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  • Netanyahu diz que não haverá Estado palestino e aprova mais assentamentos na Cisjordânia

    Netanyahu diz que não haverá Estado palestino e aprova mais assentamentos na Cisjordânia

    A declaração ocorre dias após um ataque a tiros em Jerusalém que deixou seis mortos, reivindicado pela ala militar do Hamas, chamada de Brigadas Izz ad-Din al-Qassam

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, voltou a dizer nesta quinta-feira (11) que não haverá Estado palestino e assinou um acordo para avançar com um polêmico plano de expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967.

    O premiê fez o anúncio em uma visita ao assentamento de Ma’ale Adumim, local onde o projeto, conhecido como E1, prevê a construção de mais de 3.400 casas. Se concretizada, a medida dividiria a Cisjordânia e a isolaria de Jerusalém Oriental, anexada ilegalmente por Israel em 1980.

    A proposta foi idealizada pelo ministro das Finanças, o extremista Bezalel Smotrich. Ele defendeu a aceleração do plano e a anexação da Cisjordânia em reação a anúncios de vários países sobre a intenção de reconhecer oficialmente um Estado palestino.

    A declaração ocorre dias após um ataque a tiros em Jerusalém que deixou seis mortos, reivindicado pela ala militar do Hamas, chamada de Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. Após o atentado, Smotrich afirmou que a Autoridade Palestina, órgão reconhecido pela comunidade internacional que governa parcialmente a Cisjordânia, “deve desaparecer do mapa”.

    Tel Aviv também revidou lançando um ataque inédito contra a alta liderança do Hamas no Qatar. A operação teve como alvo dirigentes do grupo terrorista que participam das negociações indiretas para encerrar o conflito na Faixa Gaza.

    Nesta quinta, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou a ofensiva contra Doha, mas não mencionou Israel na declaração. O texto foi aprovado por todos os 15 membros, incluindo os Estados Unidos, que são aliados históricos de Tel Aviv e que mantém sua maior base aérea no Oriente Médio em território qatari.

    O documento ressalta “a importância da redução das tensões” e “expressa solidariedade ao Qatar”. “Os membros do Conselho enfatizaram que a libertação dos reféns, incluindo aqueles mortos pelo Hamas, e o fim da guerra e do sofrimento em Gaza devem continuar sendo nossa principal prioridade”, afirmou ainda.

    Israel havia congelado os planos de construção em Ma’ale Adumim depois de protestos de aliados europeus, EUA e outras potências que consideravam o projeto uma ameaça a qualquer futuro acordo de paz com os palestinos. O direito internacional considera ilegais os assentamentos judaicos na Cisjordânia.

    Agora, com Donald Trump na Casa Branca, Tel Aviv parece mais confiante para seguir adiante com os planos.

    As obras de infraestrutura podem começar em poucos meses e a construção de casas em cerca de um ano, de acordo com o grupo israelense de defesa Peace Now, que monitora a atividade de assentamentos na Cisjordânia.

    Governada parcialmente pela Autoridade Palestina, a Cisjordânia foi dividida em três áreas administrativas nos Acordos de Oslo, firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de 1993 a 1995.

    Duas delas são regiões em parte administradas pelos palestinos. A terceira -e maior- está sob comando de Israel. O acordo era transferi-la aos palestinos quando um acordo de paz definitivo fosse selado. Isso nunca ocorreu.

    Essa colcha de retalhos em que se transformou a Cisjordânia, território que abriga 3 milhões de pessoas e que faz fronteira com a Jordânia, motiva disputas cada vez mais acirradas.

    Com o passar dos anos e a ideia de uma Palestina independente se tornando mais distante, Tel Aviv continuou a permitir a construção de novos assentamentos no território.

    Cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental -territórios capturados por Israel da Jordânia na guerra de 1967.

    A construção de assentamentos na Cisjordânia acelerou no governo de Netanyahu, especialmente desde o início da guerra na Faixa de Gaza. Tel Aviv também intensificou as operações militares contra palestinos na Cisjordânia.

    Alguns desses locais se assemelham a pequenas cidades ou a subúrbios de grandes municípios de países desenvolvidos. Embora muitos sejam ocupados por sionistas religiosos que acreditam que seu direito de viver na região venha dos textos bíblicos, outros tantos judeus seculares se mudaram para os assentamentos devido aos preços mais baixos em comparação com terrenos em Israel.

    Os palestinos consideram o avanço dos assentamentos um obstáculo para suas aspirações de criar um Estado independente na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental ocupada como capital.

    Netanyahu diz que não haverá Estado palestino e aprova mais assentamentos na Cisjordânia

  • Isabelle Nogueira vira enredo de escola de samba em Manaus

    Isabelle Nogueira vira enredo de escola de samba em Manaus

    A modelo agradeceu a homenagem e se disse motivada a desfilar no Carnaval

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A modelo e ex-BBB Isabelle Nogueira, 32, foi escolhida como enredo da Escola de Samba Presidente Vargas no Carnaval 2026. A agremiação fica no bairro onde ela nasceu, em Manaus (AM).

    Pelas redes sociais, a escola contou a notícia aos seguidores. “Isabelle Nogueira é a nossa homenageada, símbolo da cultura do Amazonas, uma guerreira amazônica que levou a sua raiz, sua gente e sua história para o Brasil inteiro e para além das fronteiras”, diz trecho da postagem.

    Em seu perfil, a modelo agradeceu e se disse motivada a desfilar no Carnaval. O enredo escolhido leva o título “Com Uma Flecha e Um Sonho: Isabelle Nogueira, a Força da Mulher Amazônica”.

    “Estou feliz em contribuir com a cultura do nosso Amazonas para explanar ao país inteiro que temos um Carnaval forte. Só me traz emoção, nostalgia. Foi aqui que tudo aconteceu, meus grandes sonhos e passos”, disse em vídeo.

    O bairro de Presidente Vargas era conhecido anteriormente como Matinha. “Aqui aprendi que o samba é mais do que dança, é identidade, é resistência e muito amor”, comemorou Isabelle.

    Em 2025, a escola de samba foi campeã do Grupo de Acesso A e garantiu a volta ao Grupo Especial do Carnaval de Manaus no próximo ano.

    Isabelle Nogueira vira enredo de escola de samba em Manaus

  • Flamengo recebe convocados com quilometragem e desgaste após Data Fifa

    Flamengo recebe convocados com quilometragem e desgaste após Data Fifa

    RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Filipe Luís contará, a partir desta quinta-feira (11), com todo os jogadores convocados por suas seleções na Data Fifa. Dos seis, apenas um não entrou em campo e a maioria teve grande minutagem e desgaste.

    O equatoriano Plata, por exemplo, participou dos dois jogos das Eliminatórias. Já os uruguaios Arrascaeta, Varela e Viña, e o brasileiro Samuel Lino atuaram em uma partida. O único que não entrou em campo foi o colombiano Carrascal.

    VARELA SE TORNA DÚVIDA; ARRASCAETA É ELOGIADO

    Arrascaeta e Varela foram titulares e grandes destaques na vitória por 3 a 0 sobre o Peru. O meia fez um golaço e participou de outro. No total, foram 72 minutos em campo. Já o lateral deu duas assistências e atuou os 96 minutos.

    Varela, porém, retornou ao Rio de Janeiro com uma pubalgia. Ele tem feito tratamento no Ninho do Urubu e se tornou dúvida para a partida deste domingo, contra o Juventude, em Caxias do Sul (RS), pelo Campeonato Brasileiro.

    Já Viña ficou no banco contra o Peru e foi titular diante do Chile. O lateral esquerdo atuou por 96 minutos, no empate em 0 a 0, e teve um desempenho discreto.

    Tanto Varela quanto Arrascaeta foram liberadores antecipadamente pelo Uruguai e não participaram do duelo contra os chilenos. O meia, porém, não apresentou problemas e foi poupado como parte de um planejamento da comissão técnica de Marcelo Bielsa, que rasgou elogios ao jogador e ao Flamengo após a vitória sobre os peruanos.

    Sobre o Arrascaeta, gostaria de fazer um reconhecimento especial às comissões técnica e médica do Fla, que fizeram do Arrascaeta um jogador diferente nesta temporada. É um jogador como eu tinha ouvido falar dele. O que ele fez na seleção é muito valioso, mas o que ele faz no Fla, jogando duas vezes por semana, marcando gol, dando assistências, é um jogador que nesta versão é muito bomMarcelo Bielsa, após a vitória do Uruguai sobre o Peru

    SAMUEL LINO FOI TITULAR NA ALTITUDE

    Samuel Lino foi exposto ao desgaste extremo do jogo da seleção brasileira, contra a Bolívia, na altitude de 4.100m da cidade de El Alto. Ele fez sua estreia com a Amarelinha e foi titular na derrota por 1 a 0, tendo atuado por 66 minutos, sendo substituído no segundo tempo.

    O atacante, aparentemente, sentiu bastante os efeitos do ar rarefeito e teve dificuldade em impor seu estilo de jogo em velocidade e com dribles.

    PLATA FOI QUEM MAIS JOGOU; CARRASCAL NÃO SAIU DO BANCO

    Plata entrou no decorrer, no primeiro jogo, e foi titular no segundo, pelo Equador. O atacante foi acionado aos 24 minutos da etapa final no empate em 0 a 0 com o Paraguai, em Assunção (PAR). Já diante da Argentina começou jogando, na vitória por 1 a 0, mas foi substituído aos 23 minutos do segundo tempo. No total, somou 105 minutos.

    O colombiano Carrascal foi o único que não entrou em campo. No primeiro duelo, contra a Bolívia, ficou no banco na vitória por 3 a 0. Já no segundo, na goleada por 6 a 3 sobre a Venezuela, sequer foi relacionado.

    QUATRO SE REAPRESENTAM HOJE

    Como o Flamengo deu folga na última terça ao elenco, Arrascaeta e Varela – que foram liberados antecipadamente – só se reapresentaram no Rubro-Negro nesta quarta-feira (10).

    Já Viña, Samuel Lino, Plata e Carrascal são aguardados nesta quinta-feira (11) no Ninho do Urubu para participar da preparação visando o jogo conta o Juventude no fim de semana.

    Flamengo recebe convocados com quilometragem e desgaste após Data Fifa

  • Valdemar cita Fux como futuro candidato ao Senado, e líder do PT diz que fala é grave

    Valdemar cita Fux como futuro candidato ao Senado, e líder do PT diz que fala é grave

    Valdemar Costa Neto afirmou que “[Fux] vai se aposentar daqui a dois anos e ele pode ser senador”, disse após o ministro votar pela absolvição de Bolsonaro na trama golpista

    BRASÍLIA, DF (fOLHAPRESS) – O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou como grave uma fala do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em defesa do ministro Luiz Fux como candidato ao Senado depois que ele se aposentar do STF, em 2028.

    “Teve um tom muito político. Passou pela minha cabeça isso. Agora, se o presidente do PL fala isso, acho que é muito grave”, afirmou o deputado petista.

    Mais cedo, em entrevista à CNN Brasil, Valdemar afirmou: “[Fux] vai se aposentar daqui a dois anos e ele pode ser senador, mas não sei se ele tem interesse nisso”.

    A aposentadoria compulsória de Fux está prevista para abril de 2028, quando ele completa 75 anos. O magistrado tem sido elogiado por políticos bolsonaristas após votar pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Valdemar cita Fux como futuro candidato ao Senado, e líder do PT diz que fala é grave

  • Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

    Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

    Texto permite antecipar benefício, operação que era oferecida pelo PicPay; relator disse que medida foi incluída em versão acordada com Casa Civil

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados usou o projeto de lei de combate a fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para recriar uma modalidade de desconto nos benefícios que já havia sido suspensa pelo órgão devido a denúncias de irregularidades.

    Ao mesmo tempo em que revoga a possibilidade de descontar mensalidades de associações e entidades -mecanismo central do esquema investigado na Operação Sem Desconto-, o texto inseriu autorização para deduzir dos pagamentos a “amortização de operações de antecipação do benefício previdenciário”.

    Esse tipo de transação era oferecido pelo PicPay, empresa de serviços financeiros controlada pela J&F Participações, holding pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista. No início de maio, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, suspendeu o serviço após denúncias de cobrança de taxas não autorizadas e descumprimento de normas do instituto.

    A reportagem procurou o PicPay por meio de sua assessoria para saber se a empresa é favorável ao dispositivo e se atuou no Congresso para defender a mudança. A companhia não quis se manifestar.

    Na semana passada, a Câmara aprovou a inclusão da autorização desse tipo de desconto na lei que rege os benefícios da Previdência. A base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou um destaque para votar o dispositivo de forma separada, numa estratégia para tentar derrubá-lo, mas sem sucesso.

    A medida foi aprovada por 259 votos a 126, com largo apoio de deputados do centrão e da oposição. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

    A versão validada ainda excluiu um trecho que tentava ao menos proibir a cobrança de taxas, cerne do problema identificado anteriormente pelo INSS. O texto inicial previa a possibilidade de desconto “sem encargos financeiros”, mas essa parte foi suprimida antes da votação final.

    A questão virou motivo de discórdia durante a votação no plenário da Câmara, com manifestações contrárias de parlamentares do PT, PCdoB, PSB e PSOL.

    “Não há nada escrito sobre a antecipação ser [feita] no mês, nada. […] Isso significa que os bancos vão criar uma nova operação, muito pior do que o crédito consignado. O crédito consignado tem limite de juros, que hoje estão em torno de 1,8%. Aqui o banqueiro vai poder cobrar o quanto ele quiser de juros, sem limite para o endividamento do coitado do aposentado”, criticou o deputado Rogério Correa (PT-MG) durante a sessão.

    “O relator não permitiu que fosse colocada a frase ‘sem encargos financeiros para o beneficiário’”, acrescentou.

    O relator do projeto, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), disse que o trecho foi suprimido pela Casa Civil, em decisão validada em acordo com líderes partidários.

    “Na conversa que eu tive com o ministro Rui Costa, na Casa Civil, ele ficou de me remeter um texto de acordo. [] Eu coloquei no texto ‘sem encargo financeiro’. Quando o texto voltou para mim, voltou sem essa parte, e foi o texto que foi acordado pela grande maioria dos líderes, inclusive pelo líder do PSB, que estava presente”, disse Forte.

    “Se o deputado Rogério quer culpar alguém, que bata na porta do Rui Costa”, afirmou o relator.

    A reportagem procurou a Casa Civil na última terça-feira (9) para saber as razões pelas quais o órgão defendeu a retirada do trecho. A reportagem também questionou se o governo tinha interesse em favorecer o PicPay com a retomada da modalidade. A pasta não respondeu a nenhuma das perguntas.

    O PicPay também não se manifestou sobre esse ponto.

    Segundo interlocutores do governo, o INSS considera absurda a autorização para o desconto da antecipação de benefício. Oficialmente, o órgão não se manifestou quando procurado pela reportagem.

    A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) -entidade que tem o PicPay entre seus associados- disse ser contra a manutenção do dispositivo, independentemente da inclusão ou não da expressão “sem encargo financeiro”.

    “A associação entende que essa modalidade representa riscos relevantes, que justificam sua supressão integral do texto legal”, disse, em nota. Segundo a entidade, o modelo de antecipação amplia riscos de superendividamento.

    A ABBC afirmou que a antecipação seria uma operação de crédito, sujeita à incidência de juros e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas sem os controles legais que regem as operações de crédito convencionais.

    “A depender do prazo de antecipação, o custo efetivo total da operação pode extrapolar o teto de taxa de juros estipulado pelo CNPS [Conselho Nacional da Previdência Social]”, disse. “Quando somada a outras modalidades, como o crédito consignado, pode exceder o limite de 45% da renda e comprometer até 100% dos rendimentos do beneficiário.”

    A entidade ainda alertou para o risco de quebra de contrato, já que a antecipação poderia romper as cláusulas de exclusividade de processamento da folha de pagamento. “A flexibilização pode gerar obrigações de devolução ou revisão dos valores pagos nos leilões [da folha de pagamento], além de reduzir a arrecadação futura da União”, afirmou.

    A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que não atuou pela inclusão do produto no projeto de lei, nem recebeu demandas de seus associados nesse sentido.

    “Hoje, o crédito consignado INSS é uma linha de empréstimo com a menor taxa de mercado e permite que o aposentado comprometa até 35% de seu benefício em parcelas. Um novo produto que permita um endividamento adicional do benefício do aposentado e apresente taxas superiores às do consignado poderá trazer um descontrole financeiro e prejuízos relevantes a públicos mais vulneráveis”, afirmou.

    INSS COMO FIADOR DE BANCOS

    O projeto aprovado também prevê que o INSS deverá restituir ao beneficiário o valor integral de eventuais descontos indevidos feitos por entidades associativas, instituições financeiras ou sociedades de arrendamento mercantil, caso elas não efetuem o ressarcimento por conta própria em um prazo de até 30 dias.

    A medida foi considerada absurda dentro do INSS, pois coloca o órgão numa posição de fiador de bancos e outras entidades que operam o crédito consignado. O risco é encorajar instituições a fraudarem contratações de empréstimos com a segurança de que o governo vai cobrir o pagamento.

    O texto aprovado até prevê que o INSS poderá cobrar os valores das instituições financeiras ou, em última instância, do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), criado originalmente para garantir aplicações em caso de problemas em instituições financeiras.

    Esse trecho foi incluído para minimizar eventuais impactos nas contas públicas. No entanto, integrantes do órgão entendem que não é papel do INSS atuar como garantidor dessas operações.

    Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

  • Pela primeira vez, obesidade supera desnutrição em crianças no mundo, diz relatório do Unicef

    Pela primeira vez, obesidade supera desnutrição em crianças no mundo, diz relatório do Unicef

    Segundo o estudo, em 2025, a prevalência global de obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos foi de 9,4%, enquanto a de desnutrição foi de 9,2%

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Pela primeira vez na história, a obesidade superou a desnutrição entre crianças e adolescentes no mundo, segundo um estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O marco mostra que a insegurança alimentar não foi superada, mas sofreu uma mudança frente ao aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, dizem especialistas.

    Segundo o estudo, em 2025, a prevalência global de obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos foi de 9,4%, enquanto a de desnutrição foi de 9,2%. As regiões mais afetadas são América Latina e Caribe, Oriente Médio, Norte da África e a América do Norte.

    O relatório “Alimentando o Lucro: como os Ambientes Alimentares Estão Falhando com as Crianças”, divulgado nesta quarta-feira (10), usou dados de pesquisas do Unicef fornecidos por mais de 190 países com crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. As classificações excesso de peso, sobrepeso, obesidade e desnutrição são definidas com base nos critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde).

    Bruno Halpern, Vice-presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), diz que o marco não deve ser considerado um avanço e que a obesidade deve ser considerada como nova forma de insegurança alimentar.

    “A desnutrição e a obesidade são duas faces da mesma moeda. O grande ponto é que o crescimento maior da obesidade é em crianças de países de baixa e média renda”, diz Halpern.

    Segundo o estudo, 20% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estão em excesso de peso, classificação que considera pessoas com sobrepeso ou com obesidade. A porcentagem representa um aumento de cerca de 50% de 2000 a 2025.

    O crescimento se comporta de forma diferente entre países de baixa, média e alta renda. Segundo o relatório, enquanto nos países ricos o aumento foi de 1,2 vezes, nos países pobres ele cresceu 50%.

    O estudo mostra que a mudança está relacionada ao aumento do consumo dos alimentos ultraprocessados que, segundo Halpern, são baratos e calóricos, mas não nutritivos: “A gente precisa oferecer calorias, sim, para que as pessoas não tenham desnutrição e fome, mas com qualidade nutricional para que elas tenham saúde”.

    O relatório ainda traz dados que responsabilizam a indústria de alimentos como impulsionadora do crescimento da obesidade. “Eles inundam os mercados de varejo, eles se infiltram nas escolas e eles têm um lobby muito grande na elaboração de políticas públicas, que mina a ação do governo para apoiar a alimentação saudável”, diz Stephanie Amaral, oficial de Saúde e Nutrição do Unicef no Brasil.

    O Unicef destaca o Brasil como referência mundial pelas ações de rotulagem dos alimentos e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar.

    Amaral, no entanto, diz que ainda é preciso proibir anúncios e a presença de ultraprocessados em todas as escolas. Ela diz é preciso ter um maior monitoramento da alimentação dos colégios municipais e estaduais, que continuam flexíveis à entrada destes alimentos.

    Pela primeira vez, obesidade supera desnutrição em crianças no mundo, diz relatório do Unicef

  • Bolsonaro é condenado a pena de 27 anos e 3 meses de prisão

    Bolsonaro é condenado a pena de 27 anos e 3 meses de prisão

    Bolsonaro foi condenado por 4 votos a 1 por golpe de Estado e outros quatro crimes. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente deve ser punido por esse crime

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O STF (Supremo Tribunal Federal) aplicou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma pena de 27 anos e três meses por liderar uma trama golpista após a derrota para o ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

    Segundo o voto da turma, serão 24 anos e nove meses de reclusão e o restante de detenção. O regime inicial é fechado.

    Ele também foi condenado ao pagamento de 124 dias-multa, sendo que cada um desses dias equivale a dois salários mínimos.

    Bolsonaro foi condenado por 4 votos a 1 por golpe de Estado e outros quatro crimes. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente deve ser punido por esse crime.

    Após a condenação, os ministros passaram à dosimetria, em que discutiram o tamanho da pena do ex-presidente e dos outros sete réus na ação do núcleo central da trama golpista.

    O relator do processo, Alexandre de Moraes, disse que a gravidade e intensidade das circunstâncias judiciais foram amplamente prejudiciais ao ex-presidente. Ele teve, porém, atenuantes devido à sua idade -atualmente ele tem 70 anos.

    “Depositário da confiança do eleitorado, agiu dolosamente para induzir a população em erro, notadamente em relação à integridade do sistema de votação e às urnas eletrônicas”, disse Moraes em seu voto.

    “Espera-se que aquele que for eleito democraticamente para o mais alto cargo da República paute com suas atitudes com mais rigor. Todavia, não foi o que aconteceu.”

    Além de golpe de Estado, Bolsonaro foi condenado pelo Supremo pelos crimes de abolição do Estado democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

    Presidente do Brasil de 2019 a 2022, Bolsonaro está atualmente em prisão domiciliar, em meio à ofensiva de seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, no exterior para obter sanções de Donald Trump ao país.

    O ex-presidente só deve ser preso na condição de condenado (e eventualmente em regime fechado) após o fim do processo, quando a defesa de Bolsonaro não tiver mais recursos a apresentar ao Supremo. A jurisprudência do tribunal define que a pena só deve ser cumprida após a rejeição dos dois primeiros embargos de declaração.

    Sua condenação se dá em meio à pressão de aliados por uma anistia no Congresso e está inserida em um ambiente de polarização política com implicações na eleição presidencial do ano que vem. Ministros do STF vêm se posicionando contra esse perdão e em defesa da punição dos réus condenados.

    Votaram pela condenação de Bolsonaro o relator do processo, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Já Luiz Fux votou pela absolvição do ex-presidente. Ele não participou da votação da dosimetria da pena.

    Moraes abriu as sessões de votação, na terça-feira (9), com um longo posicionamento em que atribuiu a Bolsonaro o papel de liderança da trama. “O líder do grupo criminoso deixa claro, de viva voz, de forma pública, que jamais aceitaria uma derrota nas urnas, uma derrota democrática nas eleições, que jamais cumpriria a vontade popular”, afirmou.

    Dino foi o segundo a votar. Ele acompanhou integralmente a posição de Moraes quanto à condenação de Bolsonaro e da maior parte dos réus, afirmando que “não há dúvidas” de que o ex-presidente e Braga Netto ocupavam posições de comando na organização criminosa. Ele indicou que pode votar por penas mais brandas para alguns réus, como os ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.

    Em um voto com cerca de 12 horas de duração, mais que o dobro do tempo usado por Moraes, Fux afirmou rejeitou as acusações contra Bolsonaro e outros quatro réus. Ele votou pela condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do ex-ministro Walter Braga Netto por apenas um dos cinco crimes: tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

    Bolsonaro é condenado a pena de 27 anos e 3 meses de prisão

  • 'É como uma nova identidade', diz Tom Holland sobre os três anos e meio de sobriedade

    'É como uma nova identidade', diz Tom Holland sobre os três anos e meio de sobriedade

    Ator também falou sobre sua marca de cerveja sem álcool e o impacto pessoal da conquista; ele contou o desenvolvimento de um projeto ajudou a melhorar seu estilo de vida

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Conhecido mundialmente como o Homem-Aranha nos cinemas, Tom Holland, 29, revelou estar vivendo um momento de transformação pessoal. O ator celebrou, em entrevista à revista Esquire, seus três anos e meio de sobriedade, destacando como a decisão de abandonar o álcool mudou sua vida.

    “É uma sensação incrível, quase como uma identidade totalmente nova”, afirmou. Para ele, a jornada de recuperação não se resume apenas à ausência da bebida, mas a uma nova forma de se relacionar com si mesmo e com o mundo ao redor.

    Além do aspecto pessoal, o britânico contou que o período coincidiu com o desenvolvimento de sua empresa de cerveja sem álcool, um projeto que tem crescido junto com sua própria reinvenção. “Estou muito orgulhoso disso. A cada dia damos grandes passos na direção certa, pensando em novas maneiras de inovar e criando novas ideias para produtos”, explicou.

    Segundo ele, o trabalho no negócio tem sido uma extensão natural da sua busca por equilíbrio. O ator descreveu a experiência como enriquecedora e em constante transformação. “É um processo em constante mudança e crescimento”, resumiu.

    Holland, que desde cedo enfrentou a pressão de ser um astro global, já havia comentado em outras ocasiões sobre os desafios da fama e a importância de cuidar da saúde mental.

    'É como uma nova identidade', diz Tom Holland sobre os três anos e meio de sobriedade

  • Temer diz que Tarcísio não foi feliz ao atacar Moraes

    Temer diz que Tarcísio não foi feliz ao atacar Moraes

    O ex-presidente disse também que o voto de Fux no julgamento da trama golpista foi fundamental para Bolsonaro

    SALVADOR, BA (CBS NEWS) – O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira (11) que o voto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux no julgamento da trama golpista “foi importantíssimo” para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Luiz Fux votou nesta quarta-feira (10) para absolver Bolsonaro de todos os crimes de que foi acusado. Além de ter sido o primeiro voto divergente no julgamento até agora, Fux travou um embate com os métodos de Alexandre de Moraes, relator do processo, à frente do processo.

    “Até o presente momento, ele [Fux] está absolvendo a todos, de modo que para o ex-presidente Bolsonaro este voto é fundamental, é importantíssimo”, afirmou Temer nesta quinta-feira (11), em Salvador, onde participou do 3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade.

    Ele disse ainda que tanto Moraes como Fux tiveram posições processuais respeitáveis durante o julgamento e que a divergência entre ambos é natural. Também afirmou acreditar na “qualidade pacificadora” dos dois ministros.

    O resultado parcial do julgamento está em 2 votos a 1 pela condenação de Bolsonaro. Faltam os votos dos ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Caso um deles vote contra o ex-presidente, estará formada maioria pela condenação.

    O ex-presidente ainda afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) “não foi feliz” ao atacar Moraes durante as manifestações bolsonaristas na avenida Paulista no último domingo (7). Na ocasião, Tarcísio chamou o ministro de ditador e tirano.

    “[Tarcício] não foi feliz com aquelas palavras, mas eu compreendo bem. Lá, era o calor daquele comício, daquela movimentação, e mais ainda talvez a tentativa de mostrar que ele não era desleal ao ex-presidente Bolsonaro. Afinal, ele precisa do voto daquele que são bolsonaristas”, disse.

    Questionado sobre o projeto de lei que anistia os envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, Michel Temer afirmou que a proposta certamente será objeto de questionamentos sobre a sua constitucionalidade. E defendeu que o próprio STF construa uma solução de pacificação.

    “Todos sabem que a punição deve existir, afinal houve depredação de prédios públicos. Mas o melhor seria que o Supremo resolvesse usando instrumentos jurídicos que existem no sistema”, disse o ex-presidente, citando como exemplo a redução de penas.

    Temer diz que Tarcísio não foi feliz ao atacar Moraes

  • Mauro Cid é condenado a 2 anos em regime aberto, com benefício por delação premiada

    Mauro Cid é condenado a 2 anos em regime aberto, com benefício por delação premiada

    Mauro Cid assinou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 28 de agosto de 2023

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (11), por unanimidade, que o tenente-coronel Mauro Cid será condenado a apenas dois anos de reclusão, em regime aberto, como resultado do acordo de colaboração premiada firmado com a Polícia Federal.

    O benefício era um pedido secundário de Cid. O militar pedia, como primeira opção, o perdão judicial das penas.

    O ministro Alexandre de Moraes disse ser contrário ao perdão judicial. “Não cabe indulto pelo presidente, não cabe anistia pelo Legislativo e também perdão judicial por crime de golpe de Estado”, disse.

    Mauro Cid assinou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 28 de agosto de 2023. A parte quatro do contrato é dedicada aos benefícios pleiteados pelo delator.

    O primeiro item diz que Cid desejava obter o “perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos”.

    O procurador-geral da República Paulo Gonet pediu ao Supremo que a extensão do benefício fosse menor. Ele considera que Cid omitiu fatos e se contradisse em seus mais de dez depoimentos prestados à Polícia Federal e ao STF durante a investigação.

    A PGR, em alegações finais, sugeriu que o benefício de Cid fosse fixado no “patamar mínimo”: redução de apenas um terço da pena fixada pelo Supremo.

    “Afasta-se, por conseguinte, a concessão do perdão judicial, da conversão automática da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos e da redução máxima de dois terços, uma vez que esses benefícios exigem colaboração efetiva, integral e pautada pela boa-fé, requisitos não plenamente evidenciados no presente caso”, disse Gonet.

    Mauro Cid é condenado a 2 anos em regime aberto, com benefício por delação premiada