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  • STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

    STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

    Caso afeta apurações importantes como a da trama golpista e operações contra facções criminosas; úmero de relatórios de inteligência financeira saltou de 1.258 em 2008 para mais de 18.762 em 2024

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O STF (Supremo Tribunal Federal) tem um impasse a resolver a respeito da encomenda de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) pelo Ministério Público sem autorização judicial. A corte deve tentar um meio-termo entre as correntes defendidas pelos ministros.

    De um lado, uma ala do Supremo tem a preocupação de que as possibilidades de investigação sejam restringidas demais. Do outro, há ministros que querem padrões rigorosos de análise e controle, a fim de evitar abusos de quebras de sigilo e o que consideram uso desvirtuado da ferramenta.

    Os relatórios de inteligência financeira produzidos pelo órgão, chamados RIFs de intercâmbio, incluem dados fiscais e bancários e são usados em diversas ações de repercussão pelo país, como as da trama golpista, que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as do 8 de Janeiro e também em operações sobre facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital).

    A discussão está em aberto em diferentes processos na corte. Independentemente da ação a ser julgada primeiro, a avaliação é de que o Supremo tem maioria para dispensar a autorização judicial.

    O tribunal pode, no entanto, fixar balizas para impedir um uso irrestrito desse tipo de solicitação. Por exemplo, pode determinar que elas só possam ser feitas em procedimentos de investigação já instaurados e com uma fundamentação robusta.

    As divergências têm gerado situações desiguais tanto internamente quanto em relação a casos pelo país.

    No fim de agosto, decisões em sentidos opostos dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes explicitaram a divisão que existe no tribunal sobre o tema.

    De um lado, Moraes suspendeu todas as decisões que derrubaram a validade desses relatórios e criaram o que ele chamou de “entraves indevidos” a investigações.

    Já Gilmar decidiu que o Ministério Público e as autoridades policiais não podem requisitar dados diretamente ao Coaf sem autorização judicial. Para o ministro, essa conduta pode configurar quebra de sigilo irregular.

    A posição de Moraes tem prevalência na Primeira Turma do tribunal, que tem alargado a interpretação sobre o tema, enquanto a maior parte dos ministros da Segunda Turma segue Gilmar.

    Há também uma ação sob relatoria do ministro Dias Toffoli que quer a validação apenas do compartilhamento espontâneo de relatórios do Coaf com os órgãos de persecução penal -mas não o caminho inverso.

    Internamente, discutem-se algumas soluções para o plenário julgar a controvérsia. Também há votos intermediários que devem ser apresentados pelos ministros, para contemplar as duas alas da corte.

    A saída mais óbvia é votar o caso de relatoria de Moraes, que tem repercussão geral. Ou seja, a tese definida incidirá em todas as outras sobre o tema.

    A ação também está em estágio mais avançado, segundo observadores da corte. É possível, ainda, que os casos sejam pautados em conjunto para pacificar definitivamente o tema.

    O Coaf se relaciona de duas formas com as polícias e outros órgãos de investigação. Na primeira, identifica transações suspeitas, produz RIFs e envia às entidades competentes para aprofundar a apuração.

    Na segunda, os próprios órgãos de investigação demandam informações sobre determinadas pessoas ou empresas. Nesse caso, o Coaf busca em seu banco de dados apontamentos de transações suspeitas e então os encaminha a quem solicitou.

    Decisões relacionadas ao Coaf têm idas e vindas no STF desde 2019, quando uma determinação de Toffoli paralisou ao menos 700 investigações no país. Ela foi revertida no plenário depois de longa discussão.

    A análise do pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para anular provas no caso da “rachadinha” motivou a discussão que culminou na autorização para o compartilhamento desses dados com o Ministério Público e a polícia sem necessidade de autorização judicial prévia.

    Segundo o próprio Coaf, desde 2008 o número de RIFs elaborados pelo órgão se multiplicou, assim como o número de intercâmbios com outras entidades, como as Polícias Civis, a Polícia Federal e os Ministérios Públicos.

    Em 2008, foram produzidos 1.258 RIFs, ante 18.762 em 2024. O salto se deu especialmente a partir de 2015.

    As Polícias Civis, ligadas aos governos estaduais, têm intensificado o acionamento do órgão. Em 2024, foram 13.667 pedidos, mais que o dobro dos 6.375 de 2021 -aumento de 114%. Há maior concentração de apurações relacionadas a tráfico de drogas, fraudes, corrupção e atuação de facções criminosas, segundo dados do conselho.

    A controvérsia transbordou para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

    “Nós aqui no STJ nos encontramos numa situação muito difícil. Já até comentamos isso, porque tem uma turma do Supremo pensando uma coisa e outra, pensando outra”, disse o ministro Ribeiro Dantas em sessão recente. “Quando a gente decide de um jeito, vem uma decisão dando reclamação para a gente. Quando decide do outro, vem da outra turma.”

    Na sequência, o ministro Joel Paciornik relatou um episódio de seu gabinete que evidenciou a falta de clareza na matéria.

    “O mais curioso é que, na mesma semana, saíram duas decisões monocráticas, mas em sentidos exatamente contrários. Aí a assessoria chegou para mim e perguntou ‘a quem eu obedeço?’. Falei: ‘não sei, porque nesse sistema realmente não sabemos a quem devemos obediência’”, contou.

    O criminalista Leandro Raca afirma que a liberalização excessiva do poder de requisição de dados sigilosos facilita práticas abusivas.

    “Dar à delegacia o poder de requisitar esses dados é uma oportunidade imensa para arbitrariedade. Mais ainda, se não se exigir uma investigação formal prévia, aí você tem praticamente uma máquina de dossiê na mão de qualquer autoridade”, diz.

    STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

  • Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    O brasileiro Douglas Reis Pedroso, com quem Jessica Stapazzolo Custodio tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa italiana

    MILÃO, ITÁLIA (CBS NEWS) – A brasileira Jessica Stapazzolo Custodio de Lima, 33, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (28) na cidade de Castelnuovo del Garda, no norte da Itália, onde vivia.

    Douglas Reis Pedroso, 41, também brasileiro, com quem ela tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa local. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.

    Foi Pedroso quem teria chamado a polícia na noite de segunda e indicado que o corpo estava em sua casa, onde ela também estaria morando havia um ano e meio.

    Segundo o jornal Corriere della Sera, o Ministério Público descreveu que Stapazzolo foi morta com um “número não especificado, mas enorme, de facadas”. A arma teria sido encontrada no carro de Pedroso.

    O brasileiro já tinha sido denunciado sob suspeita de agressões contra a companheira, que seriam cometidas desde o ano passado. Em abril deste ano, ele foi obrigado pela Justiça a usar tornozeleira eletrônica e a manter distância de ao menos 500 metros de Stapazzolo.

    No momento em que foi detido, ele não usava o aparelho.

    Pedroso também tinha sido denunciado sob suspeita de agressão à irmã de Stapazzolo e resistência a policiais, além de ter sido condenado por se recusar a fazer o teste de embriaguez ao volante.

    O crime, noticiado pelos principais jornais e canais de TV do país, acontece após dois feminicídios de grande cobertura midiática na Itália, nas últimas semanas. Está em debate público a eficácia de medidas como a tornozeleira eletrônica para prevenção a crimes contra mulheres.

    Luca Zaia, governador do Vêneto, onde fica Castelnuovo del Garda, classificou a morte da brasileira como um “fato terrível, agravado por elementos perturbadores”, em referência ao histórico criminal de Pedroso e à obrigação de uso de tornozeleira eletrônica.

    Segundo o Ministério do Interior, desde janeiro 44 mulheres já foram assassinadas por parceiros ou ex-parceiros na Itália. Em 2024, ao todo, foram 62 vítimas desse tipo de crime.

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

  • Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

    Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

    ‘Me ensinou onde fica cada articulação’, diz Carol Garcia sobre criminosa que cortou marido em pedaços e os ocultou em três malas; Lucas Oradovschi, intérprete de Alexandre Nardoni, teve crises de choro e pesadelos durante gravações

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – “Silêncio, gravando”. No set das filmagens de “Tremembé”, nova série que estreia no Prime Video nesta sexta-feira (31), a frase dita no início dos trabalhos fazia ainda mais sentido. Isso porque as gravações do projeto demandavam bastante concentração dos atores.

    “Tremembé” retrata a rotina de detentos que cometeram crimes de repercussão nacional e são obrigados a conviver no presídio homônimo. Era preciso que o elenco entrasse no clima, que não primava pela leveza. “A gente fez um pacto de respeito com o modo de trabalho de cada um. Eu mesma preferia ficar em silêncio. Dependendo da cena, colocava meus fones de ouvido para excluir vozes à minha volta”, relata Carol Garcia. Ela interpreta Elize Matsunaga, presa por matar e esquartejar o então marido, Marcos Kitano Matsunaga, diretor da Yoki, em 2012.

    Para dar vida à personagem, que na vida real foi inicialmente condenada a 19 anos de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, Carol conta que precisou fazer aulas com um açougueiro, especificamente para as cenas do esquartejamento (ela tentou sair do prédio onde morava com Marcos com as partes do corpo do empresário escondidas em três malas).

    “Ele [o açougueiro] me ensinou onde fica cada articulação, a pegar a mímica da mão, os tipos de corte, o movimento correto da faca. A Elize dominava tudo isso”, diz. “Eu só sabia cortar bife no prato”.

    A carga dramática foi tanta que a atriz, acostumada a papéis humorísticos, diz ter tido dificuldades para “sair” da personagem. “Meu namorado me ajudou nisso. Ele pedia para a gente fazer comida, escutar uma música. Quando deixava as gravações, precisei fazer um trabalho interno e dizia: ‘eu sou Carolina Garcia, tenho 35 anos, acabei de fazer uma cena e estou saindo’. Foi um processo de acolhimento comigo mesma.”

    O mesmo “pacto do silêncio” dito por Carol foi percebido por Lucas Oradovschi, intérprete de Alexandre Nardoni, sentenciado a mais de 30 anos por jogar a filha, Isabella, do sexto andar de um prédio, em março de 2008. Ele foi solto em maio de 2024 para cumprir o restante da pena em regime aberto após ficar 16 anos encarcerado. Nardoni nunca admitiu o crime.

    “Essa vibração pesada se deu porque eu fiquei imerso num universo de um crime horroroso, que revela aspectos sombrios da humanidade. Estamos contando histórias muito tensas. Nos bastidores, zelávamos um pelo outro, não havia disputa, mas um silêncio em respeito às vítimas. Uma concentração maior para chegar a um lugar mais profundo”, diz Lucas.

    Ele conta que nunca teve contato direto com Nardoni e que pesquisou tudo o que saiu na imprensa, em livros e em documentários a respeito do crime. Viu por horas a fio o único registro em vídeo: a entrevista dada por ele e por Anna Carolina Jatobá, a madrasta de Isabella, ao Fantástico, em 2008. Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado. Foi solta em 2023 e cumpre o restante em regime aberto.

    “Passei o período de filmagem numa postura de muito recolhimento. Aluguei um apartamento em São Paulo e fiquei isolado, estudando, pensando nas nuances do personagem. Às vezes, eu perdia o sono, e dormia pouco de propósito para ver como esse sintoma da falta de descanso reverberaria na minha fisionomia no dia da gravação. Mesmo fora de cena, continuava conectado, difícil tirá-lo de mim”, afirma.

    Por isso, conta que sofreu com a falta de distanciamento de um papel com carga tão pesada. “Minha energia mudou, esse trabalho mexeu comigo. Tive crises de choro, pesadelos, fiz terapia. Antes de ir ao set, eu experimentava alguns olhares, trejeitos do Nardoni em casa. Minha mulher una vez falou: ‘tira o Nardoni daqui, não me olha desse jeito’.”

    A série “Tremembé”, inspirada em livro de Ullisses Campbell, dramatiza casos reais de crimes que chocaram o Brasil e mostra o dia a dia de presos “famosos” da penitenciária paulista. Além de Elize, Nardoni e Jatobá, são retratados o cotidiano de Suzane von Richthofen (Marina Ruy Barbosa), Daniel Cravinhos (Felipe Simas), Christian Cravinhos (Kelner Macêdo) e o médico Roger Abdelmassih (Anselmo Vasconcellos).

    “Tremembé”, no Prime Video

    Quando Estreia dia 31 de outubro, em cinco episódios

    Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

  • Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    ONU alerta para condições catastróficas, e Cruz Vermelha prevê 1,5 milhão de afetados; quatro mortes foram registradas no Haiti e na República Dominicana

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O furacão Melissa atingiu o solo da Jamaica nesta terça-feira (28) como um fenômeno de categoria máxima, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Mais cedo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que espera uma situação catastrófica no país caribenho, em decorrência das rajadas de vento superiores a 300 quilômetros por hora, sendo a pior tempestade a atingir a ilha neste século. A costa da cidade de New Hope, a oeste do país, foi a primeira região atingida pelos ventos.

    Pelo menos três pessoas já morreram por causas relacionadas à tempestade, informaram as autoridades do país. O Ministério da Saúde e Bem-Estar informou que esses óbitos ocorreram durante os preparativos para o furacão Melissa, em publicação na rede X na noite de segunda-feira.

    “É uma situação catastrófica esperada na Jamaica”, disse a especialista em ciclones tropicais da OMM, Anne-Claire Fontan, em uma entrevista coletiva em Genebra. “Para a Jamaica, será com certeza a tempestade do século.”

    A tempestade de categoria 5, a mais forte possível na escala Saffir-Simpson, deve levar rajadas de vento de mais de 300 km por hora e uma devastação generalizada à ilha, onde as autoridades ordenaram retiradas obrigatórias.

    Ondas de até quatro metros são esperadas, disse ela, com precipitação que deve ultrapassar 700 mm, cerca do dobro da quantidade normalmente esperada durante toda a estação chuvosa. “Isso significa que haverá inundações repentinas e deslizamentos de terra catastróficos”, disse ela.

    O Melissa já havia cuasado outras quatro mortes durante a semana: três no Haiti e uma na República Dominicana, onde um adolescente está desaparecido.

    O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) prevê que, depois de atingir a Jamaica na terça-feira, a tempestade atravesse o leste de Cuba para seguir sobre as Bahamas e o arquipélago de Turks e Caicos até quarta-feira.

    Em Cuba, com dificuldades para divulgar informações preventivas por causa da falta de eletricidade, as autoridades apressam os preparativos para receber na terça-feira os impactos do Melissa.

    O Conselho de Defesa Nacional declarou na segunda-feira a “fase de alerta” nas seis províncias do leste (Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Camagüey, Granma e Las Tunas). As autoridades começaram a retirar cerca de 650 mil pessoas. A população faz estoques de mantimentos e tenta amarrar com cordas os telhados de suas casas. As aulas e as atividades não essenciais foram suspensas.

    TEMPESTADE SE INTENSIFICOU NA APROXIMAÇÃO

    O movimento lento do Melissa sobre as águas caribenhas incomumente mornas contribuiu para seu aumento de tamanho e força, disseram os meteorologistas do NHC. O furacão avança mais devagar que uma pessoa andando, a apenas 5 km/h ou menos, o que faz com que permaneça mais tempo em cada local por onde passa.

    O NHC informou, ainda na segunda-feira, que os ventos na parede do olho do Melissa são tão fortes que podem causar “falha estrutural total” e cortes generalizados de energia e comunicação.

    A Federação Internacional da Cruz Vermelha disse que até 1,5 milhão de pessoas na Jamaica devem ser diretamente afetadas.

    “Hoje será muito difícil para dezenas de milhares, senão milhões de pessoas na Jamaica”, disse Necephor Mghendi da Cruz Vermelha, por videoconferência a partir de Port of Spain, em Trinidad e Tobago.

    “Os telhados serão postos à prova, as águas das enchentes subirão, o isolamento se tornará uma dura realidade para muitos.” Mais de 800 abrigos foram montados para os deslocados das áreas mais afetadas, acrescentou.

    ORDENS DE EVACUAÇÃO

    Ventos brutais e chuvas intensas atingiram a Jamaica já na segunda-feira, com a aproximação do Melissa. O primeiro-ministro, Andrew Holness, emitiu uma ordem de retirada obrigatória em partes do sul da ilha, incluindo a histórica cidade de Port Royal.

    A tempestade, que se encontra ao sul, “provavelmente girará em direção ao norte, o que significa que poderá ter impacto em nossas costas, mais para o extremo oeste da Jamaica”, disse o primeiro-ministro em entrevista à CNN.

    “E se isso acontecer não acredito que exista infraestrutura nesta região capaz de resistir a uma tempestade de categoria 5; portanto, pode haver uma perturbação significativa”, acrescentou.

    Com ventos de 280 km/h, Melissa já alcançou a categoria 5, o nível máximo na escala Saffir-Simpson.

    Ele alertou sobre danos a plantações, residências e infraestrutura na ilha.

    Apesar das ordens de evacuação, muitos moradores da Jamaica decidiram permanecer em suas casas.

    “Não vou me mover. Não acho que consiga escapar da morte”, disse à AFP Roy Brown, falando da histórica área costeira de Port Royal, em Kingston. O homem mencionou as condições e más experiências anteriores em abrigos governamentais durante furacões como razões para não evacuar.

    “Simplesmente não quero sair”, afirmou à AFP Jennifer Ramdial, uma pescadora que ecoou as palavras de Brown.

    Holness afirmou que a retirada era “pelo bem nacional de salvar vidas”. “Foram avisados. Agora depende de vocês usar essa informação para tomar a decisão correta”, disse o primeiro-ministro em entrevista coletiva.

    Melissa é a décima terceira tempestade nomeada -ou seja, monitorada- da temporada de furacões do Atlântico, que se estende do início de junho ao fim de novembro. As fortes chuvas, combinadas com ventos intensos, podem causar uma devastação comparável à de furacões históricos como o Maria (2017) ou o Katrina (2005).

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

  • Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas

    Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas

    Bruno Matos criou personagem inspirada em Marília Gabriela; sinceridade levou o ator às celebridades e gerou desafetos

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – É confuso ficar de frente com Blogueirinha. São borradas as linhas que separam a criatura de seu criador, Bruno Matos. “É para eu falar sério ou é para zoar?”, o ator pergunta, antes de a entrevista começar. Tímido, ele diz detestar a ideia de falar fora da personagem. Então fecha os olhos e encarna toda a acidez dela.

    Ao longo de 40 minutos, ficou difícil entender se quem estava falando era a desbocada Blogueirinha ou se a peruca era só um pretexto para Matos dar voz a seus pensamentos mais obscuros. “Ela não é um escudo”, diz ele. “Eu tenho a minha vida, e a Blogueirinha tem a dela. É a vivência midiática que nos separa.”

    Matos -ou Blogueirinha- vinha de uma manhã cheia. Recebeu a reportagem imediatamente após comandar uma entrevista para o seu programa no YouTube, o De Frente com Blogueirinha, que virou fenômeno com vídeos que com frequência ultrapassam 1 milhão de visualizações. A convidada era a atriz Mônica Martelli, parte da quarta temporada da atração, no ar até o fim do ano.

    As entrevistas são gravadas geralmente às segundas-feiras em um estúdio na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo. Matos chega três horas antes, para vestir a maquiagem e a peruca que o fazem incorporar Blogueirinha.

    A personagem -persona, ele corrige- nasceu em 2016, como uma paródia dos influenciadores digitais. Blogueirinha fez sucesso por tirar sarro de tudo e de todos, desde os colegas da internet até os artistas mais famosos da TV e da música. “Não me acho ácida, me acho sincera”, diz ela, já como personagem. “É preciso coragem para fazer o outro rir de si mesmo.”

    Foi o que ela fez com Bruna Marquezine, por exemplo, que gargalhou quando Blogueirinha pediu para ela comentar um livramento que tivesse vivido, o que o público entendeu como uma indireta sobre o relacionamento da atriz com Neymar. O momento viralizou nas redes.

    Noutra ocasião, Blogueirinha fez a ex-jogadora de vôlei Márcia Fu cuspir bebida enquanto ouvia uma pergunta. O mesmo aconteceu com o influenciador Carlinhos Maia, que se constrangeu após a entrevistadora sugerir que ele não era famoso de verdade.

    Assim, Blogueirinha penetrou as rodinhas mais blindadas do mundo das celebridades e se tornou um dos poucos nomes da internet a dar certo em esferas mais amplas da cultura, alcançando a TV aberta, por exemplo -no ano passado, foi contratada pela Globo para fazer um quadro no Fantástico.

    “Fui polida para lá, uma Blogueirinha versão televisão”, ela diz. “Pena que não renovaram o contrato. Eu nem pedi nada a mais para eles. O quadro podia continuar igual. Eu só queria estar na Globo.”

    Blogueirinha também coleciona inimizades, porém. Ela chateou Ludmilla, por exemplo, quando fez piada com vaias que a cantora recebeu numa premiação. Outra pessoa que expôs seu desgosto foi a advogada Deolane Bezerra, presa no ano passado devido ao envolvimento com apostas online, que virou alvo do deboche da apresentadora.

    Mas a maior crise aconteceu há dois meses, com Paola Carosella, ex-apresentadora do reality show Masterchef Brasil, que deu uma entrevista desconfortável para Blogueirinha. Na conversa, a influenciadora questionou Carosella sobre relacionamentos amorosos e tirou sarro dos rumores de que ela teria tido um caso com o também chef Henrique Fogaça.

    Mas o clima pesou mesmo quando Blogueirinha brincou com a ideia de a cozinheira envenenar a comida de quem ela desgosta. “Não gosto de brincar com isso. Fico séria e constrangida”, disse Carosella, com cara de desconforto.

    Depois do programa, trechos da conversa foram apagados das redes de cada uma delas, aumentando o rumor de que Carosella teria saído de lá desagradada. No Instagram, Blogueirinha foi debochada ao tratar do tema e disse que poderia ter ido além na acidez e feito piada dos gostos musicais da filha adolescente de Carosella, fã de cantoras pop que são parte da comunidade LGBTQIA+.

    “Ela levou para outro patamar”, diz Blogueirinha. “Eu fiquei na minha, e se fosse ela teria feito o mesmo, porque para eu tacar fogo na cozinha dela é só isso aqui, olha”, ela diz e imita o movimento de riscar de um fósforo com as mãos. “Ai que horror. Ela não vai gostar disso”, acrescenta, dando risada.

    No fervor da briga, uma pessoa no Instagram relacionou o comportamento de Blogueirinha ao de Hytalo Santos, influenciador preso dias antes sob suspeita de exploração sexual, assunto que parou o país. “Obrigada. Acho que temos muitos fãs do Hytalo Santos aqui”, escreveu Carosella em seguida. “Isso foi de péssimo tom. Era melhor ter morrido no off”, diz Blogueirinha.

    Dias depois do ocorrido, Carosella publicou um texto no Instagram em que comentava o caso e discutia até onde acreditava que o humor podia ir. “Lutamos pela liberdade de expressão, mas não conseguimos chegar a um consenso sobre os limites dela”, escreveu.

    Questionada, Blogueirinha afirma ter limites, sim, ainda que esteja acostumada a frequentemente beirar o cancelamento. “Nunca fui politicamente correta”, diz.

    Autoconfiança parece ser arma fundamental para ela disparar todo o tipo de absurdos no seu programa, ainda que esteja diante de famosos no naipe da apresentadora Angélica e da cantora Anitta, de quem Bruno Matos, o ator debaixo da peruca, diz que sempre foi fã.

    Criado há quatro anos, a atração é uma paródia do jornalístico De Frente com Gabi, comandado por Marília Gabriela nos anos 1990 e 2000 na TV. Blogueirinha recorre à mesma estética e usa até uma mesa de acrílico com o mesmo formato daquela da jornalista. Ainda que admita a inspiração, Blogueirinha se dá o crédito. “O sucesso vem de mim mesma.”

    A entrevista termina com a mesma pergunta que Blogueirinha faz para seus convidados, em uma de suas imitações de Marília Gabriela -Blogueirinha por Blogueirinha? “A melhor do mundo”, ela responde, antes de cair na gargalhada.

    No fim, Matos rompe a fantasia. Pede que a equipe de vídeo da Folha tente deixar claro, na edição, os momentos em que é ele falando, não Blogueirinha. Como o Frankenstein de Mary Shelley, ele é muito exigente com sua criatura.

    Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas

  • Pular torneios está ajudando agora, diz João Fonseca

    Pular torneios está ajudando agora, diz João Fonseca

    PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Administrar bem o pesado calendário do tênis tem sido importante na boa fase do brasileiro João Fonseca. Foi a análise feita por ele na entrevista concedida após a vitória por 2 sets a 1 (5/7, 6/4 e 6/3) sobre o canadense Denis Shapovalov, em sua estreia no Masters 1000 de Paris.

    “Este ano foi o meu primeiro ano jogando o grande tour. Então, eu e minha equipe tentamos nos concentrar muito em quais semanas jogaríamos e em quais não jogaríamos, para nos concentrar mais no físico e na mentalidade”, afirmou.

    Fonseca minimizou o desconforto que sentiu na região lombar durante o jogo, que exigiu atendimento médico, e disse estar em boas condições para enfrentar o russo Karen Khachanov na segunda rodada, na noite desta quarta (29). Número 14 do ranking, Khachanov foi campeão do torneio em 2018.

    O carioca de 19 anos disse que só cumprirá a promessa de passar a máquina zero nos cabelos após a temporada, porque vai ficar “muito feio”. Ele disse que se livraria das madeixas em caso de título na turnê europeia e conquistou o ATP 500 da Basileia no último domingo (26).

    CONFIRA AS RESPOSTAS DADAS PELO ATLETA APÓS O TRIUNFO DESTA TERÇA

    PERGUNTA – Como se sente com a rápida mudança em relação a Basileia e como achou a atmosfera na quadra 1?

    JOÃO FONSECA – Foi uma ótima experiência hoje, depois de vencer um torneio e mudar a mentalidade para outro torneio, outro grande torneio em que eu precisava jogar o meu melhor, porque o cara com quem joguei está entre os 25 melhores. Na semana passada, fizemos uma boa luta. Então, eu sabia que precisava jogar o meu melhor.

    O primeiro set foi um pouco mais disputado, ele conseguiu um break, estava devolvendo bem, jogando bem. Consegui um break logo no início do segundo set, onde me senti um pouco mais confiante, acho que essa foi a virada do jogo. Estou muito feliz com a forma como me mantive mentalmente neste jogo depois de, como você disse, uma boa semana. A semana passada foi boa, então mudar a mentalidade foi bom hoje.

    P – Pode nos atualizar sobre a lesão nas costas? Como você está se sentindo agora?

    JF – Estou me sentindo bem. A tensão é assim, semana após semana você precisa mudar a mentalidade e vai haver algum pequeno desconforto, pequenas lesões. Senti um pouco nas costas, um pouco mais de tensão, mas me sinto bem. Nada que um bom fisioterapeuta não consiga resolver em um dia. Acho que amanhã vai ser ótimo, já estou me sentindo melhor. Amanhã será outro bom dia, e vou lutar até o fim.

    P – Você joga a próxima partida contra Karen Khachanov. Tem alguma expectativa?

    JF – Todos sabemos que ele é um bom jogador. Ele pode vencer qualquer um, sabe como jogar nesse tipo de torneio, tem muita experiência. Será nosso primeiro confronto, estou animado para jogar contra ele. Trabalhamos muito para jogar contra esses caras, então vou dar tudo de mim na partida de amanhã.

    P – Provavelmente você aprendeu muito este ano sobre o calendário, parece que você conseguiu administrá-lo muito bem com seu entorno para chegar ao final de outubro, novembro.

    JF – Este ano foi o meu primeiro ano jogando o grande tour. Então, eu e minha equipe tentamos nos concentrar muito em quais semanas jogaríamos e em quais não jogaríamos, para nos concentrar mais no físico e na mentalidade. Não fomos para a Ásia porque eu estava doente, mas também por causa da minha mentalidade e do meu físico, e não fomos porque eram muitas coisas: a Copa Davis, a Laver Cup, eu estava indo diretamente para a Ásia e me senti um pouco mais adoentado.

    Não fui para Xangai também e comecei a jogar em quadras cobertas. Semana após semana são muitas coisas, mas é meu primeiro ano, não posso reclamar. Estou apenas aproveitando muito a turnê, mas vejo muitos jogadores dizendo que às vezes é demais. Este ano sabíamos que seria muito intenso e nos concentramos em quais semanas jogaríamos ou não.

    P – Parece que, em todos os lugares em que atua, você joga diante de uma torcida local, especialmente em Paris. Como é jogar com uma torcida assim sempre ao seu lado? É uma pressão extra ou é melhor?

    JF – Quando eu era mais novo, sentia muito mais pressão quando jogava com uma torcida ao meu lado, mas hoje em dia adoro jogar com eles. O apoio deles me ajuda muito a manter o foco na partida, e, quando as coisas estão ruins ou boas, eles estão lá para torcer. Adoro jogar com a torcida. Sei que em todos os lugares que vou há brasileiros, e isso é muito legal. Adoro representar meu país. É um prazer representá-los e saber que em todos os lugares a que vou, em todas as partidas que jogo, há brasileiros torcendo.

    P – Você está sacando muito bem, 224 km/h, 221 km/h. Queria saber se você mexeu alguma coisa no seu saque, se tem a ver com a quadra coberta, algum outro fator.

    JF – A gente tem focado muito o saque desde o começo do ano. É uma das coisas mais importantes no tênis. Temos trabalhado bastante aqui no indoor, que é um fator muito grande. As entradas nos pontos, tanto o saque quanto a devolução, temos trabalhado muito. E mudamos ali depois de Bruxelas, que foi um jogo em que eu falhei bastante no meu saque. Acho que não teve uma mudança muito grande de técnica, acho que foi mais treino, treino e treino.

    P – Sobre a promessa [de cortar o cabelo a máquina zero], todo o mundo quer saber quando você vai cumprir.

    JF – Vou cumprir, tanto que eu até falei para a câmera [no domingo], para eu cumprir, porque eu já me conheço. Se eu não tivesse falado, sem todo o mundo me cobrando, eu provavelmente procrastinaria nisso. Mas eu já combinei com meus treinadores que eu vou fazer quando acabar a temporada. Que eu vou estar de férias, não vai ter televisão, provavelmente eu vou postar para todo o mundo. Mas eu vou ficar feio. Então, eu não vou estar jogando nenhum torneio na época.

    P – E alguma outra promessa?

    JF – Nenhuma promessa, não tem nenhuma promessa.

    P – Aqui em Paris, tem sempre um assédio grande, no bom sentido, em torno dos brasileiros, pelo que Gustavo Kuerten fez aqui. Como você, tão jovem, lida com tudo o que rola fora de quadra?

    JF – Eu acho muito legal a torcida ao meu favor. Ter tanto os brasileiros quanto pessoas de outros países torcendo para mim é uma honra. Vendo crianças gritando meu nome, até mesmo adultos, eu acho muito legal. E ajuda bastante durante a partida, no suporte, quando as coisas estão ruins, quando as coisas estão boas. Eles estão lá para me ajudar, para me mandar energia. Eu me sinto muito bem atualmente dentro de quadra quando a torcida está ao meu favor. E boa parte do tempo está ao meu favor. Eu sou muito grato por isso.

    Mas Paris é especial por causa do Guga?

    Paris… Cara, obviamente Roland Garros é diferente. Por conta do Guga mesmo. É um Grand Slam. Tudo bem, é um Grand Slam, mas tenho mais o peso ali pelo fato do Guga ter ganhado três vezes. Acho que é mais o Roland Garros mesmo. Não Paris em si, mas Roland Garros.

    Pular torneios está ajudando agora, diz João Fonseca

  • Milei planeja aproveitar respaldo das urnas para desengavetar reformas econômicas

    Milei planeja aproveitar respaldo das urnas para desengavetar reformas econômicas

    Presidente quer esperar novo Congresso, mais favorável, para aumentar jornada de trabalho argentina; proposta é mudar regras do trabalho, tributárias e previdenciárias, mas ele terá de negociar

    BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Logo depois de comemorar a vitória nas eleições legislativas do último domingo (26), o presidente argentino Javier Milei já deu algumas pistas de como pretende aproveitar o novo fôlego que as urnas deram aos governistas no Congresso.

    Com a configuração mais favorável no Parlamento a partir de dezembro, ele poderá finalmente avançar em três reformas que tentava fazer desde o início do mandato, há quase dois anos: uma trabalhista, seguida de uma tributária e, depois, uma do sistema previdenciário.

    Em uma entrevista na TV, ao comentar o que poderia ser feito para mudar as regras laborais do país, Milei usou de exemplo um projeto de lei de reforma que está parado na Câmara desde o ano passado, de autoria de uma deputada libertária.

    O projeto prevê o aumento da jornada de trabalho, de 8h para 12h, o pagamento de parte do salário em vale-refeição (o que a Justiça já impediu, em decisões anteriores) e o parcelamento de multas e indenizações em até 12 vezes. Nas vezes em que tentaram discutir as mudanças, os governistas não tiveram sucesso.

    Milei chegou a selar uma trégua com os sindicalistas argentinos, sobretudo da CGT (Confederação Geral do Trabalho), no ano passado e retirou uma de mudança na arrecadação dos sindicatos, o que evitou grandes mobilizações contra o governo. Agora, diz que irá insistir na reforma.

    “A maioria dos sindicatos sabe que o que temos hoje não funciona, acredito que vai ter uma melhora. Não estou falando do passado [de diretos adquiridos], estou imaginando o que virá adiante. Todos ganham, os informais que passam a ser formais, ganha a arrecadação para financiar maiores aposentadorias”, disse o presidente.

    O mercado de trabalho na Argentina sentiu o baque do programa atual de ajuste econômico que, se por um lado, freou a inflação, também reduziu a atividade. A informalidade no país também cresceu no último ano.

    Em setembro, o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) apontou que os informais eram 43,2% da população ocupada; 37% deles não contribuiam de forma alguma para a previdência. O número de informais aumentou em 226 mil pessoas entre o segundo trimestre de 2024 e o de 2025 , para 5,75 milhões.

    Uma semana antes das eleições, o secretário de Emprego, Julio Cordero, disse em uma apresentação na Comissão de Orçamento da Câmara que o governo pretendia implementar a negociação de acordos por empresa diretamente com o trabalhador. O secretário afirmou que o plano de Milei é implementar um sistema de salários dinâmicos que sejam definidos por mérito. “Um acordo por empresa permitiria uma situação diferente da que temos agora.”

    “O trabalho informal cresceu para 43%. O objetivo de criar trabalho não é cumprido, e a maior liberdade que os empregadores privados tiveram com este governo foi para demitir mais pessoas”, disse a deputada peronista Vanesa Siley, ao rebater os argumentos do governo.

    A discussão não é nova. Milei tentou fazer uma reforma trabalhista por decreto em seu primeiro ano de governo, por meio de um DNU (Decreto de Necessidade Urgência). A Justiça barrou o avanço das mudanças, argumentando que elas teriam que passar antes pelo Legislativo.

    O governo, teve uma lua-de-mel no primeiro ano, conseguindo aprovar cortes de gastos e enxugar o Orçamento, mesmo tendo atualmente menos de um terço da Câmara.

    Nos dias que precederam a campanha, o presidente reconheceu que a situação econômica era ruim, e que a atividade estava estagnada, mas atribuiu os números negativos a um boicote da oposição no Congresso, que derrubou seus vetos de aumentos de recursos para aposentados.

    Na configuração atual da Câmara, o partido de Milei, A Liberdade Avança, detém menos de um terço (86 vagas) das cadeiras, o que o colocava em uma situação de fragilidade e permitia a derrubada de vetos do presidente.

    A partir dos resultados do último domingo (26), os argentinos decidiram que a aliança governista com o PRO (do ex-presidente Mauricio Macri) terá 107 parlamentares, conquistando um terço e reduzindo a distância para alcançar a maioria necessária (129) para aprovar reformas.

    O cenário ficou mais favorável, mas não garantido. Para ter maioria, Milei terá de adotar uma postura mais conciliatória para tentar atrair parlamentares independentes ligados a forças provinciais oferecendo, por exemplo, mais recursos para os governadores; ou diluir as reformas para convencer deputados radicais e outros grupos independentes, como o Províncias Unidas.

    O representante da CGT, Gerardo Martínez, expressou sua oposição à reforma, chamando-a de ratificação do decreto que foi rejeitado pela Justiça. Ele enfatizou a rejeição da CGT a qualquer proposta de reforma trabalhista baseada nesse decreto.

    Para evitar que novas reformas por DNU sejam barradas pela Justiça, em um evento em Tucumán chamado por ele de Pacto de Maio, Milei já havia anunciado que prepara para dezembro uma segunda versão da Lei de Bases, com as reformas previstas -a primeira foi aprovada em 2024 e foi conhecida como “lei-ônibus”, por incluir normas de diferentes áreas.

    Ao debater o Orçamento de 2026, o governo havia adiantado que a nova Lei de Bases vai propor “a inviolabilidade da propriedade privada; o superávit fiscal inegociável; a redução do gasto público para 25% do PIB [Produto Interno Bruto] e novas regras para a exploração de recursos naturais”.

    Milei disse também, sem dar detalhes, que o governo trabalha em um projeto de eliminação de impostos. “Para a [reforma] tributária temos um plano de reduzir 20 impostos agora, ampliar a base tributária, para que, ao baixar as alíquotas, a evasão não faça sentido. Em outras palavras, que as pessoas não querem ser informais. Mas, primeiro, deve haver uma modernização trabalhista, o que não implica perda de direitos”, disse o presidente.

    Milei planeja aproveitar respaldo das urnas para desengavetar reformas econômicas

  • Deborah Secco compra apartamento em Miami para investir

    Deborah Secco compra apartamento em Miami para investir

    Propriedade fica em complexo de luxo no bairro de North Beach; empreendimento, já mobiliado, será entregue em 2026

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A atriz Deborah Secco, 45, comprou um empreendimento em Miami, mais precisamente no bairro de North Beach, para investir. Segundo ela, trata-se de um empreendimento que vai “se pagar sozinho”, apenas com o retorno financeiro que ela terá ao alugar.

    A propriedade só será entregue em 2026, mas já há imagens de como ele deverá ficar. Quem intermediou a venda foi Vivian Mellim, conhecida como a corretora dos famosos nos Estados Unidos.

    “Decidi dar um passo importante”, diz a atriz em vídeo. No momento da negociação, ela acabou adquirindo um segundo imóvel.

    Conforme a Leffers, empresa privada de desenvolvimento imobiliário especializada na criação de propriedades residenciais, o imóvel tem chamado a atenção das celebridades brasileiras. Além de Deborah, Márcio Garcia teria um apartamento no complexo.

    O Palma Miami Beach é composto por 119 apartamentos de um e dois quartos totalmente mobiliados. Há sete coberturas, com varandas privativas e portas de vidro do chão ao teto com vista para o Atlântico.

    Em estilo resort, a propriedade tem um saguão de pé-direito duplo, amplas janelas de vidro, piscinas com cabanas e de imersão quentes e frias, uma cozinha de verão ao ar livre e um deck de piscina privativa com seu próprio bar e lounge. Os preços começam em R$ 3,4 milhões.

    Deborah Secco compra apartamento em Miami para investir

  • Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

    Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

    Familiares de sequestrados acusam grupo terrorista de quebrar cessar-fogo ao devolver restos mortais de refém já retornado; primeiro-ministro afirmou anteriormente que faria reunião para tratar sobre uma possível resposta

    SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e ordenou que o Exército israelense realize “ataques poderosos” à Faixa de Gaza nesta terça-feira (28).

    O Exército afirma que foi equipes de operações de engenharia em Rafah, no sul do território palestino, foram alvo de um atirador e de projéteis anti-tanque. Netanyahu teria tomado a decisão de reiniciar os ataques imediatamente após consultas a autoridades de defesa.

    Ao jornal israelense The Jerusalem Post, um funcionário do governo de Netanyahu afirmou que a resposta seria “mais significativa” do que da última vez em que Tel Aviv acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e fez uma série de ataques a Gaza.

    No último dia 19, o Exército israelense afirmou que equipes tinham sido novamente alvo, também no sul do território, e anunciou a morte de dois soldados. Na ocasião, o Hamas negou ter conhecimento de qualquer ação no local.

    Aquele episódio foi o primeiro grande teste ao acordo de cessar-fogo costurado pelo presidente americano, Donald Trump, e países muçulmanos. Israel respondeu com ataques pontuais e, algumas horas depois, afirmou que voltaria a respeitar a trégua.

    O trato, de todo modo, mostrou sua fragilidade apesar dos esforços internacionais para encerrar o conflito, que já passa de dois anos, desde que o Hamas atacou comunidades no sul de Israel e matou cerca de 1.200 pessoas em 7 de outubro de 2023. Os atentados deram início à reação israelense, que deixou mais de 67 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, órgão controlado pela facção.

    Mais cedo nesta terça, o gabinete do primeiro-ministro havia afirmado que os restos mortais de um dos reféns devolvidos pelo grupo terrorista na véspera pertenciam a Ofir Tzarfati, cujo corpo já havia sido recuperado pelo Exército.

    Tzarfati foi sequestrado no festival de música Nova, onde 364 pessoas foram mortas nos ataques do 7 de Outubro. Segundo o governo, uma parte dos seus restos mortais já havia sido recuperada em uma operação militar há aproximadamente dois anos na Faixa de Gaza.

    Netanyahu afirmou que faria uma reunião para tratar sobre uma possível resposta. Ministros mais extremistas, como Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional), pediram que o premiê adotasse uma postura dura -posição que, somada à acusação de ataques ao Exército, parece ter prevalecido.

    O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos, principal associação de famílias dos sequestrados, acusou o Hamas de ter quebrado o acordo de cessar-fogo em vigor desde o último dia 10 e pediu que o governo aja “com firmeza contra essas violações”.

    O impasse eleva as tensões na região e estica ainda mais a corda do plano de paz, que corre risco de ruir após acusações de violações de ambas as partes. Pelo acordo, o Hamas libertou todos os reféns vivos em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos detidos durante a guerra, enquanto Israel recuou suas tropas e suspendeu sua ofensiva.

    Dos 28 cadáveres de reféns que permaneciam em poder do Hamas, 15 foram devolvidos às autoridades israelenses e puderam ser velados por suas famílias. O grupo terrorista afirma ter dificuldade de recuperar os 13 restantes sob o argumento de que os corpos estão sob escombros de construções atingidas por bombardeios de Tel Aviv.

    No domingo (26), o governo de Israel anunciou que autorizou equipes da Cruz Vermelha e do Egito a ingressarem em Gaza e procurarem os corpos de reféns mortos além da “linha amarela” que demarca o recuo militar israelense no território.

    As buscas se intensificaram com a chegada das máquinas. Nesta terça, escavadeiras trabalhavam em Khan Yunis, no sul de Gaza, e também em Nuseirat, mais ao norte, enquanto membros mascarados do Hamas faziam a segurança da área. Acredita-se que parte dos corpos esteja na rede de túneis do Hamas, que se estende sob todo o território.

    Já na Cisjordânia, território ocupado militarmente por Israel, forças de segurança israelenses mataram três palestinos nesta terça-feira. O Hamas afirma que dois deles eram integrantes da facção.

    Segundo o Exército de Israel, os militares atiraram contra palestinos que supostamente planejavam ataques na área do campo de refugiados de Jenin. A cidade serve de base para o Jihad Islâmico, uma facção terrorista aliada do Hamas.

    Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

  • Austríaco quebra recorde mundial após surfar a mesma onda por mais de 8h

    Austríaco quebra recorde mundial após surfar a mesma onda por mais de 8h

    (UOL/FOLHAPRESS) – O austríaco Maximilian Neuböck entrou para o Guinness World Records ao passar oito horas, cinco minutos e 44 segundos surfando sem parar em uma onda de rio artificial -o que o torna oficialmente o homem que mais tempo passou surfando uma mesma onda na história.

    O QUE ACONTECEU

    A façanha aconteceu na The RiverWave, considerada a maior onda de rio artificial da Europa, localizada em Ebensee, na Áustria.

    Diferente das ondas do mar, trata-se de uma onda estacionária, onde o surfista permanece deslizando sobre o mesmo ponto enquanto a água corre em alta pressão.

    Durante o desafio, Neuböck não desceu da prancha nem por um segundo. Sem pausas para banheiro, descanso ou alimentação, ele improvisou: tomou sopa, comeu pizza e bebeu energético – Tudo enquanto seguia equilibrado sobre a prancha.

    “Só quando completou mais de oito horas de surfe, ele finalmente teve certeza de que havia batido o recorde”, informou o Guinness em comunicado. “Foi então que voltou à margem, exausto, mas eufórico, e se jogou na água para celebrar.”

    RECORDE ANTERIOR

    O recorde anterior era de 2011, quando o panamenho Gary Saavedra surfou a esteira de um barco por 3 horas e 55 minutos, percorrendo 43,1 milhas no Canal do Panamá.

    A diferença, no entanto, é que Saavedra surfou em águas abertas, enquanto Neuböck manteve-se em uma onda parada.

    A prioridade de Endrick é atuar fora da Espanha e em uma equipe que dispute a Liga dos Campeões, segundo o tabloide espanhol ‘As’

    Folhapress | 13:15 – 28/10/2025

    Austríaco quebra recorde mundial após surfar a mesma onda por mais de 8h