação anterior ao aparecer em vídeos exibidos por apoiadores durante manifestações no domingo (3). Bolsonaro estava proibido de usar redes sociais, mesmo que por intermédio de outras pessoas.
    O descumprimento da cautelar envolve o filho Flávio, que contradiz o argumento do magistrado.

    Durante manifestação no Rio de Janeiro, o senador fez uma ligação com o pai, transmitida durante o ato. No telefonema, o ex-presidente se limitou a dizer: “obrigado a todos. É pela nossa liberdade, nosso futuro, nosso Brasil. Sempre estaremos juntos”.

    O senador chegou a publicar o vídeo nas redes sociais, mas depois o apagou, por orientação da defesa de Bolsonaro.

    Ele disse, antes da decisão de Moraes, entender que não havia qualquer problema na publicação, mas optou por seguir orientação da defesa e falou em insegurança jurídica.

    “Na minha opinião, não havia problema, já que ele faz apenas uma saudação. Não falou de processo, que é a vedação da cautelar. Mas os advogados dele estavam em dúvida e pediram para retirar”, afirmou à Folha.

    “É uma insegurança jurídica sem precedentes na história do Brasil. Essa censura prévia é completamente inconstitucional e arbitrária”, completou.

    Flávio vai pedir a Moraes para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar

  • Gilmar Mendes critica 'narrativas' contra o STF

    Gilmar Mendes critica 'narrativas' contra o STF

    Gilmar Mendes afirmou que Moraes “tem prestado serviço fundamental para a preservação da nossa democracia” e que o magistrado é vítima de “ataques injustos”

    O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu nesta terça-feira, 5, a presidência da segunda turma da Corte. Em seu discurso, o magistrado destacou os desafios que o Tribunal enfrenta – como as mudanças na lógica de trabalho – e criticou os ataques que a instituição sofre.

    Para o ministro, a “sociedade bombardeada por um fluxo de informação e desinformação vertiginosos, tem se afundado na polarização e nas tensões políticas e engendrado um sistemático questionamento, se não mesmo um ataque frontal, à democracia”.

    Ainda criticando a desinformação, Mendes afirma que “a verdade padece ante a avalanche de fake news e espúrias narrativas fabricadas”. Para o magistrado, o STF tem o desafio de mostrar a real atuação da Corte: “uma atuação rigorosamente comprometida com a Constituição, com a segurança jurídica, com o Estado democrático de direito e com os direitos fundamentais de todos os brasileiros”.

    O pronunciamento do ministro se deu na primeira sessão da turma após o retorno do recesso. Durante a pausa, o ministro Alexandre de Moraes, seu colega, foi sancionado pelo governo dos EUA via Lei Magnitsky, em retaliação ao processo que a Corte conduz investigando a participação de Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe de Estado.

    Quando retornou do recesso, Mendes afirmou que Moraes “tem prestado serviço fundamental para a preservação da nossa democracia” e que o magistrado é vítima de “ataques injustos”.

    Desafios do STF

    Mendes ainda citou os “desafios sem precedentes enfrentados pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Poder Judiciário”. “O mundo contemporâneo nos apresenta questões inéditas em sua complexidade: a inteligência artificial, a revolução digital, as transformações nas relações do trabalho, as graves questões ambientais, econômicas, sociais e políticas de escala global”, lista o juiz.

    O ministro já se pronunciou, anteriormente, sobre o desafio que as mudanças na lógica trabalhista trouxeram para o judiciário. O magistrado foi responsável por suspender todos os processos referentes a “pejotização”.

    O objetivo da suspensão, segundo Mendes, seria impedir a “multiplicação de decisões divergentes sobre a matéria, privilegiando o princípio da segurança jurídica e desafogando o STF, permitindo que este cumpra seu papel constitucional e aborde outras questões relevantes para a sociedade”.

    Gilmar Mendes critica 'narrativas' contra o STF

  • Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje

    Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje

    O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada por Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China

    Entraram em vigor, nesta quarta-feira (6), as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida, assinada na semana passada pelo presidente norte-americano Donald Trump, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado estadunidense, o que representa 4% das exportações brasileiras. Cerca de 700 produtos do Brasil ficaram fora do tarifaço.   

    Café, frutas e carnes estão entre os produtos que passam a pagar uma sobretaxa de 50%. Ficaram de fora dessa taxa suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.

    O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada por Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China nas últimas décadas. 

    No dia 2 de abril, Trump iniciou a guerra comercial impondo barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, foi imposta, em abril, a taxa mais baixa, de 10%.Porém, no início de julho, Trump elevou a tarifa para 50% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder o pleito de 2022.

    Especialistas consultados pela Agência Brasil avaliam que a medida é uma chantagem política com objetivo de atingir o Brics, o bloco de potências emergentes que tem sido encarado por Washington como uma ameaça à hegemonia estadunidense no mundo, em especial, devido à proposta de substituir o dólar nas trocas comerciais.

    Lula

    Em pronunciamento no domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que não quer desafiar os Estados Unidos, mas que o Brasil não pode ser tratado como uma “republiqueta”. O presidente disse ainda que pais não abre mão de usar moedas alternativas ao dólar. 

    O governo brasileiro informou ainda que o plano de contingência para auxiliar as empresas afetadas pelo tarifaço será implementado nos próximos dias, com linhas de crédito e possíveis contratos com o governo federal para substituir eventuais perdas nas exportações.

    Negociações

    Após a confirmação da imposição das tarifas na semana passada, a Secretaria de Tesouro dos Estados Unidos entrou em contato com o Ministério da Fazenda para iniciar as negociações sobre as tarifas, ao mesmo tempo que Trump anunciou estar disposto a conversar, pessoalmente, com o presidente Lula.

    Já nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as terras raras e minerais críticos podem ser objeto de negociação entre Brasil e Estados Unidos. Esses minérios são essenciais para a indústria de tecnologia, e é um dos principais motivos de disputa entre Pequim e Washington.

    “Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse Haddad em entrevista a uma rede de televisão.

    Ainda segundo o ministro da Fazenda, o setor cafeeiro acredita que pode ser beneficiado por um acordo com os EUA para excluir o produto da lista de mercadorias tarifadas. No mesmo dia que Trump assinou o tarifaço, a China habilitou 183 empresas brasileiras para exportar café para o país asiático.

    Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje

  • EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet

    EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet

    Após anunciar a sobretaxa, o presidente americano, Donald Trump, assinou o decreto que formalizava a tarifa removendo quase 700 itens do ‘tarifaço’

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse acreditar na possibilidade de o governo dos Estados Unidos recuar da aplicação da sobretaxa de 50% a alguns itens que foram inclusos no tarifaço, destacando a carne e o café.

    Após anunciar a sobretaxa, o presidente americano, Donald Trump, assinou o decreto que formalizava a tarifa removendo quase 700 itens. No entanto, carne e café continuaram taxados.

    “A única coisa que ficou de fora [das isenções] nos Estados Unidos, que realmente é caro para o paladar deles, é a carne e o café. O resto eles se reposicionam, e algumas frutas. Então nós acreditamos que a hora que eles olharem os números inflacionários desses produtos e a hora que eles fizerem a pesquisa de opinião pública, que obviamente eles fazem, eles vão reposicionar esses produtos no mercado”, disse ela a jornalistas.

    Tebet disse ainda que ainda há uma expectativa de que os EUA adiem o começo da vigência das tarifas -atualmente estabelecido para esta quinta-feira (7).

    “A gente pode ter uma surpresa nos próximos dias. É do interesse deles, eles não querem inflacionar o café da manhã, o hambúrguer do final de semana”, estimou ela. “Não há absolutamente lógica nenhuma, até eleitoral interna americana, se eles estiverem pensando também em reeleição.”

    Tebet disse que essas perspectivas vieram de uma série de conversas com empresários do setor.

    “Por interesse deles, a carne e o café têm muito mais desvantagem do que nós. O café porque o Vietnã também teve um problema de safra. A gente consegue reposicionar, ainda que não amanhã, mas a curto prazo, esses dois produtos. A carne é virar uma chave. O frigorífico deixa de fazer o corte específico para os Estados Unidos, mas o boi é o mesmo. Então ele só faz o corte específico para outros países.”

    “Acho que todos os bancos públicos vão ter que participar, obviamente. Vamos aguardar amanhã, vai que a gente ganha antecipadamente um presente de Papai Noel, de Natal e vai ter aí uma prorrogação de 90 dias no tarifa de 50, ou uma redução já de 50% para 30%”, disse.

    Ainda de acordo com ela, o plano de contingência não tem um valor e que a maioria das medidas não passam por impacto fiscal.

    Integrantes do governo afirmaram que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que tem comandado as conversas com os empresários brasileiros e com interlocutores do governo americano, também acredita que haja chances de que Trump recue parcialmente do tarifaço ou adie o prazo para que as tarifas entrem em vigor.

    Essa avaliação foi transmitida por Alckmin em almoço nesta terça com o presidente da República, ministros do governo e governadores do Nordeste no Palácio do Itamaraty, após reunião do Conselhão da Presidência. De acordo com um participante, o vice-presidente disse acreditar ser possível que Trump recue, ao menos em parte, das medidas anunciadas.

    Ainda segundo um político que esteve no almoço, Alckmin voltou a falar na importância das negociações e que o Brasil não se furtaria de dialogar com o governo americano. O vice-presidente também teria reforçado a possibilidade de buscar novos mercados para os produtos brasileiros.

    Ainda segundo esse participante, Lula ouviu atentamente ao relato dos governadores e indicou que se reuniria ainda nesta terça com Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do tema.

    Um governador diz à reportagem que não foi detalhada nenhuma medida que está sendo estudada como reação ao tarifaço durante o almoço. Ele afirmou que a orientação é cautela e aguardar para se ter a real dimensão do que o governo americano fará de fato.

    EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet