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  • Moraes solta 1ª fugitiva do 8/1 deportada dos EUA por imigração ilegal

    Moraes solta 1ª fugitiva do 8/1 deportada dos EUA por imigração ilegal

    A garçonete autônoma Cristiane Silva, de 33 anos, chegou à sua casa, em Balneário Camboriú (SC) no último dia 6, após mais de um ano da fuga do Brasil, em 2024. O período incluiu uma estadia na Argentina em 2024 e, depois, 228 dias presa pela Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA e pelo sistema penitenciário do Ceará, no Brasil

    (UOL/CBS NEWS) – Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes mandou soltar a primeira fugitiva dos ataques de 8 de Janeiro que foi deportada dos Estados Unidos para o Brasil por imigração ilegal. A decisão é de 3 de setembro.

    A garçonete autônoma Cristiane Silva, de 33 anos, chegou à sua casa, em Balneário Camboriú (SC) no último dia 6, após mais de um ano da fuga do Brasil, em 2024. O período incluiu uma estadia na Argentina em 2024 e, depois, 228 dias presa pela Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA e pelo sistema penitenciário do Ceará, no Brasil. Os americanos a deportaram em maio.

    Cristiane não foi condenada por golpe de Estado, mas pegou uma pena de um ano de prisão com restrição de direitos por incitação ao crime e associação criminosa. Ela foi detida no quartel general do Exército em 9 de janeiro de 2023, um dia depois do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. Em sua defesa, a mulher disse que não participou dos protestos, que não quebrou nada e que estava em Brasília para “passear e conhecer a capital”.

    Por meio de familiares, ela disse ao UOL nesta semana que não gostaria de conceder entrevistas. Mas, em abril, quando ainda estava detida nos EUA, Cristiane negou os crimes pelos quais foi condenada. Ela também havia dito que se arrependia de ter ido com os militantes bolsonaristas a Brasília em um ônibus que saiu de SC com destino à capital.

    “Eu me arrependo, sim, porque eu fui lá para conhecer e acabei… estou sendo injustiçada por algo que eu nem cometi”, disse.

    MINISTRO ENDURECEU PENA DE GARÇONETE

    Cristiane quebrou sua tornozeleira eletrônica em 26 abril de 2024, 12 dias após o UOL revelar que dezenas de militantes bolsonaristas estavam fazendo o mesmo e fugindo para a Argentina – mesmo destino escolhido por ela.

    Em novembro do ano passado, a mulher migrou para os EUA, onde foi detida por imigração ilegal em janeiro, um dia depois da posse do presidente Donald Trump. Em fevereiro de 2025, enquanto estava presa pelos americanos, o STF a condenou a um ano de prisão.

    Cristiane foi deportada em maio para o Brasil. Ela viajou com algemas prendendo os braços à barriga, e sem poder usar o banheiro no voo, segundo relatou sua advogada em audiência de custódia quando chegou a Fortaleza. Apesar de ter sido condenada a uma pena em regime mais brando, o ministro entendeu que, como ela fugiu, houve “desprezo pela Justiça”, e ordenou que o Estado de Santa Catarina a colocasse em uma colônia penal.

    No entanto, a Secretaria de Administração Penitenciária e a Justiça Estadual informaram que não haveria vagas nas colônias penais, mas poderiam ser oferecidas tornozeleiras eletrônicas a Cristiane. A Procuradoria Geral da República entendeu que era o caso de Cristiane cumprir pena do modo original como foi condenada.

    “A inexistência de vagas em estabelecimento prisional compatível com o regime semiaberto é circunstância que impossibilita o cumprimento da pena na forma fixada”, afirma parecer da Procuradoria Geral da República.

    O ministro Alexandre de Moraes concordou, mas disse que, se a condições, forem descumpridas, ela pode ser presa em regime fechado de novo. “Desse modo, [estão] presentes as hipóteses autorizadoras do restabelecimento da pena restritiva imposta à sentenciada, ressaltando que havendo descumprimento injustificado da pena substitutiva imposta, a pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade”, afirmou o magistrado.

    A PENA DE CRISTIANE

    Fica proibida de sair de Balneário Camboriú (SC) por um ano, ou seja, até maio de 2026. Este tempo é calculado descontando-se apenas o tempo em que ficou presa em Fortaleza (CE);

    Prestação de trabalho comunitário. São 225 horas e deve ser reduzido conforme o em que ela ficou detida em Fortaleza (CE);

    Curso presencial de democracia. Deve concluir o estudo de “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado” no Judiciário de sua cidade;

    Redes sociais. Está proibida de utilização de redes sociais até maio de 2026;
    Viagens. Está com passaportes suspenso;

    Armas. Perdeu de eventuais registros de armas de fogo;

    Multa individual. Pagará multa de R$ 13 mil, ou dez salários mínimos à época dos ataques aos Três Poderes;

    Multa coletiva. Pagará multa solidária de R$ 5 milhões, mas que só será cobrada quando isso for dividido entre os mais de 400 condenados pelos ataques, algo estimado por alguns em R$ 12 mil por condenado.

    Parte dessas punições não foi aplicada a réus como Cristiane, presos no QG do Exército, porque eles fizeram um acordo de não-persecução penal com o Ministério Público, no qual eles confessavam os crimes. Cristiane não aceitou o acordo. Em abril, ela afirmou que não assinou a proposta da PGR porque entendia que não cometeu crime algum.

    O pedido para a soltura de Cristiane foi feito por sua advogada, Tatiéli Chagas, assim que ela pousou no Brasil, em maio. Em junho, quando Moraes endureceu o regime de prisão da garçonete, ela protestou. “O que esperávamos era a liberdade, até porque é plenamente cabível e não vislumbraria outra alternativa”, afirmou a defensora à reportagem à época.

    Há cerca de 150 fugitivos dos ataques de 8 de Janeiro na Argentina. Lá, ao menos cinco estão presos pelas forças de segurança argentinas. Outros fugiram pelas Américas. O UOL apurou que eles estão em países como Chile, México e regiões da América Central. Nos EUA, duas mulheres permanecem detidas na Polícia de Imigração de Alfândega (ICE), outras duas já foram deportadas: Cristiane e Rosana Maciel.

    Moraes solta 1ª fugitiva do 8/1 deportada dos EUA por imigração ilegal

  • Inadimplência cai e derruba retomada de imóveis ao menor nível desde 2022

    Inadimplência cai e derruba retomada de imóveis ao menor nível desde 2022

    A Caixa Econômica reduziu em um terço o número de retomadas de imóveis no primeiro trimestre de 2025, registrando o menor patamar desde 2022. A queda está ligada à baixa inadimplência, ao mercado de trabalho aquecido e ao aumento das renegociações de contratos

    SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Caixa Econômica Federal, responsável por dois de cada três financiamentos imobiliários realizados no Brasil, reintegrou 8.762 imóveis no primeiro trimestre de 2025. O número 33,4% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (13.166 propriedades) se justifica pela redução da inadimplência dos contratos.

    Retomada de imóveis volta a cair no primeiro trimestre. O número de reintegrações é o menor para o mesmo período desde 2022 (812) e interrompe sequência de altas. Os dados obtidos pela reportagem via LAI (Lei de Acesso à Informação) mostram ainda que o valor total dos imóveis retomados somou R$ 1,15 bilhão, uma queda de 25,8% em relação ao mesmo período de 2024 (R$ 1,55 bilhão).

    Cenário econômico favorável justifica os números. A taxa de desemprego no menor patamar da história e a evolução do ganho médio dos brasileiros são consideradas determinantes para a redução das reintegrações. “Essa queda [das retomadas] reflete o mercado de trabalho mais aquecido e a ampliação das renegociações com os bancos. As famílias conseguiram se reorganizar financeiramente”, diz Bruno Pira, especialista em mercado imobiliário.

    Ambiente favorável derrubou índice de inadimplência. O percentual de atrasos por mais de 90 dias para a quitação dos financiamentos da Caixa recuou para 1,19% ao longo de todo o ano passado. Segundo os balanços do banco estatal, a taxa é 0,43 ponto percentual inferior à registrada um ano antes. Ainda que tenha voltado a subir no primeiro trimestre de 2025, para 1,42%, o cenário não afeta as recuperações, normalmente realizadas após períodos mais longos sem os pagamentos.

    HISTÓRICO

    Queda das retomadas vem após volume recorde registrado em 2024. No acumulado do ano passado, a Caixa reintegrou 49.935 imóveis (o banco não informa quantos imóveis financiados fazem parte da carteira). A quantidade superou o recorde do ano anterior, marcado pela retomada de 39.591 unidades.

    Número de recuperações foi praticamente nulo durante a pandemia. No período da pandemia de Covid-19, o governo autorizou medidas para não prejudicar quem foi afetado financeiramente pela emergência de saúde. Pausas e reduções temporárias nas parcelas reduziram as recuperações no período, levando às baixas históricas no início da década.

    INCERTEZAS

    Aumento dos juros tem pouca influência no número de retomadas. Apesar de encarecer e dificultar novos financiamentos, a elevação da taxa Selic para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, não altera os pagamentos dos contratos já firmados com o banco. “Quem pega um empréstimo, mesmo que com juros altos, normalmente tem uma programação financeira, pelo menos para um curto prazo, e dificilmente deixa de honrar as primeiras parcelas”, avalia Marcelo Tapai, especialista em direito imobiliário.

    Juros mais altos levam a queda no número de novos financiamentos. Desde novembro do ano passado, foram adotadas regras mais restritivas para a liberação do crédito imobiliário no Brasil. As mudanças elevaram de 20% para 30% o percentual mínimo de entrada para a aquisição do imóvel. “Em alguns casos, o máximo que os compradores conseguem de financiamento é 50% do valor do bem”, ressalta Tapai.

    Carteira de crédito imobiliário da Caixa cresce em ritmo mais lento. Com as mudanças, o banco estatal firmou 164,2 mil contratos no primeiro trimestre deste ano, número 10,4% menor do que as assinaturas celebradas entre janeiro e março do ano passado. Como consequência, a carteira de crédito imobiliário da Caixa subiu 12,7%, de R$ 754,3 bilhões para R$ 850,4 bilhões, e registrou a evolução anual mais baixa desde o segundo trimestre de 2022 (12,4%).

    COMO FUNCIONA A RETOMADA

    Bancos podem notificar a inadimplência 15 dias após o atraso. O período é estipulado pela lei 9.514/97. Ainda assim, Lucas Bettim, especialista em direito imobiliário, afirma que a maioria dos bancos adota um intervalo de tolerância de até três parcelas em atraso antes de formalizar a notificação extrajudicial no cartório. “O intervalo constitui uma janela crítica para negociação antes do início oficial do processo de retomada”, explica.

    Prazo para a quitação integral da dívida varia em até 45 dias. Sem a quitação, o cartório assume o direito de transferir a propriedade em nome do credor, que assume o compromisso de direcionar o imóvel para ser leiloado em duas etapas: o primeiro para definir o lance mínimo do bem e, em seguida, ocorre um leilão com a adição do valor da dívida.

    “Entre a primeira parcela em atraso e a realização do segundo leilão, o prazo médio é de seis a oito meses, podendo variar conforme a agilidade do cartório e do credor. Em caso de judicialização, esse prazo se estende significativamente”, diz Lucas Bettim, especialista em direito imobiliário

    Especialistas afirmam que prazos podem ser flexibilizados. “Os procedimentos internos costumam demorar até que a instituição inicie efetivamente o processo de cobrança e leilão do bem”, destaca Tapai. Pira, por sua vez, entende que os juros altos abrem margem positiva para os clientes. “O valor presente do dinheiro permite um bom desconto, o que pode gerar condições vantajosas para quem busca comprar para morar, investir ou regularizar seu financiamento em atraso”, avalia.

    Os bancos costumam oferecer alternativas de renegociação para evitar a retomada, e o cliente tem sempre a possibilidade de fazer uma portabilidade caso a taxa diminua e outro banco tenha uma condição de taxa menor.Bruno Pira, especialista em mercado imobiliário

    Retomadas não ocorrem somente devido à inadimplência. Ainda que o atraso nas prestações represente a principal motivação, as recuperações também podem acontecer por outras razões. Entre elas, aparecem o uso do imóvel para uma finalidade diferente da contratada, a transferência da posse a terceiros sem autorização do credor, a falta de pagamento do IPTU ou seguros obrigatórios e a constatação de fraude na contratação. Segundo Bettim, as autorizações são determinadas em contrato e vale “sempre que a integridade da garantia estiver ameaçada”.

    Inadimplência cai e derruba retomada de imóveis ao menor nível desde 2022

  • Fator mais importante para investir é o medo, não o risco, diz estudo

    Fator mais importante para investir é o medo, não o risco, diz estudo

    Economistas Rob Arnott e Edward McQuarrie defendem que o medo, e não o risco, é o principal fator que guia investidores e define preços de ativos. A tese desafia décadas de teoria dominante e reacende o debate sobre emoções no mercado financeiro

    (FOLHAPRESS) – Os economistas Rob Arnott e Edward F. McQuarrie riem com gosto quando perguntados sobre a reação ao seu último trabalho publicado. Foi a pior possível.

    “Foi como se nos dissessem: como vocês ousam fazer uma coisa dessas?”, se diverte Arnott, fundador do Research Affiliates, empresa de consultoria financeira.

    O sucesso de público (dentro dos padrões de uma pesquisa econômica) compensou, para eles, a revolta dos críticos. São cerca de 4.000 downloads.

    A tese dos dois pesquisadores é uma proposta para mudar o paradigma para avaliar valores de ativos e de investimentos. O mais importante não seria a teoria de quanto maior o risco, maior a recompensa. O fator determinante, segundo eles, é o medo.

    Arnott e McQuarrie, professor emérito da Universidade de Santa Clara, nos Estados Unidos, são autores do estudo “Fear, not risk, explains asset pricing” (Medo, não risco, explica precificação de bens).

    “O risco simplesmente não é uma ferramenta eficiente para fazer o que se propõe. Mas é cômodo [para ser utilizado por consultores e economistas] porque é mensurável. Medo é outra coisa. É bem mais difícil”, afirma McQuarrie.

    A teoria do risco é a forma mais popular de precificação de ativos pela percepção de que as pessoas exigem compensação financeira para abrir mão da segurança de um investimento considerado mais conservador.

    A partir da década de 1950, pesquisadores como Harry Markowitz e William Sharpe desenvolveram o embasamento da teoria de risco, o CAPM (Capital Asset Pricing Model). Ele mostrava como risco e retorno se relacionavam. A tese passou a ser ensinada nas principais escolas de economia e se tornou dominante.

    Por questionarem este método, Arnott e McQuarrie afirmam terem encontrado silêncio na comunidade acadêmica após a publicação do trabalho.

    “Isso não nos surpreendeu em nada”, diz Arnott.

    “CAPM é uma medida incompleta para medir risco e retorno. Representa fé, não é ciência. Como pode uma teoria que tem sido de forma tão repetida contrariada por dados empíricos ser vista ainda como a melhor representação científica do comportamento humano?”, questiona McQuarrie.

    A teoria dos dois pesquisadores é que o foco para medir o valor do ativo é o investidor, não o investimento. O seu comportamento, os seus sentimentos são mais determinantes no preço de um bem do que o cálculo do risco.

    Dentro disso, dois receios se sobressaem e são centrais na tese de Arnott e McQuarrie: o medo de perder (FOL, fear of loss, em inglês) e o medo de ficar de fora (FOMO, fear of missing out, em inglês). São as duas sensações que guiariam de verdade as ações de investidores.

    “Medo é a resposta com o poder de motivar e guiar a ação humana. É o fator central”, diz Arnott.

    “A teoria do risco delineia o investimento racional sob a luz da matemática, mas ignora as confusões das emoções humanas e falha para entender a história. Quando você percebe isso, o medo surge como conceito poderoso”, afirma o estudo.

    O texto tem a ideia de colocar fatores humanos além da questão matemática, de algo mensurável, como faz a teoria do risco. O valor do ativo seria determinado, na verdade, pelo equilíbrio entre o medo de perder dinheiro e o medo de ficar de fora de um investimento que pode oferecer um retorno superior.

    Eles defendem ser uma bobagem querer colocar uma pecha de racionalidade no mercado financeiro.

    “O mercado é irracional. Vernon Smith ganhou o Nobel de Economia [em 2022], em parte, por demonstrar que escolhas irracionais podem criar bolhas e desastres, mesmoem mercado em que todos os participantes sabem que o preço está maior ou menor que o valor real”, afirma o documento dos economistas.

    Isso seria explicado não pelo risco, dizem, mas pelo medo de ficar de fora.

    “Um homem de economia puramente racional não existe () O medo entra no pensamento porque a teoria do risco faz um trabalho medíocre explicando dados de avaliação de preços”, completa o texto.

    Os pesquisadores consideram que o estudo é um chamado para que outros economistas e estudiosos se debrucem sobre o tema para tentar chegar a um modelo matemático.

    “Quem sabe até ganhar o Nobel de Economia com isso”, pensa Arnott.

    É um pedido para despertar a curiosidade, outro sentimento humano, e ir além da matemática. Porque, lembram, medo é autoconhecimento.

    “Nós nos conhecemos melhor do que qualquer pessoa”, define McQuarrie, lembrando que isso é decisivo na definição de valor de um bem ou investimento.

    É também uma mudança de paradigma. Risco remete à coragem. O medo tem o estigma da fraqueza. Não é uma imagem que o mercado financeiro deseja passar.

    “Mas é a verdadeira”, finaliza Rob Arnott.

    Fator mais importante para investir é o medo, não o risco, diz estudo

  • Lula fala em orgulho do STF após condenação de Bolsonaro e pede diálogo com Trump em artigo no NYT

    Lula fala em orgulho do STF após condenação de Bolsonaro e pede diálogo com Trump em artigo no NYT

    Lula rebate sanções de Trump em artigo no NYT, defende STF pela condenação de Bolsonaro e afirma que democracia e soberania brasileiras não estão em negociação, classificando como políticas e infundadas as acusações usadas pelos EUA para justificar sobretaxas.

    (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) afirmou, em artigo ao jornal The New York Times publicado neste domingo (14), que deseja manter um diálogo “aberto e franco” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas que está orgulhoso do STF (Supremo Tribunal Federal) pela decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e que “são infundadas” as acusações contra o Brasil.

    “Presidente Trump, permanecemos abertos a negociar tudo que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e soberania do Brasil não estão na mesa de discussão”, afirmou Lula, no artigo escrito em inglês.

    O artigo, segundo Lula, é uma resposta do Brasil às tarifas extras de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A publicação, porém, ocorre justamente logo após o STF condenar Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão pela trama golpista. O governo americano ameaça novas sanções ao Brasil por causa do julgamento, com a alegação de que houve perseguição política.

    O presidente diz que examinou com atenção o argumento comercial e que é não “apenas equivocado, mas também ilógico”, já que há superávit na balança comercial em prol dos americanos. “A falta de racionalidade econômica por trás dessas medidas deixa claro que a motivação da Casa Branca é política”, escreve Lula.

    Segundo o presidente, o governo americano usa as tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente “que orquestrou uma tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023, numa tentativa de subverter a vontade popular expressa nas urnas”.

    Ele também cita planos para assassiná-lo, ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que foi relator dos processos contra Bolsonaro pela trama golpista.

    “Tenho orgulho do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua decisão histórica na última quinta-feira, que protege nossas instituições e o Estado democrático de direito. Isso não foi uma “caça às bruxas”. O julgamento resultou de um processo conduzido de acordo com a Constituição de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar”, afirma o presidente brasileiro.

    O presidente ainda rebate no artigo outras acusações do governo Trump para aplicar sanções comerciais ao Brasil, como a de que a regulação das redes sociais visa censurar a liberdade de expressão no país.

    Lula diz que esse argumento é “desonesto” e que a atuação brasileira busca “a proteção de nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio”. “A internet não pode ser uma terra sem lei, onde pedófilos e agressores têm liberdade para atacar nossas crianças e adolescentes”, afirma.

    No artigo, ele também defende o Pix, por permitir a inclusão financeira de milhões de cidadãos e empresas. O meio de pagamento faz parte de uma investigação comercial aberta pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil, em apuração no USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA).

    Para Lula, são “infundadas” as alegações de suposta falha na aplicação das leis ambientais. Ele afirma no artigo que o Brasil reduziu a taxa de desmatamento na Amazônia à metade nos dois anos do seu governo -mas que a redução das emissões de gases de efeito estufa depende também de que outros países façam a sua parte.

    O petista declara ainda que quando os Estados Unidos “viram as costas a uma relação de mais de 200 anos”, como a mantida com o Brasil, “todos perdem”, e afirmou que duas grandes nações devem ser capazes de se respeitar e de cooperar, “pelo bem dos brasileiros e dos americanos”.

    No artigo, Lula diz concordar com a ideia de levar empregos de volta aos Estados Unidos e promover a reindustrialização. Ambas, afirma, são motivações legítimas, e ver a Casa Branca ” finalmente reconhecer os limites do chamado Consenso de Washington” confirma a posição brasileira, acrescenta.

    O Consenso de Washington é um conjunto de políticas econômicas defendidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo Banco Mundial nos anos 1990 para países em desenvolvimento, que envolvia privatizações, corte de gastos públicos, desregulação da economia e liberação do comércio internacional. O objetivo era combater o endividamento desses países e sucessivas crises econômicas.

    “Quando, no passado, os Estados Unidos levantaram a bandeira do neoliberalismo, o Brasil alertou para seus efeitos nocivos”, diz o brasileiro no artigo.

    Apesar dessa defesa, Lula critica o uso de ações unilaterais e chama de “remédio errado” as tarifas impostas por Trump e defende o multilateralismo.
    Lula ainda defende que os Estados Unidos tiveram ganho na balança comercial com o Brasil de 410 bilhões de dólares em 15 anos e que 75% das importações feitas pelos brasileiros de produtos e serviços americanos são isentas de tarifas, como petróleo, gás natural e aeronaves.

    Lula fala em orgulho do STF após condenação de Bolsonaro e pede diálogo com Trump em artigo no NYT

  • Esquerda vê caminho aberto para Tarcísio e teme interferência de Trump após condenação de Bolsonaro

    Esquerda vê caminho aberto para Tarcísio e teme interferência de Trump após condenação de Bolsonaro

    Condenação de Bolsonaro abre espaço para Tarcísio na disputa presidencial e gera alerta no governo Lula sobre ofensiva internacional de Donald Trump, com risco de sanções econômicas e possível interferência nas eleições de 2026

    (CBS NEWS) – Aliados de Lula (PT) e integrantes do governo federal apontam que a condenação de Jair Bolsonaro (PL) deixa o caminho aberto para uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), contra o petista em 2026.

    Pessoas próximas a Lula também avaliam que o julgamento deve levar o governo Donald Trump, nos Estados Unidos, a impor uma nova ofensiva contra o Brasil e temem uma interferência do país na eleição do ano que vem.

    Para auxiliares do presidente, a pavimentação da rota de Tarcísio rumo à candidatura ao Planalto se deu a partir dos movimentos feitos pelo governador de São Paulo nos dias que antecederam a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Tarcísio se reuniu com lideranças para defender a votação de anistia a envolvidos na trama golpistas e criticou diretamente o tribunal.

    Governistas avaliam que Tarcísio cumpriu um roteiro traçado com o próprio Bolsonaro, em busca de apoio à sua campanha ao Palácio do Planalto. Os dois conversaram durante uma visita recente do governador ao ex-presidente. Nos dias seguintes, o centrão ampliou a defesa do nome de Tarcísio como candidato.

    Em reuniões, o próprio Lula vem repetindo que Tarcísio será o candidato do centrão no ano que vem. Ele chega a ressaltar uma mudança no comportamento do governador, que se mostrou disposto a parcerias com o governo federal nos primeiros anos de seu mandato. Um aliado do presidente diz acreditar que, daqui por diante, ele não participará mais de atos ao lado de Lula.

    Diante desse cenário, petistas dizem que o governador passará a nacionalizar cada vez mais seu discurso e que é preciso atuar para desgastar a imagem de Tarcísio.

    Os sinais de consolidação da candidatura dele fizeram com que o PT mudasse a estratégia para São Paulo, por exemplo. Na última semana, o partido decidiu levar à TV uma campanha com críticas ao governador, em uma inserção produzida exclusivamente para o estado. No restante do país, a propaganda petista foi destinada à exaltação do governo Lula.

    No ano que vem, a disputa nacional vai influenciar a estratégia do governo para a eleição paulista. O PT quer montar uma chapa forte para o Palácio Bandeirantes e as duas vagas de São Paulo para o Senado. A ideia é montar um palanque que dê sustentação à campanha de Lula no estado.

    Além dos nomes do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Fernando Haddad (Fazenda), a ministra Simone Tebet (Planejamento) é lembrada para a disputa, no caso dela, para o Senado.

    Sem Tarcísio no pleito estadual, aliados de Lula avaliam que Alckmin teria chances de ser, mais uma vez, eleito governador. Haddad também é mencionado para a vaga, embora venha descartando a hipótese.

    Aliados de Lula também dizem que, com a condenação e a aceleração das articulações em torno de Tarcísio, o PT deve analisar os impactos sobre suas alianças para 2026.

    Auxiliares do presidente entendem que dificilmente partidos do centrão hoje com o petista deverão apoiar sua reeleição. O esforço será para atrair parte das lideranças desses partidos e evitar que eles se aliem formalmente à candidatura adversária.

    Além disso, com a condenação de Bolsonaro, petistas e aliados do governo no Congresso reconhecem o risco de aumento da pressão para que o projeto da anistia avance no Legislativo.

    No Palácio do Planalto, a orientação é contra essa proposta e a favor de um empenho para que o tema não seja levado ao plenário diante da avaliação que hoje haveria votos suficientes para que ele fosse aprovado.

    Esses aliados também dizem que é preciso trabalhar para que a pauta do Congresso não fique paralisada nesse meio tempo, mirando a aprovação de um pacote de medidas sociais que possam ajudar o petista na reeleição.

    Há ainda uma avaliação de integrantes do governo e do próprio presidente da República de que a aprovação da anistia representaria uma vitória do governo dos Estados Unidos, num momento em que Donald Trump lança uma ofensiva contra o Brasil e impõe sobretaxa de 50% a produtos brasileiros.

    Para aliados de Lula, a condenação de Bolsonaro deve levar a gestão Trump a impor novas sanções ao país e a autoridades brasileiras. Há um temor em relação à amplitude dessa ofensiva americana, sobretudo com o receio de interferência nas eleições do próximo ano.

    Um petista diz que, diferentemente das outras eleições, há possibilidades de 2026 conter um fator de internacionalização da disputa, com ofensiva de Trump para garantir um aliado na Presidência.

    Esse petista diz que é preciso reforçar as relações internacionais, buscar outros parceiros comerciais e tentar blindar o debate de regulação das big techs, assunto que tem a oposição frontal da gestão do republicano.

    Por trás de todos os cálculos políticos, aliados de Lula vêm reforçando a avaliação de que o resultado do julgamento no STF, com a condenação de Bolsonaro e generais à prisão, pode ser considerado uma vitória histórica, ao mostrar que uma tentativa de golpe contra as instituições foi punida.

    Esquerda vê caminho aberto para Tarcísio e teme interferência de Trump após condenação de Bolsonaro

  • Nikolas Ferreira tenta cassar visto de Felipe Neto e briga com famosos

    Nikolas Ferreira tenta cassar visto de Felipe Neto e briga com famosos

    O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) passou o fim de semana em embates nas redes sociais com Felipe Neto, Whindersson Nunes, Pedro Certezas e o cantor Júnior. O parlamentar chegou a sugerir o cancelamento de vistos para os EUA e lançou ataques pessoais contra os artistas

    O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) passou o fim de semana trocando farpas com celebridades em seu perfil no Twitter. Entre os alvos estiveram Felipe Neto, Whindersson Nunes, o cantor Júnior e o influenciador Pedro Certezas.

    As motivações variaram. Em relação a Felipe Neto e Whindersson Nunes, Nikolas disse querer acionar a embaixada dos Estados Unidos para tentar cancelar os vistos dos dois. No caso de Felipe Neto, que atualmente está no país, o deputado pediu a seus seguidores que marcassem a embaixada em postagens críticas do youtuber ao governo norte-americano.

    A provocação a Felipe desencadeou a resposta de Whindersson Nunes, que ironizou a postura do parlamentar. O humorista escreveu que era “patético” um deputado ter como missão tentar impedir Felipe Neto de entrar nos EUA. Nikolas rebateu com ataques pessoais, publicando uma foto de Vitão e insinuando que o comediante havia “perdido” para o cantor por causa do namoro com Luísa Sonza. Whindersson reagiu em tom de deboche e sugeriu um ménage, ao que Nikolas respondeu mencionando sua família e afirmando que tinha apenas 16 anos na época da foto.

    Já em relação a Pedro Certezas, Nikolas declarou que pretende impedir que o influenciador obtenha visto para os Estados Unidos e, assim, não possa acompanhar a Copa do Mundo de 2026.

    Outro alvo foi o cantor Júnior, que durante show no festival The Town gritou “anistia é o c***”. Nikolas rebateu dizendo: “Gritar sem anistia é fácil… difícil é saber quem você é sem a Sandy”.

    Nikolas Ferreira tenta cassar visto de Felipe Neto e briga com famosos

  • Bolsonaro recebe alta após remoção de lesões; exame mostra anemia

    Bolsonaro recebe alta após remoção de lesões; exame mostra anemia

    Ex-presidente, em prisão domiciliar desde agosto, passou pelo Hospital DF Star para procedimentos médicos autorizados pelo STF. Exames apontaram anemia por deficiência de ferro e imagem residual de pneumonia por broncoaspiração

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica no início da tarde deste domingo (14) e retornou à sua casa em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar. Aos 70 anos, ele passou pelo Hospital DF Star para a remoção de lesões na pele, mas os exames também apontaram anemia por deficiência de ferro. Durante a internação, Bolsonaro recebeu reposição endovenosa de ferro.

    O boletim médico divulgado pela unidade de saúde informou ainda que uma tomografia de tórax mostrou imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração. Em relação às lesões cutâneas, os médicos removeram oito, localizadas no tronco e no braço direito. Os fragmentos foram encaminhados para análise, e o resultado deverá indicar se haverá necessidade de tratamento complementar.

    Segundo a equipe médica, Bolsonaro continuará em acompanhamento para hipertensão arterial, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra novas broncoaspirações. O documento é assinado por Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica, Leandro Echenique, cardiologista, Guilherme Meyer, diretor médico do hospital, e Allisson Barcelos Borges, diretor geral do DF Star.

    Bolsonaro chegou ao hospital sob escolta e com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Do lado de fora, apoiadores vestidos de verde e amarelo aguardaram sua passagem, mas não houve interação com o ex-presidente.

    Em prisão domiciliar desde o início de agosto, Bolsonaro foi autorizado a se deslocar para os procedimentos médicos antes mesmo da conclusão do julgamento que o condenou a mais de 27 anos de prisão pelo envolvimento em uma trama golpista. Moraes determinou que a defesa apresente atestados de comparecimento em até 48 horas após cada atendimento. Por questões de segurança, veículos que deixaram a residência do ex-presidente foram revistados.
     
     

     

    Bolsonaro recebe alta após remoção de lesões; exame mostra anemia

  • Gleisi comemora condenação de Bolsonaro e rechaça anistia, mas sinaliza para redução de penas do 8/1

    Gleisi comemora condenação de Bolsonaro e rechaça anistia, mas sinaliza para redução de penas do 8/1

    Em evento estadual do PT no Paraná, Gleisi disse que a discussão é válida, tanto se realizada pelo Congresso quanto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A fala foi registrada em um vídeo ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso.

    LUIS EDUARDO DE SOUSA
    CAMPINAS, SP (CBS NEWS) – A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a falar neste sábado (13) sobre a possibilidade de uma redução de pena aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro.

    Em evento estadual do PT no Paraná, Gleisi disse que a discussão é válida, tanto se realizada pelo Congresso quanto pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A fala foi registrada em um vídeo ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso.

    “Se querem discutir redução de pena, é outra coisa. Cabe a dosimetria ao Supremo Tribunal Federal ou até o Congresso avaliar e ter um projeto, mas aí é redução de pena, não tem a ver com anistia, não tem a ver com perdão”, disse.

    Trata-se da segunda declaração da ministra nesse sentido, embora em uma primeira ocasião ela tenha voltado atrás para desfazer ruídos com o STF.

    Pauta cara ao governo, o PT tenta, por meio da própria ministra, conter discussões desse teor na Câmara. Há um temor de que o avanço do projeto de lei pela anistia possa beneficiar não apenas os envolvidos nos ataques aos Três Poderes, mas também ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)-condenado na quinta-feira (11) a 27 anos de prisão por articular um golpe para se manter no poder.

    “Não podemos de maneira nenhuma olhar ou piscar para a questão da anistia. Vamos ser firmes, vamos ter que enfrentar o Congresso nesta pauta”, afirmou a ministra. Em seguida, Gleisi destacou que o perdão a Bolsonaro e aos outros sete réus condenados pela trama golpista seria “um presentinho para Donald Trump”.

    As negociações em torno da proposta de anistia avançaram nas últimas semanas, em resposta ao início do julgamento de Bolsonaro no STF, e envolveram partidos do centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo diz a ministra no vídeo, Tarcísio é pivô de uma articulação por perdão a Bolsonaro.

    O governador é apontado por políticos desse grupo como o candidato preferencial para enfrentar o presidente Lula (PT), e há uma pressão sobre Bolsonaro para que ele faça dele o seu sucessor político.

    No dia 10 de abril, ao falar sobre anistia ou redução de pena “em relação a algumas pessoas” envolvidas nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, Gleise afirmou achar “plenamente defensável do ponto de vista de muitos parlamentares que estão ali, talvez a gente até tenha que fazer essa discussão mesmo no Congresso”.

    No dia seguinte à declaração, ela voltou atrás e disse que cabia ao Judiciário a decisão sobre os ataques promovidos por apoiadores de Bolsonaro.

    No vídeo, Gleisi também fez críticas ao ministro do STF Luiz Fux, que votou no julgamento pela absolvição de Bolsonaro. “Foi um desserviço aquele voto, uma vergonha nacional. Deu condições a eles de fazer uma narrativa e ficar, depois, questionando o processo, mas os outros votos foram primorosos”.

    Embora o governo admita a possibilidade de rever indicações para cargos federais dos deputados e senadores que votarem a favor do projeto de lei da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, a pressão pelo avanço do projeto é grande. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautar ou não o texto.

    Gleisi comemora condenação de Bolsonaro e rechaça anistia, mas sinaliza para redução de penas do 8/1

  • Careca do INSS muda de ideia e prestará depoimento à CPI nesta segunda

    Careca do INSS muda de ideia e prestará depoimento à CPI nesta segunda

    No sábado (13), o ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), tinha decidido que investigados não são obrigados a prestar depoimento à CPI, e tornou facultativa a participação de Antunes e de outro investigado, Maurício Camisotti, que tem oitiva agendada para quinta-feira (18).

    RAPHAEL DI CUNTO
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, prestará depoimento nesta segunda-feira (15), às 16h, à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista do Congresso sobre desvios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), afirmou à Folha seu advogado, Cleber Lopes.

    No sábado (13), o ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), tinha decidido que investigados não são obrigados a prestar depoimento à CPI, e tornou facultativa a participação de Antunes e de outro investigado, Maurício Camisotti, que tem oitiva agendada para quinta-feira (18).

    Lopes disse à reportagem no sábado que Antunes não participaria, mas mudou de posição neste domingo e irá pessoalmente ao Congresso para explicar as acusações. “Ele quer falar”, afirmou, sem antecipar o conteúdo das declarações. “Ele vai responder às perguntas.”

    O Careca do INSS é apontado pela PF (Polícia Federal) como um dos operadores do esquema bilionário de desvios de aposentadorias e pensões, com descontos para bancar associações. A fraude teria gerado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões para aposentados e pensionistas, segundo a investigação.

    Ele e Camisotti -que é apontado como sócio oculto de uma das entidades que recebiam valores a partir dos descontos ilegais– foram presos preventivamente na sexta-feira (12) por ordem de Mendonça. Também foram cumpridos 13 de busca e apreensão, em São Paulo e no Distrito Federal.

    A operação de sexta-feira, segundo a PF, ocorreu para evitar o impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além da possível obstrução da investigação por parte de alguns investigados.

    Apontado em investigação como “epicentro da corrupção ativa” e lobista profundamente envolvido no “esquema de descontos ilegais de aposentadorias”, Antunes recebeu, de acordo com a investigação da Polícia Federal, R$ 53,58 milhões de entidades associativas e de intermediárias.

    Segundo relatório de investigadores, o pagamento ocorreu por meio de empresas de Antunes, que teria repassado R$ 9,32 milhões a servidores e companhias ligadas à cúpula do INSS.

    Deputados e senadores querem extrair de Antunes nomes de envolvidos e outras informações que ajudem no avanço da apuração.

    “As associações captavam os associados, se tinha fraude ele não tinha como saber”, afirmou o advogado de Antunes. “Essa narrativa de que ele era operador é uma bizarrice”, declarou. Na última quinta-feira (11), a comissão decidiu quebrar seus sigilos bancário e telemático (de telefone e emails, por exemplo).

    A CPI tenta engrenar com o depoimento desta segunda-feira, depois de possíveis alvos da investigação participarem das primeiras oitivas e apresentarem poucas novidades.

    Integrantes da comissão ouvidos pela reportagem avaliam que os dois possíveis alvos da CPI que já prestaram depoimento, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) e o ex-presidente do INSS Armed Mohamad Oliveira (que antes se chamava José Carlos Oliveira), acrescentaram pouco à investigação.

    Aliados do governo e da oposição consideram que Lupi prestou um depoimento quase sem brechas. No caso de Oliveira, a interpretação é de que ele não estava tão seguro quanto Lupi, mas que também não forneceu informações decisivas.

    O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Pode-MG), disse no sábado que as oitivas com Antunes e Camisotti eram importantes e solicitaria que Mendonça revesse a decisão que os dispensou de prestar depoimento caso não queiram participar. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu”, afirmou.

    A própria CPI solicitou ao ministro do STF autorização para ouvir os dois investigados, já que eles foram presos na sexta-feira. Mendonça os dispensou, segundo Viana –a decisão corre sob segredo de Justiça.

    Camisotti ainda não confirmou se prestará depoimento à CPI na quinta-feira ou se usará o direito autorizado pelo ministro para que falte à oitiva. A tendência, logo após a decisão, era de que o empresário não fosse ao Congresso esta semana, segundo pessoas próximas.

    Na sexta-feira, seus advogados disseram que não havia qualquer motivo que justificasse a prisão e que houve arbitrariedade na ação policial. “A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário”, disseram em nota.

    Careca do INSS muda de ideia e prestará depoimento à CPI nesta segunda

  • 'Humilhação', diz Carlos Bolsonaro sobre escolta armada para pai em hospital

    'Humilhação', diz Carlos Bolsonaro sobre escolta armada para pai em hospital

    Carlos disse que policiais fardados e armados humilham Bolsonaro. “Um comboio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade da bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a humilhação de um homem honesto”, escreveu nas redes sociais.

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) criticou neste domingo (14) o tamanho da escolta que acompanha o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para realizar um procedimento médico em um hospital em Brasília.

    Carlos disse que policiais fardados e armados humilham Bolsonaro. “Um comboio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade da bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a humilhação de um homem honesto”, escreveu nas redes sociais.

    Segundo ele, a escolta continua dentro do hospital. “Homens fardados e armados vigiam como se um senhor de 70 anos pudesse fugir por uma janela, assim como fazem em sua prisão domiciliar. Fica claro: o objetivo é fragilizá-lo, expô-lo e ofendê-lo, em nome da tal “missão dada, missão cumprida” -até mesmo durante uma cirurgia.”

    Bolsonaro passa por um procedimento para retirar manchas da pele. A previsão é que ele tenha alta em breve ainda neste domingo (14).

    – Estou com meu pai e presencio a continuidade do maior circo armado da história do Brasil.Um comboio com mais de 20 homens armados de fuzis ostensivamente, acompanhados de mais de 10 batedores, reduzindo a velocidade da bem abaixo da permitida na via, apenas para promover a?

    É a segunda saída de Bolsonaro da prisão domiciliar e a primeira desde a condenação. O ex-presidente está preso na casa dele desde 4 de agosto. No dia 16 daquele mês, Bolsonaro saiu para passar por exames que diagnosticaram esofagite, gastrite e resíduos de infecções pulmonares.

    Ele chegou ao Hospital DF Star, a cerca de 20 km da casa dele, por volta das 8h, sob forte escolta. Agentes das polícias Federal, Militar, Penal e de Operações Especiais o acompanham.

    No final de agosto, Moraes endureceu a prisão domiciliar de Bolsonaro, por acreditar que havia risco de fuga. O ministro acatou representação da PF e manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República), que apontaram a necessidade de manter agentes de prontidão em tempo integral para monitorar o ex-presidente. Desde então, todos os carros que saem da casa do ex-presidente também precisam ser vistoriados.

    'Humilhação', diz Carlos Bolsonaro sobre escolta armada para pai em hospital