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  • BC emite alerta de novo ataque hacker a instituição de pagamento

    BC emite alerta de novo ataque hacker a instituição de pagamento

    O comunicado orienta as empresas a reforçar o monitoramento das transações, inclusive as feitas internamente

    BRASÍLI, DF (FOLHAPRESS) – Instituições financeiras receberam neste sábado (6) alerta de segurança do Banco Central informando a ocorrência de novo ataque cibernético contra empresa de pagamento não autorizada a funcionar pelo órgão, que é a autoridade máxima do sistema financeiro nacional.

    O comunicado orienta as empresas a reforçar o monitoramento das transações, inclusive as feitas internamente.

    De acordo com o texto recebido por instituições do sistema financeiro, o BC diz ter detectado “incidente cibernético em instituição não autorizada.

    “Informamos que foi identificado incidente de cibernético na E2 Pay, resultando na subtração indevida de valores financeiros. Por isso, recomendamos as seguintes ações de forma imediata: Reforçar o monitoramento contínuo de todas as transações financeiras, mesmo em transações de book transfer [transferência de valores dentro da própria instituição].”

    Procurado, o BC não se manifestou até a publicação desta reportagem. A Folha não conseguiu contato com a E2 Pay até o início da noite deste sábado

    O Banco Central anunciou nesta semana um pacote de medidas visando reforçar a segurança do sistema financeiro nacional após a divulgação de três ataques cibernéticos neste ano –o deste sábado é o quarto. O objetivo é fechar brechas que permitiram a infiltração do crime organizado na economia.

    Se dizendo preocupado com os recentes ataques hackers que provocaram desvios milionários de recursos, o BC anunciou, entre outras medidas, a limitação em R$ 15 mil de Pix e TED para instituições de pagamento não autorizadas e que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional via Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI).

    O órgão também aumentou os requisitos e controles para o credenciamento das PSTI e anunciou que nenhuma instituição de pagamento poderá começar a operar sem prévia autorização.

    A autoridade monetária promete mais rigor com relação ao limite de valor das transações via Pix. A ideia é reduzir o montante de cada operação para um nível que não inviabilize 99% das transações, mas facilite a identificação de golpes pela multiplicidade de operações.

    Até então não entrava no escopo de regulação do BC a forma como as instituições sem infraestrutura de conectividade contratam e se relacionam com as empresas prestadoras de serviços de tecnologia.

    A fragilidade dessa relação ficou mais evidente para a autoridade monetária com os ataques cibernéticos envolvendo as empresas C&M Software e Sinqia –o desvio somado nos dois episódios é de cerca de R$ 1,5 bilhão.

    Na quarta (3), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) “não está dando conta” de rastrear a movimentação de dinheiro sujo por meio das contas-bolsão utilizadas por fintechs.

    A autoridade monetária avalia se há algum caso que necessite a utilização de uma conta-bolsão ou se esse instrumento pode deixar de existir.

    O BC discute ainda como disciplinar a prestação de serviços no modelo BaaS (Banking as a Service) a partir de regras que assegurem “segurança, solidez e prevenção e mitigação de riscos ao sistema financeiro”, conforme trecho de consulta pública aberta no ano passado.

    Em abril, o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, disse que havia previsão de concluir o trabalho sobre o tema neste ano e que seria desenhado um processo de ajuste para que os contratos já existentes pudessem se adaptar à nova normativa.

    BC emite alerta de novo ataque hacker a instituição de pagamento

  • Operações contra fraudes no INSS miram documentos falsificados e vazamento de dados

    Operações contra fraudes no INSS miram documentos falsificados e vazamento de dados

    Em abril deste ano, a “Operação sem Desconto”, realizada pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União), ficou famosa ao revelar suposto esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios previdenciários feitos por sindicatos e associações

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A PF (Polícia Federal) faz, em parceria com diferentes órgãos de controle, operações frequentes para desarticular esquemas de fraudes contra a Previdência Social, que investigam desde o roubo de dados até a concessão irregular de benefícios e o uso de informações falsas para receber aposentadorias e pensões de forma indevida.

    Grande parte dessas investigações ocorre por meio da Força-Tarefa Previdenciária, criada em conjunto com o MPS (Ministério da Previdência Social) para combater de maneira sistemática crimes estruturados contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

    Entre os órgãos envolvidos nas operações está também a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e o próprio INSS. Apenas em 2024, foram 845 ações, que resultaram em 820 prisões, com 17 delas envolvendo servidores.

    Em abril deste ano, a “Operação sem Desconto”, realizada pela PF e pela CGU (Controladoria-Geral da União), ficou famosa ao revelar suposto esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios previdenciários feitos por sindicatos e associações. O escândalo das fraudes nos descontos virou alvo de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso, instalada no mês passado.
    OPERAÇÃO BIG DATA

    A Operação Big Data investiga a atuação de uma organização suspeita de acessar e divulgar ilegalmente dados sigilosos de segurados do INSS. O nome faz referência ao termo usado para designar grandes volumes de informações.
    A suspeita da força-tarefa é que uma empresa da área de assessoria previdenciária estaria vinculada a um escritório de advocacia, beneficiando-se comercialmente do vazamento de dados.

    De acordo com as investigações, a organização tinha acesso a informações protegidas sobre processos de benefícios. Com esses dados em mãos, era possível contatar os segurados por aplicativos de mensagens, oferecendo serviços advocatícios ou administrativos, segundo as investigações.

    OPERAÇÃO ESTEIO

    Feita em Teresina, no Piauí, a Operação Esteio atuou na desarticulação de uma organização criminosa apontada como responsável por fraudes milionárias na concessão de aposentadorias rurais, por meio da falsificação e uso de documentos públicos falsos.

    Entre os integrantes da organização estavam um servidor do INSS, dois advogados, dois falsários e um agente financeiro, segundo a operação.

    OPERAÇÃO FORJA

    Realizada em Goiás, a operação apontou que, a partir de 2023, benefícios que haviam sido negados foram concedidos indevidamente, gerando, em alguns casos, pagamentos de atrasados (valores retroativos de até cinco anos anteriores ao pedido). O prejuízo para a Previdência foi de mais de R$ 1,5 milhão, segundo a operação.

    O nome escolhido para a operação faz alusão ao ato de “forjar” o direito ao benefício.

    OPERAÇÃO TRUTH

    A Operação Truth (verdade) desarticulou uma associação criminosa suspeita de vender dados sigilosos de segurados que tiveram benefícios do INSS negados.

    Segundo a operação, realizada na cidade de Cruz das Almas, na Bahia, advogados comprariam os dados para oferecer seus serviços aos segurados, propondo entrar com recursos administrativos ou ações judiciais para tentar conseguir os benefícios negados.

    OPERAÇÃO LABORAL E OPERAÇÃO RISCO ZERO

    Realizada em São Paulo, investiga um esquema apontado como fraudulento para o pagamento de aposentadorias especiais. Segundo o MPS, as investigações tiveram início após a denúncia do representante de uma empresa que negou a emissão de laudos trabalhistas supostamente utilizados em processos previdenciários.

    Foram identificados diversos casos semelhantes. Segundo a Previdência, os fraudadores apresentavam documentos falsos e depois pediam para desconsiderar os laudos, para evitar que eles ficassem vinculados ao benefício. Em alguns casos, houve concessão indevida de aposentadorias especiais, inclusive por meio de decisões judiciais, com base em documentação inconsistente ou contraditória, afirma a Previdência.

    As investigações apontaram também que um escritório de intermediação de benefícios, sediado em Barueri (Grande São Paulo), atuaria forjando informações sobre exposição de trabalhadores a agentes nocivos e períodos de insalubridade. A ação diz também que haveria falsificação de assinaturas de responsáveis técnicos em laudos.

    Crimes semelhantes foram observados pela Operação Risco Zero, realizada em Vitória, no Espírito Santo, que investiga esquema de fraudes para obter aposentadorias especiais, com base em documentos falsos para comprovar risco à saúde do trabalhador.

    O nome da operação faz referência aos laudos que atestavam indevidamente condições de risco à saúde.

    O levantamento inicial, feito com base apenas nos processos já identificados como objeto de fraude, estima que o prejuízo supere R$ 500 mil.

    FUNCIONÁRIO DA CAIXA ECONÔMICA E OPERAÇÃO RECUPERA

    Em agosto, a PF prendeu um funcionário público da Caixa Econômica Federal apontado como integrante de uma organização criminosa especializada na fraude de benefícios previdenciários e assistenciais, mediante inserção de dados falsos nos sistemas integrados do INSS e da Caixa.

    A ação ocorreu em Nilópolis, no Rio de Janeiro, e é um desdobramento da Operação Recupera, para desarticular o grupo criminoso que causou prejuízo calculado acima de R$ 3 milhões, com benefícios fraudulentos ativos desde 2022, segundo a PF.

    As apurações sobre o caso indicam a existência de uma estrutura criminosa composta por funcionários e ex-funcionários públicos, falsificadores de documentos e operadores responsáveis pelo saque, repasse e distribuição dos valores obtidos ilegalmente, afirma o órgão.

    A Caixa afirmou à reportagem que mantém cooperação ativa com os órgãos de segurança pública e autoridades competentes, contribuindo de forma efetiva para a prevenção e repressão de práticas ilícitas que possam comprometer o sistema financeiro nacional e a confiança dos clientes. “Sempre que identificada a participação de empregados em condutas irregulares, são adotadas medidas disciplinares rigorosas, com absoluto respeito ao devido processo legal”, afirmou, em nota.

    OPERAÇÃO CURATOR MENDACUS

    Realizada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com o objetivo de apurar a suspeita de estelionato contra o INSS.

    O inquérito policial começou quando foi identificado o pedido e o recebimento de valores ligados a uma aposentadoria de um segurado que havia falecido, no valor de aproximadamente R$ 100 mil, por meio de um suposto curador cadastrado indevidamente em banco de dados do INSS, de acordo com as investigações.

    O nome da operação, que vem do latim, significa “curador mentiroso”.

    A PF diz que a equipe policial descobriu que a inserção dos dados, que viabilizou o recebimento indevido, ocorreu por meio do portal Meu INSS.

    OPERAÇÃO APÓFIS E OPERAÇÃO CONSIGNADO FORJADO

    A Operação Apófis (serpente da mitologia egípcia que representa o caos), feita em Pernambuco, foi deflagrada com o objetivo de desarticular uma organização especializada na manipulação dos sistemas do INSS para viabilizar a contratação fraudulenta de empréstimos consignados em nome de aposentados.

    As investigações tiveram início em 2023, a partir de levantamentos que apontaram o prejuízo estimado em mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos.

    O mesmo padrão foi investigado pela Operação Consignado Forjado, que apontou que um indivíduo teria acessado indevidamente a conta Gov.br de um beneficiário e realizado empréstimo consignado em seu nome.

    OPERAÇÃO AMPARO ESPÚRIO

    A Operação Amparo Espúrio (amparo falso), realizada no Ceará, tinha como objetivo apurar um esquema de falsificação de atestados médicos para obter benefícios assistenciais indevidos.

    Segundo a PF, um advogado falsificava os documentos que depois eram apresentados por seus clientes em perícias do INSS.

    A investigação, de acordo com a polícia, encontrou evidências da falsificação da assinatura de um médico em diversos atestados que diagnosticavam, indevidamente, transtornos neurológicos.

    OPERAÇÃO FRAUS

    Segundo a Polícia Federal, na Operação Fraus (fraude, em latim), uma organização criminosa estaria cometendo fraudes contra o INSS por meio de um esquema articulado para burlar benefícios assistenciais, especialmente o BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

    A PF diz que apurou elementos que comprovariam a formalização de 415 requerimentos fraudulentos, os quais teriam resultado na concessão indevida dos benefícios e gerado prejuízo de R$ 1.622.879,86 apenas no período de seis meses.

    A PF diz que o grupo atuaria há mais de dez anos e que a estimativa de prejuízo é de mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos.

    LEILÃO DE ITENS DA OPERAÇÃO SAQUE FÁCIL

    Em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, a PF promove um leilão destinado à alienação de bens apreendidos em investigações de combate a fraudes contra o INSS.

    Entre os itens, destacam-se cinco lotes de imóveis localizados em Porto Seguro, na Bahia, com lances iniciais que variam de R$ 106.500 a R$ 218.250.

    O leilão é um desdobramento de ações da Operação Saque Fácil, deflagrada em setembro de 2023, que afirmou ter desarticulado uma organização criminosa especializada em fraudar benefícios previdenciários com o uso de documentos falsos, abertura de contas bancárias irregulares e contratação de empréstimos consignados em nome de terceiros.

    Na ocasião, a Justiça determinou o sequestro de 12 imóveis pertencentes aos investigados e o bloqueio de valores em contas bancárias até o limite de R$ 10 milhões.

    Operações contra fraudes no INSS miram documentos falsificados e vazamento de dados

  • STF deve fixar penas de Bolsonaro e outros réus entre 25 e 30 anos

    STF deve fixar penas de Bolsonaro e outros réus entre 25 e 30 anos

    A PGR defende a condenação dos oito réus pela tentativa de golpe por cinco crimes e a punição total seria superior a 40 anos de prisão para cada condenado

    Com a condenação dos réus do principal núcleo da trama golpista alinhavada, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) terá como principal desafio na próxima semana o cálculo das penas. Em caráter reservado, ministros do colegiado apostam que a opção será o meio do caminho entre a expectativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o pedido das defesas. A expectativa é de que punições fiquem entre 25 e 30 anos de prisão.

    O chefe da PGR, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito réus – entre eles, Jair Bolsonaro – por cinco crimes. Se somadas as penas máximas previstas, a punição total seria superior a 40 anos de prisão para cada condenado. Por outro lado, advogados dos réus defenderam no STF teses com potencial para diminuir esse patamar para pouco mais de 10 anos de prisão.

    Integrantes da 1ª Turma acreditam que a pena final dos réus será fixada no meio do caminho entre o que querem as defesas e a acusação, com tendência de aproximação maior do pedido da PGR. A solução para aplicar penas inferiores às máximas previstas em lei pode estar na fusão entre crimes. Os réus foram acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e organização criminosa armada.

    Segundo os advogados, para fins de cálculo das penas em caso de condenação, os dois primeiros crimes deveriam ser punidos apenas uma vez, porque se referem a uma mesma prática. O mesmo procedimento deveria ser adotado, ainda de acordo com as defesas, para os crimes referentes ao patrimônio público. Em relação ao último crime, não há pedido de fusão com outros.

    A calibragem das penas passou a ser discutida com maior intensidade à medida que o Congresso passou a articular a anistia para condenados. As penas menores podem ser levadas em consideração para parlamentares enterrarem o projeto – ao menos no que diz respeito ao perdão de quem tramou a ruptura democrática.

    Alguns ministros são simpáticos à sugestão dos advogados – especialmente Luiz Fux, que declarou apoio a ela no julgamento que resultou na abertura da ação penal contra os oito réus, em fevereiro. Além de Fux, outros integrantes da 1.ª Turma estariam inclinados a lançar mão do raciocínio para fixar penas em patamares menores ao que quer a PGR. Os advogados esperam que ao menos Cristiano Zanin vote assim. Isso porque, em outros julgamentos sobre a trama golpista, defendeu penas menores do que as defendidas pelo relator, Alexandre de Moraes.

    Após serem proferidos os votos dos ministros, a 1ª Turma passará à dosimetria das penas, que é o cálculo da punição de cada um dos condenados. Nessa parte da sessão, é realizada uma nova votação com a pena defendida por cada ministro. Se não houver consenso, é elaborado o chamado voto médio, em que se discute um meio-termo entre os votos.

    AGENDA. Nesta segunda-feira, 8, devem votar no processo Moraes e Flávio Dino. Os votos de Fux, Cármen Lúcia e Zanin, bem como a dosimetria, devem ficar para quarta, quinta e sexta-feira.

    STF deve fixar penas de Bolsonaro e outros réus entre 25 e 30 anos

  • Gilmar rebate Tarcísio e diz que Brasil não aguenta mais é tentativas de golpe

    Gilmar rebate Tarcísio e diz que Brasil não aguenta mais é tentativas de golpe

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em ato na avenida Paulista que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como [Alexandre de] Moraes”

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O decano do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, afirmou nas redes sociais neste domingo (7) que “o que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe”.

    A fala é uma resposta ao discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em ato na avenida Paulista, que disse que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como [Alexandre de] Moraes”.

    “O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo”, diz o ministro na publicação.

    “É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam.”

    Outro ministro do Supremo afirmou a um interlocutor, sob reserva, que Tarcísio queima pontes com o tribunal ao fazer ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes.

    A avaliação deste ministro é que a radicalização do discurso de Tarcísio tem foco político e em nada contribui para a situação do ex-presidente.

    Em ato na avenida Paulista, Tarcísio defendeu uma anistia “ampla e irrestrita”, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser autorizado a ser candidato em 2026 e que pode ser condenado sem nenhuma prova.

    Além disso, disse que o STF julga “um crime que não existiu”, que o julgamento no Supremo não é justo e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. As declarações ocorrem em meio ao julgamento de Bolsonaro na Corte.

    “Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.”

    Ao ouvir que a multidão gritava “fora, Moraes”, Tarcísio chamou o magistrado de ditador. “Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, afirmou.

    “Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”, disse em outro momento.

    Gilmar rebate Tarcísio e diz que Brasil não aguenta mais é tentativas de golpe

  • Tarcísio cobra anistia, pressiona Motta, ataca STF e chama Moraes de ditador e tirano

    Tarcísio cobra anistia, pressiona Motta, ataca STF e chama Moraes de ditador e tirano

    O ato em defesa de Bolsonaro e a tentativa de golpe em 8/1, Tarcísio fez um discurso diante de mais de 42 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste domingo (7), durante ato bolsonarista na avenida Paulista, uma anistia “ampla e irrestrita”, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser autorizado a ser candidato em 2026 e que pode ser condenado sem nenhuma prova.

    Diante de um público estimado em 42 mil pessoas, Tarcísio fez um dos discursos mais fortes de uma manifestação emotiva em São Paulo, também marcada pelas lágrimas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pela fala comovida do pastor Silas Malafaia.

    O ato ocorreu dias antes do final previsto para o julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), que deve terminar nesta semana com a condenação de Bolsonaro.

    Em defesa do ex-presidente, houve ainda uma manifestação em Copacabana, no Rio, onde o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador Cláudio Castro (PL) se destacaram no palanque.

    No protesto de São Paulo, Tarcísio pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto sobre anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e disse que o STF julga “um crime que não existiu”.

    O governador paulista disse que o julgamento não é justo, voltou a falar em “narrativas”, fez críticas a Alexandre de Moraes e mandou indiretas ao STF. Disse ainda que a delação de Mauro Cid ocorreu sob coação e que a colaboração é mentirosa.

    “Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, disse em recado ao Supremo. “Não vamos aceitar que nenhum ditador diga o que temos que fazer.”

    Ao ouvir que a multidão gritava “fora, Moraes”, Tarcísio chamou o magistrado de ditador. “Por que é que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”, afirmou.

    “Nós não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que fazer”, disse em outro momento.

    O bolsonarista disse que “não existe Independência sem liberdade”. Lamentou a ausência de Bolsonaro no protesto em São Paulo e disse que a população não pode ser mais “tímida” para defender o que chama de “liberdade, Estado de Direito e democracia representativa”.

    Tarcísio defendeu com veemência a participação de Bolsonaro nas eleições do ano que vem, embora nos bastidores venha articulando uma possível chapa com seu próprio nome para liderar a direita. “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual é o problema?”, questionou. Em outro momento, disse que Bolsonaro é a maior liderança de direita e que o país irá “se reencontrar” com ele.

    O governador comparou a atual proposta para poupar de punição os envolvidos nos ataques aos Poderes e na trama golpista de 2022 com aquela promovida em 1979, durante a ditadura militar. “Os mesmos que gritam ‘sem anistia’ agora foram os que se beneficiaram dela antes”, disse -embora a anistia anterior tenha beneficiado também torturadores e outros militares envolvidos com o golpe de 1964.

    Tarcísio esteve em Brasília durante a primeira semana do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) e embarcou nas articulações da direita, deixando o clima mais favorável à aprovação do projeto.

    Essa movimentação se deu em meio ao anúncio de desembarque do Progressistas (PP) e do União Brasil do governo Lula -os partidos decidiram entregar cargos ocupados por filiados na gestão federal e aderir à proposta de anistia.

    A aprovação de um projeto do tipo ainda esbarra na falta de um texto consolidado e em divergências entre parlamentares sobre incluir ou não Bolsonaro, mas lideranças da direita e do centrão afirmam que a proposta tem o apoio de 300 deputados (de um total de 513).

    A proposta do centrão é perdoar Bolsonaro no âmbito das ações penais agora julgadas no STF, sem reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Desta forma, abririam caminho para a candidatura de Tarcísio.

    A adesão do governador às movimentações no Legislativo também pode ser enxergada como uma maneira de reduzir a resistência de bolsonaristas mais radicais a sua candidatura no ano que vem. Os filhos do ex-presidente, por exemplo, criticam governadores de direita que tentam capturar o espólio eleitoral de Bolsonaro.

    Antes do início do julgamento no Supremo, Tarcísio afirmou em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC que, caso seja eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder um indulto a Bolsonaro. Também criticou o STF, algo que vinha evitando até então: “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.

    Publicamente, Tarcísio continua dizendo que concorrerá à reeleição em São Paulo (e afirma que o indulto seria atitude de qualquer candidato de direita), mas, nos bastidores, já avalia o nome do vice numa possível corrida presidencial, como revelou a Folha.

    Desde que a prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada, em agosto, Tarcísio intensificou agendas com empresários dos setores financeiro e agropecuário, artistas populares e o segmento evangélico, se expondo de forma menos velada à pré-candidatura presidencial.

    Nesse meio tempo, entrou na mira do presidente Lula (PT). O presidente projetou, durante reunião ministerial no final de agosto, que Tarcísio será seu adversário em 2026.

    Depois, em evento na cidade de Belo Horizonte, Lula afirmou que Tarcísio “não é nada” sem Bolsonaro. “O Tarcísio vai fazer o que o Bolsonaro quiser. Até porque sem o Bolsonaro ele não é nada. Ele sabe disso”, disse.

    Em outra frente, Tarcísio enfrenta resistência dos filhos de Bolsonaro, particularmente o deputado Eduardo e o vereador Carlos Bolsonaro, que veem oportunismo nas movimentações do governador.

    Em mensagens apreendidas pela Polícia Federal, Eduardo diz a Bolsonaro que Tarcísio estaria “de braço cruzado vendo você [Bolsonaro] se foder e se aquecendo para 2026”.

    Tarcísio cobra anistia, pressiona Motta, ataca STF e chama Moraes de ditador e tirano

  • Onda de ataques hacker se intensifica e BC faz novo alerta de incidente

    Onda de ataques hacker se intensifica e BC faz novo alerta de incidente

    Em menos de 48 horas, o BC emitiu dois alertas às instituições financeiras informando a ocorrência de um novo ataque cibernético

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após o Banco Central apertar as regras aplicadas às instituições financeiras e reforçar a segurança do sistema financeiro nacional, os ataques de hackers se intensificaram neste fim de semana.

    Pela segunda vez em menos de 48 horas, o BC emitiu mais um alerta às instituições financeiras, neste domingo (7), informando a ocorrência de um novo ataque cibernético. Dessa vez, o alvo dos criminosos foi o banco Triângulo S.A.

    Conhecido como Tribanco, o banco pertence ao grupo atacadista Martins, que oferece serviços financeiros para empresas varejistas.

    “Informamos que foi identificado incidente de no Banco Triangulo S.A. (ISPB 17351180), resultando na subtração indevida de valores financeiros”, diz o alerta disparado pelo BC, obtido pela reportagem. O ataque ocorreu no sábado, de acordo com pessoas a par do assunto.

    O comunicado do BC informa que houve subtração de valores de dinheiro das contas. O BC orienta as instituições a reforçar o monitoramento das transações financeiras e elenca outras ações a serem seguidas.

    Entre elas, solicitar o bloqueio imediato às corretoras de cripto ativos eventuais valores oriundos desse ataque. Uma sinalização de como o dinheiro subtraído das contas estaria sendo desviado.

    O BC recomenda ainda que as instituições financeiras elevem os níveis de autenticação e vigilância em todos os sistemas de pagamento, incluindo múltiplas verificações.

    O órgão regulador do sistema bancário também pede que as instituições façam o bloqueio e comuniquem imediatamente dos valores recebidos do Banco Triângulo S.A via SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos) neste domingo

    A reportagem não conseguiu contato com o Tribanco.

    Como revelou a Folha de S.Paulo, instituições financeiras receberam neste sábado (6) alerta de segurança do Banco Central informando a ocorrência de um incidente na E2 Pay, instituição financeira não autorizada, resultando na subtração indevida de valores financeiros.

    O advogado Guilherme Carneiro, que representa a E2, disse à Folha de S.Paulo na manhã deste domingo (7) que o valor desviado ainda está em apuração.

    Segundo a E2, já foram adotados procedimentos internos de verificação e monitoramento, confirmando a integridade plena das operações. “Não houve qualquer comprometimento do sistema, de modo que nenhuma outra conta ou cliente está em risco”, disse a empresa.

    Em nota, a E2 disse que a E2 Pay, citada no alerta do BC, é uma empresa que presta serviços de gateway (porta de ligação) de pagamento. “Ela difere da E2 Instituição de Pagamento Ltda., que tem a própria E2 Pay como um de seus clientes”, diz a nota.

    Integrantes do mercado calculam que o dinheiro desviado pela E2 Pay foi enviado para cerca de 400 contas recebedoras, possivelmente de laranjas.

    A onda de ataques se intensificou após a megaoperação Carbono Oculto contra atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em negócios regulares da economia formal, como os setores de combustíveis e financeiro. A operação, realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Receita Federal, chamou atenção porque atingiu empresas da Faria Lima, o principal centro financeiro do país.

    Procurado, o BC não comentou os casos específicos, mas afirmou em nota que adota ações diversas para promover a segurança do sistema. “A autoridade anunciou novas medidas para reforçar a segurança do SFN [sistema financeiro nacional], à luz do envolvimento do crime organizado nos recentes eventos de ataques a instituições financeiras e de pagamentos”, diz a nota.

    O BC também acrescentou que colabora, no exercício de sua função, com os órgãos de persecução e investigação como polícias e Ministério Público.

    O autarquia anunciou na sexta-feira (5) um pacote de medidas visando reforçar a segurança do sistema financeiro nacional após a divulgação de ataques cibernéticos neste ano. O objetivo é fechar brechas que permitiram a infiltração do crime organizado na economia.

    Preocupado com os recentes ataques hackers que provocaram desvios milionários de recursos, o BC anunciou, entre outras medidas, a limitação em R$ 15 mil de Pix e TED para instituições de pagamento não autorizadas e que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional via PSTI (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação).

    O órgão também aumentou os requisitos e controles para o credenciamento das PSTI e anunciou que nenhuma instituição de pagamento poderá começar a operar sem prévia autorização.

    Em agosto, um ataque cibernético desviou R$ 710 milhões da empresa Sinqia, que conecta instituições financeiras ao sistema Pix. Nesse caso, mais de 80% dos recursos desviados foram recuperados. O episódio se soma ao ataque bilionário que atingiu a C&M Software, ocorrido em 30 de junho. Um terceiro caso foi registrado recentemente, envolvendo a fintech gaúcha Monbank.

    Onda de ataques hacker se intensifica e BC faz novo alerta de incidente

  • Michelle ataca STF e chama ministros de tiranos às vésperas do julgamento de Bolsonaro

    Michelle ataca STF e chama ministros de tiranos às vésperas do julgamento de Bolsonaro

    Às vésperas do julgamento do marido pela trama golpista, ela enviou áudio para divulgação em manifestações bolsonaristas em Brasília e no Rio de Janeiro.

    MARIANNA HOLANDA
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro atacou neste domingo (7) o STF (Supremo Tribunal Federal) e, sem citar nomes, chamou ministros da corte de perversos, tiranos e injustos.

    Às vésperas do julgamento do marido pela trama golpista, ela enviou áudio para divulgação em manifestações bolsonaristas em Brasília e no Rio de Janeiro.

    “Movidos por vingança, autoridades perversas prenderam inocentes, crianças foram levadas para um campo de detenção montado na Polícia Federal. Idosas foram presas por causa do 8 de janeiro, estão sendo espancadas na cadeia”, diz Michele no áudio.

    A ex-primeira-dama está em São Paulo e deve participar do ato bolsonarista na avenida Paulista, na tarde deste domingo.
    Michelle disse ainda que o país vive uma ditadura que inclui perseguição política.

    “Ministros, vocês prometeram cumprir as leis e defenderem a nossa constituição. Ela está sendo rasgada diariamente, injustiças são cometidas por alguns poucos do vosso meio que se dizem juízes, mas agem como tiranos.”

    A ex-primeira-dama classificou ainda o julgamento da trama golpista como “uma grande peça teatral com o enredo de perseguição e ilegalidades”.

    Em Brasília, apoiadores de Bolsonaro promoveram na manhã deste domingo uma manifestação com críticas a Lula (PT) e ao Judiciário, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.

    Eles portavam cartazes defendendo a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, articulação que ganhou força no Congresso na última semana.

    A manifestação ocorre em contraponto à parada de 7 de Setembro, que reuniu autoridades na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes carregaram faixas criticando o que chamam de “ditadura da toga” e pedindo anistia.

    “Quero deixar recado bem claro pra Alexandre de Moraes e Lula, os dias de vocês estão se acabando. Vocês não vão permanecer sendo corruptos, imundos e ditadores que vocês são. O povo brasileiro vai vencer essa guerra, porque é Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, disse o deputado Zé trovão (PL).

    Já a deputada Bia Kicis (PL-DF) aproveitou sua fala para criticar a iniciativa do governo petista de exaltar a soberania. Ela classificou o desfile militar de 7 de Setembro de um desfile de comunistas.
    O público gritava “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.

    Michelle ataca STF e chama ministros de tiranos às vésperas do julgamento de Bolsonaro

  • Desfile do 7/9 com Lula tem defesa da soberania e ausência de ministros do STF

    Desfile do 7/9 com Lula tem defesa da soberania e ausência de ministros do STF

    Diferentemente de 2024, quando 6 dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estiveram ao lado de Lula no palanque das autoridades, inclusive Alexandre de Moraes, desta vez nenhum dos ministros apareceu no evento oficial.

    MARIANA BRASIL, CÉZAR FEITOZA E GUILHERME SETO
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Às vésperas da provável condenação de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, o presidente Lula (PT) participou neste domingo (7) ao desfile do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ao lado de ministros, o governo explorou o mote “Brasil Soberano”.

    Diferentemente de 2024, quando 6 dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estiveram ao lado de Lula no palanque das autoridades, inclusive Alexandre de Moraes, desta vez nenhum dos ministros apareceu no evento oficial.

    O governo estabeleceu três eixos para a celebração deste domingo, as temáticas “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em novembro, em Belém.

    No evento, antes do começo dos desfiles, foram distribuídos bonés com o tema Brasil Soberano, ao som de uma música gravada para o 7 de Setembro pela ministra Margareth Menezes (Cultura).

    O tema, elaborado pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), se alinha ao novo slogan da gestão, “do lado do povo brasileiro”, divulgado no final de agosto em um contexto de conflito e ameaças comerciais e diplomáticas dos EUA ao Brasil.

    Ao longo da semana, cartazes exibindo a mensagem para a data substituíram os exibidos anteriormente nos prédios dos ministérios na Esplanada, que citavam ações do governo Lula até o momento (fruto da campanha anterior “Brasil Dando a Volta por Cima”).

    Além de Lula e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, também acompanham o desfile o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, não compareceu.

    A maior parte dos ministros do governo estiveram presentes, entre eles, Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (AGU), Marina Silva, José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Márcio França (Microempreendedorismo), Anielle Franco (Igualdade Racial), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom).

    Os ministros vinculados ao União Brasil e Progressistas, partidos que orientaram a seus filiados que abrissem mão dos cargos no governo, também participaram: André Fufuca (Esportes), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Celso Sabino (Turismo).

    Parte dos espectadores que acompanham o desfile das arquibancadas gritava “sem anistia”, em referência aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. A Secretaria de Comunicação do governo disse ter estimado em 45 mil pessoas o número de pessoas presentes ao evento.

    Como costuma acontecer anualmente, o presidente usou cadeia de rádio e TV, na véspera do evento.

    No pronunciamento de sábado, Lula defendeu a soberania e mandou recados para o seu antecessor e para o presidente dos EUA, Donald Trump. Sem citar nominalmente, acusou Bolsonaro e aliados de serem “traidores da pátria”.

    “É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A história não os perdoará.”

    Neste domingo, apoiadores de Bolsonaro fazem atos em várias capitais do país, inclusive Brasília.

    Tramita no Congresso projeto que visa anistiar militares e demais participantes dos ataques de 8 de janeiro de 2023 -o que também beneficiaria o ex-presidente. Bolsonaro está em prisão domiciliar enquanto aguarda a data de seu julgamento.

    Segundo auxiliares do Planalto, a estratégia de usar uma mensagem nacionalista é uma maneira de o governo reafirmar as bandeiras do patriotismo e da defesa da nação, que eram atreladas ao bolsonarismo nos últimos anos.

    Até o momento, a postura dos membros do governo vinha sendo a de tentar evitar a aprovação da anistia no Congresso. No entanto, o ministro da Defesa, José Múcio, adotou um tom menos combativo que o presidente, ao afirmar, na última sexta-feira (5), que a deliberação sobre o tema caberia ao Legislativo, e que o momento exigia união para “construir o país”. A fala foi feita após almoço entre ele, Lula e demais autoridades das Forças Armadas.

    Em seu pronunciamento para o dia da Independência de 2024, Lula já havia incluído dizeres em torno da soberania nacional e das instituições democráticas. Na época, o discurso estava vinculado à defesa das instituições com alusões diretas ao 8 de janeiro.

    “Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda. Nenhum país do mundo é de fato independente quando seu povo perde esperança. Por isso, comemoramos a volta da capacidade de sonhar da nossa juventude, graças à geração de oportunidades para todos e todas”, declarou à época.

    No ano passado, o lema da celebração do 7 de setembro foi “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”. O mote focava em uma mensagem de respeito aos Poderes e contra extremismos. O conflito que permeava o momento era outro, dessa vez, com um embate entre o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que exigia o enquadramento da rede à legislação brasileira para funcionar devidamente.

    Desfile do 7/9 com Lula tem defesa da soberania e ausência de ministros do STF

  • Concentração de ato bolsonarista em Copacabana tem bandeiras dos EUA e faixas contra STF

    Concentração de ato bolsonarista em Copacabana tem bandeiras dos EUA e faixas contra STF

    Os manifestantes exibem bandeiras dos Estados Unidos e faixas com frases contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

    O senador Flávio Bolsonaro, filho \’01\’ do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou à concentração do ato bolsonarista convocado para este domingo, 7, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em vídeo publicado nas redes, Flávio diz, vestindo uma camiseta com o rosto de seu pai e a frase \”Bolsonaro 2026\”, que o grupo vai \”mostrar pro mundo que defende a liberdade\”. Os manifestantes exibem bandeiras dos Estados Unidos e faixas com frases contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

    Mais cedo, o senador usou um vídeo de Bolsonaro para convocar apoiadores para o ato. \”Presidente Bolsonaro convocando para o 7/Set\”, escreveu na primeira linha da publicação. Em baixo, anotou: \”o vídeo é do ano passado\”. As publicações dos filhos do ex-presidente, usando suas imagens e falas, foram pivô da ordem de prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo.

    O ato bolsonarista em Copacabana está previsto para começar às 11 horas, mas apoiadores do ex-presidente já estão no local. Alguns carregam faixas com inscrições \”Fim da ditadura do STF\”; \”Senadores omissos, + moral e – moraes\”; \”anistia já\”; \”fora Moraes\”; e \”fora Lula\”. Aliados de Bolsonaro carregam, em meio a bandeiras do Brasil, bandeiras dos Estados Unidos.

    Concentração de ato bolsonarista em Copacabana tem bandeiras dos EUA e faixas contra STF

  • Lula diz que não passou a hora de ligar para Trump 'porque ele não quer conversar'

    Lula diz que não passou a hora de ligar para Trump 'porque ele não quer conversar'

    “Não, não passou da hora porque ele não quer conversar. Tenho [o vice-presidente Geraldo] Alckmin, o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad e [o ministro das Relações Exteriores] Mauro Vieira para conversar. Pergunte se alguém tem interlocutor [com os EUA]? Não tem. Os americanos estão tendo comportamento político com relação ao Brasil”, disse Lula durante entrevista ao SBT, em Brasília.

    JOSÉ MATHEUS SANTOS
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (5), que não passou da hora de ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para falar sobre a taxação dos EUA de 50% sobre produtos brasileiros.

    “Não, não passou da hora porque ele não quer conversar. Tenho [o vice-presidente Geraldo] Alckmin, o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad e [o ministro das Relações Exteriores] Mauro Vieira para conversar. Pergunte se alguém tem interlocutor [com os EUA]? Não tem. Os americanos estão tendo comportamento político com relação ao Brasil”, disse Lula durante entrevista ao SBT, em Brasília.

    Lula criticou o governo Trump por associar a taxação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal. “Cada um dá palpite no seu quintal, cuida do seu galinheiro, do nosso nós cuidamos.”

    Apesar de criticar Trump, Lula disse que está disposto a negociar, quando os EUA estiverem dispostos a isso. “Se tem uma coisa que aprendi foi negociar, e negociar com magnatas. Então no dia que Trump quis negociar ele tem um metalúrgico preparado para negociar (…) O Lula paz e amor está de volta.”

    Lula ainda falou que a população dos Estados Unidos pode, no seu entendimento, ser prejudicada pelo tarifaço do governo de Donald Trump.

    “Se os Estados Unidos acham que seu presidente virou imperador e que ele pode ficar ditando regras para o mundo, eles vão ver o que pode acontecer. O que vai acontecer nos Estados Unidos é que o povo americano vai pagar mais caro os produtos que eles estão comprando da gente”, afirmou o presidente.

    Trump impôs sobretaxa de 50% sobre o Brasil -com uma ampla lista de exceções- e condicionou qualquer negociação ao fim do julgamento por golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tanto o Palácio do Planalto como o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitam essa exigência.

    Além das tarifas, Trump aplicou sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o ministro do STF Alexandre de Moraes -incluído na Lei Magnitsky, que limita operações financeiras que envolvam empresas americanas.

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