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  • Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Descontos são referentes aos anos de 2021 e janeiro de 2025; a cifra equivale a tudo que o Sindnapi recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025

    O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de valores ligados ao Sindicato Nacional de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindnapi) que somam R$ 389 milhões. 

    A cifra equivale a tudo que o sindicato recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025. Além do Sindnapi, a medida atinge o patrimônio pessoal do presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo. 

    Também foram atingidos o espólio de João Batista Inocentini, antigo presidente do sindicato, que morreu em 2023, e outros três dirigentes. 

    A decisão integra a mais recente fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS e foi deflagrada na semana passada pela a Polícia Federal (PF). Na ocasião, foram apreendidos bens como joias, relógios, dinheiro em espécie e carros de luxo, incluindo uma Ferrari, Porsches e até um carro de Fórmula 1. Ao todo foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em sete estados. 

    Além dos bloqueios, Mendonça autorizou as quebras de sigilo bancário e fiscal do sindicato e de alguns de seus dirigentes. O ministro justificou as medidas diante, entre outros motivos, devido à gravidade dos crimes investigados e do “risco de interferência na produção probatória e as manobras de dilapidação patrimonial e lavagem de capitais”. 

    O objetivo, segundo a decisão, é o “estrangulamento financeiro da estrutura criminosa”, além da “necessidade de assegurar a recuperação e o futuro ressarcimento dos valores objeto dos crimes”, escreveu Mendonça. 

    “De fato, extrai-se dos autos a existência de fundadas suspeitas de relevante participação dos representados nos ilícitos apurados na referida operação e em grupo criminoso organizado para lesar aposentados e pensionistas mediante os descontos indevidos de benefícios previdenciários junto ao INSS, com posterior emprego de medidas para ocultação e lavagem dos vultosos recursos ilícitos obtidos, notadamente no entorno de entidades como o SINDNAPI”, disse o ministro. 

    As medidas foram determinadas com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou para movimentações financeiras suspeitas envolvendo os investigados. A PF identificou, por exemplo, repasse de R$ 1,1 milhão do Sindnapi a uma construtora que depois teria repassado parte do dinheiro para uma outra empreiteira, que não possui nenhum funcionário. 

    Em nota, o Sindnapi disse que “reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.  

    No Congresso, a base governista tem acusado a oposição de tentar explorar o caso para atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por seu irmão mais velho, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, ser vice-presidente do Sindnapi. O sindicalista, contundo, não foi alvo de nenhuma medida judicial nem figura como investigado no inquérito. 

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

  • Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Foi dada orientação para olhar nos olhos de inquiridores e não enfrentar congressistas; por outro lado, Eli Cohen declara que conversa não é um treinamento prévio

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um dos primeiros a investigar os descontos irregulares em benefícios previdenciários, o advogado Eli Cohen recebeu dicas do marqueteiro do PL, Duda Lima, sobre como se portar no seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS. A informação consta de áudios obtidos pela reportagem e foi confirmada pelo próprio advogado.

    “O cara falou assim: primeiro lugar, nunca esqueça, a casa é deles, não é sua. Não tente ser esperto, não tente ser isso, não tente dar saidinha. Você está na casa deles. Segundo lugar, quando você for falar com o cara, mira no olho dele. Seja da direita, seja da esquerda, mira. Ele não pode achar que você está com receio”, declarou Cohen a interlocutores, em uma conversa gravada.

    O advogado, tanto na conversa privada como na resposta à reportagem, diferencia as dicas de um treinamento formal para falar em público. “Se teve media training deu tudo errado. Porque eu não estava preparado. Eu não estava nada preparado, muito pelo contrário”, afirmou o advogado no arquivo de áudio.

    A notícia de que o advogado havia tido ajuda de pessoas ligadas ao PL para se preparar para o depoimento foi divulgada semanas atrás e passou a ser explorada por integrantes do governo -já que o partido é o principal da oposição.

    À época, Cohen negou ter havido um treinamento bancado pelo PL. Procurado pela reportagem e informado da existência do áudio, o advogado disse que de fato houve uma conversa rápida entre ambos, mas que isso não configura um treinamento.

    Cohen também afirmou ser alvo de “uma incessante destruição de caráter” por ter exposto informações sobre o esquema de descontos irregulares em aposentadorias.

    Duda Lima disse que passar orientações é parte de seu dia a dia, que não assessora Cohen e que o episódio não se trata de um treinamento.

    “Treinamento que eu ministro teria de ser de dias e constantes. Aliás, não acho correto questionar com quem falo ou deixo de falar. Senão, teríamos de, também, questionar orientação de advogados e de jornalistas. E isso seria incabível”, declarou o chefe da comunicação do PL.

    Em um dos áudios obtidos pela reportagem, Cohen diz que a CPI questionou por escrito se ele havia recebido assistência de integrantes do PL. “É mentira, ninguém me treinou”, disse ele na gravação. Na conversa, ele fala com dois interlocutores.

    Ele respondeu à comissão por escrito e negou que tenha participado de treinamento promovido pelo PL ou outro partido.

    “Não houve qualquer tipo de ‘media training’, tampouco envolvimento de partidos políticos, razão pela qual a matéria publicada carece de veracidade e comprometimento com os verdadeiros fatos que levarão à responsabilização dos reais autores e responsáveis por este grave atentado contra os mais de sete milhões de aposentados e pensionistas atingidos”, escreveu ele no ofício.

    Informado pela reportagem sobre o teor de áudios em que menciona instruções do marqueteiro do PL, Cohen confirmou as dicas de Duda Lima e disse que quem o apresentou foi um amigo em comum chamado Wellington -o sobrenome e a profissão não foram mencionados na entrevista.

    O advogado relatou que seu amigo disse que poderia buscar orientação com o chefe da comunicação do PL. Cohen declarou que nem sabia de quem se tratava.

    “Ele [Wellington] chega e fala: ‘Eli, quer que eu pergunte alguma coisa lá? Eu conheço ele, é meu amigo. Eu falei: ‘Cara, nem sei quem é’. E ele falou assim: ‘Não lembra daquele cara que saiu no tapa na eleição do prefeito?’. Aí eu lembrei”, contou o advogado à reportagem.

    Lima foi agredido por um adversário enquanto acompanhava um dos debates televisivos da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024. Ele cuidava da campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Dois anos antes, em 2022, chefiou o marketing da tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

    Na véspera do depoimento à CPI, no dia 31 de agosto, um domingo, de acordo com Cohen, ele e Wellington combinaram que o marqueteiro iria até o escritório do advogado. O dia estava corrido e a conversa foi rápida, segundo Cohen.

    “Eu cumprimentei ele, a mesa estava cheia de documentos, ele me falou três ou quatro palavras, não consegui praticamente entender, tanto que eu praticamente nem usei [as dicas no depoimento]. Eles foram fazer essa reunião em outra sala, e eu fui embora”, declarou.

    “Ele falou assim: ‘Você não tem nem tempo de ter um aprimoramento de como falar com eles. Mas eu posso só dizer o seguinte, se ajudar: lembre sempre que a casa é deles, não é sua. E, outra coisa: quando estiver falando com eles, tenta falar olhando para quem te perguntou’”, contou o advogado.

    Quando surgiu a notícia de que Cohen teria tido treinamento de integrantes do PL, o coordenador da bancada governista na CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), defendeu que o advogado prestasse um novo depoimento. Disse, na reunião de 22 de setembro, que poderia se tratar de uma obstrução às investigações.

    O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), minimizou o caso. “Se esse media training de fato existiu, foi muito mal empregado, porque não foi… Não foi tão legal assim o resultado, né?”, disse ele.

    Marinho também disse, na reunião, que o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, afirmou a ele que não houve esse suposto treinamento, e sugeriu que o ofício de questionamento fosse enviado a Cohen. “Eu tive o cuidado de perguntar agora ao presidente do partido, e ele me disse que isso nunca existiu”, declarou o senador.

    Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

  • Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab

    Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab

    Presentes a homenagem ao presidente do PSD criticam bolsonarismo de governador e discutem Ratinho Jr.; secretário diz que seu partido fará cem deputados em 2026 e vê Lula preparando Boulos como sucessor

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Integrantes da elite empresarial e intelectual paulistana lamentaram, durante um jantar em homenagem a Gilberto Kassab (PSD) na segunda-feira (13), o que chamaram de erros e excessos bolsonaristas do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Segundo duas pessoas presentes ao encontro relataram à reportagem, o tom geral foi de desalento, dado que em diversos estratos Tarcísio era visto como uma opção palatável da direita a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial do ano que vem.

    O encontro, no apartamento de um expoente da ala do grupo ligada a questões sociais, reuniu cerca de 30 pessoas. A reportagem não conseguiu conversar com Kassab sobre o evento.

    A audiência era heterogênea, sem uma representação maciça da chamada Faria Lima, ou seja, nomes ligados à área financeira. Estavam lá empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), a herdeira do Itaú Neca Setúbal, o ex-ministro Nelson Jobim e advogados como Pierpaolo Bottini.

    Um empresário da área médica foi incisivo em sua fala, dizendo que Tarcísio inviabilizou o apoio que tinha no setor produtivo ao ficar ao lado do clã Bolsonaro no imbróglio do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil.

    Outros citaram o bolsonarismo reafirmado pelo ex-ministro da Infraestrutura enquanto o antigo chefe se prepara para ir à prisão por tentativa de golpe. Na avaliação de presentes, Tarcísio conseguiu desagradar quem o via como moderado e os radicais de Jair Bolsonaro (PL), que sentiram cheiro de oportunismo em suas falas.

    Kassab não entrou nesses méritos, segundo os presentes. Sobre o seu atual chefe Tarcísio, de quem é secretário de Governo, disse apenas que a decisão de candidatar-se à Presidência ainda não foi tomada, mas que ele tem a impressão de que o governador irá buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

    É um cenário que agrada Kassab, que tem um plano de voo no qual ele se candidata a vice e, em caso de vitória de Tarcísio e da busca pela Presidência do governador em 2030, ele assume o governo e disputa o pleito estadual naquele ano.

    Já sobre o bolsonarismo em si, o chefe do PSD disse considerar o movimento inviabilizado pelo radicalismo, e creditou muito aos movimentos de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, municiando o governo Trump com dados tentar salvar o pai da cadeia.

    A operação deu em nada. Apesar das tarifas e das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes e outros magistrados, Bolsonaro pegou mais de 27 anos de prisão. Para piorar o cenário dos radicais, Trump e Lula se aproximaram e ensaiam uma reconciliação.

    Kassab defendeu, como vem fazendo em público, a candidatura do governador Ratinho Jr. (PSD-PR) para o campo da direita. Chamou a atenção ele não ter citado o do também governador Eduardo Leite (RS), recém-incorporado ao PSD, o que ele justificou pela juventude do gaúcho de 40 anos -mas o paranaense tem 44.

    O secretário previu que seu partido, já consolidado em termos municipais, fará uma bancada de cem deputados na eleição do ano que vem. Hoje, é a quarta força na Câmara, ao lado do MDB, com 44 nomes. E voltou a defender um perfil centrista clássico, longe da esquerda liderada pelo PT e também do bolsonarismo.

    Citou algumas vezes em sua fala o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deixando a impressão aos comensais de que quer assumir o espaço do PSDB no imaginário político -na prática, ficou com os despojos do antes todo-poderoso tucanato em São Paulo, amealhando cerca de 1/3 as 645 prefeituras do estado.

    Por fim, fiel ao pé firme que mantém na canoa de Lula, em cujo governo o PSD tem três ministérios, Kassab avaliou o momento do petista como favorável. Repetindo o que já havia dito reservadamente em outras ocasiões, disse ver o presidente trabalhando como herdeiro político não um petista como o ministro Fernando Haddad (Fazenda), mas sim o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

    O psolista perdeu duas eleições em segundo turno na capital paulista com apoio de Lula, mas é visto como alguém capaz de carregar as bandeiras da esquerda e a retórica palanqueira do petista, algo que não há nas hostes do partido do presidente.

    Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab

  • Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis

    Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis

    Palácio do Planalto ainda mapeia apadrinhados de políticos que votaram contra MP do Executivo; Gleisi Hoffmann ouvirá líderes alinhados para redistribuição de vagas abertas após varredura

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O governo Lula planeja redistribuir entre parlamentares alinhados as vagas abertas com a demissão dos indicados por deputados que contrariaram o Palácio do Planalto durante votações de interesse do Executivo.

    Lideranças do Congresso deverão ser chamadas para reuniões com a ministra Gleisi Hoffmann, da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), para indicação de nomes para esses postos.

    Na semana passada, o governo começou a demitir apadrinhados dos parlamentares que votaram contra a MP (medida provisória) que aumentava a arrecadação para compensar a isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 mensais.

    A Câmara dos Deputados impôs essa derrota ao Palácio do Planalto ao retirar de pauta a proposta de aumento da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) das fintechs -prestadoras de serviços financeiros digitais, que atuam como bancos- de 9% para 15%.

    A MP também previa o aumento de taxação sobre o JCP (Juros sobre Capital Próprio), de 15% para 20%, utilizado para remunerar acionistas de grandes empresas.

    Publicada para compensar um recuo do Executivo na tentativa de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a medida provisória era apontada como fundamental para o governo Lula.

    Dois dias após a derrota, a gestão petista deu início ao processo de mapeamento e exoneração dos ocupantes de cargos indicados por políticos que votaram contra o texto, em uma primeira ação para retaliar os integrantes da base governista que não têm seguido as orientações do Planalto.

    Como antecipou a Folha de S.Paulo, cinco superintendentes regionais de ministérios ligados ao MDB e PSD foram exonerados. Um auxiliar de Lula diz que os aliados foram alertados de que essa votação era decisiva e que aqueles que se posicionassem contra a medida provisória fariam a opção de sair do governo.

    As primeiras consequências apareceram no Diário Oficial da União, com a exoneração dos superintendentes do Ministério da Agricultura no Pará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão. No Ministério dos Transportes, a superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) de Roraima perdeu o cargo.

    Ainda segundo outro integrante do governo, a identificação com exoneração desses indicados vai prosseguir nas próximas semanas. Essa é a primeira etapa da reorganização a cargo da SRI. A segunda etapa envolverá as reuniões de lideranças do Congresso com Gleisi para a indicação de nomes.

    Nessa primeira fase, as demissões causaram insatisfação principalmente no PSD, de acordo com deputados ouvidos pela reportagem. Um líder da sigla classificou a ação do governo como pouco inteligente e sem sentido, já que a sigla foi a segunda com maior apoio à MP, atrás apenas do PT.

    O PSD orientou voto contra a medida provisória, numa ação coordenada pelo presidente do partido, Gilberto Kassab. Já o MDB declarou voto a favor. Ambas as bancadas racharam, no entanto. No PSD, foram 20 votos a favor do governo e 18 contra. No MDB, 16 votos governistas e 14 contra.

    De acordo com parlamentares, as exonerações também alcançaram estatais, como Correios e Caixa Econômica Federal, com demissões em cargos de assessoria e administração regional. A saída de funcionários comissionados dessas empresas não é publicada no Diário Oficial.

    A medida provisória era uma das principais apostas do governo Lula para manter a arrecadação crescendo em 2026 e evitar a necessidade de corte de despesas e investimentos no ano eleitoral. Ela tinha impacto previsto de R$ 20 bilhões no Orçamento, e agora o Executivo terá que encontrar outras fontes de receita ou então reduzir seus gastos.

    A derrota, por 251 votos a 193, levou o governo a retaliar aliados que foram infiéis, partidos que se dizem na oposição e tinham cargos também foram afetados, a exemplo de indicados do PP e do PL na Caixa, como revelou o Painel, do jornal Folha de S.Paulo.

    Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis

  • Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

    Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

    Para o Uber Comfort, o Renault Logan não será mais aceito, independentemente do ano de fabricação, a partir de 6 de julho de 2026; veja os outros modelos!

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O aplicativo de transportes Uber divulgou uma lista de modelos de carros que não serão mais aceitos em corridas Comfort e Black, categorias premium da empresa, a partir de 2026.

    Para o Uber Comfort, o Renault Logan não será mais aceito, independentemente do ano de fabricação, a partir de 6 de julho do ano que vem. No caso do Black, a partir de 5 de janeiro não serão mais aceitos os modelos Renault Kardian, Citroën Basalt, Chery Tiggo 3 e 3X, Peugeot E-2008, Hyundai Kona Hybrid e JAC Motors J3 Turin e iEV 40.

    Alguns anos de fabricação de determinados modelos de carros também não serão mais aceitos. A tabela completa, dividida por estado foi divulgada na semana passada e pode ser acessada neste link.

    Para receber solicitações de viagens na categoria Uber Comfort, segundo a empresa, motoristas parceiros precisam ter mais de cem viagens com outras categorias (exceto de Uber Moto, Envios Moto e Uber Táxi), bem como ar-condicionado no carro e quatro portas.

    Além disso, é preciso ter média de avaliações de usuários de no mínimo 4,85 para as cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Londrina (PR), Joinville (SC), Porto Alegre (RS) e Caxias do Sul (RS) ou de 4,80 para todos os outros municípios.

    Já para o Uber Black, a média de avaliações de usuários deve ser de pelo menos 4,85 para qualquer cidade. Além dos demais requisitos para o Comfort, os carros Black também precisam ter as cores preto, chumbo, prata, cinza, azul-marinho, marrom ou branco.

    Em comunicado, a empresa afirma que a atualização de modelos é feita periodicamente, e que “os veículos da nova lista foram determinados com base em aspectos apontados pelos usuários como importantes para a decisão na hora de pedir viagens nas categorias Comfort e Black”.

    Para a categoria Uber X, prevalecem as regras da legislação local. Por exemplo, em cidades que têm limite de idade dos veículos de aplicativo, como em Brasília, Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Campinas (SP), que estabelecem o máximo de dez anos, veículos com ano de fabricação 2015 ou anterior não receberão viagens.

    A Uber também explica que, caso a média de avaliações de um motorista fique abaixo do mínimo exigido, o profissional receberá um aviso e terá as próximas 70 viagens para tentar fazer com que sua nota aumente. Caso não recupere, deixará de receber corridas nas categorias premium.

    Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

  • Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

    Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

    Ministro André Mendonça ordenou o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi e de seus dirigentes em investigação sobre descontos irregulares do INSS. Frei Chico, irmão do presidente Lula, é vice-presidente da entidade e figura entre os investigados no caso

    (FOLHAPRESS) – O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta terça-feira (14) o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e de dirigentes da entidade.

    José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), é vice-presidente da entidade, investigada no caso dos descontos irregulares de benefícios do INSS.

    A decisão foi dada no âmbito de uma ação que tramita de forma sigilosa. O processo é o mesmo no qual a Polícia Federal deflagrou uma operação na última quinta (9), em nova fase de investigação sobre o esquema.

    Mendonça, relator do caso, autorizou na semana passada 66 mandados de busca e apreensão. A PF fez a operação em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal.

    De acordo com nota divulgada pela PF, o objetivo foi aprofundar as apurações sobre supostos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e ocultação e dilapidação patrimonial.

    Durante a operação, foram apreendidos R$ 135,8 mil em espécie e 27 veículos, incluindo modelos de alto padrão como Ferrari, Porsche, Audi, BMW e Mini Cooper. Além de uma arma de fogo, 30 relógios, entre eles peças de luxo avaliadas em até R$ 100 mil, e diversos aparelhos eletrônicos, como celulares e notebook.

    O porta-voz do Sindnapi, Marco Piva, afirmou na ocasião que “o sindicato está muito tranquilo em relação a esse processo”. “Ao contrário de outras entidades, tem 25 anos de existência e de serviços prestados aos aposentados e pensionistas”.

    “O Sindnapi comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”, escreveram os advogados da associação na semana passada. Eles também declararam “absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.

    A reportagem não conseguiu contato com o Sindnapi nesta terça.

    Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

  • Lula se reúne com ministros do STF para tratar da indicação de substituto de Barroso

    Lula se reúne com ministros do STF para tratar da indicação de substituto de Barroso

    Lula reuniu ministros do STF no Alvorada para discutir a sucessão de Luís Roberto Barroso. Jorge Messias, da AGU, é o favorito do presidente, mas enfrenta resistência de magistrados que apoiam Rodrigo Pacheco para a vaga na Corte

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma conversa reservada, na noite desta terça-feira, 14, no Palácio da Alvorada. Na pauta, a indicação do nome que vai substituir o ministro Luís Roberto Barroso na Corte.

    O favorito de Lula para ocupar a vaga de Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada, é o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Decano da Corte, Gilmar Mendes – que participou da reunião com o presidente – tem outro preferido: o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ministros do STF Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, e o titular da Justiça, Ricardo Lewandowski, também estavam presentes no Alvorada.

    Além de Gilmar, Dino e Alexandre de Moraes defendem a indicação de Pacheco. Até agora, no entanto, Lula tem outros planos para o senador. Quer que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais, em 2026. O PT não tem concorrente forte e Lula precisa de um palanque em Minas, segundo colégio eleitoral do País.

    Como mostrou o Estadão, o presidente avalia que Messias está \”maduro\” para o cargo e não é uma aposta de risco. Evangélico e frequentador da Igreja Batista, o advogado-geral da União conta com a confiança de Lula e tem ajudado o governo a se aproximar do segmento.

    O nome escolhido pelo presidente para o STF passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, pelo crivo do plenário. Ao contrário de outras vezes, Lula tem sinalizado que quer fazer logo sua indicação para a Corte.

    Lula se reúne com ministros do STF para tratar da indicação de substituto de Barroso

  • EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

    EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

    A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e”fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial dos EUA

    O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas de 100% a 150% sobre produtos chineses ligados aos setores marítimo, logístico e de construção naval. A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e”fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial dos EUA.

    De acordo com o texto, as novas tarifas entram em vigor em 9 de novembro e abrangem uma ampla gama de equipamentos usados em portos e transporte intermodal. Entre os produtos afetados estão guindastes \”ship-to-shore\” (STS), aqueles usados para descarregar contêineres de embarcações, e chassis intermodais e suas partes, como trailers e semi-reboques empregados no transporte de cargas marítimas e ferroviárias.

    A tarifa também se aplica a equipamentos “fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa”, inclusive aqueles produzidos “por empresas controladas ou substancialmente influenciadas por nacionais chineses”.

    A medida também altera a forma de cobrança da taxa sobre navios estrangeiros transportadores de veículos, que passa a ser calculada com base em toneladas líquidas, em vez da antiga métrica por unidade de automóvel.

    O valor foi fixado em US$ 46 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarcação ao ano. A regra vale para navios construídos fora dos EUA, enquanto embarcações do governo americano e as inscritas no Maritime Security Program ficarão isentas até abril de 2029.

    O USTR justificou que a imposição de tarifas de 100% sobre guindastes e chassis intermodais da China tem por objetivo “aumentar a alavancagem dos EUA” e responder às “práticas e políticas investigadas” do país asiático. A proposta também prevê tarifas adicionais – de até 150% – sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, guindastes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.

    O documento também abre uma consulta pública até 10 de novembro sobre possíveis ajustes nas tarifas. Além disso, guindastes STS contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 ficarão isentos da alíquota de 100%.

    O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), medida que, segundo o texto, busca evitar “disrupções de curto prazo” no setor energético.

    EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

  • Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

    Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

    Governo libera nesta quarta-feira (15) um lote extra de R$ 1,5 bilhão do PIS/Pasep para 1,6 milhão de trabalhadores com dados enviados fora do prazo. Pagamentos vão até 29 de dezembro e podem ser feitos pela Caixa ou pelo Banco do Brasil

    (FOLHAPRESS) – O governo paga, nesta quarta-feira (15), o lote extra do PIS/Pasep para servidores públicos e trabalhadores do setor privado que tiveram seus dados enviados com atraso pelos empregadores. Cerca de 1,6 milhão de pessoas vão receber R$ 1,5 bilhão, em valores que têm como referência o ano-base de 2023.

    Trabalhadores do setor privado têm o depósito em conta-corrente ou na poupança digital da Caixa Econômica Federal, que é movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Servidores públicos têm o valor depositado direto em sua conta no Banco do Brasil, com saque disponível nos caixas eletrônicos.

    Para consultar se tem direito ao benefício, o trabalhador deve acessar a CTPS Digital (Carteira de Trabalho Digital) ou o portal Gov.br. Também é possível obter informações pelo telefone 158, de segunda a sábado, das 7h às 22h, exceto feriados.

    O prazo para resgatar o dinheiro vai até o dia 29 de dezembro para todos os trabalhadores. Caso não faça o resgate, o montante volta aos cofres públicos, mas pode ser solicitado dentro de cinco anos.

    Se dentro desse prazo o beneficiário não solicitar os valores, eles serão definitivamente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de saque.
    O último lote previsto em calendário foi pago no dia 15 de agosto para 4 milhões de pessoas. Entre os beneficiários do lote extra, 697.814 trabalhadores são de empresas privadas, vinculados ao PIS, e 942.387 são servidores públicos, vinculados ao Pasep.
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    COMO SACAR O DINHEIRO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL?

    O crédito do abono do PIS será realizado em conta-corrente ou poupança na Caixa de forma automática. Caso o beneficiário não possua conta no banco apta ao crédito, a instituição faz a abertura automática da Poupança Social Digital, que é movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, na qual é possível pagar contas, efetuar transferências, pagar na maquininha e fazer compras com o cartão de débito virtual.

    Para os clientes que apresentaram algum impedimento para o crédito em conta na data do pagamento, o saque poderá ser realizado com o cartão social e senha em terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e correspondentes Caixa Aqui. Também é possível realizar saques sem cartão nos terminais de autoatendimento, utilizando a identificação biométrica previamente cadastrada em uma agência.

    COMO ACESSAR O VALOR PELO BANCO DO BRASIL?

    Quem já tem conta no Banco do Brasil deve receber o crédito do Pasep diretamente em conta corrente ou poupança. Se algum beneficiário não é correntista do BB, mas possui um CPF cadastrado como chave Pix, também receberá os créditos em conta. O pagamento deve ocorrer ao longo do dia 15.

    Servidores que não têm conta no BB nem chave Pix CPF poderão realizar, até o dia 29 de dezembro, o saque via guichê de caixa nas agências do Banco do Brasil, ou enviar TED para conta em outras instituições financeiras acessando o site com login pelo Gov.br.

    Para realizar o saque em agência, os servidores devem apresentar documento de identificação, que pode ser nas versões física ou digital.

    COMO FAZER A CONSULTA AO PIS/PASEP?
    Pela internet
    1 – Acesse o site e clique em “Entrar com Gov.br”
    2 – Faça login com seu CPF e senha cadastrados no portal Gov.br. Caso não tenha cadastro, é possível fazê-lo neste site
    3 – Em seguida, clique em “Abono Salarial”
    4 – Na próxima tela, aparecerá a informação se o trabalhador receberá ou não o benefício

    Pelo aplicativo
    1 – No celular ou tablet, baixe o aplicativo Carteira de Trabalho Digital, caso não o tenha
    2 – Faça login com seu CPF e senha cadastrados no portal Gov.br. Caso não tenha cadastro, é possível fazê-lo neste site
    3 – Na tela inicial, clique em “Abono Salarial – Consultar”. Caso a opção não apareça, clique no menu da parte de baixo da tela, depois, em “Benefícios e Abono Salarial”
    4 – Na próxima página, aparecerá a informação sobre os valores a receber

    QUEM TEM DIREITO AO PIS/PASEP?
    Têm direito ao PIS/Pasep em 2025 profissionais da iniciativa privada e servidores públicos que trabalharam formalmente pelo menos 30 dias no ano-base do pagamento, que é 2023, ganhando até dois salários mínimos da época, o que dá R$ 2.640.

    É necessário estar inscrito há pelo menos cinco anos no programa e o empregador precisa ter informado os dados corretos na Rais (Relação de Anual de Informações Sociais).

    QUAL É VALOR DO ABONO SALARIAL DO PIS/PASEP?

    Os trabalhadores com direito ao abono podem receber até um salário mínimo, correspondente ao valor de R$ 1.518 neste ano, desde que cumpram os requisitos para ter o benefício, baseado no período trabalhado em 2023.

    O valor pago é proporcional ao número de meses trabalhados no ano de referência. O pagamento é de 1/12 sobre o mínimo. Quem trabalha formalmente por um mês recebe 1/12. Quem trabalha os 12 meses recebe o valor cheio.

    Por exemplo: O valor para quem trabalhou um mês é de R$ 127. No caso de quem trabalhou 12 meses no ano-base, é pago 100% do salário mínimo.

    Segundo o MTE, em 2025, R$ 30,7 bilhões foram destinados ao pagamento do benefício a cerca de 25,8 milhões de trabalhadores com direito ao abono salarial. O calendário oficial começou a ser pago em fevereiro e terminou em agosto.

    Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

  • Favorito para vaga de Barroso, Messias enfrenta campanha de ministros do STF por Pacheco

    Favorito para vaga de Barroso, Messias enfrenta campanha de ministros do STF por Pacheco

    A disputa pela vaga de Luís Roberto Barroso no STF acirrou bastidores do governo e do Judiciário. Jorge Messias, ministro da AGU e favorito de Lula, enfrenta resistência de ministros da corte, que articulam apoio ao senador Rodrigo Pacheco, considerado o nome preferido de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes

    (CBS NEWS) – Ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias é apontado como favorito para a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso, mas enfrenta uma campanha de ministros da corte em favor do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

    Apoiado enfaticamente pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o movimento dos magistrados se acirrou no segundo semestre de 2025, com a proximidade do fim do mandato de Barroso na presidência do tribunal e o aumento das especulações acerca de sua aposentadoria.

    Os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino são apontados como apoiadores de Pacheco. O senador contaria ainda com a simpatia de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

    Na noite desta terça-feira (14), o presidente Lula recebeu Gilmar, Moraes, Dino e os ministros Cristiano Zanin (STF) e Ricardo Lewandowski (Justiça) no Palácio da Alvorada para discutir a sucessão de Barroso.

    Essa articulação pró Pachaco se intensificou em julho, quando o governo decidiu brigar na Justiça pela reativação do decreto com elevações no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), após derrubada pelo Congresso Nacional.

    Por orientação de Lula, a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com pedido de declaração de constitucionalidade do decreto presidencial que aumentava alíquotas do IOF.

    Como ministro-chefe da AGU, Messias seria o interlocutor credenciado para a negociação com a corte. Ministros, porém, encamparam um movimento para que Pacheco fosse escalado para essa função.

    O senador já vinha se cacifando junto a integrantes do tribunal a ponto de ser prestigiado no Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo instituto de Gilmar Mendes. Pacheco foi um dos palestrantes do evento, em um painel que contava ainda com a participação de Alexandre de Moraes.

    O fórum em Portugal ocorreu no meio da crise entre o governo e o Congresso em torno da derrubada do decreto do IOF.

    Foi em Lisboa que ministros do Supremo e congressistas tentaram indicar Pacheco para a função de interlocutor entre Congresso, governo e Supremo para a crise do IOF. Mas Lula manteve a tarefa a cargo de Messias, ao lado do ministro Fernando Haddad (Fazenda).

    À época, magistrados chegaram a reclamar, em conversas reservadas, de uma dificuldade de interlocução com o Palácio do Planalto, defendendo a designação de outros ministros do governo para o diálogo.

    As queixas se davam sobre o desprestígio no processo de indicação para vagas em tribunais e a sobrecarga da pauta da corte com impasses da esfera política.

    Um ministro afirmou à Folha de S.Paulo em julho que faltava interlocução de alto nível entre o Planalto e o tribunal. Os recados de insatisfação com o governo acabavam recaindo sobre Messias.

    Essa articulação contrariou governistas. A avaliação no governo é que Messias é eficiente e discreto no desempenho das funções. E conseguiu desatar os nós com o Supremo com sua atuação firme em favor do tribunal e de Moraes após as sanções financeiras impostas pelo governo Donald Trump.

    Até as resistências desses ministros ao seu nome arrefeceram depois da contundente atuação em defesa do STF.

    O ministro colocou a AGU à disposição de Moraes para questionar a aplicação da Lei Magnitsky e orientou a contratação de escritório nos Estados Unidos para acompanhar o avanço das sanções contra o Brasil.

    Hoje esses ministros chegam a elogiar a qualificação de Messias -mantêm, no entanto, a preferência pelo senador.

    Pacheco se tornou um dos principais interlocutores com o Judiciário durante sua presidência do Senado. A corte vivia sob ataque do bolsonarismo.

    Alexandre de Moraes diz a interlocutores que costuma se encontrar semanalmente com o senador mineiro, em jantares reservados. Davi Alcolumbre costuma participar da mesa com os dois aliados.

    De conversas de Pacheco com os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes surgiu a primeira proposta no Congresso para a redução das penas dos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. Tratava-se de uma estratégia para reduzir as pressões bolsonaristas por uma anistia ampla.

    Gilmar chegou a anunciar em agosto que seu candidato à vaga do Supremo era Pacheco. “A Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente e o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos”, disse à colunista Mônica Bergamo.

    Com o fim de sua presidência do Senado, Pacheco passou a focar sua atuação em assuntos ligados ao Judiciário. Ele foi o idealizador da criação de um grupo de trabalho de juristas para sugerir a atualização do Código Civil, e hoje preside uma comissão específica sobre o tema.

    Em defesa de Pacheco, simpatizantes lembram sua atuação pelo respeito ao resultado das eleições presidenciais de 2022, quando o então presidente, Jair Bolsonaro, se recusava a admitir a vitória de Lula.

    Aliados do petista apostam, no entanto, no favoritismo de Messias. Segundo relatos, Lula elogia a combatividade e a lealdade do titular da AGU, dizendo que Messias está maduro para a função.

    Na avaliação desses interlocutores do presidente, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas teria até mais chances de que Pacheco para o STF, caso houvesse veto a Messias.

    A hipótese de vetos é, no entanto, rechaçada pelos magistrados.

    Há ainda movimentos de aliados de Lula para a indicação do advogado-geral da Petrobras, Wellington César Lima e Silva, para a vaga no Supremo. O presidente também é pressionado para indicar uma mulher –desejo já anunciado pelo próprio Barroso.

    Favorito para vaga de Barroso, Messias enfrenta campanha de ministros do STF por Pacheco