Categoria: POLÍTICA

  • Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

    Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

    “Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse Lula

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira (16), que 2026 será um ano sagrado e cobrou que a esquerda saiba convencer o povo e conversar com diferentes setores, como os evangélicos.

    Lula discursou no 16º Congresso do PC do B, no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O presidente se sentou ao lado da ministra e presidente do PC do B, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O PC do B integra uma federação com o PT e o PV.

    “2026 é um ano sagrado. Nós temos que fazer as coisas diferente. […] Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse o presidente, que admitiu mais uma vez que deve ser candidato à reeleição.

    Mais cedo, nesta quinta, Lula recebeu representantes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto. O encontro teve a participação do deputado federal Cezinha da Madureira (PSD-SP) e do advogado-geral da União, Jorge Messias, evangélico e favorito a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).

    No congresso do PC do B, o petista afirmou que o desafio da reconstrução da democracia passa por conseguir fazer com que a mensagem da esquerda seja compreendida.

    “Nossa linguagem e nosso discurso estão muito distantes do nível de compreensão de milhões de pessoas que gostariam de nos escutar. […] Nosso desafio é convencer os outros, que ainda não são nossos, a vir com a gente”, disse.

    “A gente não tem que dar muita importância para a Faria Lima, nosso discurso é para o povo”, afirmou Lula, cobrando “uma linguagem que as pessoas saibam”.

    Segundo o presidente, o discurso progressista é feito apenas para ativistas. “A gente se esquece de falar para milhões de pessoas que não são organizadas e muitas vezes até gostariam de participar, mas nem são convidadas.”

    O petista também chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “figura politicamente grotesca”.

    Ele voltou a dizer que os resultados eleitorais da esquerda para a Presidência da República deveriam se refletir também na eleição para deputados e, pelo segundo dia seguido, criticou o Congresso, afirmando que nunca esteve tão ruim como hoje.

    “Esses dias eles aprovaram uma PEC que protegia quadrilha. Que loucura é essa?”, questionou em referência à PEC da Blindagem.

    Mais uma vez, Lula cobrou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), casse o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    Lula ainda comentou a investida de Donald Trump na Venezuela. “Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. E não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite do que vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba.”

    Participaram do evento a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais); o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social); o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), do PSD; o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), do PDT; o presidente do PT, Edinho Silva; o prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos; a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP); e uma série de parlamentares de siglas de esquerda.

    O evento teve ainda a presença de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.

    Luciana Santos e João Campos reforçaram a aliança do PC do B e do PSB com Lula para a eleição de 2026.

    “A palavra de ordem no nosso partido é frente ampla e isolar a extrema direita no nosso país”, disse a dirigente do PC do B. Em seu discurso, ela repudiou as ingerências dos EUA na Venezuela e afirmou que “se precipita um clima de guerra no Caribe”. “Estamos sob ataque de um país que se julga dono do mundo”, emendou.

    Luciana também criticou a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central. Como mostrou o Painel, Lula liberou seus auxiliares a ampliarem as críticas à gestão de Gabriel Galípolo.

    Em seu discurso, Edinho defendeu a reeleição de Lula em 2026 e a “construção de um amplo campo de alianças com as forças democráticas” para “dizer ao mundo que no Brasil o fascismo não tem vez”.

    O presidente do PT afirmou que o fascismo foi derrotado em 2022 e a tentativa de golpe de 2023 também foi derrotada, mas emendou: “nós ainda não impusemos a derrota final à extrema direita no Brasil”.

    Edinho ainda comentou o que chamou de ameaças do presidente dos EUA à América Latina. “É inaceitável as ameaças que foram feitas ontem contra o governo da Venezuela e o povo venezuelano”, disse.

    Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

  • Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

    Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

    Durante evento em São Paulo, a ministra Cármen Lúcia afirmou que não fará um pedido direto ao presidente Lula sobre a sucessão de Luís Roberto Barroso no STF, mas reforçou sua conhecida defesa por mais mulheres na Suprema Corte, destacando que juízes “não pedem, porque não podem receber”.

    A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia evitou fazer um pedido direto ao presidente da República em relação à escolha do novo membro da corte, em razão da aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. El disse que todos sabem a sua posição em relação à necessidade de mais mulheres no STF, mas que não falaria especificamente sobre o caso. 

    “Eu não posso me manifestar por uma coisa que é da minha casa. Se eu fizer um pedido dirigido ao presidente da República, amanhã ele pode pedir alguma coisa à juíza”, disse, na noite dessa quinta-feira (16), no Sesc Pinheiros, na capital paulista, no evento Sempre Um Papo.

    “Todos sabem a minha posição sobre a questão das mulheres [no STF], mas não [falo] em específico. Juiz não pede porque não pode receber, na minha compreensão”, acrescentou.

    As declarações da ministra foram dadas após ser questionada sobre a possibilidade de a vaga aberta no STF ser ocupada por uma mulher. 

    A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada quarta-feira (15) no Diário Oficial da União. Com a publicação do documento, Barroso deixará o cargo neste sábado (18). Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um novo ministro para a corte. Não há prazo para indicação.

    Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

  • Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Partidos aliados aguardam a decisão de Jair Bolsonaro sobre quem será o candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026 para definir alianças e chapas ao Senado. O ex-presidente quer indicar ao menos um nome por estado, priorizando o controle político da Casa

    (CBS NEWS) – Partidos de direita aguardam a definição de Jair Bolsonaro (PL) sobre quem será seu sucessor na disputa pela Presidência em 2026 para definir chapas em estados considerados estratégicos para a eleição nacional.

    O bolsonarismo tem candidatos competitivos ao Senado, seja do PL, seja de partidos aliados, em ao menos 13 estados -majoritariamente no centro-sul do país.

    A Casa tem a prerrogativa de aprovar o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e foi eleita como prioridade por Bolsonaro, que sonha concentrar a maioria dos parlamentares para “ter mais poderes quer o próprio presidente da República”, como já afirmou.

    Aliados do bolsonarismo apontam que alianças podem ser feitas ou desfeitas a depender de quem for o candidato ao Planalto -e de se for um nome também próximo de alguns partidos de centro, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou algum integrante da família Bolsonaro.

    A indefinição se dá especialmente no PSD –que integra o governo Lula (PT), mas também o de Tarcísio em São Paulo. O governador tem mantido postura ambígua, mas freou a ofensiva presidencial nas últimas semanas e tem reforçado ser candidato à reeleição.

    A ordem do ex-presidente é para que uma das vagas em cada estado seja de sua indicação, e a outra, de um partido aliado.

    Apesar da prioridade dada por Bolsonaro, seu campo político precisaria de um desempenho eleitoral sem precedentes em 2026 para controlar a maioria das 81 cadeiras do Senado.

    Em 2022, foram disputadas 27 vagas na Casa, e os aliados do ex-presidente conquistaram 56% delas. Em 2026, o Senado irá renovar as demais 54 vagas. Se o bolsonarismo repetir o índice de sucesso, conseguirá ocupar a maioria das cadeiras, 45, mas não chegará às 54 necessárias para conseguir a aprovação de um impeachment de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

    No Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná, a definição da chapa do Senado para o ano que vem depende bastante do arranjo para a disputa presidencial.

    No Rio de Janeiro, se Tarcísio for candidato ao Planalto, o prefeito e provável candidato ao governo Eduardo Paes (PSD) pode ficar neutro em relação à Casa, o que beneficiaria o PL, que pode ter dois candidatos no estado.
    Paes é aliado de Lula, mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já disse que estará com Tarcísio caso o governador se lance à Presidência.

    No Rio, além de Flávio Bolsonaro, o PL pode lançar ao Senado o governador Cláudio Castro, o senador Carlos Portinho ou até mesmo o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante.

    O PSD hoje tem um pré-candidato próprio ao governo federal: Ratinho Jr., chefe do Executivo no Paraná. Ele manterá a candidatura caso o governador de São Paulo decida não concorrer. Caso contrário, poderá se lançar ao Senado. No estado, o bolsonarismo tem mais duas candidaturas: deputado Filipe Barros (PL-PR) e Cristina Graeml (Podemos).

    Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, a indefinição preocupa aliados do governador e do ex-presidente. Um cenário se desenha com Tarcísio concorrendo à reeleição, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), para uma vaga ao Senado e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concorrendo para a outra -mas a presença dele nos EUA e as investigações que o atingem podem inviabilizá-lo.

    Em outro cenário, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), deixaria o cargo para concorrer ao governo ou o vice-governador Felício Ramuth (PSD) seria alçado ao posto.

    Há ainda a possibilidade de o vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), considerado um empecilho para eventual saída de Nunes, ser candidato ao Senado no lugar de Eduardo, que não deve retornar ao Brasil.

    Em Minas Gerais, estado do também presidenciável Romeu Zema (Novo), o Republicanos deve lançar para governador o senador Cleitinho, enquanto o chefe do Executivo estadual busca emplacar seu vice, Matheus Simões.

    Para isso, Simões pode se filiar ao PSD, que hoje é casa do senador Rodrigo 

    Pacheco (MG), possível nome de Lula para governador no estado.

    Santa Catarina, Distrito Federal e Rondônia são estados em que o PL deverá ter dois nomes concorrendo ao posto.

    No primeiro caso, Carlos Bolsonaro deve ficar com uma das vagas. A segunda é disputada pela deputada Carol de Toni (PL-SC) e pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que busca a reeleição.

    Os dois estiveram recentemente com Bolsonaro, preso em casa desde 4 de agosto. O ex-presidente disse à deputada que ela era um bom nome e deu aval para que tentasse se viabilizar. Já Amin afirmou à reportagem, após o encontro, que está cedo e há muita coisa para acontecer ainda.

    O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), tenta um arco amplo de alianças, mas poderia perder Amin e o PP -que se uniriam a uma candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD)- caso seu partido lance dois nomes ao Senado.

    No Distrito Federal, o PL apresenta duas candidaturas eleitoralmente viáveis, mas o movimento pode pôr o partido em rota de colisão com aliados. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é vista como garantida em uma das vagas -caso não se lance numa eventual chapa à Presidência, mesmo que como vice.

    A outra é postulada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que busca firmar acordo com PL e PP. A ideia é que a vice Celina Leão (PP), amiga de Michelle, seja sua sucessora e a chapa contemple a ex-primeira-dama e ele.

    Mas a deputada Bia Kicis (PL-DF) também se colocou para o cargo, após conversas com Bolsonaro no início do ano.

    Em Rondônia, o PL também deverá ter dois candidatos: o senador Marcos Rogério, que tentará se reeleger, e o empresário e amigo do clã Bruno Scheid.
    Opções ao Senado competitivas ao bolsonarismo*

    NORTE (3)
    – Acre: senador Márcio Bittar (PL-AC)
    – Rondônia: deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO)
    – Pará: deputado federal Éder Mauro (PL-PA)

    NORDESTE (1)
    – Rio Grande do Norte: senador Styvenson Valentin (Podemos-RN)

    CENTRO-OESTE (4)
    – Distrito Federal: ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF)
    – Goiás: deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO)
    – Mato Grosso do Sul: governador Reinaldo Azambuja (PL)
    – Tocantins: senador Eduardo Gomes (PL-TO)

    SUDESTE (3)
    – Minas Gerais: senador Carlos Viana (Podemos-MG)
    – São Paulo: secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PP)
    – Rio de Janeiro: senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

    SUL (2)
    – Paraná: Cristina Graeml (Podemos)
    – Santa Catarina: Carlos Bolsonaro (PL-RJ)

    *Incluindo nomes do PL, partidos aliados ou notórios apoiadores de Bolsonaro que já estão bem posicionados em pesquisas locais para ao menos uma das vagas ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

  • Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    O presidente da Câmara, Hugo Motta, chamou de abusiva a proposta de cobrança por mala de mão em voos e anunciou urgência para votar o projeto que proíbe a taxa. A medida, apresentada por Da Vitória, garante o direito de levar bagagem de mão sem custo adicional

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou de forma enfática a possibilidade de as companhias aéreas voltarem a cobrar pela mala de mão em voos comerciais. O parlamentar classificou a medida como um abuso e afirmou que o Legislativo não permitirá que a prática seja adotada.

    Motta anunciou que colocará em votação um pedido de urgência para o Projeto de Lei 5041/2025, de autoria do deputado Da Vitória (PP-ES), que proíbe a cobrança adicional por bagagens de mão em viagens aéreas. “Um recado às companhias aéreas que querem cobrar até pela mala de mão nas viagens: a Câmara não vai aceitar esse abuso. O consumidor vem em primeiro lugar”, declarou o presidente da Casa.

    O projeto, protocolado em 8 de outubro, prevê que passageiros tenham direito de embarcar com uma mala de mão e um item pessoal, como bolsa, mochila ou pasta, sem custo adicional. A regra valerá para voos domésticos e internacionais operados por companhias nacionais ou estrangeiras, desde que parte do trajeto ocorra em território brasileiro.

    A proposta também determina que as empresas só poderão cobrar taxas adicionais caso o volume ultrapasse o peso ou as dimensões permitidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    Segundo o autor da proposta, a cobrança pela mala de mão representa uma prática que fere os direitos do consumidor. Ele afirma que a medida viola os princípios da transparência e da boa-fé ao transformar um serviço essencial em produto opcional e retirar um direito historicamente reconhecido aos passageiros.

    Nos últimos meses, algumas companhias aéreas começaram a oferecer tarifas mais baratas para passageiros que viajam apenas com um item pessoal que caiba sob o assento, como uma bolsa ou mochila, alegando que isso oferece opções mais econômicas. A prática, no entanto, tem sido criticada por restringir um benefício tradicional e aumentar os custos para quem precisa levar bagagem de mão.

     

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

  • Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

    Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

    Gilmar fez críticas à Lava Jato durante sessão e leu mensagens trocadas entre procuradores, os chamando de cretinos; Fux levantou-se da cadeira e deixou o plenário para não mais retornar

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O embate entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux durante o intervalo do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) de quarta-feira (15) se estendeu durante a sessão no plenário do tribunal.

    O Supremo julgava um processo sobre os valores obtidos através de condenações em ações públicas na Justiça do Trabalho não serem destinados a um fundo específico, como prevê a legislação.

    Gilmar usou o caso para renovar suas críticas à Lava Jato, lendo mensagens trocadas entre procuradores e acusando-os de cretinos. Fux, com quem havia discutido havia minutos, levantou-se da cadeira e deixou o plenário para não mais retornar.

    O decano do Supremo fez a ligação entre os dois temas ao se recordar que, durante a Lava Jato, os procuradores responsáveis pela investigação decidiram criar um fundo bilionário, bancado com recursos recuperados da Petrobras e administrado pela força-tarefa para patrocinar projetos de cidadania e anticorrupção.

    “O principal exemplo de desvio flagrantemente ilegal de recursos que deveria servir à recomposição de danos de atos ilícitos é, sem dúvida, o que se observou no âmbito da tal Operação Lava Jato, em que foram verificadas até mesmo tentativa de apropriação de verbas bilionários com criação de fundos que seriam administrados pelos procuradores de Curitiba”, disse.

    “O Brasil produziu, presidente, nesse período de Lava Jato e quejandos -e é uma singularidade brasileira, uma jabuticaba– um tipo de combatente, ministro Zanin, de corrupção que gosta muito de dinheiro. É uma singularidade”, completou.

    Gilmar entrou no assunto por esse caminho, comparando o uso irregular de recursos que deveriam ir a um fundo público. Citada a Lava Jato, o ministro passou a ler mensagens trocadas entre procuradores e avançar sobre temas diversos ao processo em julgamento.

    Ele disse que procuradores tentaram montar um esquema internacional para compartilhamento ilegal de provas, citou “entrega de provas em saco de supermercado” e chamou a gestão do ex-chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República) Rodrigo Janot de “triste memória”.

    O voto de Gilmar durou pouco menos de 50 minutos. Fux deixou o plenário do Supremo logo no início. Após o decano do tribunal terminar sua fala, foram feitas poucas intervenções e o presidente da corte, Edson Fachin, encerrou a sessão.

    Um ministro afirmou à Folha, sob reserva, que a retirada de Fux foi percebida pelos colegas como um ato de repúdio a Gilmar. O clima na corte seguiu tenso nesta quinta-feira (16). Gilmar e Fux, procurados, não se manifestaram.

    Uma hora antes do embate silencioso no plenário, Gilmar e Fux tiveram um duro diálogo em uma das salas do STF anexas ao plenário, como revelou a colunista Mônica Bergamo.

    No intervalo da sessão, pouco depois das 16h, Gilmar questionou Fux, de forma irônica, sobre ele ter suspendido o julgamento de um recurso em que Sergio Moro tenta reverter decisão que o tornou réu pelo crime de calúnia contra o próprio Gilmar.

    O placar da Primeira Turma estava em 4 a 0 contra Moro. Fux pediu mais tempo para analisar o processo. De acordo com relatos da conversa, Gilmar disse a Fux: “Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”.

    Em seguida, ele afirmou que o colega deveria “enterrar” o assunto “do Salvador”, referindo-se a um ex-funcionário do gabinete de Fux, José Nicolao Salvador, citado numa proposta de delação premiada na década passada, e demitido pelo magistrado em 2016.

    De acordo ainda com relatos, Fux reagiu. Respondeu que tinha pedido vista do caso de Moro para examiná-lo melhor e que também estava contrariado com Gilmar, que falaria mal dele em diversos lugares e ocasiões.

    Gilmar afirmou que isso era verdade, mas que falava mal de Fux publicamente, e não pelas costas, por considerá-lo uma figura lamentável. E deu como exemplo o julgamento de Jair Bolsonaro, dizendo que Fux “impôs aos colegas [da Primeira Turma] um voto de 12 horas que não fazia o menor sentido”, finalizando por absolver o ex-presidente e “condenar o mordomo [o tenente-coronel Mauro Cid, por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito]”, o que teria deixado “todo mundo” chateado.

    Fux, segundo ainda relatos, defendeu seu voto, afirmando que era o que tinha que fazer diante do que entendia ser um massacre sofrido pelos réus da trama golpista.

    Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

  • Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

    Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

    Colegiado vai assessorar governo em estratégia para o setor; Conselho será formado por representantes de 18 ministérios sob a presidência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (16) da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), que foi criado em 2022, mas ainda não havia sido instalado. O órgão foi idealizado para planejar políticas de exploração mineral, inclusive dos chamados minerais críticos e terras raras, que hoje são atualmente fonte de tensão entre a China e os Estados Unidos.

    O Conselho será formado por representantes de 18 ministérios sob a presidência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na reunião de abertura, ao lado de Lula, Silveira destacou o papel do conselho, que será equivalente ao papel exercido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

    “Esse conselho tem exatamente as mesmas atribuições do CNPE, e vai deliberar sobre o norteamento das políticas públicas acerca do setor mineral do país, dando condições para a agência reguladora [Agência Nacional da Mineração]. A partir daí, irá implementar essas políticas públicas, em especial, nesse momento, onde o mundo debate com tanto vigor a importância dos minerais críticos e estratégicos para a descarbonização, para a transição energética, a segurança alimentar, enfim, para a soberania nacional”, afirmou.  

    A íntegra da reunião foi fechada à imprensa e o presidente saiu da sede do Ministério de Minas e Energia (MME) sem falar com jornalistas. 

    O CNPM deve aprovar o Plano Nacional de Mineração para os anos de 2025 a 2050. Segundo o MME, o colegiado vai discutir minerais críticos e estratégicos, mineração sustentável, segurança energética e alimentar.

    Minerais críticos

    Os minerais críticos são recursos essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética, cuja oferta está sujeita a riscos de escassez ou dependência de poucos fornecedores. Eles incluem elementos como lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores. 

    De acordo com o Instituto Brasileira da Mineração (Ibram), entidade que representa o setor privado, o Brasil possui cerca de 10% das reservas mundiais desses elementos.

    Em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15), o ministro Alexandre Silveira afirmou ter sido convidado para discutir a exploração de minerais críticos com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright. 

    Após encontro de Lula com o presidente norte-americano Donald Trump, os países vêm dialogando para superar a taxação imposta pelos Estados Unidos contra o Brasil e a exploração de minérios pode entrar no bojo de uma negociação entre os países.

    Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

  • Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

    Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

    Presidente da Câmara tenta recuperar reputação da Casa após críticas com a PEC da Blindagem; deputado foi vaiado em evento com Lula, que disse que Congresso tem o mais baixo nível

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), contratou por R$ 4,97 milhões uma consultoria da FGV (Fundação Getúlio Vargas) para modernizar a comunicação da Casa nas redes sociais. O contrato, assinado no início deste mês, vale até agosto de 2026.

    A contratação faz parte do esforço de Motta para melhorar a imagem da Câmara, desgastada após a aprovação da PEC da Blindagem e a realização de manifestações em todas as capitais, no fim de setembro, contra a medida e contra a anistia aos condenados por golpismo, que também está em discussão na Casa.

    Além disso, após a derrubada da medida provisória de aumento de impostos na semana passada, a Câmara voltou ao alvo do governo Lula e do PT, que reacenderam a campanha de que o Congresso é inimigo do povo e protege privilégios dos mais ricos em detrimento dos mais pobres.

    Nesta quarta-feira (15), Motta foi vaiado ao participar de evento do Dia do Professor com Lula no Rio de Janeiro. Diante da reação do público, o presidente se levantou e ficou ao lado do deputado, em uma tentativa de conter os ânimos.

    Lula, por outro lado, fez críticas ao Congresso durante seu discurso. “Hugo é presidente desse Congresso e ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, afirmou.

    De acordo com o contrato, o serviço de consultoria inclui realização de oficinas, mentorias, manuais, além da entrega de relatórios mensais.

    Também serão criados dois laboratórios -um de inteligência artificial aplicada à comunicação para dar apoio no planejamento, produção e monitoramento de conteúdo, e outro de audiovisual para produzir vídeos e podcasts.

    A consultoria prevê ainda estratégia de resposta a crises e monitoramento de menções nas redes sociais para identificar a percepção pública da Câmara e quais são os temas mais relevantes no momento.

    Em paralelo, Motta assinou, na terça-feira (14), a política de comunicação social da Câmara com diretrizes para os conteúdos institucionais da Casa. Um dos objetivos é aproximar os cidadãos, utilizando linguagem simples, acessível e didática para esclarecer o processo legislativo.

    O documento proíbe que os canais oficiais da Câmara favoreçam opiniões ou posições políticas, divulguem informação sabidamente inverídica e descontextualizem ou distorçam falas e imagens.

    A política determina que a comunicação seja imparcial e conviva com a pluralidade política dos deputados, além de observar o equilíbrio, a transparência e a precisão.

    Entre os objetivos, está enfatizar “a importância do Parlamento para a democracia” e “fortalecer a imagem institucional por meio de informações que contribuam para o melhor entendimento dos atos e processos decisórios da Câmara”.

    Após o episódio da PEC da Blindagem, Motta procurou melhorar a imagem da Câmara com uma série de entrevistas a diversos veículos. Ele também promoveu uma mudança na pauta do plenário, privilegiando temas de impacto na população, como segurança, educação, proteção de crianças e adolescentes, além da ampliação da isenção do Imposto de Renda.

    No último dia 22, Motta, que defendeu a PEC da Blindagem durante a votação da medida no plenário, afirmou que “ver toda essa discussão ser distorcida não é correto”.

    “Agora é chegado momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara tenha tido na semana passada a semana mais difícil e desafiadora, mas nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão. O Brasil tem que olhar para frente”, disse ainda, em um evento do banco BTG, em São Paulo.

    Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

  • Barroso recebe alta médica após ser internado em Brasília

    Barroso recebe alta médica após ser internado em Brasília

    Luís Roberto Barroso passou mal e foi atendido no pronto-socorro; ministro fez exames no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília

    O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu alta médica nesta quinta-feira (16) após ficar internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. Barroso deixou o hospital por volta das 12h45.

    Ontem, o ministro passou mal e foi atendido no pronto-socorro. Ele passou por uma série de exames e ficou à noite internado. Os resultados ainda não foram divulgados.

    Na manhã de hoje, o ministro apresentou melhora e foi liberado pelos médicos para seguir com a medicação em casa.

    Barroso deixará o Supremo no próximo sábado (18). Na semana passada, o ministro anunciou sua aposentadoria antecipada do Supremo. Ele tem 67 anos e poderia permanecer na Corte até 2033.

    Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar novo ministro para a Corte. Não há prazo para indicação. 

    Barroso recebe alta médica após ser internado em Brasília

  • Pacheco se diz honrado com apoios para STF, mas que indicação é só de Lula

    Pacheco se diz honrado com apoios para STF, mas que indicação é só de Lula

    O senador disse que indicação é só de Lula e deve ser respeitada; Lula disse a aliados que pretende indicar o titular da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, para o STF

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um dos nomes cotados para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (16) a jornalistas que se sente honrado com o apoio de colegas da Casa, mas que “não tem como fazer especulações” sobre quem ocupará a cadeira aberta após o anúncio da aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

    Ele acrescentou se tratar de uma decisão “exclusiva do presidente Lula, que deve ser respeitada, seja ela qual for”. “Me lembro do ministro [do STF] Flávio Dino dizendo, e parafraseando alguém, que não se faz campanha para isso, mas ao mesmo não se recusa um convite. Esta é a lógica”, disse.

    Lula disse a aliados que pretende indicar o titular da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, para o STF. A expectativa é que o anúncio ocorra ainda nesta semana, apesar da forte pressão de magistrados pela indicação de Pacheco.

    Questionado sobre os apoios ao seu nome no mundo político, Pacheco ponderou que “é muito difícil comentar a respeito disso”, mas que fica “obviamente muito honrado e muito satisfeito”.

    “São manifestações que surgem daqueles que convivem comigo e conhecem meu trabalho no Parlamento, igualmente pessoas vinculadas à Justiça, pessoas do próprio STF, que têm reconhecimento e apreço por mim, mas são manifestações. Essa é uma decisão do presidente Lula que deve ser respeitada qualquer que seja ela”, afirmou.

    “O compromisso que eu tenho é com o mandato do Senado, é o que nós temos para hoje”, continuou.

    Questionado sobre o nome do ministro Jorge Messias, também cotado para a vaga e próximo de Lula, Pacheco afirmou que o concorrente é “alguém muito bem preparado, presta um bom serviço à AGU”.

    “Só tenho elogios a fazer ao Messias, assim como ao ministro Bruno Dantas, do TCU, que é egresso do Senado, passou em primeiro lugar no concurso do Senado, e é alguém também por quem nós temos muito apreço”, disse.

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  • Moraes determina que Defensoria da União assuma defesa de Eduardo Bolsonaro

    Moraes determina que Defensoria da União assuma defesa de Eduardo Bolsonaro

    Eduardo foi denunciado pela PGR por coagir autoridades brasileiras, com apoio do governo dos Estados Unidos, para interferir no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista de 2022

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quinta-feira (16) que a DPU (Defensoria Pública da União) assuma a defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    O parlamentar foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por coagir autoridades brasileiras, com apoio do governo dos Estados Unidos, para interferir no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista de 2022.

    A convocação da Defensoria ocorreu após o término do prazo para Eduardo apresentar sua defesa prévia à acusação. O parlamentar decidiu que não constituiria advogado no processo do Supremo sem que fosse intimado fisicamente da abertura do processo.

    A DPU terá 15 dias para apresentar a defesa prévia do parlamentar.

    O chefe do órgão, Leonardo Magalhães, afirmou à Folha em entrevista em 1º de outubro que a Defensoria, se notificada, iria assumir a defesa de Eduardo sem constrangimento. “O trabalho da Defensoria Pública é prestar ampla defesa contraditória. Essa é a nossa obrigação, nosso dever constitucional”, disse.

    “O caso vai ser analisado, distribuído para uma assessoria e vamos fazer a condução, como a gente faz com qualquer outro caso, qualquer outra pessoa, porque a lei determina que é a Defensoria Pública da União que tem que atuar no Supremo”, completou.

    Moraes decidiu em 29 de setembro dar prosseguimento ao processo criminal contra Eduardo Bolsonaro sem notificação pessoal. O ministro entendeu que o deputado, nos Estados Unidos, criou dificuldades para ser notificado pela Justiça brasileira.

    Por esse motivo, Eduardo foi notificado por edital -comunicação oficial da denúncia por meio de publicação no Diário de Justiça Eletrônico.

    “Além de declarar, expressamente, que se encontra em território estrangeiro para se furtar à aplicação da lei penal, também é inequívoca a ciência, por parte do denunciado Eduardo Nantes Bolsonaro, acerca das condutas que lhe são imputadas na denúncia oferecida nestes autos, sobre a qual também se manifestou por meio de nota divulgada na rede social X (antigo Twitter)”, disse Moraes na decisão.

    Segundo ele, não restam dúvidas de que “o denunciado, mesmo mantendo seu domicílio em território nacional, está criando dificuldades para ser notificado”.
    A notificação por edital pode criar um impasse para a DPU. O primeiro passo será buscar contato com Eduardo, para que se o defensor converse com ele e busque informações úteis para a defesa prévia.

    Se o contato for dificultado, a Defensoria precisará decidir se apresenta no prazo de 15 dias a petição com a defesa de Eduardo. Em casos anteriores, o órgão se negou a apresentar sua posição, sob o argumento de que uma defesa prévia sem a participação do acusado seria uma mera formalidade.

    No caso de Paulo Figueiredo, também acusado pela PGR pela atuação nos Estados Unidos, Moraes decidiu enviar uma carta rogatória por meio de cooperação jurídica internacional para sua notificação. O bolsonarista mora há dez anos no exterior.

    O ministro determinou que o processo contra a dupla seja desmembrado para garantir que a denúncia contra Eduardo seja analisada antes pelo Supremo, enquanto correm os trâmites da cooperação internacional sobre a acusação contra Figueiredo.

    Moraes determina que Defensoria da União assuma defesa de Eduardo Bolsonaro