Categoria: Uncategorized

  • Filhos de Bolsonaro vão obedecer pai em 2026, diz Ciro Nogueira

    Filhos de Bolsonaro vão obedecer pai em 2026, diz Ciro Nogueira

    Ciro Nogueira disse também que fala do ministro Barroso sobre inconstitucionalidade de indulto antes de julgamento mudou clima para anistia

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), atribui a uma declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, o clima propício para deflagração do movimento pela anistia aos condenados de 8 de Janeiro -incluindo Jair Bolsonaro (PL).

    Barroso disse que não existe anistia antes de julgamento, mas que depois passa a ser uma “questão política”. A fala foi interpretada por bolsonaristas como um aceno. À coluna Mônica Bergamo, o ministro negou que tenha defendido a ideia de anistia.

    Ciro reconhece, porém, ser difícil reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Segundo ele, embora os filhos de Bolsonaro protestem contra aliados que busquem se lançar para 2026, vão apoiar quem o pai indicar. Ele defende que essa escolha ocorra em janeiro, e que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o mais credenciado.

    Sobre a precipitação do desembarque do governo Lula (PT), Ciro afirma que agora há um projeto vencedor: “A gente está vendo o porto seguro ali [em 2026]”.
    PERGUNTA – Davi Alcolumbre (União-AP) falou que vai apresentar um texto alternativo ao PL da Anistia. O sr. sabe que projeto é esse?

    CIRO NOGUEIRA – Acho que o tema que tem que ser discutido. Temos que avaliar na Câmara e no Senado. O mais importante é o momento de ser apresentado.

    A fala do presidente Barroso é muito dura, que acha que isso não tem que ser discutido antes de terminar o julgamento. O que eu defendia é que votasse na Câmara antes [do julgamento] e logo depois no Senado. Mas vamos fazer o que for mais correto e eu acho que tem que ter esse respeito à fala do presidente Barroso.

    A anistia, Davi vai ter que ser obrigado a votar, se a maioria quiser.

    P – O presidente da Câmara, Hugo Motta, antes estava resistente, mas agora admite pautar a anistia. O que mudou?

    CN – Pode ter passado a ter clima [favorável]. O próprio julgamento, a declaração do presidente Barroso foi muito importante. O Barroso repercutiu muito menos do que deveria repercutir na mídia, me perdoe. Dizer que a anistia é uma decisão política é muito forte.

    P – Mas estão se fiando só nessa declaração? Há conversas de bastidor?

    CN – Lógico que a gente conversa. Brasília é uma conversa constante. Já falei com diversos ministros, não vou citar nomes.

    P – O sr. consultou Bolsonaro sobre essa articulação?

    CN – Ele me deu essa missão de lutar aqui e eu vou cumpri-la.

    P – Que acordo é esse sobre anistia, o que está sendo conversado?

    CN – Não tem acordo. Tem uma luta de uma parte, que acho que é a maioria do Congresso. Por que ninguém tem dúvida que tem maioria para aprovar. Se não, não estariam brigando tanto para não aprovar.

    P – Ouvimos que a ideia seria anistia ampla, com Bolsonaro, mas com acordo político para manter a inelegibilidade dele.

    CN – Não estamos tratando de inelegibilidade. Ele está inelegível por aquele absurdo daquela reunião de embaixadores. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito difícil você conseguir anistiar ele politicamente, eleitoralmente -que era o certo. Eu tenho um projeto para isso, mas acho muito difícil de acontecer, infelizmente.

    P – E o ex-presidente está ciente disso?

    CN – Está consciente que não vão dar o direito a disputar a eleição.

    P – Essa articulação não pode ser considerada uma afronta ao STF?

    CN – Não, temos todo o respeito ao Supremo. O STF também tem que ter [pelo Congresso]. Legislar é uma atribuição nossa. O Supremo, quando toma a decisão, até às vezes contra o Parlamento, é afronta? Não considero.

    P – O sr. acha que a anistia pode ser aprovada a tempo de Bolsonaro não ir para a cadeia?

    CN – Eu espero que seja. Se existe uma pessoa com a saúde debilitada é ele. Sofre o tempo todo com soluço, passando mal, vomitando. Se botarem ele na cadeia, é porque querem matar o Bolsonaro. Eu espero que não exista esse espírito no Supremo, de querer matar o presidente.

    P – Bolsonaro já tem um candidato?

    CN – Eu acho que tem.

    P – É o Tarcísio?

    CN – Quem vai dizer é ele.

    P – Mas o sr. acha que o papel do Tarcísio nessa articulação o credencia para ser o candidato, inclusive junto à família?

    CN – O que mais credencia o Tarcísio é a chance de vitória. A única pessoa que não pode perder essa próxima eleição é o Bolsonaro, e ele não vai arriscar. Tire as conclusões. O Tarcísio é candidato, se tiver o apoio do Bolsonaro. O Lula nem disputa com o Tarcísio.

    P – O sr. acha que o Lula nem disputaria?

    CN – Você acha que o Lula está falando toda hora em “se eu tiver bem de saúde”, expondo o seu maior defeito, por quê? Isso é uma porta de saída para caso o Tarcísio seja o candidato apoiado pelo Bolsonaro.

    P – Quando Bolsonaro vai fazer anúncio sobre sucessão?

    CN – Defendo que, se ele escolher um dos candidatos, acho que só deveria ser em janeiro.

    P – O sr. acha que os filhos de Bolsonaro vão aceitar um nome que não seja da família?

    CN – Tu acha que o Bolsonaro vai anunciar um candidato, aí o Eduardo vai ser candidato? O Flávio vai ser candidato? Não vai. Eu não tenho dúvida, vão obedecer o pai. O comando é do pai. O líder é ele.

    P – Se houver a condenação do Bolsonaro agora no STF, há uma expectativa de que venham novas sanções.

    CN – Critiquei o Eduardo. Ele sabe da minha posição de que defender tarifa contra o Brasil é um erro. Agora, eu também não sei o que faria se meu pai estivesse sendo injustiçado. O grande erro do presidente Trump foi não explicar para o Brasil quem é o verdadeiro culpado: Lula.

    P – Bolsonaro é citado mais de uma vez na carta de Trump. Eduardo também fala isso

    CN – Mas o real motivo disso foi a política externa [de Lula]. Tinha que ser a favor do Brasil.

    P – Eduardo está atuando contra o país?

    CN – Por um ponto de vista, lógico, quando você pede sanções contra o país… Mas ele está lutando pelo pai. Volto a dizer, não vou julgá-lo.

    P – Até a semana passada o sr. dizia que, para desembarcar [do governo], seria necessário ter aonde ir e que ainda não se tinha isso. O que mudou?

    CN – Por mim, não tinha nem entrado nesse governo. Mas agora chegou um ponto que não dá mais. Não vamos estar com o Lula no próximo ano. Agora nós temos um projeto vencedor. A gente está vendo o porto seguro ali [em 2026].

    P – O sr. disse a aliados que a EBC teria reproduzido uma reportagem contra o sr., o que não aconteceu. Ela foi assinada por um jornalista que tem contrato com a empresa pública. Isso pesou para antecipar o desembarque?

    CN – [Causa] revolta. Me deu mais vontade. Ser acusado por um funcionário do Sidônio [Palmeira, ministro da Secom] é de uma irresponsabilidade. Mas o tempo mostra que é uma fake absurda. E eu não vou culpar os cachorros, não, eu vou atrás dos donos.
    RAIO-X | Ciro Nogueira, 56
    É presidente nacional do PP e senador pelo Piauí. Foi ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro e deputado federal por quatro mandatos, de 1995 a 2011.

    Filhos de Bolsonaro vão obedecer pai em 2026, diz Ciro Nogueira

  • UE reconhece status do Brasil como livre de gripe aviária, diz Fávaro

    UE reconhece status do Brasil como livre de gripe aviária, diz Fávaro

    As exportações de frango brasileiro para a União Europeia estão suspensas desde 16 de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em plantel comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul

    O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a União Europeia (UE) reconheceu o status do Brasil de livre de gripe aviária. “Recebemos uma excelente notícia: a União Europeia reconheceu o Brasil como livre de gripe aviária, o que vai permitir a retomada das exportações de carne de frango do Brasil para a Europa”, afirmou Fávaro, em vídeo nas redes sociais.

    O reconhecimento europeu da retomada do status sanitário brasileiro, já formalizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), foi informado pelo Comissário de Saúde e Bem-Estar Animal da Comissão Europeia, Olivér Várhelyi, em reunião por videoconferência, nesta quinta-feira (4), com Fávaro e com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.

    As exportações de frango brasileiro para a União Europeia estão suspensas desde 16 de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em plantel comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Após controle do foco e sem surgimento de novos casos, o Brasil recuperou o status de livre da doença em granjas comerciais junto à OMSA, mas ainda aguardava o reconhecimento do status pelo bloco europeu. O Brasil vem pedindo a retomada dos embarques à UE, o que foi recentemente reiterado em carta enviada por Fávaro à Comissão Europeia.

    Segundo Fávaro, o comissário também informou ao Brasil que nas próximas semanas os Estados-membros do bloco europeu devem se reunir para discutir a retirada do controle reforçado sobre as carnes brasileiras e a retomada da habilitação dos frigoríficos por pré-listing, ou seja, sem a necessidade de autorização da autoridade sanitária europeia planta a planta. O processo está suspenso desde 2018, quando ocorreu a Operação Trapaça, desdobramento da Operação Carne Fraca, que investigou irregularidades e adulterações em frigoríficos.

    A União Europeia também se comprometeu, segundo Fávaro, em realizar vistorias em frigoríficos de pescados no Brasil. “O que pode então retomar esse comércio tão importante para a cadeia produtiva”, disse Fávaro.

    As exportações de pescados brasileiros ao bloco europeu foram suspensas em 2018 pelo próprio Ministério da Agricultura, por recomendação das autoridades sanitárias europeias. O fim do embargo é uma das principais demandas do setor produtivo ao governo Lula. Agora, o setor quer a prioridade da retomada da exportação de pescados brasileiros à União Europeia (UE) como alternativa de direcionamento de fluxo comercial aos Estados Unidos que pode ser afetado com a tarifa.

    ABPA comemora

    A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou a decisão anunciada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, sobre o reconhecimento do Brasil como país livre de gripe aviária pela União Europeia. A medida deverá permitir o retorno das exportações de carne de frango ao bloco.

    “A oficialização da decisão pelas autoridades europeias deverá restabelecer rapidamente o fluxo de embarques para um dos mercados mais relevantes e demandantes da proteína animal brasileira”, disse a associação em nota enviada à reportagem.

    Até junho, a União Europeia importou 125,3 mil toneladas de carne de frango do Brasil. O volume foi 20,8% superior a igual período do ano passado, com receita de US$ 386,3 milhões, alta de 38%.

    UE reconhece status do Brasil como livre de gripe aviária, diz Fávaro

  • Tarcísio patina na Assembleia em SP enquanto articula por Bolsonaro em Brasília

    Tarcísio patina na Assembleia em SP enquanto articula por Bolsonaro em Brasília

    O governador de São Paulo tem focado na sua atuação em Brasília focando nas eleições presidenciais de 2026

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A indicação de Wagner Rosário, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), para uma vaga no TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) virou dor de cabeça para o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em meio às tratativas do governador para fazer avançar a pauta da anistia ao seu padrinho político.

    O atual controlador-geral do estado virou alvo de deputados do PT e do PSOL na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) por ter participado de uma reunião do governo Bolsonaro, em julho de 2022, na qual o ex-presidente teria instruído seus ministros a desacreditarem das urnas eletrônicas, fomentando o cenário para justificar a trama golpista, hoje em julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

    Na ocasião, Rosário era controlador-geral da União de Bolsonaro e defendeu a formação de uma força tarefa para auditar as urnas, e criticou relatório de fiscalização feito pelos técnicos do órgão que ele chefiava. Na sequência, ele também questionou se a reunião estava sendo gravada.

    Todos os conselheiros do TCE precisam ser aprovados pela maioria simples de 48 dos 94 deputados da Alesp. Antes da votação, eles são sabatinados pelos parlamentares. Nas duas indicações anteriores que ocorreram na gestão Tarcísio os conselheiros foram sabatinados e aprovados no mesmo dia, já Rosário teve a aprovação obstruída pela oposição e adiada.

    O ex-ministro de Bolsonaro foi sabatinado na terça-feira (2), sendo duramente questionado por petistas e psolistas por sua participação na reunião ministerial de julho de 2022. Ele argumentou que visava aprimorar a integridade do sistema de votação e trazer melhorias para as urnas eletrônicas, mas não respondeu se confia nos dispositivos. Ele também foi criticado por não ter identificado e investigado o esquema bilionário de manipulação de créditos de ICMS em São Paulo.

    Na própria terça, o presidente da Alesp, André do Prado (PL), aliado de Tarcísio, colocou a aprovação de Rosário em votação no plenário, mas deputados da oposição entregaram cinco requerimentos de adiamento e esgotaram o tempo das sessões inscrevendo todos os parlamentares para discursarem -pelo regimento interno, cada sessão só pode ter duração máxima de duas horas e meia. O cenário se repetiu no dia seguinte, com mais uma votação adiada.

    A fase de discussão, na qual são realizados os discursos, deve ser encerrada na próxima segunda (9). Contudo, a votação pode não ocorrer pelas próximas duas semanas já que vários membros da base participarão de viagens ao exterior, para Israel e Taiwan.

    Rosário foi da mesma turma de Tarcísio na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e é visto como um nome de confiança do governador. No entanto, apesar das proximidade entre os dois, quatro deputados da base ouvidos sob reserva disseram que a indicação ocorreu em um momento ruim por causa do julgamento de Bolsonaro no STF. Um deles acrescentou que a presença de Tarcísio em Brasília ao longo da semana tornou o cenário ainda mais delicado.

    Líder do governo na Alesp, o deputado Gilmaci Santos (Republicanos) minimizou a situação. “Tarcísio não tem nada a ver com isso, mas o que ocorre é dentro da normalidade pelo momento que o país vive: em Brasília temos o julgamento do Bolsonaro e em São Paulo a indicação de um ex-ministro do Bolsonaro. Isso acirrou os ânimos da oposição, era esperado que eles travassem a votação”, disse à Folha.

    Já o deputado Antonio Donato, líder da bancada petista na casa, disse que “nesse momento decisivo da democracia brasileira, alguém que não tem convicções democráticas e agiu contra as urnas eletrônicas não pode ser conselheiro do TCE”.

    Rosário foi indicado para a vaga de Antônio Roque Citadini, que se aposentou no mês passado. É a terceira das quatro aposentadorias previstas neste mandato de Tarcísio, sendo duas vagas a serem preenchidas por indicação da Alesp e outras duas por indicação do governador.

    Os postos anteriores ficaram com o ex-deputado Marco Bertaiolli (PSD) e com o advogado Maxwell Borges. Bertaiolli foi indicado pela Alesp em 2023 em uma articulação do secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tendo sido aprovado com 62 votos a favor. Já Maxwell foi indicado no ano passado por Tarcísio a pedido do ministro André Mendonça, do STF, e aprovado por 88 deputados, incluindo votos do PT.

    Uma cadeira de conselheiro do TCE é vista como estratégica por partidos e lideranças políticas porque o seu titular fica responsável por julgar as contas do governo estadual e dos municípios paulistas, à exceção da capital, que tem as contas analisadas pelo TCM (Tribunal de Contas Municipal).

    Além disso, o cargo é acompanhado de benefícios como salários de R$ 44 mil, manutenção do posto até os 75 anos de idade e gabinetes com 33 funcionários, sendo 31 deles comissionados.

    Tarcísio patina na Assembleia em SP enquanto articula por Bolsonaro em Brasília

  • PCC movimenta R$ 5 bi de distribuidora e usa codinomes Lula e Bolsonaro para sócios ocultos

    PCC movimenta R$ 5 bi de distribuidora e usa codinomes Lula e Bolsonaro para sócios ocultos

    Lucros do grupo eram repartidos entre quatro sócios ligados à facção, que utilizavam os codinomes Bolsonaro, Lula, Ciro e Obama, segundo representação da Polícia Federal

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma investigação da Polícia Federal revela que uma distribuidora de combustíveis suspeita de ser usada para lavar dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) movimentou ao menos R$ 5 bilhões entre 2019 e 2023.

    Os lucros eram repartidos entre quatro sócios ligados à facção, que utilizavam os codinomes Bolsonaro, Lula, Ciro e Obama, segundo representação da Polícia Federal obtida pela reportagem.

    A investigação aponta que a empresa, criada em 1988 e chamada Duvale Distribuidora de Petróleo e Álcool, encontrava-se inativa e praticamente falida, sem comercializar combustíveis desde 2017. O faturamento em 2019 foi zero.

    No registro formal, os sócios eram Celso Leite Soares, detentor de 99% das cotas desde 1996, e seu irmão, com 1%.

    Entre meados de 2019 e 2020, a Duvale foi adquirida, de forma informal, por Mohamad Hussein Mourad, conhecido como Primo, e Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco.

    Eles foram alvo de mandados de prisão nas megaoperações do mês passado que mirou a infiltração do PCC na cadeia produtiva do setor de combustíveis e do mercado financeiro. Ambos estão foragidos.

    A Duvale é registrada no estado de São Paulo, mas a investigação foi aberta pela Polícia Federal no Paraná por tratar de um esquema que envolve suspeitas sobre dezenas de empresas com patrimônio multimilionário em Curitiba e região.

    Segundo a PF, Primo e Beto Louco são amplamente conhecidos por seus envolvimentos com “braços financeiros do crime organizado, notadamente a partir de fraudes no ramo de combustíveis e outros crimes correlatos”.

    A partir daí, a empresa passou a ser usada como peça central em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC.

    A escolha da empresa não foi casual, segundo a investigação. O histórico da Duvale no setor de distribuição de combustíveis serviria para conferir aparência de legitimidade e reduzir suspeitas sobre as futuras movimentações bilionárias.

    Essa aquisição não alterou, entretanto, o quadro societário formal nem foi comunicada aos órgãos de controle. Celso Leite Soares foi mantido como sócio de fato para integrar a distribuição de lucros.

    Documentos e conversas interceptadas revelaram que a Duvale era, de fato, controlada por quatro sócios que repartiam os lucros: Beto Louco (65%), Primo (15%), Celso Leite Soares (10%) e Daniel Dias Lopes (10%).

    Diversos relatórios encontrados comprovam a distribuição mensal dos lucros entre esses sócios ocultos, prática registrada de agosto de 2020 até o início de 2023.

    A partir de 2022, esses relatórios de custos e repasses passaram a adotar codinomes, um expediente considerado típico de organizações criminosas para confundir autoridades de investigação e fiscalização.

    No esquema sob suspeita, diz a representação da Polícia Federal, Beto Louco passou a ser identificado como “sr. Bolsonaro”. Primo era “sr. Lula”, Soares, “sr. Ciro” e Lopes, “sr. Obama”. As porcentagens de participação previamente definidas foram mantidas.

    As investigações apontam que Daniel Dias Lopes e sua esposa, Miriam Favero Lopes, eram os principais responsáveis pelas operações financeiras e de lavagem de dinheiro na Duvale.

    Soares, Lopes e sua esposa, Miriam, também foram alvos de mandado e estão foragidos.

    A distribuição dos lucros para os integrantes da organização era feita por meio de empresas de fachada, como a ML8 Serviços de Apoio Administrativo, registrada em nome de Miriam Favero Lopes.

    A empresa realizava transferências milionárias para outras firmas fictícias vinculadas aos sócios, muitas vezes sem a emissão de notas fiscais ou qualquer registro de serviços ou mercadorias.

    Lopes atuava como procurador da Duvale e é apontado pela PF como um dos principais elos entre a estrutura de lavagem montada no Paraná e facções criminosas de São Paulo.

    Ele passou a estruturar o esquema após deixar o sistema prisional, em 2017, onde cumpriu pena por tráfico de drogas.

    Os pagamentos aos sócios ocultos eram frequentemente operacionalizados por Miriam, por meio da ML8, que fazia a movimentação dos valores para as empresas de fachada ligadas a cada integrante do grupo.

    Procurados, Celso Leite Soares não respondeu ao contato. A reportagem não localizou as defesas de Mohamad Hussein Mourad, o Primo, Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, nem de Daniel e Miriam Lopes.

    PCC movimenta R$ 5 bi de distribuidora e usa codinomes Lula e Bolsonaro para sócios ocultos

  • Motta diz que Tarcísio 'tem interesse' em anistia, mas que não há definição sobre o tema

    Motta diz que Tarcísio 'tem interesse' em anistia, mas que não há definição sobre o tema

    Motta e Tarcísio se reuniram em Brasília, na quarta-feira (3), para tratar da anistia, proposta que é encampada pelo governador, pelos bolsonaristas e por dirigentes do centrão para livrar da prisão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4), após se encontrar com Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não há uma definição sobre o avanço da anistia aos condenados por golpismo, tema que o governador de São Paulo tem defendido com ênfase nas últimas semanas.

    “Nós estamos muito tranquilos com relação à discussão dessa pauta, não há ainda nenhuma definição. Nós estamos sempre ouvindo o colégio de líderes [partidários]”, disse Motta.

    Motta e Tarcísio se reuniram em Brasília, na quarta-feira (3), para tratar da anistia, proposta que é encampada pelo governador, pelos bolsonaristas e por dirigentes do centrão para livrar da prisão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo julgado nesta e na próxima semana no STF (Supremo Tribunal Federal).

    “O governador é um querido amigo, é do nosso partido, nós temos dialogado sempre, não tem nenhuma novidade com relação a isso. O governador tem um interesse em que se paute a anistia, isso é público. E nós estamos ouvindo a todos. Estamos ouvindo os líderes que têm interesse [na anistia] e aqueles também que não têm interesse”, completou.

    O encontro foi mediado pelo presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que também são favoráveis à anistia.

    Em seguida, Tarcísio voltou para São Paulo, onde se encontrou, no Palácio dos Bandeirantes, com o pastor Silas Malafaia e o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). O tema da conversa foi a anistia e os protestos bolsonaristas do 7 de Setembro.

    “O apoio do Tarcísio é muito importante, porque trouxe o Republicanos”, disse Sóstenes.

    O líder do PL também deve se encontrar com Motta, nesta quinta, para tratar da anistia. A expectativa de Sóstenes é a de que o presidente da Câmara discuta um cronograma para a votação.

    Mesmo entre os bolsonaristas, porém, a avaliação é a de que Motta não deve levar a medida ao plenário durante o julgamento de Bolsonaro, que deve terminar no próximo dia 12.

    Como mostrou a Folha, Tarcísio esteve em Brasília em campanha pela anistia durante os dois primeiros dias do julgamento de Bolsonaro. A partir da articulação do governador, o Republicanos passou a cobrar a anistia publicamente e se juntou a outros partidos do centrão (PL, PP, União Brasil e parte do PSD) que defendem que o tema seja pautado na Câmara.

    Motta, que vinha resistindo a pautar a anistia, admitiu, nesta terça (2), que o tema pode ser levado à plenário. Líderes da esquerda e da direita afirmam que aumentou a pressão sobre o presidente da Câmara e que o clima na Casa mudou.

    “Os líderes estão cobrando, estamos avaliando, vamos conversar mais. […] Aumentou o número de líderes pedindo”, disse na terça.

    Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou à Folha que defende um texto que apenas reduza penas de condenados pelo 8 de Janeiro, sem inclusão do andar de cima, líderes do centrão e da oposição dizem não ver apoio a essa ideia nem no Senado -e calculam ter votos suficientes para aprovar um amplo perdão a todos os envolvidos.

    Nesta quinta, Sóstenes voltou a afirmar que a única anistia que contempla o PL é a que inclui Bolsonaro e que não apoia a proposta de Alcolumbre.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, o interesse do centrão é anistiar Bolsonaro, mas mantendo a inelegibilidade do ex-presidente por condenações na Justiça Eleitoral, o que sacramentaria a candidatura presidencial de Tarcísio, já ungida pelo bloco.

    A atuação do centrão e de Tarcísio pela anistia vem em resposta a críticas dos filhos de Bolsonaro de que esses políticos estariam disputando seu espólio eleitoral sem um verdadeiro empenho em tirá-lo da prisão. O gesto, portanto, seria necessário para viabilizar a candidatura de Tarcísio, que precisa do aval do ex-presidente.

    Em ala do STF e no governo Lula (PT), a avaliação é a de que o caldo da anistia engrossou, e que Tarcísio busca chancelar de vez a candidatura presidencial amarrando o centrão a ele e dando uma resposta a bolsonaristas críticos ao seu nome.

    Motta diz que Tarcísio 'tem interesse' em anistia, mas que não há definição sobre o tema

  • BC estuda limitar acesso a Pix de instituições após ataque hacker e infiltração do crime

    BC estuda limitar acesso a Pix de instituições após ataque hacker e infiltração do crime

    O BC estuda limitar o acesso ao Pix de instituições que utilizam as chamadas PSTIs (Provedoras de Serviços de Tecnologia da Informação) para conexão à infraestrutura

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Banco Central prepara um pacote de medidas visando reforçar a segurança do sistema financeiro nacional após uma sequência de ataques cibernéticos e fechar brechas que permitiram a infiltração do crime organizado na economia.

    Preocupado com os recentes ataques hackers que provocaram desvios milionários de recursos, o BC estuda limitar o acesso ao Pix de instituições que utilizam as chamadas PSTIs (Provedoras de Serviços de Tecnologia da Informação) para conexão à infraestrutura.

    A autoridade monetária promete mais rigor com relação ao limite de valor das transações via Pix. A ideia é reduzir o montante de cada operação para um nível que não inviabilize 99% das transações, mas facilite a identificação de golpes pela multiplicidade de operações.

    Atualmente, não entra no escopo de regulação do BC a forma como as instituições sem infraestrutura de conectividade contratam e se relacionam com as empresas prestadoras de serviços de tecnologia.

    A fragilidade dessa relação ficou mais evidente para a autoridade monetária com os ataques cibernéticos envolvendo as empresas C&M Software e Sinqia -o desvio somado nos dois episódios é de cerca de R$ 1,5 bilhão.

    Segundo relato feito à Folha de S.Paulo, em ambos os casos, as instituições deram acesso direto para as prestadoras de serviços de tecnologia às contas mantidas por elas no Banco Central. Esse “atalho” de credenciais deixou o sistema mais vulnerável.

    Hoje, não é proibido que a instituição dê a “chave do cofre” para sua empresa parceira, o que abre brechas na segurança do sistema financeiro. Com as novas medidas, a autoridade monetária busca coibir esse tipo de prática.

    O Banco Central estuda também limitar o acesso ao Pix de instituições que ainda não possuem autorização de funcionamento, inclusive daquelas que estão com processo de autorização em andamento.

    Nesse contexto, o BC prevê antecipar o cronograma de inclusão das instituições de pagamento em seu arcabouço regulatório para o ano que vem. Segundo a norma atual, o escalonamento só termina em 31 de março de 2029, com o montante que baliza o escopo das operações sendo reduzido ano a ano.

    Para 2026, por exemplo, as regras atuais determinam que a instituição de pagamento deve solicitar autorização ao Banco Central para funcionar se alcançar movimentações financeiras superiores a R$ 200 milhões em transações de pagamento ou R$ 20 milhões em recursos mantidos em conta de pagamento pré-paga.

    A entrada mais célere, contudo, é vista com preocupação por membros da área técnica, que temem que a medida provoque efeito contrário ao desejado na segurança do sistema. Os recentes acontecimentos trouxeram mais pressão ao BC pelo aperto nas regras.

    A regulamentação das contas-bolsão também está no radar do Banco Central depois que investigações mostraram que facções criminosas se aproveitaram desse instrumento usado por fintechs para ocultação de bens, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

    Contas-bolsão são contas correntes abertas por fintechs de pequeno porte, que não têm acesso ao sistema brasileiro de pagamentos, em bancos tradicionais e outras instituições de pagamento.

    Essas contas reúnem simultaneamente o dinheiro de vários clientes da fintech. Ao movimentar o dinheiro de um desses clientes, a fintech utiliza a conta-bolsão registrada no próprio CNPJ, o que dificulta o rastreio da origem do dinheiro.

    Nesta quarta (3), o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) “não está dando conta” de rastrear a movimentação de dinheiro sujo por meio das contas-bolsão utilizadas por fintechs.

    A autoridade monetária avalia se há algum caso que necessite a utilização de uma conta-bolsão ou se esse instrumento pode deixar de existir.

    O BC discute ainda como disciplinar a prestação de serviços no modelo BaaS (Banking as a Service) a partir de regras que assegurem “segurança, solidez e prevenção e mitigação de riscos ao sistema financeiro”, conforme trecho de consulta pública aberta no ano passado.

    Em abril, o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, disse que havia previsão de concluir o trabalho sobre o tema neste ano e que seria desenhado um processo de ajuste para que os contratos já existentes pudessem se adaptar à nova normativa.

    BC estuda limitar acesso a Pix de instituições após ataque hacker e infiltração do crime

  • Eduardo Bolsonaro pede para votar dos EUA, mas falta até às sessões virtuais da Câmara

    Eduardo Bolsonaro pede para votar dos EUA, mas falta até às sessões virtuais da Câmara

    Deputado enviou ofício a Motta para poder marcar presença pelo celular e não perder mandato por ausências

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Apesar de ter pedido à Câmara dos Deputados para exercer seu mandato à distância, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março, não tem registrado presença ou voto nas sessões em que é permitida a participação remota.

    Geralmente às quintas-feiras e excepcionalmente em outros dias da semana, a Casa autoriza que os deputados registrem sua presença e votem por meio de um aplicativo de celular, com verificação em duas etapas. A prática foi adotada durante a pandemia de Covid-19 e se manteve desde então.

    Nesta quarta-feira (3) o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desistiu de exigir a presença dos deputados em Brasília, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pela trama golpista, e determinou que todos poderiam votar pelo celular.

    A Câmara analisou projetos que criam o Sistema Nacional de Educação e que proíbe descontos associativos em aposentadorias e pensões pelo INuSS (Instituto Nacional do Seguro Social), após a fraude alvo de operação da Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União). Eduardo não participou.

    Desde que sua licença terminou, em 20 de julho, a Câmara teve seis sessões semipresenciais, em que a votação remota é autorizada, mas Eduardo não registrou presença em nenhuma delas. Ele tem 13 dias de presença registrados e outras 17 ausências não justificadas em 2025.

    Procurado para comentar as ausências, o parlamentar não respondeu.

    A Constituição estabelece que perderá o mandato o deputado ou o senador que faltar a um terço das sessões ordinárias do ano, salvo licença ou missão oficial.

    Porém, como mostrou a Folha de S.Paulo, Eduardo não perderá o mandato em 2025 por excesso de faltas, mesmo que deixe de comparecer sem justificativa a todas as sessões até o fim do ano. A punição só é possível a partir de março de 2026, quando a Câmara contabiliza as faltas do ano anterior.

    Eduardo tirou licença de 120 dias do mandato e viajou para os EUA, de onde articula punições a autoridades brasileiras com o objetivo de tentar livrar de punição o pai, Jair Bolsonaro, réu no STF acusado de integrar o núcleo central de uma trama golpista.

    Na semana passada, Eduardo enviou ao presidente da Câmara um ofício em que pede para exercer seu mandato à distância. Segundo o deputado, sua permanência no exterior é forçada e se deve a perseguições políticas.

    “Vivemos, infelizmente, sob um regime de exceção, em que deputados federais exercem seus mandatos sob o terror e a chantagem instaurados por um ministro do Supremo Tribunal Federal que age fora dos limites constitucionais e já é alvo de repúdio internacional”, afirma no documento, em referência a Alexandre de Moraes.

    Argumenta ainda que sua situação é muito mais grave do que a da pandemia. “Não se pode admitir que o que foi assegurado em tempos de crise sanitária deixe de sê-lo em um momento de crise institucional ainda mais profunda.”
    No último dia 8, Motta afirmou que descartava uma autorização para que Eduardo exercesse o mandato do exterior.

    Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Câmara informou que deputados que estejam em viagem de missão oficial podem registrar presença e voto à distância por aplicativo em qualquer sessão. O mesmo vale para parlamentares em licença para tratamento de saúde e para grávidas.

    Jair e Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal, no último dia 20, sob suspeita de obstrução do julgamento da trama golpista, em curso no STF.

    O presidente da Câmara já afirmou que Eduardo terá o mesmo tratamento que qualquer outro deputado na análise sobre sua cassação.

    No último dia 15, Motta enviou quatro denúncias contra Eduardo, que estavam paradas na Mesa Diretora, para o Conselho de Ética, seguindo o trâmite regular da Casa. Motta também vinha criticando Eduardo Bolsonaro em entrevistas à imprensa.

    “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país, trabalhando muitas vezes para que medidas tragam danos à economia do país [de origem]”, afirmou, referindo-se ao tarifaço, em entrevista à Veja.

    Eduardo Bolsonaro pede para votar dos EUA, mas falta até às sessões virtuais da Câmara

  • Mesmo com tarifas de Trump, Brasil registra alta de 3,9% nas exportações

    Mesmo com tarifas de Trump, Brasil registra alta de 3,9% nas exportações

    As exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 18,5% em agosto na comparação com mesmo período do ano passado, porém teve um grande desempenho em todo o mundo

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No mês em que a sobretaxa de 50% entrou em vigor, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 18,5% em agosto na comparação com mesmo período do ano passado, segundo dados da balança comercial divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços).

    De acordo com a pasta, o Brasil vendeu US$ 2,76 bilhões no período para os Estados Unidos, ante US$ 3,39 bilhões no mesmo mês de 2024 -foram US$ 600 milhões a menos vendidos à maior economia do mundo.

    Apesar da queda nas vendas para os EUA, o Mdic registrou uma alta de 3,9% das exportações totais do Brasil no mês passado. Os dados indicam um forte crescimento nas vendas externas para a China, de 31% em agosto na comparação com o mesmo período do ano anterior, México (+43,82%) e Argentina (+40,37%).

    Entre as principais quedas em termos de volume nas exportações para os Estados Unidos estão minério de ferro, com queda de 100% (ou seja, o país não exportou o produto para os EUA), aeronaves e partes, com recuo de 84,9% na comparação com mesmo período de 2024, produtos semiacabados de ferro e aço (-23,4%), óleos combustíveis de petróleo (-37%) e açúcares e melaço (-88,4%).

    De acordo com o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, os recuos nas vendas para os Estados Unidos atingiram tanto produtos taxados quanto não taxados -neste último caso, a percepção é que provavelmente houve antecipação de embarques em julho, o que reduziu as exportações em agosto.

    “Temos produtos que foram afetados pela alta das tarifas, e outros que não foram afetados, mas que tiveram movimento semelhante, de queda. Isso aconteceu nas duas categorias. Provavelmente, o grau de incerteza em julho gerou uma antecipação de embarques, fazendo com que alguns produtos caíssem em agosto.”

    O diretor apontou ainda que produtos como açúcar, máquinas e equipamentos e carne bovina tiveram quedas expressivas nas exportações para os EUA. “É muito provável que isso esteja relacionado às tarifas, que geram maior nível de preço e redução da demanda”, afirmou.

    No mês passado, as exportações gerais do Brasil para outros países superaram as importações em US$ 6,1 bilhões, de acordo com o Mdic. No ano, o saldo está positivo em US$ 42,8 bilhões.

    Quando se olha as exportações para todos os países, a conclusão é que a indústria da transformação teve queda de 0,9% nas vendas externas. O volume teve alta de 7%, o que faz a pasta apontar que esse recuo geral está relacionado a preços menores.

    Brandão afirmou que não é possível saber se houve redução de preços nas vendas externas a outros países para estimular a demanda e compensar os efeitos das tarifas, ou se a alta nas exportações para a China e o México está relacionada ao tarifaço.

    “Não temos como afirmar no curto prazo. Precisamos de mais tempo para precisar esses efeitos”, declarou.

    Trump impôs sobretaxa de 50% sobre o Brasil -com uma ampla lista de exceções- e condicionou qualquer negociação ao fim do julgamento por golpe de Estado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tanto o Palácio do Planalto como o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitam essa exigência.

    Além das tarifas, Trump aplicou sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o ministro do STF Alexandre de Moraes -incluído na Lei Magnitsky, que limita operações financeiras que envolvam empresas americanas.

    Mesmo com tarifas de Trump, Brasil registra alta de 3,9% nas exportações

  • Com Gás do Povo, serão 58 mil locais de distribuição, diz ministro Alexandre Silveira

    Com Gás do Povo, serão 58 mil locais de distribuição, diz ministro Alexandre Silveira

    O programa beneficiará famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo, com prioridade para aquelas que recebem Bolsa Família

    O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou nesta quinta-feira, 4, que serão 58 mil locais de distribuição no programa “Gás do Povo”, que terá gratuidade no botijão de gás para 15,5 milhões de famílias e potencialmente 50 milhões de pessoas, segundo estimativas do governo. A declaração foi realizada durante o lançamento do programa, nesta quinta, em comunidade na capital mineira, Belo Horizonte.

    “É um programa social que já começa gigante”, disse o ministro. “Gás do Povo tem a marca incomparável do governo Lula, sempre ao lado do povo brasileiro”, reforçou o ministro.

    Ele disse ainda que o botijão poderá ser retirado de maneira simples e sem burocracia.

    O programa beneficiará famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo, com prioridade para aquelas que recebem Bolsa Família – renda per capita de até R$ 218.

    Após a publicação de Medida Provisória, com diretrizes do programa e definição das bases legais, haverá decreto com a regulamentação.

    “É o terceiro programa social de impacto do Ministério de Minas e Energia, somando-se ao Luz para Todos e ao Luz do Povo”, declarou Silveira.

    Com Gás do Povo, serão 58 mil locais de distribuição, diz ministro Alexandre Silveira

  • Lula cita risco de anistia, diz que extrema direita tem força e fala em batalha no Congresso

    Lula cita risco de anistia, diz que extrema direita tem força e fala em batalha no Congresso

    O centrão e a oposição articulam no Congresso um projeto de amplo perdão a todos os envolvidos na trama golpista de 2022 e no 8 de Janeiro, inclusive Jair Bolsonaro (PL)

    BELO HORIZONTE, MG, E CURITIBA, PR (CBS NEWS) – Em conversa com lideranças e influenciadores da periferia em Belo Horizonte, o presidente Lula (PT) mencionou “risco de anistia” ao falar sobre o Congresso Nacional e defender a eleição de mais representantes de comunidades periféricas.

    “O Congresso tem ajudado o governo, o governo aprovou quase tudo que o governo queria, mas a extrema direita tem muita força ainda. Então é uma batalha que tem que ser feita também pelo povo”, disse o petista nesta quinta-feira (4).

    Líderes do centrão e da oposição articulam no Congresso um projeto de amplo perdão a todos os envolvidos na trama golpista de 2022 e no 8 de Janeiro, inclusive Jair Bolsonaro (PL).

    O governo do ex-presidente foi citado em outra agenda de Lula nesta quinta, em cerimônia de lançamento do Programa Gás do Povo, quando ele disse que “passou dois anos consertando este país”.

    Segundo o governo federal, o programa Gás do Povo, que substitui o atual Auxílio Gás, vai oferecer gratuidade no botijão de gás de cozinha para 15,5 milhões de famílias brasileiras, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas.

    Em Aglomerado da Serra, na roda de conversa com lideranças e influenciadores da periferia, Lula afirmou que “a gente está em um momento delicado” e que é preciso “politizar as nossas comunidades”. “Precisamos combater a fake news. A mentira voa, a verdade engatinha”, disse ele. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também participou da conversa.

    O petista disse que, até o fim do mandato, o governo precisa saber o que está funcionando e o que precisa ser corrigido.

    “Se vocês não cobrarem, a gente pensa que as coisas estão bem. Não tem problema criticar, falar mal. Não quero que vocês sejam chapa branca. Quero que vocês sejam verdadeiros”, disse o petista.

    Lula também defendeu que haja representantes da periferia no Congresso Nacional. “Temos dois deputados do MST e temos 240 ruralistas, como é que a gente vai aprovar as coisas? Sabe qual é o maior castigo de quem não gosta de política? É ser governado por quem gosta. E se quem gosta é indiferente, a gente vai continuar padecendo”, disse Lula.

    “A democracia é uma coisa extremamente importante, embora muitas vezes a gente não sinta a democracia trazer benefício para nós. Porque a democracia não é só o direito de votar. Também é o direito de governar, direito de dar palpite, de fazer sugestão, de apresentar reivindicação, de ajudar a governar. Porque muitas vezes quem sabe fazer as coisas não é o governo, são vocês”, disse ele.

    Trata-se da sétima visita de Lula a Minas Gerais em 2025, sequência que já supera o total de viagens do petista ao estado nos dois primeiros anos de seu governo.

    A intensificação da agenda do presidente acontece em meio à tentativa de estabelecer um palanque competitivo no estado para sua reeleição. Segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais é conhecido por ser uma espécie de termômetro para as eleições presidenciais.

    A construção do PT em Minas está centrada no apoio à candidatura do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo do estado.

    Em entrevistas e discursos recentes, Lula tem incentivado a candidatura do aliado, a quem costuma citar como “principal personalidade política” de Minas.

    Assim como já ocorreu em outras cerimônias do governo federal em Minas, Pacheco discursou nesta quinta. O senador voltou a falar em defesa da soberania, em referência aos ataques do governo norte-americano de Donald Trump estimulados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    “Pouco importa se estão tirando visto das nossas autoridades. O que importa é defender a soberania do país”, disse ele. “Tentaram dar um golpe neste país. Nossa democracia é um valor sagrado para nós”, disse ele.

    Antes de Lula discursar, parte da plateia gritou “fora Zema”, em referência ao governador mineiro Romeu Zema (Novo), pré-candidato ao Planalto em 2026.

    Lula cita risco de anistia, diz que extrema direita tem força e fala em batalha no Congresso