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  • Zanin vota para manter reoneração gradual da folha até 2027

    Zanin vota para manter reoneração gradual da folha até 2027

    STF julga, em plenário virtual, ação do governo contra prorrogação da desoneração da folha; processo é considerado crucial pela União para ajustar as contas após derrotas no Congresso

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta sexta-feira (17) para reconhecer que o Congresso não pode aprovar legislação que reduza a receita da União sem que apresente medidas compensatórias.

    O julgamento no Supremo analisa a lei do Congresso que prorrogou até 2027 a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Zanin manteve o mesmo entendimento de abril de 2024, quando concedeu uma liminar favorável ao governo Lula (PT) suspendendo a lei que prorrogou a desoneração.

    A decisão do ministro, porém, não trata da lei 14.973/2024, que surgiu em acordo entre o Congresso e o governo. Na prática, Zanin mantém a previsão de reoneração gradual da folha até 2027.

    O caso é analisado pelo plenário virtual do Supremo. Os ministros têm até a próxima sexta (24) para apresentar seus votos no sistema eletrônico do tribunal. Até agora, o único a votar foi o relator Zanin.

    Pela regra em vigor, a previsão é que o processo de reoneração gradual da folha de pagamento ocorra entre 2025 e 2027. A partir de 2028, as empresas de 17 setores da economia voltarão a pagar a contribuição sobre a folha de salários de 20% -valor cobrado atualmente das demais empresas não beneficiadas pela desoneração.

    Na prática, uma decisão contrária aos contribuintes e favorável ao governo poderia fazer com que esses setores sejam reonerados de forma imediata, e não mais progressivamente conforme o acordo alcançado em 2024 -mas os ministros também podem modular a decisão, quando estipulam o marco a partir do qual ela tem validade.

    No início deste ano, em manifestação ao STF enviada pela AGU (Advocacia-Geral da União), o governo Lula afirmou que a prorrogação do benefício pode provocar prejuízo de R$ 20,2 bilhões aos cofres públicos em 2025 por considerar insuficientes medidas de compensação.

    Em seu voto, Zanin diz que a lei que prorrogou a desoneração tem trechos inconstitucionais por não indicar novas fontes de arrecadação para compensar a renúncia fiscal. A preocupação do ministro é impedir que o Congresso fique livre para criar novas legislações que impactem nas contas da União sem prever medidas compensatórias.

    “Nesse sentido, conforme já asseverei acima, imperiosa a declaração de inconstitucionalidade, impedindo-se que práticas semelhantes venham a ser adotadas no futuro, atribuindo-se hierarquia constitucional ao princípio da sustentabilidade orçamentária”, diz.

    Segundo Zanin, a diretriz de sustentabilidade orçamentária é um “imperativo para a edição de outras normas, sobretudo aquelas que veiculam novas despesas ou renúncia de receita”.

    A ação contra a prorrogação da desoneração da folha de pagamento foi apresentada pelo governo Lula após o Congresso derrubar o veto presidencial sobre o tema. Após meses de discussão, o Executivo e o Legislativo fecharam um acordo para promover uma reoneração gradual da folha, de forma a reduzir os impactos nas empresas.

    Zanin, em seu voto, não trata desse acordo. A reoneração segue mantida, de forma progressiva, até 2027.

    A questão em torno da desoneração pode ser considerada delicada do ponto de vista político e jurídico.

    A análise pode ser interrompida antes da conclusão por algum pedido de vista -mais tempo para análise do caso- ou de destaque, quando o caso é levado ao plenário físico. Temas de maior sensibilidade jurídica ou política costumam ser suspensos uma ou mais vezes para novas avaliações e articulações.

    A discussão jurídica poderá lidar com o fato de que, no fim de 2024, após embates com o Legislativo em torno do tema, o presidente Lula (PT) sancionou a lei que mantém a desoneração da folha de pagamento.

    A ação em discussão no Supremo, no entanto, é anterior a esse texto. Isso poderia resultar na chamada perda de objeto, ou seja, a lei questionada já foi superada, como apontam representantes de setores afetados.

    Para a perda de objeto, a lei nova tem que ter revogado ou regulado inteiramente a matéria anterior.

    O governo já havia judicializado a controvérsia ao buscar do STF aval para que se exigisse do Congresso a indicação de medidas compensatórias à desoneração.

    A ação é uma iniciativa do próprio governo Lula e é assinada pelo advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, hoje favorito para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso na corte.

    Na época, em abril de 2024, Zanin suspendeu trechos da lei que prorrogou a desoneração. O principal argumento da decisão do relator foi de que a desoneração foi aprovada pelo Congresso “sem a adequada demonstração do impacto financeiro”. O governo diz haver violação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e da Constituição.

    Zanin considerou que, sem indicação do impacto orçamentário, poderia ocorrer “um desajuste significativo nas contas públicas e um esvaziamento do regime fiscal constitucionalizado”.

    O relator afirmou ainda que cabe ao Supremo ter “um controle ainda mais rígido para que as leis editadas respeitem o novo regime fiscal”. Hoje, no país vigora o chamado arcabouço fiscal.

    Um dos grupos beneficiados com a desoneração é o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

    Zanin vota para manter reoneração gradual da folha até 2027

  • Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas para festa de 15 anos da filha

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas para festa de 15 anos da filha

    Segundo os advogados do ex-presidente, a comemoração será “simples e reservada, contando com a presença de alguns amigos próximos da aniversariante e de amigos da família que habitualmente frequentam o local”

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta sexta-feira (17) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a receber visita de amigos e familiares para a festa de aniversário de 15 anos de sua filha.

    A comemoração será no sábado (18), na hora do almoço. Nove pessoas foram autorizadas a participar da festa, incluindo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

    “Ressalto que, todas as visitas devem observar as determinações legais e judiciais anteriormente fixadas, bem como, nos termos da decisão de 30/8/2025, serão realizadas vistorias nos habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu”, disse Moraes.

    A defesa de Bolsonaro fez o pedido para permitir a festa da filha de Bolsonaro na quinta (16). Segundo os advogados do ex-presidente, a comemoração será “simples e reservada, contando com a presença de alguns amigos próximos da aniversariante e de amigos da família que habitualmente frequentam o local”.

    “Trata-se, assim, de um almoço de cunho familiar, sem qualquer conotação pública ou política, restrito ao círculo pessoal da família do Peticionante”, completou a defesa de Bolsonaro.

    O ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. A prisão foi decretada pelo Supremo após Bolsonaro descumprir medidas cautelares impostas pelo tribunal.

    Bolsonaro tem recebido visitas diárias durante a semana. Quem entra na casa do ex-presidente precisa dar autorização para o carro ser vistoriado e não pode utilizar o celular na casa do político.

    Moraes autoriza Bolsonaro a receber visitas para festa de 15 anos da filha

  • Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

    Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

    “Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse Lula

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira (16), que 2026 será um ano sagrado e cobrou que a esquerda saiba convencer o povo e conversar com diferentes setores, como os evangélicos.

    Lula discursou no 16º Congresso do PC do B, no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O presidente se sentou ao lado da ministra e presidente do PC do B, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O PC do B integra uma federação com o PT e o PV.

    “2026 é um ano sagrado. Nós temos que fazer as coisas diferente. […] Evangélico não é contra nós, nós é que não sabemos falar com eles. O erro está na gente, não está neles. […] Nós nos distanciamos do povo”, disse o presidente, que admitiu mais uma vez que deve ser candidato à reeleição.

    Mais cedo, nesta quinta, Lula recebeu representantes da Assembleia de Deus Ministério de Madureira no Palácio do Planalto. O encontro teve a participação do deputado federal Cezinha da Madureira (PSD-SP) e do advogado-geral da União, Jorge Messias, evangélico e favorito a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).

    No congresso do PC do B, o petista afirmou que o desafio da reconstrução da democracia passa por conseguir fazer com que a mensagem da esquerda seja compreendida.

    “Nossa linguagem e nosso discurso estão muito distantes do nível de compreensão de milhões de pessoas que gostariam de nos escutar. […] Nosso desafio é convencer os outros, que ainda não são nossos, a vir com a gente”, disse.

    “A gente não tem que dar muita importância para a Faria Lima, nosso discurso é para o povo”, afirmou Lula, cobrando “uma linguagem que as pessoas saibam”.

    Segundo o presidente, o discurso progressista é feito apenas para ativistas. “A gente se esquece de falar para milhões de pessoas que não são organizadas e muitas vezes até gostariam de participar, mas nem são convidadas.”

    O petista também chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “figura politicamente grotesca”.

    Ele voltou a dizer que os resultados eleitorais da esquerda para a Presidência da República deveriam se refletir também na eleição para deputados e, pelo segundo dia seguido, criticou o Congresso, afirmando que nunca esteve tão ruim como hoje.

    “Esses dias eles aprovaram uma PEC que protegia quadrilha. Que loucura é essa?”, questionou em referência à PEC da Blindagem.

    Mais uma vez, Lula cobrou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), casse o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    Lula ainda comentou a investida de Donald Trump na Venezuela. “Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. E não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite do que vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba.”

    Participaram do evento a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais); o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social); o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), do PSD; o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), do PDT; o presidente do PT, Edinho Silva; o prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos; a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP); e uma série de parlamentares de siglas de esquerda.

    O evento teve ainda a presença de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.

    Luciana Santos e João Campos reforçaram a aliança do PC do B e do PSB com Lula para a eleição de 2026.

    “A palavra de ordem no nosso partido é frente ampla e isolar a extrema direita no nosso país”, disse a dirigente do PC do B. Em seu discurso, ela repudiou as ingerências dos EUA na Venezuela e afirmou que “se precipita um clima de guerra no Caribe”. “Estamos sob ataque de um país que se julga dono do mundo”, emendou.

    Luciana também criticou a manutenção da alta taxa de juros pelo Banco Central. Como mostrou o Painel, Lula liberou seus auxiliares a ampliarem as críticas à gestão de Gabriel Galípolo.

    Em seu discurso, Edinho defendeu a reeleição de Lula em 2026 e a “construção de um amplo campo de alianças com as forças democráticas” para “dizer ao mundo que no Brasil o fascismo não tem vez”.

    O presidente do PT afirmou que o fascismo foi derrotado em 2022 e a tentativa de golpe de 2023 também foi derrotada, mas emendou: “nós ainda não impusemos a derrota final à extrema direita no Brasil”.

    Edinho ainda comentou o que chamou de ameaças do presidente dos EUA à América Latina. “É inaceitável as ameaças que foram feitas ontem contra o governo da Venezuela e o povo venezuelano”, disse.

    Lula diz que 2026 é ano sagrado e que esquerda não sabe conversar com evangélicos

  • IBGE: Brasil tem 1,654 milhão de trabalhadores por app e plataformas, 25,4% a mais em 2 anos

    IBGE: Brasil tem 1,654 milhão de trabalhadores por app e plataformas, 25,4% a mais em 2 anos

    As plataformas digitais e aplicativos de serviços abrangem transporte de pessoas, entrega de comida e produtos, serviços gerais ou profissionais

    O Brasil tinha 1,654 milhão de pessoas trabalhando através de aplicativos e plataformas digitais em 2024, a maioria delas motoristas e entregadores. O resultado representa um aumento de 25,4% nesse contingente em relação à medição feita em 2022, quando havia 1,319 milhão de pessoas trabalhando a partir de aplicativos e plataformas digitais, ou seja, 335 mil ocupados a mais em dois anos.

    Os dados são do módulo Trabalho por meio de plataformas digitais – 2024, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O IBGE ressalta que o avanço do trabalho realizado por meio de plataformas digitais tem transformado processos e relações trabalhistas. A pesquisa considerou apenas trabalhadores que tinham o trabalho por meio de plataformas digitais como ocupação única ou principal na semana de referência.

    “As plataformas digitais de trabalho, além de realizarem uma intermediação entre clientes e prestadores de serviços (trabalhadores individuais e empresas), com frequência detêm um importante controle sobre a organização e a alocação do trabalho, bem como sobre a remuneração dos trabalhadores”, observou o IBGE.

    As plataformas digitais e aplicativos de serviços abrangem transporte de pessoas, entrega de comida e produtos, serviços gerais ou profissionais. Na passagem de 2022 para 2024, houve crescimento desse tipo de ocupação tanto em termos de contingente quanto em proporção de pessoas trabalhando.

    O País tinha 88,5 milhões de trabalhadores ocupados no setor privado no terceiro trimestre de 2024, sendo 1,9% deles atuando por meio de plataformas digitais de serviços no trabalho principal. Na apuração anterior, referente ao quarto trimestre de 2022, esses trabalhadores plataformizados correspondiam a 1,5% do total de 85,6 milhões de ocupados no setor privado.

    “As plataformas digitais de trabalho, de um lado, têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro lado, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho. Entre os desafios que envolvem os trabalhadores plataformizados, citam-se o acesso a direitos trabalhistas e seguridade social, a capacidade de geração de uma renda adequada e a extensão das jornadas de trabalho”, frisou o IBGE.

    Quanto aos diferentes tipos de aplicativos de serviços utilizados no exercício do trabalho, 53,1% atuavam através de aplicativos de transporte particular de passageiros (exclusive aplicativo de táxi) em 2024; 29,3% via aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; 17,8% em aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 13,8% via aplicativos de táxi.

    “Considerando-se as pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja ou não de táxi, observa-se que, no País, havia 964 mil pessoas exercendo tal atividade, no trabalho principal, o que corresponde à maior parte (58,3%) dos trabalhadores plataformizados”, lembrou o IBGE.

    “Quando se analisa a utilização de plataformas digitais de trabalho por tipos de aplicativo, observa-se, portanto, que há um forte predomínio daqueles voltados às atividades de transporte particular de passageiros, incluindo os aplicativos de táxi, e aplicativos de entrega. A utilização de aplicativos voltados para a prestação de serviços gerais ou profissionais, por sua vez, mostrou-se menos usual, ainda que tenha registrado a maior expansão no período abrangido pela pesquisa.”

    Na passagem de 2022 e 2024, todos os tipos de aplicativos pesquisados registraram expansão no número de ocupados: as plataformas de prestação de serviços gerais ou profissionais tiveram expansão de 52,1% (de um total de 193 mil pessoas em 2022 para 294 mil em 2024); aplicativos de transporte particular de passageiros excluindo aplicativo de táxi, alta de 29,2% (de 680 mil para 878 mil pessoas); aplicativos de táxi, aumento de 13,5% (de 201 mil para 228 mil); aplicativos de entrega, elevação de 8,9% (de 445 mil para 485 mil).

    Em 2024, o Sudeste concentrou 888 mil trabalhadores atuando por aplicativos, 53,7% do total de plataformizados no País, seguido pelo Nordeste (293 mil, ou 17,7% do total nacional), Sul (200 mil ou 12,1%), Centro-Oeste (149 mil ou 9,0%) e Norte (124 mil ou 7,5% do total). Em relação a 2022, porém, destacaram-se as acentuadas expansões dessa forma de trabalho nas regiões Centro-Oeste (aumento de 58,8%) e Norte (56,0%), enquanto a menor variação foi registrada no Sudeste (17,0%).

    IBGE: Brasil tem 1,654 milhão de trabalhadores por app e plataformas, 25,4% a mais em 2 anos

  • Fintechs pagam mais imposto que bancos grandes, diz Campos Neto

    Fintechs pagam mais imposto que bancos grandes, diz Campos Neto

    Em meio à discussão sobre a tributação das fintechs, Roberto Campos Neto, hoje executivo do Nubank, afirmou que essas empresas já pagam uma taxa efetiva maior que os grandes bancos e defendeu uma alíquota igual para todo o setor financeiro, destacando o papel das fintechs na inclusão bancária

    (FOLHAPRESS) – Em meio ao debate sobre aumento de impostos para fintechs, Roberto Campos Neto, vice-chairman e diretor global de políticas públicas do Nubank, defendeu uma mesma taxa efetiva para todo o setor financeiro e afirmou que as fintechs já pagam uma taxa efetiva maior.

    “Não é verdade que as fintechs pagam menos impostos. Quando a gente pega o que de fato foi pago para o governo, que é a taxa efetiva de impostos, as fintechs pagaram mais do que os bancos grandes”, disse o ex-presidente do Banco Central em um videocast do Nubank, divulgado nesta quinta-feira (16).

    Uma das soluções, segundo o economista e colunista da Folha, seria aplicar uma mesma taxa efetiva para todas as instituições financeiras.

    “Precisamos entender o papel das fintechs nessa agenda de inovação e de inclusão financeira do Banco Central, que bancarizou quase 20% a mais da população. Grande parte da bancarização, eu diria mais da metade, foi feita em fintechs”, disse Campos Neto.

    O executivo do Nubank também afirmou que as fintechs contribuíram para a redução de taxas cobradas dos clientes e para a educação financeira dos brasileiros.

    Derrubada pela Câmara dos Deputados no início de outubro, a MP (medida provisória) 1.303 visava ampliar a alíquota da CSLL (Contribuição Social Sobre Lucro Líquido) de 9% para 15%, no caso das instituições de pagamento, e de 15% para 20% para as financeiras, a mesma dos bancos.

    Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao assunto. “Eu vou reunir o governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que tem fintechs maior que banco, que elas paguem o imposto devido a esse país”, disse Lula na quinta-feira passada (9).

    O setor de fintechs defende que, na prática, fintechs já pagam mais impostos que grandes bancos. Segundo levantamento da Zetta -associação que reúne representantes do setor, como o Nubank-, a soma da CSLL e do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica pagos pelas maiores fintechs é de 29,7%, contra 12,2% pagos pelos grandes bancos, em 2024.

    A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), por sua vez, afirma que o pleito histórico dos bancos é que todas as instituições financeiras sejam submetidas à mesma alíquota nominal.

    Fintechs pagam mais imposto que bancos grandes, diz Campos Neto

  • Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

    Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

    Durante evento em São Paulo, a ministra Cármen Lúcia afirmou que não fará um pedido direto ao presidente Lula sobre a sucessão de Luís Roberto Barroso no STF, mas reforçou sua conhecida defesa por mais mulheres na Suprema Corte, destacando que juízes “não pedem, porque não podem receber”.

    A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia evitou fazer um pedido direto ao presidente da República em relação à escolha do novo membro da corte, em razão da aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. El disse que todos sabem a sua posição em relação à necessidade de mais mulheres no STF, mas que não falaria especificamente sobre o caso. 

    “Eu não posso me manifestar por uma coisa que é da minha casa. Se eu fizer um pedido dirigido ao presidente da República, amanhã ele pode pedir alguma coisa à juíza”, disse, na noite dessa quinta-feira (16), no Sesc Pinheiros, na capital paulista, no evento Sempre Um Papo.

    “Todos sabem a minha posição sobre a questão das mulheres [no STF], mas não [falo] em específico. Juiz não pede porque não pode receber, na minha compreensão”, acrescentou.

    As declarações da ministra foram dadas após ser questionada sobre a possibilidade de a vaga aberta no STF ser ocupada por uma mulher. 

    A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi publicada quarta-feira (15) no Diário Oficial da União. Com a publicação do documento, Barroso deixará o cargo neste sábado (18). Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar um novo ministro para a corte. Não há prazo para indicação.

    Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Carmén Lúcia

  • BNDES aprova R$ 1,7 bi para Embraer exportar aviões aos EUA

    BNDES aprova R$ 1,7 bi para Embraer exportar aviões aos EUA

    O BNDES vai financiar R$ 1,7 bilhão para a exportação de 13 aviões da Embraer à SkyWest Airlines, dos Estados Unidos. As entregas estão previstas entre o fim de 2025 e 2026, reforçando a presença global da fabricante brasileira e a balança comercial do país

    (FOLHAPRESS) – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta sexta-feira (17) a aprovação de um financiamento de R$ 1,7 bilhão para a exportação de 13 aviões da Embraer à companhia aérea norte-americana SkyWest Airlines.

    Segundo o banco, as entregas devem ocorrer entre o quarto trimestre de 2025 e o final de 2026. A operação será realizada por meio da linha Exim Pós-Embarque, voltada a exportações, e envolverá aeronaves do modelo E-175.

    “O financiamento será pago em dólares pela SkyWest, gerando divisas para o Brasil e contribuindo para o fortalecimento da balança comercial”, disse o BNDES.

    De acordo com o banco, a empresa norte-americana é a maior operadora mundial do modelo E-175, com uma frota que deve chegar a 279 unidades até o fim de 2026.

    O BNDES argumenta que países com indústrias aeronáuticas de ponta financiam suas respectivas fabricantes de forma perene, por meio de instituições de desenvolvimento e agências de crédito à exportação.

    O banco afirma que, em 2025, desembolsou R$ 3,4 bilhões para financiar exportações de aviões da Embraer. Como a cifra envolve recursos já desembolsados (liberados), também inclui operações aprovadas anteriormente, segundo a instituição.

    “O BNDES tem um papel fundamental na promoção da competitividade da indústria brasileira no mercado global. E a Embraer é resultado dessa atuação do banco, que permitiu que a empresa alcançasse uma presença importante em vários países, sobretudo no mercado norte-americano”, declarou em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

    Ele também afirmou que, desde 1997, a instituição pública já financiou US$ 26,7 bilhões em exportações de mais de 1.350 aeronaves da empresa.

    No mesmo comunicado, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse que o BNDES tem sido um “parceiro muito importante” no fortalecimento da companhia no cenário global.

    “O apoio para expandir nossa atuação em um mercado tão relevante quanto os Estados Unidos é ainda mais estratégico. Nessa operação, também ganha a aviação regional americana, segmento com forte presença de nossas aeronaves e essencial para a conectividade do país”, acrescentou o executivo.

    A Embraer escapou do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros a partir de agosto.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende uma atuação fortalecida do BNDES no financiamento a diferentes setores da economia brasileira, incluindo a indústria.

    A posição é vista com ressalvas por economistas que temem um inchaço do banco e uma eventual reciclagem de ideias de outros mandatos do PT.

    A direção do BNDES já rebateu as críticas em mais de uma ocasião, dizendo que aposta em áreas consideradas estratégicas, como inovação e transição energética.

    BNDES aprova R$ 1,7 bi para Embraer exportar aviões aos EUA

  • Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Partidos aliados aguardam a decisão de Jair Bolsonaro sobre quem será o candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026 para definir alianças e chapas ao Senado. O ex-presidente quer indicar ao menos um nome por estado, priorizando o controle político da Casa

    (CBS NEWS) – Partidos de direita aguardam a definição de Jair Bolsonaro (PL) sobre quem será seu sucessor na disputa pela Presidência em 2026 para definir chapas em estados considerados estratégicos para a eleição nacional.

    O bolsonarismo tem candidatos competitivos ao Senado, seja do PL, seja de partidos aliados, em ao menos 13 estados -majoritariamente no centro-sul do país.

    A Casa tem a prerrogativa de aprovar o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e foi eleita como prioridade por Bolsonaro, que sonha concentrar a maioria dos parlamentares para “ter mais poderes quer o próprio presidente da República”, como já afirmou.

    Aliados do bolsonarismo apontam que alianças podem ser feitas ou desfeitas a depender de quem for o candidato ao Planalto -e de se for um nome também próximo de alguns partidos de centro, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou algum integrante da família Bolsonaro.

    A indefinição se dá especialmente no PSD –que integra o governo Lula (PT), mas também o de Tarcísio em São Paulo. O governador tem mantido postura ambígua, mas freou a ofensiva presidencial nas últimas semanas e tem reforçado ser candidato à reeleição.

    A ordem do ex-presidente é para que uma das vagas em cada estado seja de sua indicação, e a outra, de um partido aliado.

    Apesar da prioridade dada por Bolsonaro, seu campo político precisaria de um desempenho eleitoral sem precedentes em 2026 para controlar a maioria das 81 cadeiras do Senado.

    Em 2022, foram disputadas 27 vagas na Casa, e os aliados do ex-presidente conquistaram 56% delas. Em 2026, o Senado irá renovar as demais 54 vagas. Se o bolsonarismo repetir o índice de sucesso, conseguirá ocupar a maioria das cadeiras, 45, mas não chegará às 54 necessárias para conseguir a aprovação de um impeachment de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

    No Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná, a definição da chapa do Senado para o ano que vem depende bastante do arranjo para a disputa presidencial.

    No Rio de Janeiro, se Tarcísio for candidato ao Planalto, o prefeito e provável candidato ao governo Eduardo Paes (PSD) pode ficar neutro em relação à Casa, o que beneficiaria o PL, que pode ter dois candidatos no estado.
    Paes é aliado de Lula, mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já disse que estará com Tarcísio caso o governador se lance à Presidência.

    No Rio, além de Flávio Bolsonaro, o PL pode lançar ao Senado o governador Cláudio Castro, o senador Carlos Portinho ou até mesmo o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante.

    O PSD hoje tem um pré-candidato próprio ao governo federal: Ratinho Jr., chefe do Executivo no Paraná. Ele manterá a candidatura caso o governador de São Paulo decida não concorrer. Caso contrário, poderá se lançar ao Senado. No estado, o bolsonarismo tem mais duas candidaturas: deputado Filipe Barros (PL-PR) e Cristina Graeml (Podemos).

    Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, a indefinição preocupa aliados do governador e do ex-presidente. Um cenário se desenha com Tarcísio concorrendo à reeleição, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), para uma vaga ao Senado e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concorrendo para a outra -mas a presença dele nos EUA e as investigações que o atingem podem inviabilizá-lo.

    Em outro cenário, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), deixaria o cargo para concorrer ao governo ou o vice-governador Felício Ramuth (PSD) seria alçado ao posto.

    Há ainda a possibilidade de o vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), considerado um empecilho para eventual saída de Nunes, ser candidato ao Senado no lugar de Eduardo, que não deve retornar ao Brasil.

    Em Minas Gerais, estado do também presidenciável Romeu Zema (Novo), o Republicanos deve lançar para governador o senador Cleitinho, enquanto o chefe do Executivo estadual busca emplacar seu vice, Matheus Simões.

    Para isso, Simões pode se filiar ao PSD, que hoje é casa do senador Rodrigo 

    Pacheco (MG), possível nome de Lula para governador no estado.

    Santa Catarina, Distrito Federal e Rondônia são estados em que o PL deverá ter dois nomes concorrendo ao posto.

    No primeiro caso, Carlos Bolsonaro deve ficar com uma das vagas. A segunda é disputada pela deputada Carol de Toni (PL-SC) e pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que busca a reeleição.

    Os dois estiveram recentemente com Bolsonaro, preso em casa desde 4 de agosto. O ex-presidente disse à deputada que ela era um bom nome e deu aval para que tentasse se viabilizar. Já Amin afirmou à reportagem, após o encontro, que está cedo e há muita coisa para acontecer ainda.

    O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), tenta um arco amplo de alianças, mas poderia perder Amin e o PP -que se uniriam a uma candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD)- caso seu partido lance dois nomes ao Senado.

    No Distrito Federal, o PL apresenta duas candidaturas eleitoralmente viáveis, mas o movimento pode pôr o partido em rota de colisão com aliados. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é vista como garantida em uma das vagas -caso não se lance numa eventual chapa à Presidência, mesmo que como vice.

    A outra é postulada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que busca firmar acordo com PL e PP. A ideia é que a vice Celina Leão (PP), amiga de Michelle, seja sua sucessora e a chapa contemple a ex-primeira-dama e ele.

    Mas a deputada Bia Kicis (PL-DF) também se colocou para o cargo, após conversas com Bolsonaro no início do ano.

    Em Rondônia, o PL também deverá ter dois candidatos: o senador Marcos Rogério, que tentará se reeleger, e o empresário e amigo do clã Bruno Scheid.
    Opções ao Senado competitivas ao bolsonarismo*

    NORTE (3)
    – Acre: senador Márcio Bittar (PL-AC)
    – Rondônia: deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO)
    – Pará: deputado federal Éder Mauro (PL-PA)

    NORDESTE (1)
    – Rio Grande do Norte: senador Styvenson Valentin (Podemos-RN)

    CENTRO-OESTE (4)
    – Distrito Federal: ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF)
    – Goiás: deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO)
    – Mato Grosso do Sul: governador Reinaldo Azambuja (PL)
    – Tocantins: senador Eduardo Gomes (PL-TO)

    SUDESTE (3)
    – Minas Gerais: senador Carlos Viana (Podemos-MG)
    – São Paulo: secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PP)
    – Rio de Janeiro: senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

    SUL (2)
    – Paraná: Cristina Graeml (Podemos)
    – Santa Catarina: Carlos Bolsonaro (PL-RJ)

    *Incluindo nomes do PL, partidos aliados ou notórios apoiadores de Bolsonaro que já estão bem posicionados em pesquisas locais para ao menos uma das vagas ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

  • Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

    Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

    O governo Lula tenta impedir no Senado a aprovação de um projeto que permite gastos fora do arcabouço fiscal. A proposta, já aprovada na Câmara, exclui despesas com saúde, educação e empréstimos internacionais dos limites de gasto, o que, segundo técnicos, pode elevar o endividamento e fragilizar as contas públicas

    (FOLHAPRESS) – O Congresso Nacional quer aprovar uma medida que abre a porteira para gastos ilimitados fora do arcabouço fiscal. A iniciativa acendeu um alerta no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta barrar sua aprovação.

    A manobra foi incluída em um projeto de lei já aprovado pela Câmara dos Deputados e que agora tramita no Senado Federal. O texto exclui do arcabouço parte das despesas com educação e saúde financiadas com dinheiro do Fundo Social do Pré-Sal e gastos bancados com recursos oriundos de empréstimos internacionais.

    No caso de saúde e educação, outra lei sancionada neste ano delimita o alcance da flexibilização a 5% dos recursos do fundo, o equivalente a R$ 2 bilhões no ano que vem.

    O caso dos empréstimos é mais problemático. Na proposta de Orçamento para 2026, a programação para essas despesas é de R$ 1,9 bilhão, mas não há qualquer trava contra eventual ampliação de valores no futuro.

    Segundo dois técnicos da área econômica, o artigo autoriza, na prática, um cheque em branco para gastos fora dos limites do arcabouço, pois basta aumentar a captação de recursos por meio de empréstimos internacionais para poder gastar mais sem restrição.

    A equipe econômica tenta agora convencer os parlamentares a tirar pelo menos esse artigo do projeto. O texto estava na pauta do plenário do Senado na quarta-feira (15), mas a votação foi adiada a pedido do governo.

    O relator é o senador Jaques Wagner (PT-BA), que também é líder do governo na Casa. Nos últimos dias, integrantes do governo abriram diálogo para alertá-lo dos efeitos da medida.

    O próprio Executivo tem sido alvo de críticas por recorrer a manobras, como uso de fundos públicos e privados, para ampliar despesas. Mas técnicos da área econômica avaliam que o projeto cria uma brecha que prejudica não só as finanças públicas, mas também as contas externas.

    Ao incentivar a tomada de empréstimos no exterior para gastar fora dos limites do arcabouço, o texto serve de estímulo para que o país amplie sua dívida externa e, no limite, deixe de ser credor externo líquido (quando as reservas internacionais são maiores do que o endividamento externo), o que deixaria o Brasil mais vulnerável a choques.

    Além disso, os empréstimos são uma receita financeira, que não é contabilizada no resultado primário -que é o que conta para a meta fiscal de cada ano. Já o gasto feito a partir desses recursos é uma despesa primária. Ou seja, o arranjo piora o déficit das contas e, consequentemente, o endividamento, no que um técnico descreve como “o pior dos mundos”.

    O projeto foi apresentado originalmente pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder da sigla na Câmara e que também é o relator do Orçamento de 2026. A reportagem tentou contato com ele, mas não obteve resposta.

    Na justificativa da proposta, o parlamentar argumentou que “não faz sentido que [os recursos dos empréstimos] sejam submetidos ao limite de gastos, uma vez que são objeto de contratos firmados, com a obrigação de serem utilizados em determinados fins”.

    “A submissão desses recursos ao limite de despesas primárias da LC nº 200, de 2023 [lei do arcabouço fiscal], pode atrasar a realização das ações planejadas, trazendo prejuízos maiores, inclusive com imposição de multas, a depender do contrato firmado. Portanto, propõe-se a exclusão dessas despesas do limite”, disse no texto.

    O autor da proposta não incluiu projeção de despesas financiadas com empréstimos externos. No caso dos gastos com saúde e educação, ele estimou um impacto de R$ 1,5 bilhão, número considerado defasado pelo governo.

    Na Câmara, o projeto foi aprovado no fim de setembro por 296 votos a 145, com apoio de partidos aliados do governo, incluindo o próprio PT. A oposição chegou a pedir votação separada do artigo que abre a exceção para despesas financiadas por empréstimos internacionais, trecho que foi mantido por 281 votos a 148, novamente com respaldo dos governistas.

    A discussão do projeto se dá num momento em que o próprio Congresso se volta ao Executivo com cobranças por cortes de gastos. Esse tem sido um dos principais discursos dos parlamentares críticos ao governo Lula, usado inclusive para derrubar medidas que aumentam a arrecadação.

    Na semana passada, a Câmara enterrou a MP (medida provisória) de aumento de impostos, que poderia ampliar a arrecadação em R$ 20,9 bilhões em 2026, ano eleitoral. A proposta também continha medidas de contenção de gastos com potencial para poupar até R$ 15 bilhões no ano que vem.

    Um dia antes, os deputados aprovaram uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que afrouxa as regras de aposentadoria para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, impondo à União a obrigação de arcar com uma ajuda financeira a estados e municípios para bancar os benefícios. A medida é vista por especialistas como uma contrarreforma da Previdência.

    Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

  • Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    O presidente da Câmara, Hugo Motta, chamou de abusiva a proposta de cobrança por mala de mão em voos e anunciou urgência para votar o projeto que proíbe a taxa. A medida, apresentada por Da Vitória, garante o direito de levar bagagem de mão sem custo adicional

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou de forma enfática a possibilidade de as companhias aéreas voltarem a cobrar pela mala de mão em voos comerciais. O parlamentar classificou a medida como um abuso e afirmou que o Legislativo não permitirá que a prática seja adotada.

    Motta anunciou que colocará em votação um pedido de urgência para o Projeto de Lei 5041/2025, de autoria do deputado Da Vitória (PP-ES), que proíbe a cobrança adicional por bagagens de mão em viagens aéreas. “Um recado às companhias aéreas que querem cobrar até pela mala de mão nas viagens: a Câmara não vai aceitar esse abuso. O consumidor vem em primeiro lugar”, declarou o presidente da Casa.

    O projeto, protocolado em 8 de outubro, prevê que passageiros tenham direito de embarcar com uma mala de mão e um item pessoal, como bolsa, mochila ou pasta, sem custo adicional. A regra valerá para voos domésticos e internacionais operados por companhias nacionais ou estrangeiras, desde que parte do trajeto ocorra em território brasileiro.

    A proposta também determina que as empresas só poderão cobrar taxas adicionais caso o volume ultrapasse o peso ou as dimensões permitidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    Segundo o autor da proposta, a cobrança pela mala de mão representa uma prática que fere os direitos do consumidor. Ele afirma que a medida viola os princípios da transparência e da boa-fé ao transformar um serviço essencial em produto opcional e retirar um direito historicamente reconhecido aos passageiros.

    Nos últimos meses, algumas companhias aéreas começaram a oferecer tarifas mais baratas para passageiros que viajam apenas com um item pessoal que caiba sob o assento, como uma bolsa ou mochila, alegando que isso oferece opções mais econômicas. A prática, no entanto, tem sido criticada por restringir um benefício tradicional e aumentar os custos para quem precisa levar bagagem de mão.

     

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso