Categoria: POLÍTICA

  • Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

    Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

    O Conselho de Ética da Câmara iniciou a análise de quatro representações contra Eduardo Bolsonaro. Os pedidos, apresentados por PT e PSOL, apontam quebra de decoro parlamentar e podem levar à cassação do mandato

    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agora é alvo de uma análise formal do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Nesta sexta-feira, 15, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou o envio de quatro representações que acusam o parlamentar de quebra de decoro por atuar contra a soberania nacional.

    Os pedidos, protocolados pelos partidos PT e PSOL, estavam aguardando uma decisão na Mesa Diretora por semanas. O despacho de Motta para liberar a tramitação das ações ocorre após intensa pressão de partidos que apoiam o governo atual.

     
    Declarações de Eduardo Bolsonaro motivaram representações

    Eduardo Bolsonaro está fora do país desde março e, em suas recentes declarações, tem criticado publicamente autoridades brasileiras. Ele afirmou que um possível recuo nas articulações por sanções internacionais contra o Brasil dependeria da aprovação, no Congresso, de um projeto que concederia anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

    O deputado também sugeriu que o próprio Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), poderiam ser alvos de retaliações por parte dos Estados Unidos, caso a anistia não seja aprovada.

     Próximos passos no Conselho de Ética

    Com a autorização de Hugo Motta, o Conselho de Ética dará início aos procedimentos internos para avaliar os casos. Segundo o regimento da Câmara, o colegiado tem a obrigação de se reunir para formalizar a abertura dos processos. Na sequência, serão sorteados três nomes entre os membros do Conselho, e seu presidente designará um relator para cada uma das quatro representações.

    Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

  • Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

    Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

    O presidente Donald Trump ordenou o envio de submarinos, navios de guerra e fuzileiros ao Mar do Caribe Meridional. O movimento, voltado ao combate ao narcotráfico, também pressiona o governo de Nicolás Maduro, gerando apreensão em Brasília

    O governo brasileiro acompanha com cautela a decisão dos Estados Unidos de reforçar sua presença militar no Mar do Caribe Meridional. A operação, anunciada pelo presidente Donald Trump, prevê o envio de navios de guerra, submarinos e aeronaves para atuar sob o comando do Southcom, responsável pelas operações americanas na região.

    Segundo fontes de defesa citadas por veículos internacionais, o destacamento inclui o Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima, a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, além de um submarino nuclear e contratorpedeiros. O objetivo declarado por Washington é combater organizações de narcotráfico na América Latina, mas analistas apontam também pressão direta sobre o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

    O movimento ocorre dias depois de Trump anunciar um aumento para US$ 50 milhões na recompensa por informações que levem à captura de Maduro, acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de envolvimento com narcotráfico. O presidente venezuelano respondeu chamando a iniciativa de “ameaça imperialista” e advertiu que qualquer ataque poderia significar “o fim do império americano”.

    Em Brasília, a leitura inicial é de que o deslocamento militar causa preocupação “em qualquer circunstância”, segundo assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a BBC. Embora o governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, tenha minimizado o risco de intervenção direta por ocorrer em águas internacionais, fontes diplomáticas brasileiras monitoram o avanço da operação.

    De acordo com informações divulgadas pela CNN Americana, os reforços enviados pelos EUA também visam enfrentar “ameaças à segurança nacional” atribuídas a grupos narcoterroristas da região. Um oficial da Marinha americana declarou que a tropa está preparada para “executar ordens legais e apoiar os comandantes combatentes conforme necessário”.

    Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

  • Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

    Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

    A mulher a filha de Padilha receberam comunicados dizendo que “surgiram informações de que o senhor pode estar inelegível para o visto”

    WASHINGTON, EUA (CBS NEWS) – Familiares do ministro Alexandre Padilha (Saúde) tiveram o visto aos Estados Unidos cancelado, segundo informou o próprio consulado do país em São Paulo aos parentes.

    A medida foi tomada dois dias depois de o Departamento de Estado do governo Donald Trump cancelar o visto de funcionários que implementaram o Mais Médicos.

    Como a Folha de S.Paulo mostrou, Padilha havia sido incluído na lista. O ministro, porém, está com o visto vencido, por isso a medida não o atingiu.

    A mulher a filha de Padilha receberam comunicados dizendo que “surgiram informações de que o senhor pode estar inelegível para o visto”. A informação foi antecipada pelo G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.

    Na quarta (13), o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou que revogaria vistos de autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas (Organização Pan Americana de Saúde) que tivessem atuado na contratação de médicos cubanos no Mais Médicos.

    A gestão Trump afirmou que havia revogado os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. O Departamento de Estado justificou a medida porque ambos “trabalharam no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos e desempenharam um papel no planejamento e na implementação do programa”.

    Mozart é atualmente secretário de Atenção Especializada à Saúde e muito próximo do ministro Alexandre Padilha (Saúde). Já Kleiman é coordenador-geral para COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental da qual fazem parte os governos de países que têm floresta amazônica em seus territórios.

    O Mais Médicos foi implementado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff. À época, Padilha também era ministro da Saúde e os afetados nesta quarta pela decisão dos EUA trabalhavam com ele.

    Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

  • Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

    Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

    Kassio Nunes Marques foi o único a votar pela absolvição da parlamentar, até o momento

    O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta sexta-feira (15), em Brasília, o julgamento do processo em que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (foto) (PL-SP) é ré por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.   

    O julgamento foi retomado com o voto do ministro Kassio Nunes Marques, que havia pedido vista (mais tempo para análise) do caso em março e, até o momento, foi o único a votar pela absolvição da parlamentar. Ele não divulgou o voto escrito. 

    Em março, contudo, quando o caso foi a julgamento pela primeira vez, já havia sido alcançada maioria pela condenação da parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. 

    Seis ministros votaram pela condenação: o relator, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Tofolli. 

    Todos seguiram o entendimento de Mendes, que votou também pela perda do mandato em função da condenação criminal. 

    O caso é julgado no plenário virtual, e os demais ministros têm até as 23h59 da próxima sexta-feira (22) para votar. Restam os votos dos ministros Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Luiz Fux e Edson Fachin. 

    Relembre o caso

    A ação penal julgada agora pelo Supremo Tribunal Federal está relacionada ao episódio em que Zambelli sacou uma arma de fogo numa via pública de São Paulo e apontou para o jornalista Luan Araújo, que perseguiu até uma lanchonete onde ele tentou se proteger. 

    O caso ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

    Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a reação armada diante de ofensas não encontra amparo no Estado Democrático de Direito.

    “Ao adentrar no estabelecimento comercial com a arma em punho apontada para Luan, determinando repetidas vezes que o mesmo deitasse no chão, a ré claramente forçou-o a fazer ato contrário à sua vontade, utilizando-se da arma de fogo para subjugá-lo, mediante grave ameaça, restringindo sua liberdade momentaneamente”, afirmou o relator. 

    Segunda condenação Caso confirmada, essa será a segunda condenação de Carla Zambelli pelo STF, após ela ter sido condenada, em maio, a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

    Antes de ser presa, contudo, Zambelli fugiu para a Itália, país do qual também possui cidadania. No fim de julho, ela foi localizada e presa pelas autoridades italianas, depois de ter sido incluída na difusão vermelha da Interpol.

    Em seguida, a Justiça italiana decidiu mantê-la presa após ela ter sido apresentada a um juiz, procedimento similar à audiência de custódia realizada no Brasil. 

    Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. Não há prazo para decisão final sobre a extradição, que será avaliada pela justiça italiana. 

    Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

  • Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

    Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

    Ricardo Ayres (Republicanos-TO) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) e o presidente do colegiado será o senador Omar Aziz (PSD-AM)

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta sexta-feira, 15, que o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O presidente do colegiado será o senador Omar Aziz (PSD-AM).

    O nome foi anunciado por Motta em seu perfil no X.

    Na quarta-feira, 13, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), indicou que a CPMI será instalada “impreterivelmente” na semana que vem.

    O colegiado será responsável por apurar o esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do órgão.

    O pedido de instalação da CPMI foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) com apoio de 223 deputados e de 36 senadores.

    A criação da CPMI foi autorizada por Alcolumbre em junho.

    Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

  • Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

    Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

    São réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin, marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento do núcleo central da trama golpista. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete são réus por crimes contra a democracia.

    A expectativa é que o julgamento dure cinco dias. Foram convocadas sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro para a análise do caso.

    As datas foram definidas nesta sexta-feira (15) após o ministro-relator Alexandre de Moraes comunicar a Zanin que está pronto para levar o processo da trama golpista a julgamento. Um comunicado da secretária da Primeira Turma, Cintia da Silva Gonçalves, informa sobre a convocação de sessões extraordinária para o julgamento.

    “De ordem do Excelentíssimo Senhor Ministro Cristiano Zanin, Presidente da Primeira Turma, informo a CONVOCAÇÃO das Sessões Extraordinárias para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025, com início às 9:00 horas e término às 12:00 horas; Sessão Extraordinária para o dia 12 de setembro de 2025, com início às 14:00 horas e término às 19h00 horas; e a CONVOCAÇÃO das Sessões Ordinárias para os dias 2 e 9 de setembro de 2025, com início às 14:00 horas e término às 19h00 horas, para o julgamento da Ação Penal 2.668 Núcleo 1, de Relatoria do Ministro Alexandre de Moraes”.

    São réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto.

    O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também faz parte do grupo, mas o processo contra ele foi parcialmente paralisado por determinação da Câmara.

    Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

  • Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA

    Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA

    A plataforma de vídeos Rumble e a Truth Social, rede social do presidente Donald Trump, pediram à Justiça da Flórida que Moraes seja responsabilizado civilmente por decisões proferidas contra a empresa

    WASHINGTON, EUA (CBS NEWS) – A notificação da Justiça Federal da Flórida para que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), se manifeste no processo que o Rumble e a Truth Social movem contra ele nos Estados Unidos foi enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta sexta-feira (15).

    Trata-se do início do processo para que o magistrado seja formalmente intimado da ação que corre na Justiça da Flórida. Como é um caso que tramita em outro país, há um rito a ser seguido para notificar Moraes.

    O DOJ (Departamento de Justiça) americano envia ao governo brasileiro, por meio do Ministério da Justiça, o aviso sobre a ação. A pasta então, encaminha o caso para o STJ -passo cumprido nesta semana-, que designa um juiz para que então intime o ministro.

    A plataforma de vídeos Rumble e a Truth Social, rede social do presidente Donald Trump, pediram à Justiça da Flórida que Moraes seja responsabilizado civilmente por decisões proferidas contra a empresa.

    As companhias pedem que a Justiça determine o pagamento de “danos compensatórios”. No documento, os advogados chamam as decisões de Moraes de “ordens da mordaça” e o acusam de censura.

    A ação, apresentada inicialmente em fevereiro, solicita que a corte declare como inexequíveis nos Estados Unidos as ordens de Moraes contra a plataforma. Pede também que a Justiça impeça o ministro de determinar a outras empresas, como a Apple, que façam a remoção em suas lojas de aplicativo da plataforma.

    O processo gira em torno principalmente de uma decisão de Moraes para que o Rumble encerre permanentemente a conta do bolsonarista Allan dos Santos e impeça a criação de novos perfis.

    O Rumble não cumpriu a decisão e, como resultado, em fevereiro -já alvo da ação nos EUA-, o ministro do STF mandou suspender a plataforma de vídeos em todo o território nacional. Determinou ainda a aplicação de multa diária de R$ 50 mil enquanto as ordens não forem cumpridas.

    Depois, Moraes deu nova ordem à plataforma solicitando a suspensão das contas de Rodrigo Constantino, em movimento que também foi avisado à corte da Flórida.

    É mais um movimento do governo Donald Trump contra Moraes. O ministro já teve proibida sua entrada nos EUA e foi sancionado financeiramente pela Lei Magnistky.

    Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA

  • STF retoma julgamento de Zambelli por porte ilegal de arma; já há maioria pela condenação

    STF retoma julgamento de Zambelli por porte ilegal de arma; já há maioria pela condenação

    O julgamento será em plenário virtual do Supremo Tribunal Federal e vai até o dia 22

    O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira, 15, o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. O julgamento será em plenário virtual e vai até o dia 22.

    O caso envolve o episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando Zambelli perseguiu um homem no bairro Jardins, em São Paulo, empunhando uma arma.

    Já há maioria para a condenação a cinco anos e três meses de prisão, além da perda do mandato de deputada federal.

    O placar está em 6 a 0 condenação, nos termos do voto do relator, Gilmar Mendes. O julgamento estava interrompido por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. Após o pedido de vista, Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam os votos, formando a maioria pela condenação. Além de Nunes Marques, restam os votos de Luiz Fux, André Mendonça, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.

    Além de ser ré por porte ilegal de arma, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter pedido a um hacker a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para emitir um mandado de prisão falso contra o ministro da Corte Alexandre de Moraes. A sentença também determina a perda do cargo na Câmara.

    A parlamentar deixou o País após a condenação e está presa na Itália desde 29 de julho, onde aguarda o processo de extradição. Como mostrou o Estadão, o trâmite pode durar de um ano e meio a dois anos.

    Relembre o caso

    No dia 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno da eleição presidencial, Zambelli foi filmada com a pistola em punho, atravessando uma faixa de pedestres, enquanto perseguia um homem, identificado mais tarde como o jornalista Luan Araújo. Para fugir, Luan entrou em um restaurante. A deputada também entrou no estabelecimento e, ainda empunhando a arma, mandou o homem deitar no chão.

    Segundo os relatos, a confusão, em que um tiro chegou a ser disparado, começou com um bate-boca, e Zambelli reagiu após ouvir que “amanhã é Lula” e “vocês vão voltar para o bueiro de onde não deveriam ter saído, seus filhos da p*”.

    O episódio fez com que a deputada tivesse seu porte de arma suspenso e três armas apreendidas, inclusive a pistola utilizada no dia da perseguição.

    Em 24 de março, durante uma entrevista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu sua derrota no pleito presidencial ao incidente com Zambelli. A deputada federal reagiu queixando-se de ser um “bode expiatório” da derrota na eleição.

    Zambelli segue presa até avaliação de saúde da Justiça italiana

    Na Itália, Zambelli segue detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma. A defesa alega questões de saúde e pede que a parlamentar aguarde o trâmite da extradição em prisão domiciliar ou em liberdade. A última audiência de custódia da parlamentar foi interrompida após Zambelli passar mal.

    Um perito da Justiça italiana avaliará o estado de saúde de Zambelli. Até essa avaliação, ela seguirá presa.

    Segundo o advogado Fabio Pagnozzi, a avaliação médica está marcada para o dia 18, e a decisão sobre a prisão será no dia 27.

    STF retoma julgamento de Zambelli por porte ilegal de arma; já há maioria pela condenação

  • 'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

    'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

    Mais de 30 projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados após a denúncia do influenciador

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Articulação de organizações da sociedade civil em defesa do projeto de lei 2628, que protege crianças e adolescentes no ambiente digital, ganhou força após viralizar o vídeo do influenciador Felca com denúncias de exploração infantil nas redes sociais.

    Na quarta-feira (13), representantes da coalizão de 200 entidades, há três anos envolvidas na criação e aprovação do texto, se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pedir votação em regime de urgência do projeto que estabelece regras para proteção de dados e publicidade digital infantil.

    “Com a proporção que o ‘tsunami Felca’ tomou, imaginamos que seria mais fácil aprovar esse PL, mas o que aconteceu foi uma enxurrada de outros novos”, afirma Laís Peretto, diretora-executiva da Childhood Brasil, presente no encontro.

    Mais de 30 projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados após a denúncia do influenciador, com foco na prevenção e no combate à exposição indevida, adultização, exploração sexual e outros crimes contra a infância.

    Somando todos os projetos existentes, são cerca de 60 textos protocolados. A Casa pretende criar um grupo de trabalho para elaborar um texto conjunto a partir destes em até 30 dias.

    Diante da multiplicação de propostas, a ideia é criar um grupo de trabalho para análise de todos os projetos.

    “Pedimos ontem na reunião para que o PL 2628 não seja levado ao grupo de trabalho, por ser o projeto mais maduro, que já passou por inúmeras audiências e elaborações com especialistas. Retornar a essa etapa seria um retrocesso”, diz Peretto.

    O presidente da Câmara concordou em retirar o PL do grupo de trabalho e acelerar sua tramitação, como confirmou em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (14) depois do diálogo com as entidades da sociedade civil, com a presença do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do projeto, e do relator Jadyel Alencar (Republicanos-PI).

    Em resposta ao vídeo viral, Alencar acrescentou no texto trechos sobre o dever de cuidado das plataformas que fornecem produtos ou serviços de tecnologia acessados por crianças e adolescentes, determinando que elas adotem medidas para prevenir e mitigar riscos de contato e exposição a conteúdos de exploração e abuso sexual.

    O projeto de lei, que tem o apoio do governo Lula (PT), foi aprovado no Senado e já estava na pauta da Câmara na semana passada para a votação do requerimento de urgência, mas não avançou devido ao motim de deputados bolsonaristas, que ocuparam o plenário e impediram votações.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, parlamentares do centrão e da oposição afirmam que a comoção gerada pelo vídeo de Felca não deve impulsionar o debate sobre a regulação das redes no Congresso.

    Para fortalecer o PL, as 200 entidades da sociedade civil estão promovendo ações fora do parlamento, como um abaixo-assinado e corpo a corpo com parlamentares. “O objetivo da nossa articulação é trabalhar de forma conjunta, para que as organizações se fortaleçam”, diz Thiago Crucciti, diretor nacional da ONG Visão Mundial.

    Cresceu também a mobilização em torno do Movimento Violência Sexual Zero. Na noite de quarta-feira (13), em jantar com CEOs promovido em São Paulo pelo filantropo Elie Horn, fundador da Cyrela, o movimento reuniu nomes como Ernesto Pousada, da Vibra; Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; Carlos Jereissati, presidente do Conselho da Childhood Brasil.

    “Aparece um cara do nada, faz um depoimento, mexe com uma nação inteira e consegue ajudar a gente a empurrar esse assunto no Congresso”, ressaltou Jereissati, sobre o papel do influenciador Felca.

    Ao abrir o encontro, Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, fundado por Horn, destacou a importância da mobilização do setor empresarial diante de uma problemática que diz respeito a milhões de meninas no Brasil, onde se registra cinco estupros por hora de menores de 14 anos.

    “O vídeo do Felca gerou um tsunami. Parece que o Brasil acordou e de repente se descobriu que milhares de crianças estão sendo exploradas, adultizadas e sexualizadas pelos meios de comunicação”, afirmou Luciana, que também participou da reunião com Motta em Brasília. “Mas a violência virtual que está sendo vista, nada mais é do que um reflexo da violência real.”

    Luiza Trajano classificou o problema como um “câncer na sociedade” e comparou o trabalho do Movimento Violência Sexual Zero a “furar um tumor”. A presidente do Grupo Mulheres do Brasil conclamou os homens e as empresas a participarem dessa luta.

    O CEO da Vibra relatou como a distribuidora de combustíveis se engajou na causa há dois anos e meio, ao mobilizar 10 mil frentistas para se tornarem “mais um olho” na prevenção à violência sexual contra crianças no país.

    “A resolução de um problema tão grave no país passa pelo CNPJ que a maioria de nós aqui tem e também nos nossos CPFs”, disse Pousada, referindo-se à adesão de centenas de empresas e de mais de 2 milhões de pessoas à carta compromisso do movimento.

    A polarização política e o desconhecimento são os principais desafios para que a pauta avance em Brasília.

    “A maior dificuldade é que a comparação equivocada, por parte da extrema-direita, do PL 2628 ao PL 2630, conhecido como PL das Fake News, alegando que ele cerceará a liberdade de expressão. A única liberdade que queremos cercear é a do agressor”, ressalta a CEO da Childhood Brasil, que atualizou os convidados do jantar sobre a tramitação do projeto.

    Anfitrião do evento, Horn ressaltou que a causa deve ser abraçada por toda a sociedade. “Nada mais é do que a escravidão em pleno século 21. Uma menina de 12 anos abusada sexualmente é escrava. Não podemos ser coniventes com essa escravidão em pleno século 21. Ficar quietos é covardia.”

    'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

  • Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista

    Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista

    O núcleo central da trama golpista é composto por Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes pediu nesta quinta-feira (14) para o presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin, marcar uma data para o julgamento do núcleo central da trama golpista –que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos réus.

    O pedido foi feito no dia seguinte ao término do prazo para as defesas dos réus apresentarem suas alegações finais.

    “Considerando o regular encerramento da instrução processual, o cumprimento de todas as diligências complementares deferidas, bem como a apresentação de alegações finais pela Procuradoria-Geral da República e por todos os réus, solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, Ministro Cristiano Zanin, dias para julgamento presencial da presente ação penal”, diz Moraes no despacho.

    Zanin ainda não decidiu quando o julgamento deve ocorrer. A expectativa no Supremo é que a análise da acusação seja feita em setembro.

    O núcleo central da trama golpista é composto por Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também faz parte do grupo, mas o processo contra ele foi parcialmente paralisado por determinação da Câmara.

    Em suas alegações finais, a defesa de Bolsonaro afirmou ao STF que a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) da trama golpista é absurda e mistura eventos para conseguir uma condenação sem provas.

    “Não há como condenar Jair Bolsonaro com base na prova produzida nos autos, que demonstrou fartamente que ele determinou a transição, evitou o caos com os caminhoneiros e atestou aos seus eleitores que o mundo não acabaria em 31 de dezembro, que o povo perceberia que o novo governo não faria bem ao país”, diz.

    A defesa diz que a Polícia Federal não conseguiu encontrar as supostas minutas golpistas mesmo tendo apreendido centenas de celulares e computadores.

    Na versão dos advogados, os documentos que tratavam sobre a tentativa de golpe de Estado só são relatados pelo delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

    “A falha na acusação é profunda. Descortina que essa narrativa sobre um decreto com prisões diversas existiu apenas na palavra não corroborada do delator, e exibe o vazio da presunção de que as minutas teriam sido alteradas pelo ex-presidente”, diz.

    A equipe comandada pelo advogado Celso Vilardi argumenta que a inexistência de documentos na acusação da PGR é “também a inexistência de prova sobre sua alteração”.

    “O mantra deste processo surge já aqui: ninguém viu, nem testemunha, nem mesmo o delator. Afinal, também não existe nos autos a suposta minuta de decreto com um texto ‘enxugado’ prevendo apenas a prisão do Ministro Alexandre de Moraes”, completa.

    Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista