(UOL/FOLHAPRESS) – A desclassificação dos líderes do campeonato da Fórmula 1, Lando Norris, que pode ser campeão neste fim de semana no GP do Qatar, e Oscar Piastri, ocorreu por questões específicas da pista de Las Vegas e não vão mudar a maneira como a McLaren vai configurar seu carro nas duas etapas finais do campeonato. Esse é o veredicto do chefe da equipe, Andrea Stella, após a análise completa dos dados.
“As condições que vivenciamos no último fim de semana e que levaram ao surgimento de oscilações e excesso de contato com o solo, em comparação com o esperado, são muito específicas da faixa de operação do carro em Las Vegas e das características do circuito. Temos um método bem estabelecido e consolidado de acerto do carro e estamos confiantes de que isso nos levará a um plano ideal para as próximas corridas”, disse o italiano em comunicado distribuído pela equipe nesta quinta-feira (27).
EQUIPE SABIA DOS PROBLEMAS DESDE O INÍCIO DA CORRIDA
A versão oficial da McLaren segue a mesma: a equipe foi surpreendida pela volta do porpoising, oscilações verticais do carro que são difíceis de controlar, durante a corrida. Segundo o time, isso não apareceu durante os treinos livres, então eles acreditavam que estavam indo para a corrida com uma margem segura de altura do carro.
Essa geração de carros da F1 tem que andar muito próxima do solo para obter o máximo de performance. Mas há uma prancha que delimita essa altura. E as pranchas dos dois carros tiveram um desgaste maior do que o permitido por regulamento, daí a desclassificação.
Stella revelou que a equipe percebeu que havia algo errado logo no início da corrida, e começou a pedir para os pilotos tomarem medidas – como tirar o pé do acelerador bem antes das curvas – para evitar o movimento.
“A condição de porpoising que o carro desenvolveu na corrida também foi difícil de mitigar, pois mesmo uma redução na velocidade – uma ação que, em teoria, deveria aumentar a distância ao solo – só foi eficaz em algumas partes da pista, mas em outras foi contraproducente.”
Para piorar, no caso de Piastri, um dos sensores parou de funcionar, de acordo com Stella. “Desde as primeiras voltas da corrida, ficou claro pelos dados que o nível de oscilação inesperada seria uma preocupação. Conseguimos monitorar melhor a situação no carro de Lando usando dados de telemetria, mas isso se tornou mais difícil no carro de Oscar, depois que perdemos um dos sensores que usamos para determinar o nível de contato com o solo.”
A Williams divulgou que também sofreu com um nível inesperado de porpoising durante a corrida de Las Vegas, mas conseguiu controlá-lo.
PIASTRI NÃO SERÁ SEGUNDO PILOTO NO QATAR
Stella garante que a McLaren não estava correndo riscos com a altura do carro. Mas Norris também recebeu ordens para controlar o ritmo no GP da Cidade do México e eles teriam ficado próximos da desclassificação também no Brasil. Faria sentido que a equipe estivesse tentando andar com o carro ainda mais baixo que o normal em um momento em que a Red Bull cresceu muito no campeonato.
Falando sobre a disputa entre os pilotos, Stella garantiu que o time segue não depositando todos os esforços na campanha de Norris, pois Piastri ainda tem chances de ser campeão. O inglês tem 24 pontos de vantagem tanto para o companheiro, quanto para Max Verstappen, com 58 pontos ainda em jogo.
Se ele sair do Qatar, que é um fim de semana de sprint, pelo menos 26 pontos na frente, conquista o primeiro título por antecipação. Caso contrário, a disputa vai para a semana que vem em Abu Dhabi.

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