Categoria: ECONOMIA

  • Arrecadação federal cresce 4,6% em julho e bate recorde para o mês

    Arrecadação federal cresce 4,6% em julho e bate recorde para o mês

    A arrecadação federal atingiu R$ 254,2 bilhões em julho; o valor é o maior registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995

    Impulsionada pelo crescimento da economia e pela elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a arrecadação federal atingiu R$ 254,2 bilhões em julho, divulgou nesta quinta-feira (21) a Receita Federal. O valor é o maior registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995, e representa crescimento real (acima da inflação) de 4,57% em relação a julho de 2024.

    De janeiro a julho, a arrecadação soma R$ 1,679 trilhão, alta de 4,41% em relação ao mesmo período do ano passado em valores corrigidos pela inflação. O valor também é o maior para o período desde o início da série histórica.

    Um dos principais fatores para o recorde foi o aumento do IOF. Em julho, a arrecadação com o tributo chegou a R$ 6,5 bilhões, alta de R$ 756 milhões, 13,05% acima da inflação, sobre 2024. No acumulado do ano, já são R$ 43,5 bilhões, crescimento de 9,42% acima da inflação. Apesar da alta, a Receita Federal destacou que o impacto em julho foi residual, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) só restabeleceu o decreto que elevou o IOF na metade de julho. 

    Segundo o coordenador de Previsão e Análise do Fisco, Marcelo Gomide, o efeito pleno será sentido a partir de agosto.

    Alvo de disputas entre Executivo, Congresso e Supremo Tribunal Federal, a elevação do IOF deve render cerca de R$ 12 bilhões adicionais este ano. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o STF manteve o aumento do IOF, mas retirou a incidência sobre o risco sacado (tipo de antecipação de receitas usada por comerciantes) e descartou a cobrança retroativa.

    Outros fatores:

    Além do IOF, uma série de medidas e eventos ajudou a reforçar os cofres públicos em julho:Taxação das apostas online e loterias: arrecadação de R$ 928 milhões no mês;Receita atípica: cerca de R$ 3 bilhões de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) vindos dos setores de mineração, financeiro e petróleo;Arrecadação da Previdência Social: alta de 3,4% acima da inflação em julho em relação a julho do ano passado, motivada pela recuperação do emprego formal;Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins): alta de 2,9% acima da inflação em julho, motivada pelo aumento do consumo de serviços.

    No acumulado do ano, o desempenho também reflete o crescimento da economia brasileira, com massa salarial em alta de 10,6% acima da inflação e importações de 3,3% maiores em dólares.

    Meta fiscal e perspectivas

    A equipe econômica avalia que a trajetória positiva da arrecadação aumenta as chances de cumprir a meta de déficit zero este ano, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Neste ano, o governo pode ter um déficit de até R$ 31 bilhões (0,25% do Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país) sem descumprir formalmente a regra, além de excluir R$ 44,1 bilhões em precatórios da conta oficial. Para 2026, o governo precisa obter um superávit primário de 0,25% do PIB, algo em torno de R$ 31 bilhões.

    No entanto, o desempenho das contas públicas neste e no próximo ano depende da medida provisória editada em junho que pretende reforçar a arrecadação em R$ 10,5 bilhões neste ano e em R$ 20,87 bilhões em 2026. Lançada para compensar a desidratação do decreto que elevou o IOF, a MP está em discussão no Congresso Nacional.

    Arrecadação federal cresce 4,6% em julho e bate recorde para o mês

  • Toffoli pede a Barroso que decida qual ministro ficará responsável por inquéritos do INSS

    Toffoli pede a Barroso que decida qual ministro ficará responsável por inquéritos do INSS

    A solicitação do ministro Dias Toffoli foi feita após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestar de forma contrária à relatoria do ministro sobre o tema

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu que o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, decida se as investigações sobre fraudes nos descontos de benefícios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) devem ficar sob sua responsabilidade ou serem distribuídas livremente, por sorteio, entre os ministros.

    A solicitação de Toffoli foi feita após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestar de forma contrária à relatoria do ministro sobre o tema.

    Toffoli determinou em junho que todas as apurações da Polícia Federal sobre o tema fossem enviadas ao seu gabinete. Em seguida, pediu manifestação da PGR sobre o tema, que foi apresentada na segunda-feira (18).

    Na manifestação, Gonet não tratou do mérito (dos pontos centrais) sobre as suspeitas, mas questionou a manutenção das investigações com o ministro e pediu a redistribuição por sorteio do caso.

    A manifestação da PGR foi divulgada inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela Folha de S.Paulo.

    O ministro que assumir as investigações também deve decidir se mantém todos os procedimentos no Supremo ou se envia parte deles a instâncias inferiores.

    Toffoli determinou a remessa das investigações ao Supremo em 10 de junho, depois de a Polícia Federal informar, por meio de uma representação, que o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni foram mencionados nas apurações.

    “Faz-se necessário o compartilhamento dos respectivos autos para exame e análise conjunta, sob o crivo deste Supremo Tribunal Federal, sobre eventual conexão e prevenção estabelecida”, disse Toffoli.

    Os dois têm foro por prerrogativa de função, o que leva o caso ao Supremo. Os autos do processo relacionados à operação Sem Desconto estão sob sigilo, o que o ministro manteve.

    A autoridade policial informou que a conexão entre os políticos e a investigação seria por uma entidade investigada pela PF por descontos indevidos nas aposentadorias.

    A empresa teria doado valores à campanha de Onyx ao governo do Rio Grande do Sul, durante as eleições de 2022. Procurados à época, Pinato disse não ter envolvimento com as investigações e Onyx não se manifestou.

    Barroso ainda não decidiu a respeito de quem ficará responsável por supervisionar as investigações no Supremo.

    Toffoli pede a Barroso que decida qual ministro ficará responsável por inquéritos do INSS

  • Batata e cebola estão mais baratas, diz Conab

    Batata e cebola estão mais baratas, diz Conab

    Entre as frutas, a laranja apresentou queda de 9,8% na média ponderada das cotações observadas pela Conab; veja mais!

    O preço da batata e da cebola apresentaram queda nas principais Centrais de Abastecimentos (Ceasas) do país, no mês de julho. É o que mostra o 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    No caso das batatas, a queda ocorre pelo segundo mês seguido nos principais mercados atacadistas. A redução chegou a 31,61% na média ponderada nos 11 mercados atacadistas analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

    “A maior quantidade da cebola no mercado também influenciou nos menores preços. As cotações na média ponderada de julho ficaram 25,57% abaixo do valor praticado em junho. Se compararmos com o mesmo período de 2024, os preços estão quase 60% abaixo dos registrados no ano anterior”, detalhou o levantamento.

    Já a variação de preços do tomate e da cenoura não foi uniforme nas Centrais analisadas. 

    “No caso do tomate, a Ceasa no Paraná registrou queda de 16,68%, enquanto que em Santa Catarina foi verificada alta de 4,68%. Ainda assim, a Conab verificou uma queda de 5,68% na média ponderada de preços”.

    No caso da alface, a média ponderada dos preços apresentou aumento de 9,93%, com a maior elevação registrada na Ceasa no Paraná.

    “No entanto, esse comportamento de alta não foi unânime. Como a produção da folhosa tende a ser próxima aos centros consumidores, cada mercado atacadista reage de acordo com a intensidade de oferta, qualidade e demanda”, informou a companhia.

    Frutas

    A laranja apresentou queda de 9,8% na média ponderada das cotações observadas pela Conab. A redução se deve à menor demanda devido ao período das férias escolares, da concorrência com a mexerica poncã e do clima mais frio.

    “Cenário semelhante foi verificado para a maçã. As temperaturas mais baixas e o recesso dos estudantes também impactaram nos preços de comercialização da maçã, que apresentaram uma ligeira redução de 1,92% na média ponderada”, informou a Conab.

    A melancia teve queda de demanda por conta do clima mais frio, apesar do aumento da produção em Goiás e no Tocantins. Houve alta de 3,92% na média ponderada dos valores de comercialização desse produto.

    Banana e mamão também tiveram alta. No caso da média ponderada dos preços nas centrais para a banana, a alta ficou em 10,48%, devido à menor oferta da variedade nanica, que, segundo o boletim, apresentou “redução no volume de envio do produto a partir das principais regiões produtoras, situação comum no inverno”.

    O aumento do mamão chegou a 21,65% na média ponderada. Alta que se deve às condições climáticas, segundo o levantamento.

    “Se por um lado as baixas temperaturas influenciam em uma menor demanda, por outro o clima frio também impacta em uma menor oferta do produto”, justificou.
     

    Batata e cebola estão mais baratas, diz Conab

  • BNDES tem lucro de R$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

    BNDES tem lucro de R$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

    Os dados mostram ainda que houve aumento de R$ 204,2 bilhões nos ativos totais do banco, na atual gestão, desde o início de 2023, alcançando R$ 888 bilhões, um crescimento de 30% em relação a 2022

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou, no primeiro semestre deste ano, lucro de R$ 13,3 bilhões. O resultado é semelhante ao do primeiro semestre de 2024. A injeção de crédito na economia teve aumento de 56% rem relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 129,6 bilhões no primeiro semestre de 2025.

    Os resultados foram divulgados pelo BNDES nesta quinta-feira (21). Os dados mostram ainda que houve aumento de R$ 204,2 bilhões nos ativos totais do banco, na atual gestão, desde o início de 2023, alcançando R$ 888 bilhões, um crescimento de 30% em relação a 2022. Houve aumento também ao longo do semestre, de 5,6%. No final de 2024, os ativos do banco somavam R$ 840,9 bilhões.  

    Em relação a inadimplência, ou seja, 90 dias ou mais de atraso nos pagamentos, a taxa registrada no segundo trimestre foi de 0,03% que, de acordo com o banco, permanece “expressivamente inferior” à do Sistema Financeiro Nacional, cuja taxa geral é 3,55% e a taxa para grandes empresas em junho de 2025 é 0,43%. A taxa do segundo trimestre desse ano é, no entanto, superior ao do primeiro trimestre, 0,001%. 

    O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o BNDES apresenta, atualmente, o segundo melhor resultado do sistema financeiro.

    “Quero registrar isso para que se preserve as instituições de excelência do Estado brasileiro. Elas trazem retorno para o crescimento,  emprego, inovação,  descarbonização,  reindustrialização do país e para o enfrentamento da crise climática. É um papel imprescindível e mesmo uma alavancagem do setor privado, mercado de capitais”, destacou o presidente.

    O BNDES é um banco público federal, voltado para o financiamento de longo prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira.

    Crédito por setor

    Os maiores crescimentos em aprovações de crédito foram para a indústria, alcançando R$ 18,1 bilhões, uma alta de 24% sobre 2024 e de 220% sobre 2022, e para a agropecuária, com R$ 17 bilhões, avanço de 20% em relação a 2024 e de 262% sobre 2022.

    Já o crédito aprovado para o setor de comércio e serviços somou R$ 13,5 bilhões, o que representa uma alta de 18% sobre 2024 e de 124% sobre 2022; e, para a infraestrutura foi de R$ 24,2 bilhões, uma queda de 8% sobre 2024, mas uma alta de 53% sobre 2022.

    O balanço mostrou ainda que o apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) teve aumento no primeiro semestre deste ano em relação ao ano passado. As garantias prestadas por fundos garantidores em operações realizadas por agentes financeiros alcançaram R$ 56,8 bilhões, enquanto as aprovações de crédito somaram R$ 32 bilhões, totalizando o volume de R$ 88,8 bilhões de apoio a estas empresas, aumento de 92% comparado ao primeiro semestre de 2024.

    Segundo Mercadante, apesar do cenário nacional adverso ao crédito, com altas taxas, o banco apresentou um bom desempenho.

    “Evidente que a política monetária é uma política contracionista, para desacelerar a oferta de crédito. O nosso o nosso papel como banco público é procurar apresentar melhores resultados”, diz. “Estamos mostrando um crescimento muito expressivo no volume de crédito. Muito expressivo, em uma conjuntura diversa.”

    O patrimônio líquido do banco encerrou o primeiro semestre de 2025 com o saldo de R$ 165,3 bilhões, de acordo com os dados apresentados, com um aumento de R$ 6,9 bilhões frente ao saldo de dezembro de 2024.

    BNDES tem lucro de R$ 13,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

  • Receita Federal deve abrir consulta ao 4º e penúltimo lote do IR 2025 nesta sexta (22)

    Receita Federal deve abrir consulta ao 4º e penúltimo lote do IR 2025 nesta sexta (22)

    Os valores serão pagos na próxima sexta (29) na conta informada ao declarar ou por Pix, caso essa seja a opção do contribuinte e se a chave for o CPF

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Receita Federal deverá abrir consulta ao quarto e penúltimo lote de restituições do Imposto de Renda 2025 nesta sexta-feira (22). O dinheiro será pago na próxima sexta (29) na conta informada ao declarar ou por Pix, caso essa seja a opção do contribuinte e se a chave for o CPF.

    Entram no lote contribuintes que entregaram a declaração até o dia 15 de agosto, segundo a Receita. A consulta para saber se irá receber pode ser feita no site Consultar Restituição, neste link. É preciso informar CPF do contribuinte, data de nascimento e ano de exercício, que é 2025.

    Também é possível conferir se foi contemplado por meio do e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita), com senha do portal Gov.br nível prata ou ouro.

    A Receita disponibiliza, ainda, o aplicativo para tablets e celulares. No celular, o fisco costuma enviar um push informando ao contribuinte que a restituição foi liberada assim que a consulta é aberta.

    COMO FAZER A CONSULTA À RESTITUIÇÃO DO IR?

    – Entre no site de consulta da restituição: https://www.restituicao.receita.fazenda.gov.br/
    – Informe CPF, data de nascimento e selecione 2025 em “Exercício”
    – Clique em “Sou humano” e, depois, em “Consultar”
    – Em seguida, o programa informa se você está na lista de restituição

    O fisco informa ainda que o lote seguirá com os pagamentos para contribuintes que entram na fila em ordem de prioridade, mas como a maioria dos prioritários já recebeu, deverá haver ter um grande número de não prioritários contemplados.

    O contribuinte recebe a restituição com correção de 1% mais juros com base na Selic, que é a taxa básica da economia. A Selic atingiu o maior patamar em quase duas décadas.

    O pagamento da restituição é feito na conta bancária informada pelo contribuinte ao declarar, desde que seja de sua titularidade, ou por meio do Pix, se ele escolheu essa opção e caso a chave Pix seja o seu CPF.

    Se a restituição não for paga, é possível reagendar o crédito no Banco do Brasilno prazo de até um ano. No entanto, o contribuinte pode corrigir dados bancários da declaração neste período e recebe na conta de sua titularidade.

    QUEM NÃO ENTRAR NO 4º LOTE DO IMPOSTO DE RENDA PODE ESTAR NA MALHA FINA?

    André Cavalcanti, contador especialista em tributos e sócio da Valore Contadores Associados, afirma que os contribuintes que ainda não receberam a restituição do Imposto de Renda 2025 precisam esperar o quarto e o quinto lote para entender se caíram ou não na malha fina, embora essa consulta possa ser feita imediatamente pelo eCAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita).

    Para ele, no entanto, não há motivo imediato para preocupação se o pagamento ainda não saiu até o quarto lote.

    “A Receita Federal libera os valores em lotes sucessivos até setembro, e quem declarou dentro do prazo ainda pode ser contemplado, inclusive no quinto e último lote. Só deve acender o alerta quem não for incluído após o encerramento de todos os lotes.”

    Para os que suspeitam ter caído na malha fina, Cavalcanti orienta a consulta ao eCAC o quanto antes.

    “O contribuinte deve acessar o extrato da declaração no portal Meu Imposto de Renda e verificar os detalhes das pendências, que podem envolver rendimentos divergentes, despesas médicas ou deduções inconsistentes”, diz.
    Se houver erros, é preciso enviar uma declaração retificadora. Para casos mais complexos, a dica é já reunir documentos que provem o que foi declarado e aguardar eventual intimação da Receita para prestar explicações.

    QUAL É O CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA?

    O calendário de restituição do IR tem cinco lotes anuais, pagos de maio a setembro. O primeiro deles foi liberado no dia 30 de maio, último dia para entregar a declaração deste ano, e o último sairá em 30 de setembro.

    Quem declarou neste ano e não receber o dinheiro em nenhum deles certamente caiu na malha fina. Será preciso corrigir as informações, enviando uma retificadora, para ter os valores.

    Depois, a Receita começa a pagar lotes residuais, que incluem contribuintes atrasados e os que saíram da malha fina deste e de anos anteriores.

    VEJA O CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 2025

    Lote – Data de pagamento

    1º lote – já pago
    2º lote – já pago
    3º lote – 31 de julho
    4º lote – 29 de agosto
    5º lote – 30 de setembro

    COMO FUNCIONA A FILA DE PRIORIDADES DO IR?

    A fila de prioridades do Imposto de Renda atende a contribuintes que fazem parte de alguma regra legal, prevista em legislação específica, ou que são considerados prioritários porque o fisco editou norma que os beneficia.

    Como exemplos do primeiro caso estão pessoas a partir de 60 anos, com prioridade legal garantida no Estatuto do Idoso. No segundo caso de restituição prioritária estão os contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida do IR e/ou optaram por receber a restituição por Pix.

    VEJA A ORDEM DE PRIORIDADE PARA RECEBER A RESTITUIÇÃO DO IR:

    1 – Idoso com 80 anos ou mais
    2 – Idoso com 60 anos ou mais, e pessoa com deficiência e com doença grave
    3 – Contribuintes cuja maior fonte de renda é o magistério
    4 – Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e optaram por receber a restituição por Pix
    5 – Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por Pix
    6 – Demais contribuintes

    Receita Federal deve abrir consulta ao 4º e penúltimo lote do IR 2025 nesta sexta (22)

  • Saque-aniversário do FGTS: veja o calendário completo de retiradas em 2025

    Saque-aniversário do FGTS: veja o calendário completo de retiradas em 2025

    Trabalhadores nascidos em junho, julho e agosto já podem realizar o saque-aniversário do FGTS 2025. A modalidade permite retirar parte do saldo no mês do aniversário. Para aderir, é preciso optar pelo saque no aplicativo ou site do FGTS e seguir o calendário oficial

    Nascidos em junho, julho e agosto já estão liberados para realizar o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A modalidade permite que o cidadão tenha acesso a parte do saldo de sua conta do FGTS no mês em que nasceu. Ele é disponibilizado ao trabalhador sempre no primeiro dia útil do mês do seu aniversário e pode ser resgatado em até 90 dias.

    Para ter acesso ao saque-aniversário, o trabalhador precisa aderir a essa opção. Caso contrário, ele permanece na modalidade padrão, que é o saque-rescisão. No saque-aniversário, se o trabalhador é demitido sem justa causa, ele pode sacar apenas o valor referente à multa rescisória e não pode sacar o valor integral da conta. Já o saque-rescisão permite que o trabalhador demitido sem justa causa tenha direito ao saque integral da conta do FGTS, incluindo a multa rescisória, quando devida.

    Calendário de retiradas do saque-aniversário do FGTS em 2025

    O prazo para aniversariantes dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio retirarem o saque-aniversário já terminou. Para quem nasceu entre junho e dezembro, o calendário de 2025 é o seguinte:

    .  Nascidos em junho: de 2 de junho de 2025 a 29 de agosto de 2025;

    . Nascidos em julho: de 1º de julho de 2025 a 30 de setembro de 2025;

    . Nascidos em agosto: de 1º de agosto de 2025 a 31 de outubro de 2025;

    . Nascidos em setembro: de 1º de setembro de 2025 a 28 de novembro de 2025;

    . Nascidos em outubro: de 1º de outubro de 2025 a 30 de dezembro de 2025;

    . Nascidos em novembro: de 3 de novembro de 2025 a 30 de janeiro de 2026;

    . Nascidos em dezembro: de 1º de dezembro de 2025 a 27 de fevereiro de 2026.

    Como aderir ao saque-aniversário do FGTS?

    Para aderir ao saque-aniversário, é preciso acessar o aplicativo ou o site do FGTS e optar pela modalidade. Nesses canais também é possível cadastrar uma conta bancária para receber o valor.

    Pelos mesmos canais, o trabalhador que optar pelo saque-aniversário pode também solicitar o retorno à modalidade saque-rescisão, desde que não haja operação de antecipação contratada, de acordo com a Caixa Econômica Federal. É preciso se atentar, no entanto, que a mudança só terá efeito a partir do primeiro dia do 25º mês após a data da solicitação de retorno.

    Qual é o valor do saque-aniversário do FGTS?

    O valor anual disponível para o saque-aniversário é determinado pela aplicação de uma alíquota, que varia de 5% a 50% sobre a soma de todos os saldos das contas do FGTS do trabalhador, acrescida de uma parcela adicional.

    Veja as alíquotas e parcelas adicionais, a depender do valor do saldo nas contas do FGTS:

    . Saldo até R$ 500: 50%, sem parcela adicional;

    . Saldo de R$ 500,01 até R$ 1.000: 40%, parcela adicional de R$ 50;

    . Saldo de R$ 1.000,01 até R$ 5.000: 30%, parcela adicional de R$ 150;

    . Saldo de R$ 5.000,01 até R$ 10.000: 20%, parcela adicional de R$ 650;

    . Saldo de R$ 10.000,01 até R$ 15.000: 15%, parcela adicional de R$ 1.150;

    . Saldo de R$ 15.000,01 até R$ 20.000: 10%, parcela adicional de R$ 1.900;

    . Saldo acima de R$ 20.000,01: 5%, parcela adicional de R$ 2.900.

    Saque-aniversário do FGTS: veja o calendário completo de retiradas em 2025

  • CPI do INSS seguirá trilha do dinheiro para descobrir apoios políticos, diz relator

    CPI do INSS seguirá trilha do dinheiro para descobrir apoios políticos, diz relator

    O parlamentar foi escolhido para a relatoria numa articulação surpresa, que derrotou os indicados pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB)

    (FOLHAPRESS) – Relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), que investigará desvios em aposentadorias e pensões, o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) afirma que seguirá a trilha do dinheiro para chegar as associações e, principalmente, aos políticos envolvidos.

    “Esse pessoal não ia conseguir desviar recursos sem apoio político”, disse, em entrevista exclusiva à Folha nesta quarta-feira (20), horas depois de assumir a função.

    O parlamentar foi escolhido para a relatoria numa articulação surpresa, que derrotou os indicados pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele atuará junto com o senador Carlos Viana (Pode-MG), também de oposição, que presidirá os trabalhos.

    Apesar do perfil oposicionista, Gaspar afirma que fará uma atuação imparcial, “sem carimbar governo A, B ou C”, e que buscará inclusive a participação de parlamentares nos desvios. “Evidentemente que isso vai contrariar interesses. Agora, de quem? Eu não sei responder”, declara.

    Gaspar tinha sugerido a oitiva de um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de ser escolhido relator, mas agora diz que ouvirá o colegiado para saber quem será ouvido com prioridade.

    Mas defende que o irmão do petista, que é vice-presidente de uma das associações suspeitas, seja um dos que prestarão depoimento. “Não sei se ele tem algum tipo de gerência executiva, mas ninguém melhor do que ele para esclarecer”, afirma.

    Leia a seguir a entrevista do deputado para a Folha de S.Paulo

    PERGUNTA – Qual será a linha de investigação da CPI?
    ALFREDO GASPAR – Nada melhor em desvio de recurso do que seguir a trajetória do dinheiro. Para onde esse dinheiro foi? Na mão de quem, no bolso de quem? Para benefício de quem? Eu acho que é a maneira mais fácil de errar menos e saber qual foi o suporte político que permitiu que mais um escândalo dessa natureza ocorresse.

    Já tem muita coisa de bastidor e publicizada apontando nomes que necessitam de oitiva, ou para afastar a suspeita ou para aprofundar. Como é um trabalho em colegiado, o próprio colegiado deve colaborar muito, independente da posição partidária e indicar caminhos a serem também seguidos. E eu terei essa sensibilidade de não atrapalhar em forma alguma qualquer caminho que seja factível.

    P. – A Polícia Federal e a CGU já investigaram e denunciaram parte dos envolvidos. No que a CPMI pode avançar?
    AF – Essas entidades e seus dirigentes não têm como ficar fora [da investigação]. É um caminho a ser seguido. O outro caminho é a parte política. Esse pessoal não ia conseguir desviar recursos sem apoio político. Pouco importa a cor do partido. A gente não pode escolher a quem investigar. Quem tiver participação vai ter que ser exposto. Temos que ver se tem participação de parlamentar. Evidentemente que isso vai contrariar interesses. Agora, de quem eu não sei responder.

    P. – Os petistas dizem que a CPMI cairá em descrédito se investigar apenas o atual governo, já que o senhor é de direita. O senhor vai investigar também o governo Bolsonaro?
    AF – Tudo que a gente não precisa é partidizar uma investigação. A investigação para ter credibilidade, ela tem que estar baseada na verdade. Quem é que vai ser alcançado com isso? Não tenho como apontar hoje porque não tenho esse conhecimento. Mas a investigação com quebra de sigilo de dados, com material já produzido por outras instituições, tudo isso somado com certeza irá dar caminhos para o aprofundamento.

    P. – Mas vai investigar também os governos Bolsonaro e Temer?
    AF – Onde apontar o desvio de recurso [vamos investigar]. É fácil você fazer uma investigação quando ela é pautada em desvio de recursos, que não tem como fugir da trajetória, está certo? Não estou aqui para carimbar governo A, B ou C. Agora, também não espere de mim passar a mão na cabeça de ninguém. Quem tiver responsabilidade que as assuma. Nem quero fazer juízo antecipado, mas também não vou fazer cortesia com chapéu alheio para ninguém.

    P. – O governo já está ressarcindo os aposentados. Vocês vão ouvi-los também?
    AF – Vamos começar a discutir agora [quem vamos ouvir]. Não queria antecipar o que ainda não foi discutido, certo? Mas o ressarcimento é algo absolutamente obrigatório. Agora, se é para ressarcir em dobro, tudo isso vai ser objeto durante o trajeto da investigação, de sugestões ou propostas legislativas.

    P. – O governo não queria a escolha do senhor como relator. Teme que possam travar as investigações na comissão por causa disso?
    AF – Eu acho que o governo sempre tem força. Mas não sei se tem a força para obstaculizar as investigações porque quem tomar essa medida vai ficar com a aura de suspeição muito, muito forte. Acho que até para o próprio governo, o melhor dos mundos é que os fatos sejam esclarecidos. E os fatos sendo esclarecidos, a gente vai ver essa cadeia de comando.

    P. – A oposição fala bastante em convocar um dos irmãos do Lula, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, que é vice-presidente de uma das entidades suspeitas. O senhor vai convocá-lo?
    AF – Antes de ser indicado o relator, eu tinha sugerido a indicação de oitiva de várias pessoas, entre elas, esse senhor. Não sei se ele tem algum tipo de gerência executiva, mas ninguém melhor do que ele para esclarecer.

    P. – Quem mais o senhor pediu para prestar depoimento?
    AF – Antes de ser indicado o relator, eu tinha indicado de sete a dez pessoas. Me recordo que um deles era o ex-ministro da Previdência, o [Carlos] Lupi, e o [lobista] conhecido como careca do INSS. Mas evidentemente que, como relator, o meu papel é um papel de colegiado e vamos ouvir com prioridade aquilo que o colegiado decidir.

    Os governistas dizem que a investigação será tendenciosa porque o senhor é de direita.

    Sou de direita, sim, com muito orgulho. Sou um cara decente e irei transmitir isso na relatoria. Eu não sendo atacado pessoalmente, eu não sendo colocado com essa suspeição antecipada, as pessoas terão a oportunidade de ver a sequência dos trabalhos. Será tudo feito em cima de indícios e provas.
    Presidi o grupo de combate ao crime organizado em Alagoas durante sete anos. Fui chefe do Ministério Público duas vezes, duas vezes secretário de segurança. E por onde eu passei, eu deixei uma marca de decência. Não vai ser diferente na CPMI.

    RAIO-X | Alfredo Gaspar, 55
    Nascido em Maceió, foi promotor de justiça, secretário de Segurança Pública de Alagoas e procurador-geral de Justiça de Alagoas por dois mandatos. Renunciou à carreira no Ministério Público para concorrer à Prefeitura de Maceió em 2020, com apoio do clã Calheiros, mas terminou em segundo lugar. Está no primeiro mandato como deputado federal e é cotado para concorrer ao Senado em 2026.

    CPI do INSS seguirá trilha do dinheiro para descobrir apoios políticos, diz relator

  • Alckmin minimiza perda de valor de mercado dos bancos e elogia Dino

    Alckmin minimiza perda de valor de mercado dos bancos e elogia Dino

    Geraldo Alckmin minimizou a queda nas ações dos bancos após a decisão do STF que barrou a Lei Magnitsky no Brasil. O vice-presidente destacou que o impacto no mercado é passageiro, defendeu Flávio Dino como “grande jurista” e reforçou apoio ao Supremo diante das sanções dos EUA

    O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), minimizou a forte desvalorização das ações dos bancos decorrente da decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impedir a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. “Vai passar, é um movimento efêmero e o mercado tem racionalidade”, afirmou, em entrevista exibida pela GloboNews na noite desta quarta-feira, 20.

    Alckmin disse que não é jurista para opinar sobre decisões judiciais, mas afirmou que Dino é um “grande jurista”. O vice-presidente expressou solidariedade ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes diante das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.

    Ainda sobre a crise com o governo americano, Alckmin afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “quando o quadro estiver mais claro”.

    Alckmin minimiza perda de valor de mercado dos bancos e elogia Dino

  • Exportações, emprego e investimentos tendem a recuar devido a tarifaço

    Exportações, emprego e investimentos tendem a recuar devido a tarifaço

    Tarifaço dos EUA pressiona indústria brasileira: pesquisa da CNI aponta queda nas exportações, menor intenção de investimento e redução de empregos nos próximos meses, apesar de produção industrial ainda registrar crescimento em ritmo mais moderado

    O tarifaço norte-americano contra produtos brasileiros pode fazer com que, pela primeira vez em 21 meses, as exportações do Brasil apresentem queda. O mesmo deverá ocorrer com investimentos e com os índices de emprego na indústria nacional.

    A projeção consta da Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (20) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, o índice que mede a expectativa de exportações da indústria para os próximos seis meses recuou 5,1 pontos em agosto, caindo para 46,6 pontos.

    Quando abaixo de 50 pontos, o indicador sinaliza que os empresários esperam queda na quantidade exportada pelo setor.

     

    “A piora das expectativas de exportações da indústria está muito relacionada a incertezas do cenário externo, principalmente em função da nova política comercial americana”, resume a analista da CNI, Isabella Bianchi.

    Emprego em queda e produção alta

    Segundo a CNI, os reflexos das medidas anunciadas pelos Estados Unidos colaboraram para o recuo do número de empregados industriais, observado em julho de 2025, apesar de o contexto ser de aumento de produção no setor.

    “Após recuar dois pontos em agosto, o índice de expectativa de número de empregados caiu para 49,3 pontos. Isso significa que os empresários acreditam que a quantidade de postos de trabalho no setor não vai mais subir nos próximos seis meses”, informou a CNI referindo-se à queda na quantidade de trabalhadores entre junho e julho.

    O índice de evolução da produção ficou em 52,6 pontos em julho. Acima dos 50 pontos, este índice representa aumento da produção industrial em comparação a junho.

    “Os índices de expectativa de demanda e de compra de insumos e matérias primas caíram em agosto. O primeiro encolheu 2,3 pontos indo para 53,1 pontos; o segundo, recuou 1,6 ponto, para 52,1 pontos”, anunciou a CNI.

    “No entanto, como continuam acima da linha de 50 pontos, indicam perspectiva de crescimento para os próximos meses, ainda que em menor grau do que em julho”, complementou.

    Investimento e UCI

    Os empresários também estão menos propensos a investir. O índice de intenção de investimento recuou 1,6 ponto e foi para 54,6 pontos. Trata-se do menor valor para o indicador desde outubro de 2023. Ainda assim, o índice está 2,1 pontos acima da média histórica de 52,5 pontos.

    O levantamento mostra estabilidade, em 71%, da Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu em 71%.

    Este percentual, explica a CNI, é o mesmo observado em julho de 2024, e está dois pontos percentuais acima do anotado em julho de 2023, quando marcou 69%.

    Estoques estáveis

    Foi também observada estabilidade – em 50,1 pontos – no índice que mede a evolução do nível de estoques.

    Quanto ao índice de estoque efetivo em relação ao planejado, foram observados 49,9 pontos, “revelando que os estoques estão ajustados ao planejado pelos empresários industriais”.

    A Sondagem Industrial consultou 1.500 empresas. Destas, 601 foram de pequeno porte; 518 de médio porte; e 381 de grande porte A pesquisa foi realizada entre 1º e 12 de agosto de 2025.

    Exportações, emprego e investimentos tendem a recuar devido a tarifaço

  • Dólar fecha em queda e Bolsa fica estável com impasse entre Brasil e EUA

    Dólar fecha em queda e Bolsa fica estável com impasse entre Brasil e EUA

    As decisões de investimento também tiveram como pano de fundo a expectativa em torno do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), no simpósio de Jackson Hole, bem como a divulgação da ata da última reunião da autoridade monetária dos EUA.

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,51% nesta quarta-feira (20), cotado a R$ 5,471, em meio ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.

    O movimento no câmbio devolveu parte dos ganhos da véspera, quando a moeda fechou em alta de mais de 1% diante do imbróglio entre os dois países.

    As decisões de investimento também tiveram como pano de fundo a expectativa em torno do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), no simpósio de Jackson Hole, bem como a divulgação da ata da última reunião da autoridade monetária dos EUA.

    Embebida nesse contexto, a Bolsa fechou em alta de 0,17%, a 134.666 pontos. A valorização tímida contrasta com a forte queda de mais de 2% de terça-feira e, tal como ocorreu na véspera, o setor bancário esteve novamente sob os holofotes.

    O foco do mercado doméstico seguiu voltado à decisão do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no país se confirmadas pelo Supremo.

    A decisão foi dada em ação sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG) e não diz respeito diretamente à disputa entre Brasil e Estados Unidos. Na prática, porém, indica que o ministro Alexandre de Moraes, colega de corte de Dino, não pode sofrer as consequências da imposição da Lei Magnitsky, da qual foi alvo em julho pelo governo Donald Trump.

    O dispositivo da legislação norte-americana é usado para impor sanções econômicas contra indivíduos envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos. A pessoa sancionada tem bens e ativos nos Estados Unidos congelados, e entidades financeiras de lá podem ser proibidas de fazer operações em dólares com ela.

    A medida incluiria o uso das bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo. Os efeitos para as transações de Moraes em reais no Brasil ainda estão sob análise dos bancos, e o setor bancário teme os efeitos da decisão de Dino.

    Como sinalizou o magistrado, instituições financeiras do país podem ser penalizadas se aplicarem sanções contra Alexandre de Moraes. Essa percepção fez o setor derreter na Bolsa na véspera, tendo perdido mais de R$ 41,3 bilhões em valor de mercado.

    Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, diz que os bancos brasileiros se encontram em dúvida sobre seguir a Magnitsky ou a decisão de Dino por temer sanções dos americanos. “O mercado começa a projetar cenários. Uma escalada na tensão poderia representar a perda de participação de bancos brasileiros no mercado internacional”.

    Após o derretimento na terça, a sessão desta quarta foi de recuperação. Santander liderou as altas do setor, em disparada de 2%, seguido por Banco do Brasil (0,5%), Bradesco (0,36%) e Itaú (0,16%),

    Relator do julgamento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado, Moraes está na mira do governo Trump desde o mês passado. O magistrado é acusado de determinar prisões de forma arbitrária e suprimir a liberdade de expressão.

    Quando anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, Trump vinculou a ameaça, entre outros pontos, justamente à suposta “caça às bruxas” de que Bolsonaro seria vítima.

    Enquanto o governo brasileiro tenta negociar com os EUA, o mercado viu a decisão de Dino como um novo entrave às conversas, assim como uma possível razão para uma resposta mais dura do lado norte-americano. Investidores temem que a reação possa impactar bancos que não cumprirem as determinações das sanções.

    “O dia vai ser pautado novamente pela decisão do ministro Flávio Dino, que repercutiu negativamente. Já havia incerteza fiscal e monetária no país, agora há uma incerteza jurídica, o que é muito negativo”, diz Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

    “O investidor acaba redobrando a cautela com essas incertezas e a situação acaba escalando a tensão entre o Brasil e o governo Trump.”

    Na cena internacional, as atenções estiveram voltadas para o simpósio de Jackson Hole, cuja principal atração para o mercado é o discurso de Jerome Powell na sexta-feira.

    O encontro terá início na quinta, em meio a crescentes expectativas de que o Fed corte os juros no próximo encontro de política monetária, em setembro. Na ferramenta FedWatch, operadores precificam 83% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa, e os 17% restantes apostam na manutenção da atual banda de 4,25% e 4,5%.

    As apostas no afrouxamento sucedem uma série de dados que indicaram que as tarifas comerciais de Trump podem estar começando a impactar a economia dos EUA, podendo provocar tanto preços mais altos como uma desaceleração econômica.

    A perspectiva de cortes de juros pelo Fed pode favorecer o real devido à percepção de que, com a taxa Selic em patamar alto por tempo prolongado, o diferencial de juros entre Brasil e EUA permanecerá favorável para o lado brasileiro.

    Ainda, a ata da última reunião do Fed, em julho, mostrou que os dois diretores que discordaram da manutenção de juros da decisão passada pareceram isolados em seu apoio ao corte já naquele encontro.

    “Quase todos os participantes consideraram apropriado manter a faixa da taxa de juros entre 4,25% e 4,50% nesta reunião”, diz a ata.
    Os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller votaram pela redução de 0,25 ponto percentual para proteger a economia de um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho. Os outros dirigentes, porém, se mostraram mais preocupados com um possível repique inflacionário por causa das tarifas de Trump.

    O discurso de Powell na sexta-feira -possivelmente o último discurso dele como chefe do banco central, considerando o fim do mandato em maio- poderá mostrar se ele se uniu àqueles que acham que chegou a hora de tomar medidas para proteger o mercado de trabalho de um enfraquecimento maior ou se ele continua alinhado com aqueles que são mais cautelosos com a inflação.

    Dólar fecha em queda e Bolsa fica estável com impasse entre Brasil e EUA