Categoria: POLÍTICA

  • Deputados cobram de Motta retaliação ao Senado após rejeição à PEC da Blindagem

    Deputados cobram de Motta retaliação ao Senado após rejeição à PEC da Blindagem

    Deputados pressionam Hugo Motta a reagir após o Senado rejeitar a PEC da Blindagem e acusam Davi Alcolumbre de romper acordo. Eles ameaçam travar projetos de interesse dos senadores e endurecer investigações na CPI do INSS.

    (CBS NEWS) – Deputados cobram do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), uma reação firme ao que consideram uma quebra de acordo do Senado com a derrubada, por unanimidade, da PEC da Blindagem. A falta de uma resposta mais dura, afirmam, cria para Motta o risco de ver abalada sua sustentação no comando da Casa.

    Líderes de grandes partidos e cardeais do centrão discutiram nos últimos dias um cardápio de respostas ao Senado, incluindo travar projetos de interesse dos senadores e até atuar na CPI do INSS para direcionar as investigações contra o Senado. Além disso, eles afirmam que o projeto de lei de redução das penas aos condenados pelos atos golpistas só andará após uma concertação.

    A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, que condicionava a abertura de processos criminais contra congressistas a uma autorização do próprio Congresso, foi aprovada por 353 votos a 134, com empenho pessoal do presidente da Câmara.

    Motta telefonou pessoalmente para os deputados e mobilizou líderes de partidos aliados para apoiar o texto, afirmando que havia um acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de votar a matéria rapidamente.

    Alcolumbre, no entanto, enviou o texto para ser discutido primeiro na Comissão de Constituição e Justiça, onde já vinha sendo bombardeado por parlamentares. O colegiado acabou rejeitando a PEC por unanimidade. Interlocutores do presidente do Senado negam a existência de um acordo sobre o tema.

    O episódio causou enormes desgastes e críticas nas redes sociais contra quem votou a favor do projeto na Câmara e mobilizou milhares de pessoas em manifestações pelo país no último domingo (21), o que forçou parte dos deputados a pedirem desculpas aos eleitores.

    Deputados reclamam que os senadores não apenas enterraram a proposta, mas criticaram abertamente os deputados e a Câmara como um todo, acusando-os proteger bandidos. Nesse sentido, eles cobram que Motta se posicione em defesa da Casa.

    Na opinião de deputados ouvidos pela Folha de S.Paulo, o erro pode ter sido de Alcolumbre, por romper um acordo, ou de Motta, por ter pautado a PEC sem a garantia de que o assunto estava costurado no Senado. De qualquer forma, eles acusam os senadores de posarem de bons-moços, apesar de a Casa também ter problemas de transparência e escândalos.

    Como mostrou a Folha, esse episódio enfraqueceu o presidente da Câmara e criou novas dúvidas sobre a sua autoridade dentro da Casa e com o Senado. Como fiador do acordo, caberia a Motta garantir que ele fosse cumprido, na avaliação dos deputados. A derrubada da PEC causou um desgaste às vésperas da eleição.

    Quatro líderes ouvidos pela reportagem dizem que, daqui por diante, desconfiarão sempre que houver a sinalização de acordos fechados sobre projetos importantes. Eles defendem, inclusive, reuniões entre os líderes da Câmara e do Senado quando forem debatidos temas mais polêmicos, para evitar qualquer surpresa nesse sentido.

    Nos bastidores, deputados também dizem que a Câmara deve reagir de forma mais dura ao Senado. Ainda não foram avaliados quais são os projetos que podem ser afetados, mas o discurso é de que nada importante para os senadores será votado com agilidade.

    Os deputados também afirmam que vão insistir na quebra de sigilo sobre os gabinetes do Senado visitados pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS” e acusado de ser um dos operadores de desvios no Instituto Nacional de Seguridade Social.

    Alcolumbre proibiu a divulgação dessa informação para a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), sob alegação de privacidade. Três integrantes da cúpula do centrão dizem que as bancadas serão orientadas a pressionar pela abertura dessas informações e vão apresentar requerimentos que atingirão senadores.

    Um aliado de Motta diz que, se de fato houve um acordo, ele precisa expor isso publicamente, para proteger os deputados. Esse parlamentar lembra que foram os deputados que o elegeram para a presidência da Câmara, e não Alcolumbre.

    Um interlocutor frequente do presidente da Câmara, no entanto, diz que ele não fará isso publicamente. Nesta quinta (25), ao ser questionado, Motta disse que o Senado acompanhava a articulação para aprovar a PEC, mas negou que tenha havido traição.

    “Não tem sentimento de traição nenhuma. Até porque temos a condição de saber que não obrigatoriamente uma Casa tem que concordar 100% com aquilo que a outra aprova. Já tivemos vários episódios em que o Senado discordou da Câmara e a Câmara discordou do Senado. Isso é natural da democracia e do funcionamento do Congresso”, disse.

    Dois aliados próximos de Motta dizem que a relação dele com Alcolumbre também está estremecida. Desde que os dois foram eleitos, em fevereiro, a relação era descrita como muito estreita -eles participaram de eventos e viagens institucionais juntos, além de manter contato quase que diário.

    Até a tarde de quinta-feira (24), aliados do deputado diziam que Alcolumbre sequer estava atendendo às ligações de Motta. Na noite de quarta, no entanto, os dois participaram de um jantar em homenagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que deixou a presidência da Corte. De acordo com um participante do evento, eles interagiram e conversaram ao longo da noite.

    O relator do projeto de lei da redução de penas aos condenados pelos atos golpistas, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), diz que há desconfiança de que a proposta seja aprovada pelos deputados e depois engavetada no Senado, o que aumenta as resistências ao texto. “Não dá para pacificar o país se a Câmara e o Senado estão em guerra”, disse.

    Uma reunião para tratar do assunto estava marcada para quarta à noite, após o jantar com os ministros do STF, mas Alcolumbre pediu para cancelar o encontro. Paulinho afirmou que tentará novamente na próxima semana, porque o projeto não andará sem acordo com o Senado.

    Deputados cobram de Motta retaliação ao Senado após rejeição à PEC da Blindagem

  • Bolsonaro pede que Eduardo “feche a boca”, mas filho ignora ataca centrão

    Bolsonaro pede que Eduardo “feche a boca”, mas filho ignora ataca centrão

    Impedido de falar diretamente com o filho por decisão do STF, Bolsonaro recorreu a aliados para conter Eduardo. O deputado, no entanto, reforçou críticas ao Supremo, ao Centrão e ao PL, além de anunciar que disputará a Presidência mesmo sem o aval do pai

    Jair Bolsonaro (PL) tem buscado conter o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pedindo a aliados que o convençam a reduzir os ataques públicos para não prejudicar as negociações em torno de uma possível anistia e da redução de penas. O deputado, no entanto, tem ignorado os recados e ampliado as críticas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Centrão e até mesmo o próprio partido, segundo a Folha de São Paulo.

    Impedidos de manter contato direto por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que investiga ambos por coação à Justiça, Bolsonaro recorreu a interlocutores, entre eles o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-SP), que esteve recentemente com o ex-presidente. Sóstenes, contudo, nega ter se encontrado com Eduardo, que continua nos Estados Unidos.

    A reação do parlamentar veio em tom de confronto. Para ele, Bolsonaro estaria agindo como “refém” e sem clareza do cenário político. Em suas redes sociais, Eduardo escreveu que “quem está sob coação é o meu pai” e acusou setores políticos de tentarem impor ao ex-presidente o apoio a outro candidato em 2026, o que, segundo ele, poderia enfraquecer o bolsonarismo.

    Eduardo também se lançou como pré-candidato à Presidência da República sem o aval do pai, atacou ministros do STF chamando-os de “mafiosos”, comemorou sanções contra a esposa de Alexandre de Moraes e criticou Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Segundo ele, não abriu mão da própria trajetória política para “trocar afagos mentirosos com víboras” nem para se “submeter a esquemas espúrios”.

    Nas últimas semanas, o deputado endureceu ainda mais o discurso, reforçando que disputará a eleição presidencial mesmo que isso signifique enfrentar nomes como Tarcísio de Freitas. Para seus aliados nos EUA, Bolsonaro estaria fragilizado demais para tomar decisões, enquanto Eduardo busca ocupar espaço político em meio à crise.

    Bolsonaro pede que Eduardo “feche a boca”, mas filho ignora ataca centrão

  • Gestão Barroso teve conflito com bolsonarismo e termina com condenações da trama golpista

    Gestão Barroso teve conflito com bolsonarismo e termina com condenações da trama golpista

    Barroso encerra sua gestão na presidência do STF após um período marcado por tensões com o bolsonarismo, julgamentos históricos e episódios de ataque à corte. Ao mesmo tempo, buscou diálogo interno, reaproximação com ministros e defendeu a pacificação política e democrática do país

    (CBS NEWS) – O ministro Luís Roberto Barroso deixa a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (29) após ter comandado a corte durante a primeira condenação de um ex-presidente por golpe de Estado na história do país.

    A decisão foi o auge de um período conflituoso entre o magistrado, o STF e o bolsonarismo. Antes mesmo de assumir o principal cargo do Poder Judiciário, o ministro já era alvo constante de Jair Bolsonaro (PL). E declarações dadas pelo magistrado antes de assumir o comando do tribunal incendiaram a relação entre os apoiadores do ex-presidente e a corte.
    Barroso, que será sucedido por Edson Fachin, não participou do julgamento da trama golpista, mas esteve na sessão que definiu as penas dos acusados de formar o núcleo central. “Acredito que nós estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional”, discursou após a condenação.

    “Desejo, muito sinceramente, que estejamos virando uma página da vida brasileira. E que possamos reconstruir relações, pacificar o país e trabalharmos por uma agenda comum, verdadeiramente patriótica. Com as divergências naturais da democracia, mas sem intolerância, extremismo ou incivilidade”, completou.

    Indicado ao STF por Dilma Rousseff em 2013, Barroso assumiu a presidência do Supremo dez anos depois, com discurso em defesa da unidade nacional. “A democracia venceu e precisamos trabalhar pela pacificação do país”, disse em sua posse.

    Meses antes, duas declarações dele se tornaram munição do bolsonarismo para questionar a isenção do ministro. Numa delas, em Nova York, o magistrado reagiu a apoiadores do ex-presidente que hostilizavam os integrantes do tribunal.

    “Perdeu, mané, não amola”, respondeu Barroso. A frase, proferida menos de um mês depois da derrota eleitoral de Bolsonaro para Lula, virou um mantra do bolsonarismo e acabou pichada por uma manifestante na estátua A Justiça, em frente ao Supremo, durante os ataques de 8 de Janeiro.

    Em outro momento, Barroso discursava no 59º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em julho de 2023, quando afirmou: “Nós derrotamos o bolsonarismo”.

    A declaração motivou um pedido de impeachment contra ele no Senado. De 2021 a julho deste ano, ele foi o segundo maior alvo de representações do tipo, atrás apenas de Moraes. O último apresentado por parlamentar é de autoria da deputada Caroline de Toni (PL-SC), com base também nessas declarações.

    O ministro disse em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a fala foi inoportuna.

    “Foi uma frase infeliz. Primeiro que o ‘nós’ dava impressão de que foi o Supremo. Eu quis dizer que foi a sociedade brasileira. Isso foi logo depois da eleição. Segundo, nunca fui de fulanizar o debate, eu não gosto de fulanizar”, disse. “Portanto, eu queria dizer o ‘extremismo’.”

    O julgamento sobre a trama golpista levou o Supremo aos holofotes nos cenários interno e externo. O protagonismo natural do presidente do tribunal, porém, acabou ofuscado pela atuação do ministro Alexandre de Moraes -relator do processo e alvo preferencial do bolsonarismo.

    Além disso, as ações penais sobre a tentativa de golpe ficaram restritas à Primeira Turma , o que reduziu as atenções e os temas sensíveis no plenário do tribunal.

    Ainda assim, durante a gestão de Barroso, o Supremo sofreu dois dos mais marcantes ataques desde a redemocratização: um homem se explodiu em frente à sede do tribunal, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicou sanções contra ministros da corte.

    Francisco Wanderley Luiz morreu ao se deitar em um explosivo em frente ao STF, numa tentativa de ataque ao tribunal, em novembro de 2024. Os ministros estavam no plenário da corte em sessão quando o homem se aproximou.

    O atentado ocorreu num momento em que Barroso tentava reabrir o Supremo ao público, com a retirada das grades que restringiam o acesso ao tribunal.

    Em fevereiro de 2024, Barroso fez um ato com os presidentes dos demais Poderes para a retirada dos gradis em torno do edifício-sede. Na ocasião, ele disse ser um “gesto simbólico de normalidade democrática e de confiança na volta da civilidade das pessoas”.

    A partir da tentativa de atentado, o ministro voltou a reforçar os protocolos de segurança.

    Ele também precisou buscar conciliação no Supremo diante das sanções impostas pelo governo Trump contra os ministros do tribunal, que incluiu revogação de vistos de oito ministros, inclusive o próprio Barroso, e a aplicação da Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes e sua esposa.

    Foram do próprio Moraes, porém, as principais reações nesse caso. Ele que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro e manteve interlocução próxima com banqueiros para entender o alcance das restrições impostas pelo governo americano.

    Barroso é o ministro que tem relações mais próximas com os Estados Unidos. Morou e estudou no país, onde tem imóvel, e é professor colaborador da Harvard Kennedy School. Por causa das restrições, aconselhou um de seus filhos a voltar ao Brasil e deixar o cargo que ocupava na BTG Pactual em Miami.

    Internamente, o ministro consolidou as boas relações com Gilmar Mendes, um antigo desafeto com quem protagonizou os embates mais famosos da história da corte. A reaproximação havia começado na presidência de Bolsonaro, com a pandemia e os ataques ao STF.

    O decano se tornou um apoio inclusive nas negociações políticas, já que é conhecido por sua habilidade na articulação com diversos setores, enquanto Barroso não tinha entrada fácil em gabinetes da direita no Congresso.

    Os rumores de que o ministro deve sair do Supremo após deixar a presidência seguem fortes, mas o próprio Barroso não nega a possibilidade.

    Uma decisão sobre o assunto só deve ser tomada após o recesso do Judiciário, de dezembro a fevereiro.

    Gestão Barroso teve conflito com bolsonarismo e termina com condenações da trama golpista

  • Fachin vota para permitir quebra de sigilo no Google e Toffoli suspende julgamento

    Fachin vota para permitir quebra de sigilo no Google e Toffoli suspende julgamento

    Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Fachin votaram para permitir quebra de sigilo em buscas no Google em investigações

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta quinta-feira (25) para permitir a quebra de sigilo de buscas no Google para investigações criminais. Com isso, o julgamento tem cinco votos nesse sentido.

    Na sequência, Dias Toffoli, suspendeu mais uma vez o julgamento sobre a possibilidade de a Justiça determinar a entrega de dados de pessoas que procuraram informações em buscadores como o Google para órgãos de investigação.

    A corrente que até agora é majoritária -para formar maioria são necessários seis votos- indica também requisitos a serem cumpridos e a exigência de fundamentação.

    O caso que chegou ao Supremo é um recurso que trata das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. O processo é de repercussão geral, o que quer dizer que sua tese servirá para todas as ações similares no país.

    Apenas Fachin votou, acompanhando a divergência aberta pelo ministro Alexandre de Moraes. Até o momento, o placar está em 5 contra 2 para autorizar esse tipo de medida, mas com alguns requisitos.

    Há cinco votos nesse sentido e outros dois votos mais restritivos, dados pela relatora, a ministra aposentada Rosa Weber, e André Mendonça.

    A divergência aberta por Moraes foi acompanhada por Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Fachin. Os ministros, no entanto, sugerem diferentes níveis para os critérios que devem ser fixados pela corte. A tese, assim, será discutida depois da conclusão das manifestações.

    A partir de agora, Toffoli tem 90 dias para devolver a matéria para apreciação do colegiado.

    Além dele, faltam votar Luiz Fux e Barroso. Flávio Dino não vota neste caso por ter substituído Rosa, que votou antes de deixar a corte.

    Em abril, Gilmar Mendes havia pedido vista -mais tempo para análise-, devolvendo o processo ao plenário nesta quarta (24). André Mendonça e Alexandre de Moraes também pediram vista anteriormente. Assim, essa é a quarta suspensão do caso.

    Fachin vota para permitir quebra de sigilo no Google e Toffoli suspende julgamento

  • Haddad anuncia criação de delegacia para investigar crime organizado

    Haddad anuncia criação de delegacia para investigar crime organizado

    Proposta do ministro Fernando Haddad será enviada ao Ministério de Gestão e Inovação

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a criação de uma delegacia voltada ao combate aos crimes contra o sistema financeiro, no mesmo dia da Operação Spare, um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que investiga uma organização criminosa que faz lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis e fintechs e explora jogos de azar.

    “Essa delegacia vai combater de forma estruturada o crime organizado, bem como a intersecção entre o crime organizado e a economia real”, explicou o ministro. 

    Haddad lembrou que a operação desta quinta-feira (25) foi a quarta neste âmbito, com a cooperação de diversos órgãos, inclusive os ministérios Público Federal e estaduais, bem como com as polícias militares. O ministro revelou que nas próximas semanas vai enviar para o Ministério de Gestão e Inovação (MGI) a proposta da nova delegacia, que vai funcionar dentro do organograma da Receita Federal.

    A operação deflagrada nesta quinta-feira resultou das suspeitas sobre a movimentação financeira das empresas envolvidas nas supostas fraudes. 

    “[As empresas] Movimentavam R$ 4,5 bilhões e pagavam tributos sobre apenas 0,1% desse montante. E isso despertou a atenção da Receita”, disse Haddad.

    A Operação Spare registrou o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão. O comandante do Policiamento de Choque, o coronel Valmor Racorti, informou que foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma de fogo.

    “As facções criminosas passaram muito tempo priorizando o tráfico de entorpecentes, mas novas estruturas têm possibilitado que elas atuem em outras frentes, inclusive na economia formal e no ambiente político”, disse o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

    O promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Silvio Loubeh, informou que as investigações partiram da suspeita sobre casas de jogos na Baixada Santista, de máquinas de crédito e débito. 

    “Investigando as empresas que recebiam esses recursos, identificamos dois postos de combustíveis envolvidos com lavagem de dinheiro. A partir daí, identificamos um grupo criminoso responsável pelo branqueamento de capitais não só por meio dos dois postos, os envolvidos controlavam também outros estabelecimentos no setor de combustíveis, uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões de reais”, completou Loubeh.

    O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, também defendeu a adoção de medidas voltadas ao maior controle na importação de petróleo e seus derivados. 

    “É uma série de avanços que precisaremos fazer para combater essa infiltração tão ampla”, disse.

    As investigações apontam também para a existência de vínculos da organização criminosa com empresas do setor hoteleiro e a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC).

    A Operação Spare contou com 110 policiais militares do Comando de Choque de São Paulo e unidades especializadas no cumprimento das ordens judiciais, bem como com agentes da Receita Federal e integrantes da Procuradoria-Geral do Estado e Secretaria da Fazenda.

    Haddad anuncia criação de delegacia para investigar crime organizado

  • Barroso se despede da presidência do STF, diz que tribunal preservou democracia e se emociona

    Barroso se despede da presidência do STF, diz que tribunal preservou democracia e se emociona

    “Tenho muito orgulho de ter dividido com todos a aventura de ter defendido a democracia brasileira”, disse o ministro Luís Roberto Barroso

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (25) que a corte preservou a democracia brasileira e se emocionou ao agradecer o apoio dos colegas ao longo dos dois últimos anos, nos quais ele esteve à frente da corte. De acordo com ele, os ministros defendem com coragem a democracia brasileira.

    “Gostaria de agradecer muito especialmente a todos os ministros, colegas e amigos aqui do Supremo, pela parceria apoio, coragem e pela relação construtiva e harmoniosa que tivemos. Tenho muito orgulho de ter dividido com todos a aventura de ter defendido a democracia brasileira”, disse.

    Esta é a última sessão do magistrado como presidente do Poder Judiciário.

    Segundo Barroso, desde a Constituição de 1988, não houve desaparecidos, torturado, ou aposentadorias compulsórias, em referência às violações na ditadura militar, além de haver liberdade de imprensa, mas há um custo aos ministros pelo trabalho.

    “Ou seja, apesar do custo pessoal dos seus ministros e o desgaste de decidir as questões mais divisivas da sociedade brasileira, o Supremo Tribunal Federal cumpriu e bem o seu papel de preservar o Estado de direito e de promover os direitos fundamentais

    Na sequência, o decano da corte, ministro Gilmar Mendes, prestou homenagem ao colega e também se emocionou. Gilmar citou o julgamento da trama golpista de 2022 e afirmou que a corte evitou o maior assalto contra a democracia na história recente.

    “A democracia brasileira passou incólume por mais essa prova de fogo. O STF conduziu o processo com tranquilidade e de maneira absolutamente regular, com respeito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, o mesmo vem ocorrendo aos demais réus. E destaco sem exagero o papel singular e quase heroico desempenhado pelo ministro Alexandre de Moraes”, disse.

    “Há dois anos, após termos atravessado um período turbulento e sombrio, cuja culminância foi um infame episódio, do 8 de janeiro, afirmava eu, ministro Barroso, que a posse de vossa excelência como presidente desta corte tornava palpável a certeza de que o Supremo havia sobrevivido”, disse Gilmar.

    O decano também se emocionou ao falar de Alexandre de Moraes.

    Barroso se despede da presidência do STF, diz que tribunal preservou democracia e se emociona

  • Líder do PL viaja aos EUA e deve encontrar Eduardo em momento de impasse sobre anistia

    Líder do PL viaja aos EUA e deve encontrar Eduardo em momento de impasse sobre anistia

    Sóstenes Cavalcante viajou dois dias após ter encontrado com Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar; bolsonaristas defendem que Eduardo reduza tom de ataques para avançar com anistia no Congresso

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), viajou aos Estados Unidos nesta semana e deverá se reunir com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), segundo dois aliados do parlamentar. Ele viajou dois dias após ter encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar.

    Além disso, o encontro com Eduardo ocorrerá num momento em que há um impasse sobre o projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos atos golpistas, após novas sanções do governo de Donald Trump a autoridades brasileiras e seus familiares.

    Nesta semana, o governo americano incluiu Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o instituto que pertence à família do magistrado na lista de sancionados pela Lei Magnitsky.

    Essa nova ofensiva impediu o avanço de qualquer discussão sobre anistia ou redução de penas nesta semana, e integrantes do centrão defenderam adiar essas negociações. Até mesmo deputados bolsonaristas se queixaram da atuação de Eduardo no exterior. Eles avaliam que essas sanções dificultarão a aprovação de anistia no Congresso.

    Esses mesmos políticos defendem que Eduardo reduza o tom dos ataques. Uma das missões de Sóstenes nesse encontro seria também demover o parlamentar de tentar sancionar o comandante do Exército, o general Tomás Paiva. Após circularem informações de que isso poderia ocorrer, membros da Força procuraram o líder do PL para pedir que ele atuasse como bombeiro nessa questão.

    Desde a aprovação da urgência do projeto de lei na Câmara, Eduardo tem feito uma série de publicações nas redes dizendo que os aliados de Bolsonaro não devem apoiar qualquer texto que não trate de anistia. Como a Folha mostrou, aliados do ex-presidente dizem que ele estaria de acordo com um projeto de redução de penas, contanto que houvesse a garantia da manutenção da prisão domiciliar.

    De acordo com um interlocutor do líder do PL, ele viajou sob o pretexto de encontrar familiares que moram nos Estados Unidos e para participar de um evento na ONU. A assessoria do parlamentar afirmou à reportagem que ele está em missão oficial, mas não há registros disso no site da Câmara. Sóstenes foi procurado, mas não respondeu.

    Líder do PL viaja aos EUA e deve encontrar Eduardo em momento de impasse sobre anistia

  • Marinho defende mobilização popular como pressão contra escala 6 por 1

    Marinho defende mobilização popular como pressão contra escala 6 por 1

    Organizações e movimentos sociais realizaram atos contra o projeto de Anista aos golpistas de 8/1 e a PEC da Blindagem, que buscava dar ao congresso a prerrogativa de autorizar abertura de processos contra parlamentares

    O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, voltou a defender, nesta quinta-feira (25), o fim da escala 6 por 1, durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pelo Canal Gov. Na ocasião, Marinho destacou que a pressão do povo, por meio de manifestações, a exemplo do que aconteceu com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, cujo arquivamento só foi possível graças à mobilização popular. 

    Para o ministro, esse tipo de ação será fundamental para acabar com aquela que, segundo ele, é “a mais cruel das escalas”, na qual o trabalhador tem direito a apenas um dia de descanso semanal. França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Islândia são alguns dos países que implementaram ou estão implementando jornadas menores do que a de 6 por 1 ou de 44 horas semanais.

    Marinho sugeriu aos eleitores acompanharem posicionamento dos atuais parlamentares, no Congresso Nacional, sobre o tema, para saber “quem merece ter seu mandato renovado e quem merece ser substituído”, nas próximas eleições. 

    Mais cruel

    “A escala 6 por 1 é, de fato, a mais cruel que existe, especialmente para as mulheres. Então o momento é de renovar”, disse o ministro ao lembrar que vários países já extinguiram esse tipo de jornada de trabalho.

    “O governo brasileiro torce para um final feliz em relação à redução da jornada máxima do Brasil, hoje de 44 horas semanais, para 40 horas semanais sem prejuízo para a economia. Essa jornada é especialmente cruel para as mulheres e para a nossa juventude, que vem rechaçando esse sistema de jornada, cobrando do empresariado e das autoridades brasileiras uma adequação”, acrescentouA proposta de alteração da escala 6 por 1 está tramitando no Congresso Nacional que, segundo ele, costuma ter outras prioridades, não necessariamente em favor dos trabalhadores.

    Manifestações

    Luiz Marinho disse torcer para que mobilizações e manifestações como as contrárias à anistia e à blindagem de parlamentares continuem.

    “É importante manter a mobilização porque, se deixar o parlamento brasileiro livre, leve e solto, só vem prejuízo para classe trabalhadora. Ele [o Congresso Nacional] só vai dar jeito com muita pressão, como foi o caso, agora, em que a PEC da Blindagem foi enterrada”.

    “Se amenizar, esse perfil do Congresso que temos não atenderá a essa reivindicação. No que depender do governo, [os trabalhadores] terão nosso apoio para acabar com a jornada 6 por 1”, completou.

    Marinho defende mobilização popular como pressão contra escala 6 por 1

  • Motta desautoriza Paulinho e diz que votação de Imposto de Renda não depende de anistia

    Motta desautoriza Paulinho e diz que votação de Imposto de Renda não depende de anistia

    O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) teria dito que se o texto da anistia não for votado com apoio do PT, que o projeto da isenção do Imposto de Renda também não seria votado

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, nesta quinta-feira (25), que a votação da ampliação da isenção do Imposto de Renda, prevista para quarta-feira (1º), não depende da votação do projeto de redução de penas aos condenados por golpismo, como afirmou o relator do texto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

    Paulinho havia dito, nesta quarta (24), que não votar o projeto que beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os presos do 8 de Janeiro poderia prejudicar a análise do projeto do IR, que é prioridade para o governo Lula (PT). A proposta estende a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000.

    “Entendemos que a matéria [do IR] está madura. Já anunciamos a pauta para a próxima quarta-feira, independentemente de qualquer outra matéria. Não há vinculação da matéria do Imposto de Renda com qualquer outra. Essa associação foi feita de maneira incorreta”, disse Motta no plenário.

    Paulinho afirmou que acertaria com Motta o calendário de votação do projeto de redução de penas. “Acho que tudo leva a crer que é possível votar na próxima terça-feira (30). […] Acho até que, se não votar isso, não vai votar o IR”, declarou o relator à imprensa, ao lado do líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), após se reunir com a bancada do partido para tratar da redução de penas.

    Deputados petistas viram a fala do relator como uma espécie de chantagem, mas descartaram votar a favor da redução de penas.

    Motta desautoriza Paulinho e diz que votação de Imposto de Renda não depende de anistia

  • Eduardo Bolsonaro critica decisão da CCJ de rejeitar PEC da Blindagem

    Eduardo Bolsonaro critica decisão da CCJ de rejeitar PEC da Blindagem

    Eduardo defendeu que parlamentares tenham regalias jurídicas e que só possam ser investigados com autorização de outros parlamentares; a votação para análise dos casos seria secreta

    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais nesta quarta-feira, 24, para criticar a decisão unânime da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal de rejeitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Prerrogativas, conhecida como “PEC da Blindagem”. Ele classificou a rejeição como um impedimento à criação de garantias e fez duras críticas ao sistema judiciário brasileiro.

    “A PEC que o Senado enterrou tentava criar mecanismos de proteção contra o regime de exceção implementado por um Judiciário corrupto e aparelhado. Blindagem já existe, para os corruptos, comparsas e cúmplices dos agentes do regime que estão no Judiciário”, escreveu Eduardo Bolsonaro.

    O deputado também criticou o Judiciário, afirmando que “só vai para a cadeia parlamentar que ousa pensar diferente dos dogmas da extrema-esquerda no poder. Parlamentar corrupto goza de todas as blindagens que seus comparsas no poder permitem”, criticou em referência à recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar organização criminosa e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

    Atualmente nos Estados Unidos e alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Eduardo culpou governadores e senadores pela rejeição da PEC. “Os senadores e governadores que impediram a criação das garantias mínimas contra o regime de exceção são serviçais complacentes dos tiranos”.

    “Vocês estão desconectados do povo, embarcados na narrativa da Globo e impressionados com artista fazendo micareta na rua. Optaram por manter os poderes ilimitados da burocracia não eleita, por puro medo politiqueiro”, encerrou o parlamentar.

    Apesar da manifestação do filho de Bolsonaro, aliados do ex-presidente condenado votaram contra a PEC. Dentro da CCJ, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro Rogério Marinho foi um dos que rejeitou a proposta de emenda. Ao todo, 26 parlamentares da Comissão se posicionaram contrários à PEC da Blindagem.

    “Acredito que erraram na dosagem, e o medicamento, quando é dado em excesso, termina sendo veneno”, afirmou Marinho durante a sessão, criticando a inclusão do voto secreto na PEC para autorizar processos contra parlamentares.

    Rejeição popular

    A proposta havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada, mas agora está enterrada. A PEC da Blindagem previa, entre outros pontos, condicionar a abertura de ações criminais contra parlamentares denunciados ao STF à autorização prévia da Câmara e do Senado.

    Segundo o texto, as duas Casas Legislativas teriam até três meses para decidir se autorizam ou não a investigação. Após esse prazo, o processo seguiria automaticamente, embora houvesse temor de manobras protelatórias.

    Como mostrou o Estadão, se a regra estivesse em vigor, 36 inquéritos em curso no STF contra 108 parlamentares poderiam ter sido travados, já que esses casos só poderiam se transformar em ações penais com autorização prévia do Congresso Nacional.

    Desde a aprovação da proposta na Câmara, a população demonstrou descontentamento com a PEC. Em seguida, deputados começaram a publicar vídeos manifestando arrependimento pelo voto a favor da proposta.

    No último fim de semana, milhares de pessoas foram às ruas em 30 cidades do Brasil para se manifestar contra a PEC e o Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

    Eduardo Bolsonaro critica decisão da CCJ de rejeitar PEC da Blindagem