Categoria: POLÍTICA

  • Governo Lula vai levar mote de soberania ao 7 de Setembro em meio ao julgamento de Bolsonaro

    Governo Lula vai levar mote de soberania ao 7 de Setembro em meio ao julgamento de Bolsonaro

    O desfile cívico-militar deste ano é coordenado pelo governo Lula com auxílio do Comando Militar do Planalto, o principal braço do Exército em Brasília

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O governo Lula (PT) deverá adotar o mote de “Brasil soberano” nos eventos comemorativos do Dia da Independência, em 7 de setembro, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) e à ofensiva do governo Donald Trump contra o país com a imposição da sobretaxa de 50% a produtos brasileiros e sanções a autoridades.

    Dois auxiliares diretos do presidente da República dizem que a defesa da soberania, que já vem sendo adotada em discurso do petista e foi citada na cerimônia no 7/9 do ano passado, ganha nova relevância justamente pelo contexto político atual.

    Eles afirmam que é um momento também de o governo reafirmar a bandeira do patriotismo e de defesa à nação, que nos últimos anos estiveram atrelados ao bolsonarismo.

    O desfile cívico-militar deste ano é coordenado pelo governo Lula com auxílio do Comando Militar do Planalto, o principal braço do Exército em Brasília. A Casa Civil está na fase final da licitação para a montagem da estrutura do desfile.

    A empresa Palestino Estrutura e Eventos Ltda foi a vencedora, com uma proposta para levantar tribunas e arquibancadas por R$ 4,3 milhões.

    A proposta da empresa prevê a instalação de cinco tribunais para autoridades e familiares e 15 arquibancadas para o público geral, com capacidade de 30 mil pessoas. O contrato que será assinado ainda prevê tendas de apoio, área reservada para imprensa e grades de segurança.

    O Exército vai mobilizar cerca de 2.000 militares das Forças Armadas, além de veículos blindados e aviões.

    O evento ocorre dias após a Primeira Turma do STF iniciar o julgamento de Jair Bolsonaro, militares e aliados pela tentativa de golpe de Estado em 2022. O Supremo vai começar o julgamento no dia 2 de setembro. A sentença, porém, só deve ser conhecida na semana seguinte.

    Dois oficiais-generais lamentaram à Folha a coincidência das datas. Um deles reforçou que Bolsonaro fazia uso político do desfile militar e fez alguns de seus principais ataques ao Supremo em cerimônias do Dia da Independência.

    O receio entre militares é que atos bolsonaristas contra o Supremo, também previstos para 7 de setembro, chamem mais atenção do que o desfile. Eles ressaltam, porém, não haver preocupações com a segurança do evento oficial.

    Um ministro diz que o governo não deve se assustar diante da proximidade do julgamento de Bolsonaro e afirma que a data serve também para reforçar o patriotismo nacional. Além disso, diz ele, a atuação da família do ex-presidente nos Estados Unidos contra os interesses do Brasil reforça uma postura antipatriótica do clã Bolsonaro.

    Ainda não há uma definição se o presidente Lula fará pronunciamento em cadeia nacional por ocasião da data, mas a possibilidade não está descartada. Em 2024, o petista usou o pronunciamento do 7 de Setembro para criticar o bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), que naquele momento protagonizava uma disputa com o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    “Nenhum país é de fato independente quando tolerar ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”, disse Lula.

    Em julho deste ano, o presidente fez um pronunciamento em cadeia nacional sobre o tarifaço anunciado por Trump. Nele, o petista usou termos como “pátria soberana”, “defesa da soberania”, “defesa do Brasil” e disse que o país “tem um único dono, o povo brasileiro”.

    Além da cerimônia institucional, movimentos populares, centrais sindicais e partidos como o PT usarão a data para anunciar manifestações pelo país. Não há previsão de Lula participar desses atos -ele deverá acompanhar somente o desfile na Esplanada dos Ministérios.

    As centrais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo estão anunciando atos para a data, classificando-a como o Dia Mobilização Nacional. Até quinta-feira (21), havia atos previstos em ao menos 18 capitais. O maior deles deverá ser em São Paulo, na praça da República.

    Em divulgações nas redes sociais, há frases como “Brasil soberano” e “quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, além do uso das cores da bandeira nacional.

    Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP) e da coordenação da Frente Brasil Popular, diz que a data servirá para defender a soberania nacional e “denunciar os traidores da pátria”.

    “Serão dois campos políticos nas ruas: a direita defendendo o tarifaço e a ingerência dos EUA no Brasil de um lado, e do outro nós, da esquerda, democratas e progressistas, defendendo a soberania, a democracia e os direitos”, diz.

    A ideia é fazer uma defesa da soberania brasileira contra o tarifaço de Trump, bem como uma defesa do Judiciário brasileiro, que tem sido atacado por autoridades americanas. A meta, além de organizar atos em todas as capitais, é também avançar e mobilizar para que ocorram manifestações em cidades médias.

    Um dos organizadores disse à reportagem que também as manifestações também devem destacar temas considerados prioritários, como a defesa da isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000, a taxação dos super-ricos, o fim da escala 6×1 e contra a anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro.

    Com o mote “povo independente é povo soberano”, o PT trabalha para que ocorram atos em grande parte das capitais brasileiras. Segundo uma pessoa que acompanha a organização, o partido atuará fortemente nas redes sociais e também nas ruas para mobilizar um grande número de manifestantes.

    Governo Lula vai levar mote de soberania ao 7 de Setembro em meio ao julgamento de Bolsonaro

  • Bolsonaro seria muito bem recebido na Argentina, diz Valdemar sobre asilo político

    Bolsonaro seria muito bem recebido na Argentina, diz Valdemar sobre asilo político

    A PF afirmou nesta semana ter identificado no celular do ex-presidente uma minuta de pedido de asilo político direcionado a Javier Milei

    RIO DE JANEIRO, RJ (CBS NEWS) – O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse nesta sexta-feira (22) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “muito bem recebido” se tivesse asilo político na Argentina.

    A Polícia Federal afirmou nesta semana ter identificado no celular do ex-presidente uma minuta de pedido de asilo político direcionado a Javier Milei. O documento viabilizaria a saída de Bolsonaro do Brasil e foi criado após a deflagração de investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, segundo a PF.

    “Ninguém precisa pedir asilo. Você atravessa um rio aqui e você está na Argentina. E o Bolsonaro ia ser muito bem recebido lá, porque eu fui à posse do Milei com ele e fiquei impressionado com o povo na rua, o que tinha de gente no nosso hotel querendo conhecer Bolsonaro”, afirmou Valdemar durante evento no Rio de Janeiro.

    O presidente do PL discursou durante o 24° Fórum Empresarial Lide, em mesa dividida com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL).

    Valdemar também minimizou publicação em que o vereador Carlos Bolsonaro (PL), filho de Bolsonaro, comparou a “ratos” candidatos a governadores que são pré-candidatos à presidência em 2026.

    “São todos parceiros nossos, o [Romeu] Zema, em Minas Gerais, o [Ronaldo] Caiado, em Goiás. Temos gente preparadíssima, como Ratinho [Jr., governador do Paraná]. Tenho certeza que nós vamos estar juntos no segundo turno, ou até no primeiro, quem sabe. Acontece que às vezes um filho vê o pai naquele estado e se desespera, fica nervoso, é natural. Temos que defender nossas famílias”, afirmou Valdemar.

    A fala que atribui a publicação de Carlos a um momento difícil da família Bolsonaro também foi repetida por governadores como Zema e Castro durante a semana.

    No evento, Valdemar afirmou que Brasília vive uma guerra contra Bolsonaro e seu partido. Ele não citou, porém, nenhuma instituição política em seu discurso.

    “O que estão fazendo com o presidente Bolsonaro, a humilhação que eles estão impondo ao nosso partido e ao presidente Bolsonaro tem destruído Bolsonaro pessoalmente. Ele fez uma operação muito séria recentemente, e dia após dia é um acontecimento”, afirmou durante fórum do Lide, grupo empresarial do ex-governador João Doria.

    Sem citar o STF, Valdemar afirmou que não havia motivo para a imposição do uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro.

    A defesa enfática ao ex-presidente acontece após críticas de aliados de Bolsonaro a Valdemar devido a um comentário tímido dele no Twitter depois da notícia sobre a sua prisão domiciliar. “ESTOU INCONFORMADO!!!!! O QUE MAIS POSSO DIZER?”, escreveu na época.

    Após as críticas, Valdemar apagou a postagem e fez outra publicação maior, que mesmo assim foi lida como insuficiente por alguns aliados.

    “A ordem de prisão do presidente Bolsonaro, um dia após as manifestações populares (às quais Bolsonaro não compareceu), soa como vontade de calar uma boa parte da população brasileira que, de forma pacífica, conforme autoriza a constituição, foi às ruas protestar, como permite um regime democrático”, disse na época.

    ‘QUERO QUE ELE DECIDA’ O CANDIDATO A PRESIDENTE

    Valdemar Costa Neto também falou sobre a corrida presidencial de 2026. Ele disse que ainda tem esperança de Bolsonaro participar das eleições, comparando o caso dele com a prisão de Lula. “Quem diria (…) que ele seria candidato a presidente? Foi candidato e ainda ganhou.”

    “Bolsonaro não comenta comigo, e se faz comentário comigo eu não levo em consideração, porque eu quero que ele decida. E sei que quando ele decidir vai ser pela cabeça dele”, afirmou.

    O presidente do PL citou o nome de Tarcísio de Freitas em sua fala, discorrendo com mais ênfase sobre o governador.

    Ele disse que “quase teve um infarte” quando Bolsonaro o escolheu para ser o candidato dele a governador de São Paulo. Segundo Valdemar, seria um nome improvável já que ele não vota no estado nem conhece a unidade federativa direito e “não fez uma obra para São Paulo” quando era ministro da Infraestrutura no governo anterior.

    Ainda sim, segundo Valdemar, foi uma escolha acertada, já que Tarcísio hoje tem um alto índice de aprovação no Brasil.

    Bolsonaro seria muito bem recebido na Argentina, diz Valdemar sobre asilo político

  • Genial/Quaest: Moro tem 38%, Paulo Martins, 8%, e Enio Verri, 7%, na disputa para governo do PR

    Genial/Quaest: Moro tem 38%, Paulo Martins, 8%, e Enio Verri, 7%, na disputa para governo do PR

    A Quaest entrevistou 1.104 pessoas com 16 anos ou mais no Paraná entre os dias 13 e 17 de agosto

    Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 22, coloca o senador Sergio Moro (União) com 38% das intenções de voto na eleição para o governo do Paraná em 2026. O ex-juiz aparece isolado na liderança.

    O segundo pelotão tem o vice-prefeito de Curitiba (PR), Paulo Eduardo Martins (Novo), 8%, o ex-deputado Enio Verri (PT), 7%, e o secretário do governo paranaense Guto Silva (PSD), com 6%.

    Indecisos são 13% e brancos, nulos, e aqueles que disseram que não vão votar, somam 28%.

    A Quaest entrevistou 1.104 pessoas com 16 anos ou mais no Paraná entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de três pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%

    Aprovação do governo Ratinho Jr.

    A Quaest também mediu a aprovação do governador Ratinho Júnior. (PSD). O índice oscilou positivamente no limite da margem de erro, de 81% para 84%. A desaprovação recuou de 14% para 12%, também dentro da margem. Não souberam ou não responderam 4%.

    Para 70% dos entrevistados, o pessedista merece eleger quem indicar como seu sucessor ao governo estadual. Ratinho ainda não definiu quem apoiará: entre as opções estão Guto Silva, também do PSD, e Paulo Eduardo Martins.

    Outros 24% responderam que o chefe do Executivo paranaense não merece emplacar seu candidato ao governo. Não souberam ou não responderam 6%.

    Genial/Quaest: Moro tem 38%, Paulo Martins, 8%, e Enio Verri, 7%, na disputa para governo do PR

  • Mendonça diz que Judiciário precisa de autocontenção e repete discurso de críticos a Moraes

    Mendonça diz que Judiciário precisa de autocontenção e repete discurso de críticos a Moraes

    Sem mencionar diretamente o STF e Moraes, Mendonça defendeu reformas administrativas nos Três Poderes

    RIO DE JANEIRO, RJ (CBS NEWS) – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça afirmou nesta sexta-feira (22) que o Judiciário brasileiro precisa de “autocontenção” para não passar a “impressão de Estado judicial de Direito”.

    Mendonça discursou durante o Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, em evento que também tem previsão da presença do ministro do STF Alexandre de Moraes, além dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

    “Estado de Direito demanda autocontenção do Poder Judiciário. Tenho legitimidade para dizer isso porque integro a mais alta corte do país. O Estado de Direito não significa a prevalência da vontade ou das pré-compreensões dos intérpretes da lei. Eu tenho meus valores, mas devo servir à lei e à Constituição. O Judiciário não pode ser o fator de criação e inovação legislativa”, afirmou.

    Em exposição marcada por recados ao Judiciário, sem mencionar diretamente o STF e Moraes, Mendonça defendeu reformas administrativas nos Três Poderes. “Se algo não está dando certo, é preciso haver reflexão séria de reforma das instituições, que perpasse Legislativo, Executivo, Judiciário, Tribunal de Contas e agências reguladoras, a fim de haver organização na sociedade brasileira.”

    O ministro afirmou que é preciso diferenciar o Estado de Direito e o que considera o “Estado judicial de Direito”. Indicado à corte por Jair Bolsonaro, que será julgado no caso da trama golpista a partir de 2 de setembro, o ministro adotou discurso com argumentos semelhantes ao de críticos à atuação de Moraes e do Supremo.

    “Se é verdade que no Estado de Direito forte o Judiciário tem prerrogativa de dar a última palavra, o Poder Judiciário não tem prerrogativa de dar a primeira e a ultima palavra. Essa situação passa a impressão de vivermos num Estado judicial de Direito”, afirmou. “Democracia significa garantir que os cidadãos possam livremente se expressar, sem censura direta ou indireta, sem medo de ser perseguido por falas.”

    A mesa de Mendonça teve presença do governador do Rio, Cláudio Castro, e de presidentes de partido -Antonio Rueda (União Brasil), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Valdemar da Costa Neto (PL).

    Em fala antes de Mendonça, Valdemar afirmou que considera possível aliança entre pré-candidatos à Presidência em 2026, mesmo em primeiro turno, e minimizou o ataque do vereador Carlos Bolsonaro (PL) a governadores nesta semana.

    “Tenho certeza que vamos estar juntos no segundo turno, ou até no primeiro, quem sabe. Acontece que às vezes um filho se desespera, fica nervoso, é natural. Temos que defender nossas famílias. É isso que nós estamos atravessando.”

    Mendonça diz que Judiciário precisa de autocontenção e repete discurso de críticos a Moraes

  • João Campos tem 55% na disputa por Pernambuco, aponta Genial/Quaest; Raquel Lyra tem 24%

    João Campos tem 55% na disputa por Pernambuco, aponta Genial/Quaest; Raquel Lyra tem 24%

    João Campos (PSB) aparece com 55% das intenções de voto, seguido pela governadora Raquel Lyra (PSD), com 24%

    O prefeito do Recife, João Campos (PSB), lidera a disputa pelo governo de Pernambuco em 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 22. Ele aparece com 55% das intenções de voto, seguido pela governadora Raquel Lyra (PSD), com 24%.

    O ex-ministro Gilson Machado (PL) soma 6%, enquanto o empresário Eduardo Moura (Novo) tem 4%. Outros 4% dos entrevistados estão indecisos e 7% afirmaram que pretendem votar em branco, nulo ou não comparecer às urnas.

    A pesquisa ouviu 1,1 mil eleitores de 13 a 17 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.

    Gestão Raquel Lyra é aprovada por 51%

    A gestão de Raquel Lyra é aprovada por 51% e reprovada por 45%. A educação aparece como área mais bem avaliada, com 55% de menções positivas, 28% regulares e 17% negativas. Já a segurança pública tem o pior desempenho: 38% consideram a área negativa, 32% positiva e 30% regular.

    Quando questionados se a governadora merece reeleição, 54% responderam que não, contra 43% que disseram que sim.

    João Campos tem 55% na disputa por Pernambuco, aponta Genial/Quaest; Raquel Lyra tem 24%

  • Genial/Quaest: Paes tem 35%; Bacellar, 9%; e Washington Reis, 5% na corrida pelo governo do Rio

    Genial/Quaest: Paes tem 35%; Bacellar, 9%; e Washington Reis, 5% na corrida pelo governo do Rio

    Eduardo Paes tem 35% das intenções de voto, seguido pelo deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), com 9%

    O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), aparece como favorito na disputa pelo governo do Estado em 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 22. Paes tem 35% das intenções de voto, seguido pelo deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), com 9%.

    O levantamento também testou o nome do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), que registrou 5%. Já a vereadora Mônica Benicio (PSOL) e o empresário Italo Marsili (Novo) marcaram 4% e 2%, respectivamente.

    Entre os entrevistados, 15% afirmaram estar indecisos e 30% disseram que pretendem anular o voto. A pesquisa ouviu 1,4 mil eleitores entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, com 95% de nível de confiança.

    Quando perguntados se o atual governador Cláudio Castro (PL) deveria eleger um sucessor, 57% responderam que não, contra 34% que disseram apoiar um candidato indicado por ele.

    A gestão de Castro é aprovada por 43% e desaprovada por 41%. Na área de segurança pública, 60% a consideram negativa, enquanto 38% avaliaram como positiva e 33% como regular.

    Genial/Quaest: Paes tem 35%; Bacellar, 9%; e Washington Reis, 5% na corrida pelo governo do Rio

  • Genial/Quaest: Tarcísio lidera para governo de SP; Erika Hilton dispara

    Genial/Quaest: Tarcísio lidera para governo de SP; Erika Hilton dispara

    Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparece com 43%, seguido por Geraldo Alckmin (PSB), com 21%; Erika Hilton (PSOL) crese e registra 8%

    O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), é hoje o favorito na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes no ano que vem, mostra a pesquisa Genial/Quaest publicada nesta sexta-feira, 22. Segundo o levantamento, o mandatário tem 43% das intenções de votos.

    Na sequência aparece o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com 21%. O pessebista é seguido pela deputada Erika Hilton (PSOL), que registrou 8%. Já o ex-prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB) e o empresário Felipe d’Avila (Novo) marcaram 3% e 2%, respectivamente.

    Além disso, 7% dos entrevistados disseram que não sabem em quem votarão para o governo do Estado em 2026. Outros 16% afirmam que vão anular o voto. A pesquisa ouviu 1,6 mil eleitores entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.

    A Quaest ainda questionou os paulistas sobre a preferência de apoios nacionais. Nesse quesito, 59% afirmaram que querem que o futuro governador seja um político independente. Outros 23% preferem alguém alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 17% gostariam que fosse um apoiador do presidente Lula (PT).

    Apesar de uma vitória de Tarcísio ser considerada muito provável hoje até entre seus adversários, existe a possibilidade de ele não disputar a reeleição e se lançar na corrida presidencial. De maneira similar, Alckmin, que já governou São Paulo por quase 13 anos, não demonstra tanto entusiasmo em disputar cargos no Estado.

    Gestão Tarcísio de Freitas é aprovada por 60% dos paulistas

    Segundo a pesquisa, a gestão Tarcísio de Freitas é aprovada por 60% dos paulistas, enquanto que 29% a desaprovam. Outros 11% não souberam ou não quiseram responder ao questionamento. Os números mostram uma estabilidade nos índices de avaliação do governador.

    Quando perguntados sobre a reeleição de Tarcísio, 56% dos paulistas ouvidos disseram que ele merece ser reconduzido ao cargo, ao passo que 36% avaliam que ele não merece.

    A segurança pública é a área com a pior avaliação da gestão Tarcísio. Segundo o levantamento, 36% dos entrevistados julgam a condução da segurança de forma negativa, enquanto outros 36% a consideram regular. Aqueles que a avaliam de forma positiva somam 28%.

    Por outro lado, a área de mobilidade urbana e infraestrutura tem a melhor avaliação, com 49% a avaliando como positiva. Outros 34% a julgaram como regular e 17%, como negativa.

    Genial/Quaest: Tarcísio lidera para governo de SP; Erika Hilton dispara

  • Centrão e direita correm para consolidar Tarcísio, conter clã Bolsonaro e disputar vice

    Centrão e direita correm para consolidar Tarcísio, conter clã Bolsonaro e disputar vice

    Os maiores partidos de centro e de direita no país defendem a consolidação do governador de São Paulo como nome para enfrentar Lula (PT) em 2026

    BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O indiciamento e a divulgação de troca de mensagens entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo foram vistos por integrantes do centrão e partidos de direita como uma janela para ampliar a pressão por unidade em torno de uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o que inclui a definição do vice na chapa.

    Os maiores partidos de centro e de direita no país defendem, há tempos, a consolidação do governador de São Paulo como nome para enfrentar Lula (PT) em 2026, mas enfrentam a indefinição de Bolsonaro -que está inelegível e às portas de uma condenação, dada como certa, no caso da trama golpista.

    Mais do que o indiciamento por suposta tentativa de obstruir esse processo, a troca de mensagens entre Eduardo e o pai indica divergências em relação à atuação política da família e uma forte desconfiança por parte do deputado em relação a Tarcísio, o que provocou reações entre expoentes do mundo político do centro à direita nesta quinta-feira (21).

    Ainda que as conversas cristalizem um cenário de campo minado para Tarcísio no seio da família Bolsonaro, políticos avaliam que as brigas, tornadas públicas, causam desgaste principalmente para Eduardo, apontado como nome radical do clã.

    Na visão de dirigentes partidários, o episódio enfraquece ainda mais o filho do ex-presidente e cria uma janela para que o governador obtenha certa autonomia em relação à família Bolsonaro, sem perder o apoio do ex-presidente, crucial para qualquer nome desse campo que almeje ser competitivo no ano que vem.

    As mensagens mostram Eduardo manifestando, por várias vezes, contrariedade e desconfiança em relação a Tarcísio. Uma delas alerta que o governador de São Paulo nunca ajudou o pai no STF (Supremo Tribunal Federal).

    “Sempre esteve de braço cruzado vendo você se foder e se aquecendo para 2026.”

    Uma ala do centrão vê ganhos para Tarcísio principalmente com a reiteração do que seria uma bagunça generalizada na família do ex-presidente, que exigiria mais do que nunca um presidenciável que faça parte do bolsonarismo, mas que não carregue nas costas todo o desgaste do sobrenome.

    Tarcísio foi ministro da Infraestrutura durante o governo Bolsonaro (2019-2022) e eleito governador de São Paulo graças à indicação e apoio do ex-presidente. Em sua gestão, é alvo frequente de bolsonaristas que dizem não ver alinhamento total e defesa enfática de Bolsonaro, apesar de o governador comparecer inclusive aos protestos liderados pelo ex-presidente na avenida Paulista.

    Do grupo de governadores mais à direita que almejam disputar a presidência em 2026, Tarcísio é o preferido da maior parte dos partidos que hoje controlam o Congresso, incluindo o quinteto que integra a Esplanada dos Ministérios de Lula –União Brasil, PP, PSD, MDB e Republicanos.

    Políticos desses partidos temem principalmente que Bolsonaro resolva, como chegou a sinalizar a alguns aliados, optar por um nome da família para 2026, como a mulher, Michelle, ou o filho Flávio Bolsonaro.

    O indiciamento e as mensagem fragilizam essa hipótese, na visão de aliados, por reforçar a vulnerabilidade política da família. Ainda assim, políticos de centro e direita sempre fazem a ressalva de que Bolsonaro é imprevisível e de que muito pode mudar nos 12 meses que faltam para a oficialização das candidaturas.

    Em fevereiro, por exemplo, Lula atingia sua pior avaliação popular. Agora, seis meses depois, demonstra recuperação.

    Com a avaliação de que cresceram as chances de um candidato bolsonarista sem o sobrenome Bolsonaro, há quem defenda inclusive um vice de fora da família. Por ora, o nome do ex-ministro da Casa Civil e senador Ciro Nogueira (PP-PI) é um dos mais fortes.

    Ciro preside o PP e comanda, ao lado de Antonio Rueda, presidente do União Brasil, a montagem de uma federação que, apesar de ter quatro ministros sob Lula, vem se posicionando como ponta de lança da oposição para 2026.

    Juntos, os dois partidos têm 109 deputados federais, mais de 20% do tamanho da Câmara.

    No ato da federação na última quarta, em Brasília, a principal estrela foi Tarcísio.

    Aliados de Bolsonaro e do governador de São Paulo dizem ainda ver alinhamento entre o ex-presidente e o governador, mesmo diante dos ataques de Eduardo nas mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular do ex-presidente.

    O deputado já havia falado publicamente contra Tarcísio, sendo o principal expoente de uma ala crítica ao governador, que tenta apontá-lo como “candidato do sistema”.

    “Agora ele [Tarcísio] quer posar de salvador da pátria. Se o sistema enxergar no Tarcísio uma possibilidade de solução, eles não vão fazer o que estão pressionados a fazer. E pode ter certeza, uma ‘solução Tarcísio’ passa longe de resolver o problema, vai apenas resolver a vida do pessoal da Faria Lima”, disse Eduardo, em uma das mensagens.

    O deputado também pleiteia a sucessão eleitoral do pai à Presidência da República. Mas, diante do avanço dos inquéritos no STF, não deve retornar ao Brasil.

    Nesta quinta, Tarcísio defendeu Bolsonaro e criticou a divulgação das mensagens. “Minha relação com Bolsonaro vai ser como sempre foi, uma relação de lealdade, relação de amizade, relação de gratidão com uma pessoa que, eu entendo, fez muito pelo Brasil e fez muito por mim”.

    Líder da bancada do PL na Câmara e próximo a Malafaia, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que, em sua visão, nada muda com o indiciamento e com as mensagens.

    “Isso aí é mais do mesmo com relação ao Tarcísio e o Eduardo, esse assunto já foi superado lá atrás. O dois se falaram depois disso. E a franqueza e a firmeza são práticas normais na nossa convivência do dia a dia”, afirmou.

    Centrão e direita correm para consolidar Tarcísio, conter clã Bolsonaro e disputar vice

  • Bolsonaro recebeu R$ 44 milhões desde 2023, sendo quase metade em Pix, aponta relatório da PF

    Bolsonaro recebeu R$ 44 milhões desde 2023, sendo quase metade em Pix, aponta relatório da PF

    A análise se baseia em informações levantadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras); de março de 2023 a fevereiro de 2024, o ex-presidente recebeu pouco mais de R$ 30 milhões

    SÃO PAULO, SP E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Jair Bolsonaro (PL) recebeu cerca de R$ 44,3 milhões em suas contas bancárias de março de 2023 a junho de 2025, apontam os dados da análise da Polícia Federal juntada ao inquérito sobre as suspeitas de obstrução do julgamento da trama golpista, que levaram ao indiciamento do ex-presidente e do seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    A análise se baseia em informações levantadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

    A maior parte desse valor se concentra em apenas um ano, de março de 2023 a fevereiro de 2024, quando o ex-presidente recebeu pouco mais de R$ 30 milhões. Já o segundo maior montante recebido foi de 20 de dezembro de 2024 a 5 de junho deste ano, quando Bolsonaro recebeu R$ 11,1 milhões.

    Ao todo, no período dos quase dois anos, R$ 20,7 milhões recebidos foram provenientes de transações em Pix -sendo que cerca de R$ 19,3 milhões foram enviados de março de 2023 a fevereiro de 2024. Enquanto o montante recebido do PL em todo o período, segundo esses dados, foi de R$ 1,1 milhão.

    Em meados de 2023, aliados fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para Bolsonaro pagar multas e advogados, o que gerou uma onda de doações por Pix. O relatório da PF só relata os recebimentos mas não cita a campanha.
    O órgão diz que há suspeitas de indícios de lavagem de dinheiro e de outros ilícitos penais por parte do ex-presidente e de Eduardo.

    Procurada pela reportagem, a defesa de Bolsonaro não se manifestou sobre a análise da PF. Eduardo Bolsonaro não foi localizado para comentar.

    Em relação ao indiciamento, a defesa do ex-presidente afirmou na manhã desta quinta-feira (21) que recebeu a notícia com surpresa e que “jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta” pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    Já Eduardo chamou, em nota na noite de quarta-feira (20), de “crime absolutamente delirante” os apontamentos que resultaram no indiciamento.

    MOVIMENTAÇÕES EM CONTA

    Segundo a análise da PF, Bolsonaro foi identificado como parte envolvida em comunicações reportadas por unidades de inteligência financeira ao Coaf. Ainda de acordo com a investigação, as operações financeiras com suspeitas de “lavagem de dinheiro e outros ilícitos” nas contas de Bolsonaro ocorreram entre 1º de março de 2023 e 5 de junho de 2025.

    Apenas de 1º de março de 2023 a 7 de fevereiro de 2024, teriam sido movimentados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos nessas contas, aponta a análise.

    O documento registra nesse período o recebimento, via Pix, de R$ 19,3 milhões em 1.214.254 lançamentos. Já o PL, partido de Bolsonaro, que aparece como o principal pagador nesse período de um ano, transferiu o montante de R$ 291,7 mil a Bolsonaro. Os maiores gastos, por sua vez, foram feitos aos advogados do ex-presidente, no valor de R$ 6,8 milhões.

    A PF afirma que foram analisadas 50 comunicações de operações financeiras que envolvem pessoas relacionadas às investigações da trama golpista. Dessas comunicações, quatro tratam de suspeitas relacionadas a Bolsonaro, e quatro, a Eduardo Bolsonaro.

    Foram analisadas ainda outras transações feitas pelo ex-presidente e por seu filho. Parte delas é citada no relatório da PF que embasou o indiciamento dos dois, divulgado na quarta-feira (20).

    O documento cita, por exemplo, que Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões a Eduardo em 13 de maio de 2025, como foi informado pelo próprio presidente em depoimento. No entanto, também afirma que foram remetidos R$ 30 mil em março e R$ 40 mil em abril, quando Eduardo já estava nos EUA -de acordo com o texto, ele chegou ao país em 27 de fevereiro.

    Em relação ao Bolsonaro, a PF diz que “chama atenção o volume de operações de câmbio realizadas ao longo do período analisado, que totalizaram R$ 105.905,54, especialmente considerando que o ex-presidente está com o passaporte retido e proibido de deixar o país”.

    A análise policial ainda ressalta a transferência de R$ 2 milhões de Bolsonaro à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em 4 de junho deste ano, um dia antes de ele prestar depoimento na investigação. A PF entende que ele fez a transferência para a conta de sua esposa para evitar bloqueios de recursos.

    O relatório da PF que embasou o indiciamento diz que também Eduardo usou conta de sua esposa para evitar bloqueios de recursos.

    Segundo a investigação, o deputado fez dois repasses para Heloísa Bolsonaro “como forma de escamotear” os valores antes encaminhados a ele pelo pai.

    Para a PF, a análise das transações aponta que Bolsonaro e Eduardo utilizaram “diversos artifícios para dissimular a origem e o destino de recursos financeiros, com o intuito de financiamento e suporte das atividades de natureza ilícita do parlamentar” no exterior.

    Em depoimento à polícia, Bolsonaro já disse que as transferências a Eduardo foram abastecidas por campanhas de doação feitas por apoiadores do ex-presidente.

    A investigação também afirma que Bolsonaro realizou 40 transações de janeiro a julho de 2025, entre saques em caixas eletrônicos e atendimento presencial em guichê bancário.

    “No total, foram contabilizados R$ 130.800,00. Não se ignora a eventual necessidade do ex-presidente em realizar despesas de pequeno vulto, sobretudo durante deslocamentos e viagens realizadas ao longo de agendas públicas. Entretanto, o grande volume de transações em dinheiro físico é indício relevante no contexto probatório, considerando os riscos associados à falta de rastreabilidade e a possibilidade de financiamento de ações de caráter ilícito”, disse a PF.

    Bolsonaro recebeu R$ 44 milhões desde 2023, sendo quase metade em Pix, aponta relatório da PF

  • Câmara desiste de mudança no foro e busca Senado para acelerar PEC da blindagem

    Câmara desiste de mudança no foro e busca Senado para acelerar PEC da blindagem

    As mudanças no foro especial, que tirariam do STF processos contra parlamentares, são defendidas por bolsonaristas como forma de travar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sob acusação de golpismo

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Os deputados desistiram de priorizar mudanças no foro especial, por causa de divergências internas que dificultariam a sua aprovação, e decidiram acelerar a proposta que proíbe processos criminais contra os congressistas enquanto não houver autorização do próprio Congresso.

    A ideia, para que que não haja críticas a respeito de impunidade, é de estabelecer um prazo para que o Congresso realize a deliberação em plenário -o que em tese impediria que os casos ficassem engavetados.

    A chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) da blindagem ou PEC das prerrogativas tem, segundo seus defensores, o objetivo de fortalecer o Legislativo ante decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Uma articulação para votação relâmpago da proposta chegou a ser ensaiada na noite desta quarta-feira (20), mas acabou abortada após resistência do Senado em aprovar o texto logo em seguida da Câmara.

    Dois deputados influentes dizem que a confusão em torno da instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigará desvios em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) travou essas conversas e não houve clima para negociar com os senadores.

    Na CPMI, a oposição venceu o governo e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e elegeu a cúpula que liderará as investigações por 17 votos a 14.

    Alcolumbre foi procurado nesta quarta com a proposta de votação relâmpago, mas disse que precisaria conversar com os líderes para medir a temperatura e viabilidade dessa operação. Eles combinaram que um encontro para negociar o texto deve ocorrer na próxima semana.

    A ideia de líderes da Câmara é votar a proposta na próxima semana, em uma operação casada com o Senado, para garantir a rápida aprovação. A leitura dos deputados é a de que o tema das prerrogativas tem apoio geral na Casa, mas pontos do texto ainda precisam ser debatidos.

    O relator da PEC, deputado Lafayette de Andrade (Republicanos-MG), vai procurar as bancadas partidárias nos próximos dias para colher sugestões. O texto, então, deve ser apresentado na próxima terça-feira (26) na reunião de líderes, quando a pauta de votação da semana será decidida. Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara ficou responsável por construir o consenso com líderes do Senado.

    Uma das opções consideradas é restabelecer o texto original da Constituição de 1988, que previa a necessidade de autorização prévia do Legislativo para que parlamentares fossem processados por crimes. A regra deixou de valer em 2001, quando o próprio Congresso reverteu a previsão que agora pretende retomar.

    Para amenizar as críticas da opinião pública sobre os inquéritos ficarem parados porque o Congresso nunca deliberava sobre esse aval, os deputados agora discutem uma alterativa: estabelecer um prazo para votação em plenário, como ocorre com as medidas provisórias.

    Se esse prazo não for cumprido, dizem, a pauta de plenário ficará trancada e impedirá outras votações. Nos bastidores, no entanto, a intenção é criar um rito que torne isso mais burocrático e evite que os inquéritos se tornem frequentemente o principal assunto da pauta do plenário.

    Outra sugestão é que o Legislativo passe a autorizar a prorrogação de inquéritos, com o objetivo de que as investigações contra parlamentares se estendam por anos sem nunca serem encerradas. A proposta busca ainda esclarecer e especificar as situações em que parlamentares podem ser presos em flagrante.

    Lafayette afirma que vai se ater a medidas que sejam razoáveis, juridicamente defensáveis, tenham amparo na doutrina e na jurisprudência e se comparem ao que é praticado em outros países.

    O grande objetivo dos deputados é travar os inquéritos sobre emendas parlamentares, como o que colocou sob investigação da Polícia Federal toda a cúpula da Câmara na gestão do ex-presidente Arthur Lira (PP-AL). Os líderes daquela época, e o próprio Lira, estão sob escrutínio por tentarem manter sob sigilo os reais autores de cada emenda ao Orçamento, prática que o STF proibiu que continuasse.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, Lafayette foi nomeado relator por Motta na segunda-feira (19). O apelo de parte dos deputados pela votação das prerrogativas, do fim do foro e da anistia foi impulsionado pelo motim de bolsonaristas na retomada do Congresso após o recesso.

    O texto construído pelo deputado mineiro, contudo, não vai tratar de mudanças de foro, tema que está distante de um consenso. Após o motim, Motta desautorizou um acordo do PL com o centrão para votar o fim do foro e a anistia, sinalizando que essas pautas não têm maioria no colégio de líderes.

    As mudanças no foro especial, que tirariam do STF processos contra parlamentares, são defendidas por bolsonaristas como forma de travar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sob acusação de golpismo e, por isso, a esquerda se opõe.

    Mesmo no centrão, porém, há divergências. Deputados que são julgados pela Segunda Turma do STF não têm interesse em trocar de foro, enquanto os da Primeira Turma buscam se livrar do Supremo.

    As prerrogativas parlamentares, por sua vez, têm o apoio de Motta. Ele afirmou à GloboNews que o STF “acaba decidindo sobre quase tudo no país”.

    “Hoje tem, sim, um ambiente de discussão acerca dessas prerrogativas pelos exageros que a Câmara, os parlamentares, entendem que têm, infelizmente, acontecido. […] Internamente, há muito incômodo com decisões que foram tomadas recentemente”, disse.

    “Não que essa impunidade seja sem limites, mas não é razoável que se torne corriqueiro parlamentares serem processados, investigados por crime de opinião. Isso não é bom, acaba gerando esse sentimento de solidariedade recíproca”, completou.

    Câmara desiste de mudança no foro e busca Senado para acelerar PEC da blindagem