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  • Hacker faz ataque global e Google alerta usuários para risco de segurança

    Hacker faz ataque global e Google alerta usuários para risco de segurança

    A recomendação é que as senhas das contas sejam alteradas imediatamente após a empresa confirmar que hackers conseguiram realizar “intrusões bem-sucedidas” em seu sistema.

    O Google emitiu um alerta nesta semana para todos os 2,5 bilhões de usuários do Gmail. A recomendação é que as senhas das contas sejam alteradas imediatamente após a empresa confirmar que hackers conseguiram realizar “intrusões bem-sucedidas” em seu sistema. O comunicado reforça a necessidade de atenção máxima para atividades suspeitas e sugere medidas adicionais de segurança, como a ativação da autenticação em dois fatores.

    O episódio está relacionado a uma violação ocorrida em um banco de dados corporativo da Salesforce, plataforma utilizada pelo Google. Em junho de 2025, a empresa já havia alertado que criminosos estavam se passando por funcionários de suporte de TI em ataques de engenharia social. Segundo o Google, essa prática mostrou-se “particularmente eficaz em enganar funcionários”.

    Como ocorreu a invasão e quais dados foram expostos
    Os ataques mais recentes ocorreram por meio de e-mails de phishing. As mensagens direcionavam os usuários para páginas falsas de login ou solicitavam códigos de autenticação, induzindo-os ao erro. Na investigação, o Google confirmou que houve uma violação em seu banco de dados vinculado ao Salesforce, mas destacou que os hackers tiveram acesso principalmente a informações públicas.

    As ações são atribuídas ao grupo hacker conhecido como ShinyHunters, já envolvido em grandes vazamentos de dados ao redor do mundo. A expectativa é que os criminosos tentem intensificar as extorsões, possivelmente utilizando sites de vazamento como forma de pressão.

    Embora muitas pessoas utilizem senhas fortes, dados internos do Google mostram que apenas um terço dos usuários costuma atualizá-las com regularidade. Ainda que as senhas não tenham sido diretamente comprometidas neste episódio, os hackers exploram combinações fracas ou reutilizadas em diferentes serviços, o que aumenta os riscos de invasão em larga escala.

    Em 8 de agosto, o Google notificou formalmente os usuários que podem ter sido afetados pela violação envolvendo a Salesforce. A companhia reforçou que a atualização imediata das senhas é essencial para reduzir as chances de comprometimento das contas.

    Recomendações de segurança
    Diante do incidente, o Google publicou uma lista de boas práticas para reforçar a proteção digital. Entre elas:

    • Criar senhas fortes e exclusivas para cada serviço utilizado;
    • Alterar as senhas regularmente, mesmo quando não houver suspeita de invasão;
    • Habilitar a autenticação em dois fatores, seja por SMS ou aplicativos específicos;
    • Manter atenção a e-mails suspeitos, links desconhecidos ou solicitações de códigos de verificação.
    • A empresa lembra que as medidas não protegem apenas contas de e-mail, mas também evitam que informações pessoais sejam exploradas em golpes mais amplos, como fraudes financeiras, clonagem de identidade e ataques de extorsão digital.

    O Google também orienta que os usuários busquem verificar, com frequência, atividades suspeitas em suas contas e fiquem atentos a notificações de login enviadas pela própria plataforma. Para a companhia, o episódio serve como alerta para a importância da segurança digital em tempos de ataques cada vez mais sofisticados e direcionados.

    Hacker faz ataque global e Google alerta usuários para risco de segurança

  • Aneel mantém bandeira vermelha patamar 2 em setembro

    Aneel mantém bandeira vermelha patamar 2 em setembro

    O responsável por escolher a bandeira tarifária mensalmente é a Aneel. É aplicada uma cobrança a depender da cor (verde, amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2)

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (29) que a bandeira tarifária de setembro será a vermelha patamar 2, mesmo nível de agosto. A sinalização indica que os consumidores receberão as contas de luz com adicional de R$ 7,87 para cada 100 kWh consumidos.

    Segundo a agência, as condições de afluência dos reservatórios da usina, hoje abaixo da média, não são favoráveis para a geração hidrelétrica. O quadro exige maior acionamento de usinas termelétricas, com maiores custos de geração, o que segundo o órgão justifica a manutenção da bandeira no próximo mês.

    O QUE SÃO AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS?

    O sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz, que permite repassar mensalmente aos consumidores os maiores custos do país com a geração de energia, completou dez anos de implementação em 2025.

    O mecanismo faz com que preços maiores para gerar energia, sobretudo pelo menor volume de água nas hidrelétricas, sejam transmitidos de forma mais imediata à famílias para que elas, informadas do maior custo, consumam de maneira mais consciente.

    Antes, o repasse era feito de maneira defasada no reajuste anual das tarifas -o que poderia, sem uma moderação no uso da energia, impulsionar ainda mais o acerto de contas.

    O responsável por escolher a bandeira tarifária mensalmente é a Aneel. É aplicada uma cobrança a depender da cor (verde, amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2).

    A definição usa diferentes variáveis, sendo a principal o PLD (Preço de Liquidação de Diferenças) -indicador que leva em conta o valor da geração de energia e é influenciado principalmente pelas condições dos reservatórios das hidrelétricas e pela consequente necessidade de acionamento de termelétricas (ou seja, menos água significa mais custos).

    DIFERENÇA ENTRE AS BANDEIRAS

    – Bandeira verde: custo normal, sem cobrança adicional.
    – Bandeira amarela: custo moderado, com um pequeno acréscimo.
    – Bandeira vermelha: custo alto, com acréscimo maior, dividido em patamar 1 e patamar 2.

    Aneel mantém bandeira vermelha patamar 2 em setembro

  • Bolsa bate novo recorde histórico com cenário eleitoral e dados da inflação dos EUA

    Bolsa bate novo recorde histórico com cenário eleitoral e dados da inflação dos EUA

    O dólar, também atento ao cenário internacional, fechou com alta de 0,29%, cotado a R$ 5,421

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira fechou em alta de 0,36% nesta sexta-feira (29), a 141.422 pontos, renovando o recorde histórico nominal de fechamento do Ibovespa. Durante o dia, a Bolsa também bateu uma nova máxima histórica intradia, após atingir 142.378 pontos no começo da tarde.

    O principal índice do mercado local iniciou a sessão em alta intensificando o movimento visto na quinta. Assim como na véspera, os investidores continuaram repercutindo uma possível consolidação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no cenário eleitoral de 2026, e a recuperação das ações de bancos brasileiros.

    Novos dados da inflação dos Estados Unidos e a expectativa para os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) sobre a taxa de juros americana também estiveram no foco do mercado.

    O dólar, também atento ao cenário internacional, fechou com alta de 0,29%, cotado a R$ 5,421.

    Apesar da alta nesta sexta, a moeda americana registrou uma queda de 3,18% no mês de agosto. A Bolsa, por outro lado, teve um aumento de 6,28% no mesmo período.

    No cenário doméstico, o mercado permaneceu atento ao cenário eleitoral. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputam quem irá capitalizar politicamente a megaoperação contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) da última quinta.

    A operação mirou mais de 350 alvos, pessoas físicas e jurídicas, que são utilizadas pelo PCC em operação do mercado financeiro formal.

    Pelas estimativas dos investigadores, o conjunto de negócios que foi alvo da operação movimentou cerca de R$ 30 bilhões para o crime organizado. Os agentes têm mandados para bloquear R$ 1,4 bilhão.

    Nesta sexta, em entrevista à rádio Itatiaia, o presidente Lula afirmou que Tarcísio não seria nada sem Jair Bolsonaro (PL) e que fará o que o ex-presidente quiser.

    “Nós temos que reconhecer que o Bolsonaro tem uma força no setor de extrema direita muito forte. O Tarcísio vai fazer o que o Bolsonaro quiser. Até porque, sem o Bolsonaro, ele não é nada. Ele sabe disso”, afirmou Lula na entrevista.

    Pesquisa Atlas/Intel da última quinta mostrou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um cenário hipotético de segundo turno das eleições presidenciais de 2026.

    O levantamento realizado pela Atlas/Intel indica Tarcísio marcando 48,4% contra 46,6% de Lula na disputa presidencial do ano que vem.

    Para Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, o ritmo é de otimismo com a candidatura de Tarcísio, visto como mais pró-mercado. “Segue o bom momento da Bolsa com o Tarcísio. O mercado já começa a antecipar as eleições do ano que vem, e podemos esperar a volatilidade em cima dessas pesquisas que se tornarão mais recorrentes”.

    O impasse comercial envolvendo Brasil e EUA também permaneceu no radar. Os canais de conversa entre os países para negociar a tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros continuam fechados.

    O presidente Lula (PT) autorizou no final da ultima quinta (28) que o Itamaraty dê início ao processo para adoção de medidas da Lei da Reciprocidade contra os Estados Unidos.

    A pasta comandada pelo ministro Mauro Vieira acionou a Camex (Câmara de Comércio Exterior), que tem 30 dias para analisar os argumentos sobre a legalidade de acionar instrumentos de retaliação.

    Além disso, há um temor de que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado para a próxima semana, intensifique as tensões entre os países.

    Integrantes do governo Lula (PT) e do STF (Supremo Tribunal Federal) consideram real a possibilidade de Trump aplicar novas sanções econômicas contra o Brasil e outras restrições a autoridades do país com o julgamento de Bolsonaro.

    Na cena internacional, o destaque ficou para a inflação dos EUA, medida pelo índice de preços PCE, métrica preferida do Fed (Federal Reserve, banco central americano) para sua meta inflacionária de 2%.

    Segundo o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta, o PCE subiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, após registrar alta de 0,3% em junho. Nos 12 meses até julho, o índice PCE avançou 2,6%, igualando o resultado de junho.

    Os dados fizeram com que operadores aumentassem de 85% para 90% a probabilidade de que o Fed iniciará uma série de cortes graduais na taxa de juros em setembro.

    Jerome Powell, presidente do BC americano, sinalizou um possível corte durante discurso na última sexta. O Fed vem mantendo a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% desde dezembro do ano passado.

    Para os mercados de renda variável e de câmbio, cortes nos juros do Fed são uma boa notícia, já que costumam vir acompanhados de uma injeção de recursos de investidores egressos da renda fixa norte-americana. Quando os juros por lá caem, os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro dos Estados Unidos também caem.

    Entretanto, para Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a resistência da economia norte-americana, com inflação persistindo acima da meta, sinaliza para um ritmo mais lento de cortes na taxa.

    “Juros mais altos nos Estados Unidos exercem uma pressão de alta sobre a taxa de câmbio do real, o que favorece o valor global do dólar”.

    Os agentes também continuaram monitorando os desdobramentos da demissão de Lisa Cook, do Fed. Segundo analistas, a tentativa de Trump demitir a diretora gera incertezas sobre a autonomia da autoridade monetária americana.

    Na quinta, a diretora entrou com uma ação judicial contra presidente Donald Trump, alegando que o republicano não tem poder para destituí-la do cargo.

    Uma juíza federal avaliou nesta sexta-feira (29) a possibilidade de bloquear temporariamente a demissão de Cook. A audiência judicial terminou sem decisão.

    A audiência perante a juíza distrital dos EUA Jia Cobb, em Washington, é o primeiro passo do que provavelmente será uma batalha judicial prolongada que poderá acabar com a independência histórica do banco central dos EUA e provavelmente será resolvida pela Suprema Corte.

    Bolsa bate novo recorde histórico com cenário eleitoral e dados da inflação dos EUA

  • Tribunal dos EUA decide que tarifas recíprocas de Trump são ilegais

    Tribunal dos EUA decide que tarifas recíprocas de Trump são ilegais

    Donald Trump transformou as tarifas em um pilar da política externa americana, usando-as para exercer pressão política e renegociar acordos comerciais com parceiros comerciais

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um tribunal de apelações dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (29) que a maior parte das tarifas impostas por Donald Trump é ilegal, enfraquecendo o uso dessas medidas pelo presidente como uma ferramenta central da política econômica internacional.

    Trump transformou as tarifas em um pilar da política externa americana, usando-as para exercer pressão política e renegociar acordos comerciais com parceiros comerciais. O Brasil é afetado por uma tarifa de 50% sobre a maior parte de suas exportações, uma das maiores sobretaxas do mundo.

    O tribunal determinou que as tarifas podem permanecer em vigor até 14 de outubro para permitir recursos à Suprema Corte.

    As tarifas deram ao governo Trump poder de barganha para obter concessões econômicas de parceiros comerciais, mas também aumentaram a volatilidade nos mercados financeiros.

    “O estatuto confere autoridade significativa ao presidente para adotar uma série de ações em resposta a uma emergência nacional declarada, mas nenhuma dessas ações inclui explicitamente o poder de impor tarifas, impostos alfandegários ou similares, nem o poder de tributar”, afirmou o tribunal.

    A decisão do Tribunal de Apelações para o Circuito Federal dos EUA, em Washington, abordou a legalidade das chamadas tarifas “recíprocas” impostas por Trump em abril como parte de sua guerra comercial, bem como um conjunto separado de tarifas impostas em fevereiro contra China, Canadá e México.

    A decisão do tribunal não afeta tarifas emitidas sob outras bases legais, como as tarifas de Trump sobre importações de aço e alumínio.

    Trump justificou os conjuntos de tarifas -assim como as mais recentes- com base na Lei de Poderes Econômicos em Emergências Internacionais (International Emergency Economic Powers Act, IEEPA), que concede ao presidente autoridade para enfrentar ameaças “inusitadas e extraordinárias” durante emergências nacionais.

    “Parece improvável que o Congresso tenha pretendido, ao promulgar a IEEPA, se afastar de sua prática anterior e conceder ao presidente autoridade ilimitada para impor tarifas”, afirmou a decisão. “O estatuto não menciona tarifas (ou qualquer sinônimo) e não contém salvaguardas processuais que estabeleçam limites claros ao poder do presidente de impor tarifas.”

    A lei de 1977 havia sido historicamente usada para impor sanções a inimigos ou congelar seus ativos. Trump, o primeiro presidente a usar a IEEPA para impor tarifas, afirma que as medidas foram justificadas devido a desequilíbrios comerciais, declínio da capacidade industrial americana e ao fluxo transfronteiriço de drogas.

    O Departamento de Justiça de Trump argumentou que a lei permite tarifas sob provisões de emergência que autorizam o presidente a “regular” importações ou bloqueá-las completamente.

    Trump declarou emergência nacional em abril devido ao fato de os EUA importarem mais do que exportam, situação recorrente há décadas. O presidente afirmou que o déficit comercial persistente prejudicava a capacidade industrial e a prontidão militar dos EUA.

    Ele disse que as tarifas de fevereiro contra China, Canadá e México eram apropriadas porque esses países não estavam fazendo o suficiente para impedir a entrada ilegal de fentanil nos EUA -alegação negada pelos três países.

    O tribunal de apelações analisou dois processos: um movido por cinco pequenas empresas americanas e outro por 12 estados liderados pelo Partido Democrata, que argumentaram que a IEEPA não autoriza a imposição de tarifas.

    A Constituição dos EUA concede ao Congresso, e não ao presidente, a autoridade para instituir impostos e tarifas, e qualquer delegação desse poder deve ser explícita e limitada, segundo os processos.

    O Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, com sede em Nova York, já havia julgado contra as políticas tarifárias de Trump em 28 de maio, afirmando que o presidente havia excedido sua autoridade ao impor ambos os conjuntos de tarifas questionadas. O painel de três juízes incluía um magistrado indicado por Trump em seu primeiro mandato.

    Outro tribunal em Washington também decidiu que a IEEPA não autoriza as tarifas de Trump, e o governo recorreu dessa decisão. Ao menos oito processos judiciais questionam as políticas tarifárias de Trump, incluindo um movido pelo estado da Califórnia.

    Tribunal dos EUA decide que tarifas recíprocas de Trump são ilegais

  • Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho análogo à escravidão na ditadura

    Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho análogo à escravidão na ditadura

    A empresa foi condenada ainda a fazer um pedido público de desculpas em jornais e revistas; a montadora informou que irá recorrer

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A 8ª Vara do Trabalho de Redenção, no Pará, condenou a Volkswagen ao pagamento de multa no valor de R$ 165 milhões pela acusação de trabalho análogo à escravidão na ditadura militar em uma fazenda que mantinha no Brasil, na região Norte.

    A empresa foi condenada ainda a fazer um pedido público de desculpas em jornais e revistas, e manter em seus contratos de terceirização cláusula de vedação a trabalho escravo.

    A montadora irá recorrer. Em nota, afirma que “seguirá sua defesa em busca de justiça e segurança jurídica nas instâncias superiores” e diz defender a dignidade humana ao longo de sua história.

    “A Volkswagen do Brasil informa que tomou conhecimento da decisão em primeira instância relacionada à investigação da fazenda Vale do Rio Cristalino, mas seguirá sua defesa em busca de justiça e segurança jurídica nas instâncias superiores”, diz.

    “Com um legado de 72 anos, a empresa defende consistentemente os princípios da dignidade humana e cumpre rigorosamente todas as leis e regulamentos trabalhistas aplicáveis. A Volkswagen reafirma seu compromisso inabalável com a responsabilidade social, que está intrinsecamente ligada à sua conduta como pessoa jurídica e empregadora.”

    O caso foi levado à Justiça no final de 2024, por meio de ação civil pública com acusações de trabalho escravo, tráfico de pessoas e violações dos direitos humanos na fazenda Vale do Rio Cristalino, conhecida como fazenda Volkswagen, em Santana do Araguaia (PA), entre os anos de 1974 e 1986.

    A propriedade pertence à CVRC (Companhia Vale do Rio Cristalino Agropecuária Comércio e Indústria), subsidiária da Volkswagen, e era usada pela empresa para criação de gado e extração de madeira durante a ditadura militar.

    O julgamento da empresa começou em maio de 2025. Houve tentativa de conciliação em dois momentos, mas a Volkswagen negou o acordo. Em sua defesa, solicitou que os pedidos do MPT (Ministério Público do Trabalho), responsável pela ação civil pública, fossem negados.

    Alegou ainda que os trabalhadores não tinham vínculo de emprego com as empreiteiras contratadas na época, disse não haver mais nenhum sucessor que integre o passivo da ação e que os funcionários não prestavam serviços diretos à Volkswagen, mas a terceiros, e nunca pediram reconhecimento da carteira assinada.

    Em sua decisão, que tem quase 300 páginas, o juiz Otavio Bruno da Silva Ferreira afirmou que os casos narrados na ação, mesmo que ocorridos nas décadas de 1970 e 1980, revelam “violação grave e sistemática de direitos fundamentais”.

    Silva citou ainda as acusações de aliciamento, servidão por dívida, restrição de locomoção e condições degradantes como agravantes, incluindo exigência de autorização escrita para sair e retenção de quem tentava deixar o local.

    “Tais elementos demonstram a gravidade e justificam a adoção de medidas de satisfação (reconhecimento público e desculpas) e de não repetição (deveres estruturais de diligência na cadeia), para prevenir reiteração e reconstituir a confiança pública”, afirmou.

    Segundo a ação civil pública, a fazenda Vale do Rio Cristalino era um “dos maiores empreendimentos rurais da região amazônica, iniciado na década de 1970 e subsidiado pelo governo militar, sobretudo por meio da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e do Basa (Banco da Amazonia S/A)”.

    O local chegou ter cerca de 300 empregados diretos, incluindo profissionais para funções administrativas, vaqueiro, segurança e fiscais, entre outras. Para o serviço de roçagem e derrubada, o trabalho seria feito de forma análoga à escravidão por trabalhadores sem vínculos empregatícios, contratados por empreiteiros.

    O início do trabalho se deu com a transformação da vegetação nativa em local de 139 mil hectares em área de pasto por meio de queimadas e desmatamentos feitos por empreiteiros chamados de “gatos”, que seriam os responsáveis por recrutar lavradores em pequenos municípios no interior dos estados de Mato Grosso, Goiás e no que é hoje o Tocantins.

    O processo diz que os “gatos” ofereciam trabalho para vários homens, em especial adolescentes, com promessas como bom salário, vínculo de emprego com a montadora e outras vantagens. Era comum deixar dinheiro adiantado com a família dos trabalhadores.

    Os jovens eram levados em paus de arara vigiados por homens armados. Ao chegar ao local, muitas vezes, eram vendidos para outros “gatos”, proibidos de ir e vir, e forçados a trabalhar sob o argumento de que já tinham dívidas de transporte e até mesmo de comida com a fazenda.

    As frentes de trabalho ficavam a cerca de 80 km da entrada. Eram comuns, segundo a denúncia, violência, jornadas extenuantes, golpes de facão, humilhações e até disparo de armas de fogo. Há relatos de desaparecimentos.

    Ao chegar à fazenda, de acordo com o MPT, os profissionais eram obrigados a comprar uma lona e construir a própria moradia de forma precária. A comida era comprada em uma cantina no local e eles nunca conseguiam quitar as dívidas, dizem os relatos.

    As denúncias chegaram ao MPT em 2019, levadas pelo padre Ricardo Rezende Figueira, que foi coordenador da CPT (Comissão Pastoral da Terra) para a região do Araguaia e Tocantins da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na época.

    Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho análogo à escravidão na ditadura

  • Moraes atende pedido de Alcolumbre e derruba cautelares de Marcos do Val

    Moraes atende pedido de Alcolumbre e derruba cautelares de Marcos do Val

    Do Val é investigado por ataques ao STF e à Polícia Federal; senador deve retirar a tornozeleira eletrônica nos próximos dias

    BRASÍLIA, DF (UOL/CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu a um pedido do Senado e derrubou quase todas as medidas cautelares contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Ele continua com o passaporte apreendido e proibido de deixar o país.

    Senador pediu licença do mandato. A decisão veio após o parlamentar encaminhar ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um pedido de licença temporária do mandato.

    Alcolumbre tentava resolver a situação do parlamentar. Ele vinha buscando uma saída para a situação de Do Val. Como revelou o jornal O Globo, ele havia sinalizado que iria pedir a suspensão do mandato do parlamentar por seis meses.

    O recurso do Senado foi apresentado nesta semana ao STF. O Senado menciona o pedido de licença e que consta um laudo médico que aponta a necessidade de o senador se afastar da atividade parlamentar. Diante disso, Moraes decidiu afrouxar as cautelares, mantendo somente a proibição de deixar o país.

    O senador deve retirar a tornozeleira eletrônica nos próximos dias. Ele reclamava de ter de usar o equipamento nos dias de trabalho no Senado, mas Moraes havia permitido que ele ficasse além das 19h fora de casa nos dias em que houvesse sessão no Congresso.

    Decisão desbloqueia todos os bens e autoriza senador a usar rede social.

    Ministro deu 24 horas para instituições financeiras comunicarem ao STF sobre o desbloqueio de contas, de chaves Pix, de investimentos e de cartões de crédito. Bens e redes sociais também deverão ser desbloqueados.

    Senador desafiou Moraes e fez vídeo com ataques ao STF. Ele estava utilizando tornozeleira eletrônica, com suas contas bancárias bloqueadas e com o salário do Senado congelado, além de estar proibido de deixar o Brasil e de utilizar redes sociais, quando publicou o vídeo de mais de uma hora com ataques ao ministro do STF e a outras autoridades.

    Na live realizada na semana passada, ele mostrou a tornozeleira eletrônica e fez acusações a Moraes. Senador afirmou que sofre perseguição política, abuso de autoridade e crimes contra a humanidade, além de argumentar que nunca foi denunciado ou condenado. Ele estava com tornozeleira eletrônica desde 4 de agosto, justamente por viajar para os EUA com passaporte diplomático sob proibição do STF.

    Do Val é investigado por ataques ao STF e à Polícia Federal. Ele foi alvo justamente por usar suas redes sociais para promover e potencializar ataques a autoridades. O senador também é alvo de apuração sobre suposto plano golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Do Val nega todas as acusações.

    O caso dele ganhou repercussão após o senador viajar aos EUA sem autorização do STF, em julho. Como revelou o UOL, ele usou passaporte diplomático mesmo após ordem judicial de apreensão, o que levou à instalação da tornozeleira e endurecimento das medidas cautelares.

    Moraes atende pedido de Alcolumbre e derruba cautelares de Marcos do Val

  • Governo Lula prevê salário mínimo de R$ 1.631 em 2026

    Governo Lula prevê salário mínimo de R$ 1.631 em 2026

    O valor representará um aumento de 7,44% em relação ao piso atual (R$ 1.518)

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê um salário mínimo de R$ 1.631 em 2026. Se confirmado, o valor representará um aumento de 7,44% em relação ao piso atual (R$ 1.518).

    O dado consta no PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026, encaminhado ao Congresso Nacional nesta sexta-feira (29).

    O valor é R$ 1 maior do que a estimativa anterior, de R$ 1.630, enviada pelo Executivo junto com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, em 15 de abril deste ano.

    O cálculo segue a fórmula de correção da política de valorização, que inclui reajuste pela inflação de 12 meses até novembro do ano anterior mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (neste caso, 2024).

    No ano passado, a economia cresceu 3,4%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, o ganho real a ser incorporado será menor, de até 2,5%, graças à limitação aprovada no fim do ano passado pelo Legislativo, no âmbito do pacote de medidas de contenção de gastos do ministro Fernando Haddad (Fazenda).

    O salário mínimo é baliza para uma série de despesas obrigatórias do Poder Executivo, como aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Sua correção interfere diretamente em algumas despesas mais relevantes do Orçamento Federal.

    Por isso, o governo decidiu limitar o ganho real ao mesmo ritmo de expansão do arcabouço fiscal, que fica entre 0,6% e 2,5% acima da inflação ao ano. A medida tenta evitar que o crescimento acelerado dos gastos obrigatórios indexados ao piso achate as despesas livres (como custeio e investimentos), colocando em risco a sustentabilidade da regra.

    Para o ano que vem, o percentual de ganho real do arcabouço e do salário mínimo ficará no teto de 2,5%, dado o desempenho da arrecadação acumulado em 12 meses até junho de 2025.

    O valor do piso projetado para 2026 ainda pode mudar ao longo do ano, conforme variações na estimativa para a inflação.

    Governo Lula prevê salário mínimo de R$ 1.631 em 2026

  • Governo acionou reciprocidade por não ver margem de negociação com EUA

    Governo acionou reciprocidade por não ver margem de negociação com EUA

    Aplicar retaliações era última etapa do plano para lidar com tarifaço, dizem envolvidos no tema; lei prevê possibilidade de reagir a medidas econômicas discriminatórias adotadas por outro país

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) acionou o primeiro passo da Lei de Reciprocidade na noite de quinta-feira (28) por avaliar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não deu margem nas últimas semanas para a abertura de negociações sobre o tarifaço de 50% imposto sobre produtos brasileiros.

    A lei estabelece os critérios que podem ser utilizados pelo Brasil para reagir com medidas retaliatórias contra sanções econômicas aplicadas por outro país.

    Segundo integrantes do governo que acompanham as discussões, o acionamento da lei ocorreu para delimitar etapas e deixar claro que o início do processo retaliatório se deu porque o Brasil é vítima de uma agressão dos americanos.

    Ainda de acordo com essas fontes, a tendência é que o Brasil não retalie os EUA com a imposição de sobretaxas sobre produtos americanos, devido aos prejuízos que uma decisão como essa traria à economia. O foco devem ser outras frentes previstas na legislação, como a suspensão de direitos de propriedade intelectual, a exemplo de patentes de medicamentos.

    Ainda segundo os envolvidos, a decisão de acionar a lei na quinta não tem relação com a aproximação do julgamento contra Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal), que está marcado para começar na próxima terça-feira (2). O caso de Bolsonaro foi usado por Trump como motivação das sanções, mas o governo Lula rejeita incluir esse tema na mesa de negociações.

    O governo já havia estabelecido quatro frentes de atuação para lidar com o tarifaço: negociação, mitigação dos efeitos (com o anúncio de medidas de contingência para amparar empresas, com o Plano Brasil Soberano), busca por novos mercados internacionais e, por fim, a aplicação da reciprocidade.

    O bloqueio dos EUA às tentativas de negociação do Brasil e a falta de abertura determinaram o acionamento da lei na noite de quinta.

    Desde o anúncio do tarifaço, a gestão de Lula vinha buscando contato com os americanos por meio do vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além do chanceler, Mauro Vieira, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    Além dos entraves no contato com as autoridades americanas -havendo, por exemplo, o cancelamento da reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent-, o clima na tratativa do tema piorou após os Estados Unidos abrirem uma investigação comercial contra o Brasil por meio do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA). O objetivo é apurar supostas práticas injustas do Brasil no comércio bilateral.

    Na ação de quinta, o Ministério de Relações Exteriores deu um prazo de 30 dias para que a Camex (Câmara de Comércio Exterior) analise os argumentos sobre a legalidade do acionamento dos instrumentos de retaliação.

    Por determinação de Lula, a equipe da Fazenda já vinha elaborando nos últimos dias, com a ajuda de outras pastas, um conjunto de medidas para eventual resposta às sanções impostas pelo governo de Trump contra o Brasil.
    De lá para cá, o governo brasileiro reforçou um discurso mais nacionalista e com reforços à ideia de soberania nacional. Em suas falas públicas, Lula tem reiterado mensagens de que o Brasil não será “subalterno” e de que não iria se humilhar diante de Trump.

    Um telefonema entre os dois chegou a ser aventado, mas, até o momento, não ocorreu. Em paralelo, Lula enviou uma carta convidando seu homólogo americano a participar da COP30, a conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas) que será realizada em novembro, em Belém.

    Segundo auxiliares do presidente, o texto da carta não menciona o tarifaço, limitando-se ao convite, nos mesmos moldes do que foi enviado aos demais chefes de Estado. Um dos objetivos do envio da carta é reforçar a mensagem de que Lula não tem problema direto com Trump.

    Governo acionou reciprocidade por não ver margem de negociação com EUA

  • Mais de 3,3 mil pessoas querem acompanhar julgamento de Bolsonaro

    Mais de 3,3 mil pessoas querem acompanhar julgamento de Bolsonaro

    STF somente concederá passe para 1.200 interessados

    O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu 3.357 pedidos de pessoas interessadas em acompanhar presencialmente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus do núcleo 1 da trama golpista, a partir do dia 2 de setembro.

    As inscrições para assistir as sessões foram abertas na semana passada pela Corte e estavam disponíveis para o público em geral e advogados dos réus dos demais três núcleos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe de Estado, em 2022. 

    Apesar do grande número de inscritos, somente os primeiros 1.200 pedidos serão atendidos, devido à limitação de espaço. 

    Os contemplados vão acompanhar o julgamento na sala da Segunda Turma da Corte, por meio de um telão, e não poderão ficar na Primeira Turma, onde o será o julgamento. O espaço será destinado somente aos advogados dos réus e aos profissionais de imprensa.

    Foram disponibilizados 150 lugares para cada uma das oito sessões de julgamento, marcadas para os dias 2, 9, 10 e 12 de setembro.

    O Supremo entrará em contato com os contemplados e enviará um e-mail para informar o dia e horário de comparecimento. 

    Imprensa

    A Corte também recebeu 501 pedidos de credenciamento de profissionais da imprensa nacional e internacional interessados em cobrir o julgamento.

    Julgamento

    O julgamento será na Primeira Turma da Corte, composta pelo relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

    Bolsonaro e os demais réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

    Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

    Os réus do núcleo 1:

    • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República; 
    • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
    • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
    • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
    • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
    • Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;
    • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.
    • Mauro Cid (tenente-coronel), ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

    Mais de 3,3 mil pessoas querem acompanhar julgamento de Bolsonaro

  • Google vai começar a bloquear apps Android consideradas suspeitas

    Google vai começar a bloquear apps Android consideradas suspeitas

    A empresa começará a bloquear a instalação em celulares Android de apps não verificadas que sejam provenientes de lojas alternativas à Play Store da Google

    A Google anunciou que está trabalhando em uma nova medida de segurança para os celulares Android que impedirá que os utisuários instalem nos dispositivos aplicativos não verificadas de outras lojas virtuais.

    O objetivo desta medida destina-se a impedir que os usuários instalem software malicioso nos respectivos celulares e, em uma recente análise feita pela empresa, a Google descobriu que lojas virtuais alternativas têm “50 vezes mais software malicioso” do que apps disponíveis através do Google Play.

    Assim sendo, a Google exigirá que os developers de aplicativos presentes em outras lojas virtuais têm de ser registrados por developers verificados de forma a ser instaladas em dispositivos Android certificados (ou seja, todos os que tenham serviços Google Play).

    A gigante tecnológica comparou o processo de verificar os aplicativos com a “apresentação de um documento de identificação”, notando que apenas verificará se o app foi verificada e não analisará o conteúdo.

    Sabe-se que este processo começará por estar presente no final de 2026 no Brasil, Singapura, Indonésia e Tailândia, com o lançamento global a seguir-se nos meses seguintes.

    Google vai começar a bloquear apps Android consideradas suspeitas