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  • Julgamento de Bolsonaro põe crimes contra democracia sob discussão e consolida jurisprudência

    Julgamento de Bolsonaro põe crimes contra democracia sob discussão e consolida jurisprudência

    Novos na legislação, tipos penais foram testados com ações do 8 de Janeiro, mas ainda trazem dúvidas, dizem especialistas

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Marcado para começar no próximo dia 2, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ajudar a consolidar a jurisprudência sobre crimes contra a democracia apreciados na ação penal no STF (Supremo Tribunal Federal).

    A PGR (Procuradoria-Geral da República) imputa ao político a liderança da trama golpista de 2022 e 2023. Entre os cinco crimes de que ele é acusado, dois entraram na legislação em 2021, incluídos pela lei 14.197, durante o governo do ex-presidente.

    Trata-se dos tipos penais de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado.

    Antes do processo da tentativa de golpe, eles foram discutidos apenas em um contexto, quando ministros do STF julgaram envolvidos nos ataques golpistas de 8 de Janeiro.

    Até 12 de agosto, a corte responsabilizou 1.190 pessoas pelo episódio. Desse total, 638 foram condenadas, 279 das quais por crimes graves contra a democracia.

    Os julgamentos ajudaram a construir a jurisprudência, mas os crimes novos na legislação ainda têm pontos a serem debatidos, na avaliação de especialistas ouvidos pela reportagem. Para eles, o julgamento do ex-presidente deve levantar discussões ainda não aprofundadas.

    A defesa de Bolsonaro se apoia na novidade dos tipos penais para procurar frestas a fim de livrar o político. Ela alega que o ex-presidente é inocente de todos os crimes a ele imputados.

    A principal linha dos advogados é a de que a ação do golpe julgada pela corte não se enquadra na tentativa descrita nos tipos penais. A defesa do político faz um comparativo com a legislação de outros países, como Alemanha e Estados Unidos, para sustentar que, ao contrário deles, o Brasil não prevê a punição de atos preparatórios dos crimes.

    Eles afirmam que a legislação brasileira vê a tentativa -descrita no tipo penal- como atrelada ao início da execução, que dependeria do emprego de violência ou grave ameaça.

    A defesa também argumenta que apenas dois fatos narrados pela PGR se aproximariam de tais requisitos: o plano para matar autoridades e o 8 de Janeiro, este último com maior destaque nas alegações finais entregue ao STF.
    Diz, entretanto, que não há provas que relacionem Bolsonaro aos episódios e que a inclusão do 8 de Janeiro na denúncia tem o objetivo de “trazer a violência que sempre se soube não existir” nas acusações.

    Além disso, os advogados do ex-presidente tentam normalizar outros eventos levantados pela PGR como parte da cronologia do golpe. Eles afirmam, por exemplo, que as minutas golpistas foram constitucionais.

    Argumentam também que, mesmo se identificados como ilegais, tais considerandos seriam apenas atos preparatórios, uma vez que não apresentariam os requisitos de violência ou grave ameaça que separariam essa etapa da fase de execução. Já as falas contra as urnas feitas pelo ex-presidente são encaradas como direito de opinião pela defesa.

    Também na tentativa de afastar o episódio dos crimes previstos na legislação, os advogados do político dizem que a violência ou grave ameaça previstas nos tipos penais precisam ser contra pessoa, não contra coisas ou instituições.

    “Ainda que se queira, por amor ao debate, entender suas falas [de Bolsonaro] como ataques aos Poderes constitucionais, estas não trazem a violência ou grave ameaça contra a pessoa. Os demais atos (como, por exemplo, o “Copa 2022″ [operação ligada ao plano para matar autoridades] e o 8 de Janeiro), já foi aqui demonstrado, ainda que se aproximem da violência prevista no tipo penal, não têm qualquer relação com alguma ação do ex-presidente e, pelo contrário, ocorreram em sentido diametralmente oposto às suas ações”, diz a defesa nas alegações finais.

    A PGR, por sua vez, trata o 8 de Janeiro como apogeu de uma série de eventos com o mesmo objetivo de impedir a posse do presidente Lula (PT). Ela fala de um iter criminis (trajetória do crime) distendido e iniciado com reuniões e declarações do ex-presidente intensificadas a partir de 2021.

    Nessa perspectiva, ações como o descrédito das urnas e a operação da Polícia Rodoviária Federal em dia de eleição já punham em marcha os crimes contra a democracia, passíveis de punição desde a tentativa.

    A PGR reforça que tais atos executórios foram documentados pela organização criminosa por meio de manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagem “reveladores da marcha de ruptura da ordem democrática”.

    Assim, o golpe teria sido posto em marcha por meio de uma série de ações envolvendo o ex-presidente e só não foi finalizado por circunstâncias alheias a ele.

    A diferença de perspectiva entre acusação e defesa vai dar ao STF a oportunidade de pensar em questões ainda pendentes sobre os tipos penais, afirma Raquel Scalcon, professora da FGV Direito SP.

    Uma delas é justamente o objeto -pessoas, instituições ou a própria democracia- da violência e da grave ameaça citadas na lei.

    Outra questão levantada pela defesa de Bolsonaro é sobre não caber participação por instigação em crimes multitudinários. Ela alega que o ex-presidente não estava presente no 8 de Janeiro e que não é possível a instigação em crimes sem pessoas determinadas como alvo do incitador.

    De acordo com Ricardo Yamin, doutor em direito pela PUC-SP, a argumentação da defesa de Bolsonaro sobre crimes multitudinários é mera retórica em um caso difícil de afastar uma condenação.

    Yamin afirma que o julgamento do ex-presidente vai ajudar a elucidar dúvidas ainda pendentes, como a classificação dos atos em preparatórios ou executórios. “Há situações que, de fato, trazem alguma dúvida jurídica, como quando começam os atos executórios num crime que pune a tentativa, como é o caso de golpe de Estado”.

    Segundo Raquel Scalcon, o país também precisa enfrentar a inescapável reflexão sobre se a legislação atual captura adequadamente as formas contemporâneas de ascensão de regimes autoritários.

    “Finalizado esse julgamento e à luz da interpretação que o Supremo vai dar, acho que valeria a pena pensarmos se nós estamos capturando todas as fases [de ascensão de regimes autoritários]. Os tipos penais foram pensados há 4 anos. Parece pouco tempo, mas as coisas estão mudando muito rápido”, avalia a especialista, para quem talvez seja necessário debater a inserção de outros tipos penais na legislação após o julgamento do ex-presidente.

    CRIMES CONTRA A DEMOCRACIA NO JULGAMENTO DE BOLSONARO:

    Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
    Art. 359-L do Código Penal: Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais:
    Pena – reclusão, de 4 a 8 anos, além da pena correspondente à violência.

    Golpe de Estado
    Art. 359-M do Código Penal: Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído:
    Pena – reclusão, de 4 a 12 anos, além da pena correspondente à violência.

    Julgamento de Bolsonaro põe crimes contra democracia sob discussão e consolida jurisprudência

  • Receita: campanha contra fiscalização do Pix, de Nikolas, ajudou o PCC

    Receita: campanha contra fiscalização do Pix, de Nikolas, ajudou o PCC

    Nikolas Ferreira (PL-MG) fez campanha nas redes sociais contra fiscalização do Pix; o PCC expandiu o uso de instituições financeiras e fundos de investimento para impedir o rastreamento e lavar dinheiro

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou nesta quinta-feira (28) que a campanha contra a instrução normativa de fiscalização do Pix, que acabou com a derrubada da norma no início deste ano, ajudou o crime organizado.

    A afirmação foi feita durante entrevista coletiva sobre a operação Carbono Oculto, que mira empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro com suspeita de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

    A instrução normativa estendia o monitoramento do fisco aos novos membros do sistema financeiro -notadamente o Pix, entre os meios de transação, e fintechs e bancos digitais, entre as instituições.

    “Publicamos essa instrução em setembro do ano passado para valer em janeiro [de 2025]. O que aconteceu em janeiro, todos nós sabemos. A Receita Federal recebeu o maior ataque da história de mentiras, de fake news, dizendo mentirosamente que aquela instrução normativa tratava de tributação de meios de pagamento”, afirmou Barreirinhas.

    Um dos principais fatores para o cancelamento da norma pelo governo foi um vídeo crítico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que hoje tem mais de 9 milhões de curtidas no Instagram.

    “As operações de hoje [quinta-feira] mostram quem ganhou com essa mentira, com essas fake news: o crime organizado. As operações mostram que, independentemente das intenções, as pessoas que espalharam aquelas fake news, aquelas mentiras no início do ano, ajudaram o crime organizado”, disse o secretário da Receita sem citar o parlamentar.

    O PCC expandiu o uso de instituições financeiras e fundos de investimento para impedir o rastreamento e lavar dinheiro. Segundo a Receita, mil estabelecimentos vinculados à facção movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

    A Receita Federal vê um processo de “bancarização do crime organizado”.

    As fintechs participantes do esquema colocariam recursos ilegais no mercado financeiro, onde se torna mais difícil questionar, uma vez investidos em fundos, se a origem é regular ou não.

    “Os antigos traficantes enterravam dinheiro e aquilo perdia valor porque era consumido pela umidade. Hoje [o crime organizado] ‘bancariza’ e coloca no mercado de capitais para render”, disse Maria Cecília Meng, superintendente da 8ª Região Fiscal da Receita, que engloba o estado de São Paulo.

    Ela analisa que o desafio é rastrear os investimentos para chegar aos destinatários finais porque as fintechs operam por meio de chamadas “contas bolsão” em bancos comerciais, sem informações sobre o titular do dinheiro.

    “Nós já temos esses dados. Essas operações são um novo início. Há um paraíso fiscal no Brasil formado por fintechs e fundos [de investimento]”, completa Maria Cecília.

    Um dos principais alvos da Operação Carbono Oculto é a fintech BK Bank.

    Segundo a Receita Federal, a fintech seria o banco paralelo da organização e teria movimentado sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis de 2020 a 2024. Abarcando um período maior, a apuração da PF, por sua vez, afirma ter identificado R$ 68,9 milhões movimentados em contas na BK Bank entre janeiro de 2020 e agosto de 2025.

    A defesa da empresa não foi localizada.

    Receita: campanha contra fiscalização do Pix, de Nikolas, ajudou o PCC

  • Ibovespa atinge máxima histórica com megaoperação da PF e efeito Tarcísio em pesquisa

    Ibovespa atinge máxima histórica com megaoperação da PF e efeito Tarcísio em pesquisa

    No começo da tarde o dólar tinha queda 0,24%, cotado a R$ 5,402, com os investidores repercutindo números da economia dos Estados Unidos em busca de sinais sobre os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA)

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ibovespa registra alta nesta nesta quinta-feira (21), impulsionado por mais um dia de recuperação das ações de bancos brasileiros, pela alta dos papéis das distribuidoras de combustível após megaoperação da Polícia Federal contra PCC (Primeiro Comando da Capital) e pelo cenário eleitoral para as eleições do ano que vem.

    Às 14h03, a a Bolsa subia 1,83%, a 141.753 pontos -a caminho de fechar em uma nova máxima e após superar os 142 mil pontos nesta manhã pela primeira vez na história.

    Enquanto isso, o dólar tinha queda 0,24%, cotado a R$ 5,402, com os investidores repercutindo números da economia dos Estados Unidos em busca de sinais sobre os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

    Na cena doméstica, uma nova pesquisa divulgada nesta manhã apresentou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um cenário hipotético de segundo turno das eleições presidenciais de 2026.

    O levantamento realizado pela Atlas/Intel indica Tarcísio marcando 48,4% contra 46,6% de Lula na disputa presidencial do ano que vem.

    Tarcísio é considerado o principal nome da centro-direita para concorrer à Presidência contra o petista em 2026 e é tratado como candidato por banqueiros e empresários.

    O mercado também acompanha as consequências da força-tarefa que atua para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão em empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro nesta quinta. A operação mira mais de 350 alvos, pessoas físicas e jurídicas, que são utilizadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

    Pelas estimativas dos investigadores, o conjunto de negócios que foi alvo da operação nesta quinta movimentou cerca de R$ 30 bilhões para o crime organizado. Os agentes têm mandados para bloquear R$ 1,4 bilhão.

    Como reflexo, as ações de distribuidoras de combustível subiram forte no começo desta tarde. Os papéis da Ultrapar (dona dos postos Ipiranga) subiam 7,31%, acompanhadas por altas de 5,66% e 5,01% nos papéis da Raízen e Vibra Energia (maior distribuidora de combustíveis do Brasil), respectivamente.

    Além do mercado financeiro e setor de combustíveis, a atuação de grupos de crime organizado também é investigada no mercado imobiliário, transporte público, clínicas odontológicas, entre outros.

    Na agenda internacional, dados econômicos estão no foco. Segundo o Departamento de Comércio dos EUA nesta quinta, o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos teve alta anualizada de 3,3% no segundo trimestre de 2025. A primeira leitura, divulgada há cerca de um mês, havia apontado avanço de 3%.

    Apesar dos números da economia americana mostrarem crescimento, analistas ainda projetam um corte de juros para setembro pelo Fed. Jerome Powell, presidente do BC americano, sinalizou um possível corte durante discurso na última sexta.

    Operadores precificam 84% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual em setembro, segundo dados da LSEG, com outro corte de mesma magnitude totalmente precificado até dezembro.

    O Fed vem mantendo a taxa de juros entre 4,25% e 4,5% desde dezembro do ano passado. Para os mercados de renda variável e de câmbio, cortes nos juros do Fed são uma boa notícia, já que costumam vir acompanhados de uma injeção de recursos de investidores egressos da renda fixa norte-americana. Quando os juros por lá caem, os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro dos Estados Unidos também caem.

    Os agentes também continuam monitorando os desdobramentos da demissão de Lisa Cook, do Fed. Segundo analistas, a tentativa de Trump demitir a diretora gera incertezas sobre a autonomia da autoridade monetária americana.

    Lisa é uma três diretoras do Fed com mandato que ultrapassa o período de governo de Trump, e foi uma das nove diretoras que votou pela manutenção da taxa de juros entre 4,25% e 4,5% na reunião realizada no fim de julho, decisão que irritou Trump.

    A diretora do Fed afirmou que a sua demissão não tem amparo legal e que também não vai renunciar ao posto.

    As tentativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de negociar a tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros permanecem no radar dos investidores.

    Os canais de negociação entre os países continuam fechados e há um temor de que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado para a próxima semana, intensifique as tensões.

    Integrantes do governo Lula (PT) e do STF (Supremo Tribunal Federal) consideram real a possibilidade de Trump aplicar novas sanções econômicas contra o Brasil e outras restrições a autoridades do país com o julgamento de Bolsonaro.

    Segundo relatos de aliados que estiveram com o Bolsonaro nos últimos dias, ele considera uma condenação no processo da trama golpista de 2022 no STF (Supremo Tribunal Federal) como certa.

    Esses aliados também preveem uma condenação, mas esperam que a Primeira Turma do Supremo não aplique a pena máxima pelos crimes que devem ser imputados a Bolsonaro.

    Além disso, ministros do STF têm avaliado que uma prisão do ex-presidente Bolsonaro não deve ser cumprida em um quartel do Exército.

    A avaliação parte de uma leitura no Supremo de que uma possível detenção de Bolsonaro em área militar poderia precipitar movimentos de apoiadores do ex-presidente em área próxima ao QG do Exército -uma reedição dos acampamentos golpistas de 2022.

    Ibovespa atinge máxima histórica com megaoperação da PF e efeito Tarcísio em pesquisa

  • Lula exalta "maior operação contra o crime organizado da história"

    Lula exalta "maior operação contra o crime organizado da história"

    Presidente Lula destacou ações coordenadas envolvendo PF, Receita e MP

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta quinta-feira (28) a deflagração de uma série de operações policiais que investigam a atuação de grupos criminosos na cadeia produtiva de combustíveis para lavagem de dinheiro oriundo de facções do narcotráfico.

    “A população em todo o país assistiu hoje à maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história até aqui. Em atuações coordenadas que envolveram Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos estaduais, foram deflagradas três operações simultâneas nos setores financeiro e de combustíveis, envolvendo 10 estados”, enumerou o presidente, em uma postagem nas redes sociais.

    Lula enalteceu o trabalho integrado, iniciado com a criação, no Ministério da Justiça, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado. “Permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas”, observou o presidente. 

    “Nosso compromisso é proteger cidadãos e consumidores: cortar o fluxo de dinheiro ilícito, recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente, com qualidade e concorrência leal. Seguiremos atuando com coordenação e seriedade para dar segurança às pessoas e estabilidade à economia”, prosseguiu o presidente.

    Operações em andamento

    De acordo com a PF, as ações policiais em ao menos duas operações, embora distintas, objetivam desarticular “esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro”. As investigações apuraram um sofisticado esquema que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.

    Estão sendo cumpridos, no âmbito da Operação Quasar, 12 mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo: na capital paulista e nas cidades de Campinas e Ribeirão Preto.

    A Justiça Federal autorizou o sequestro de fundos de investimento dos investigados, além do bloqueio de bens e valores até o limite de cerca de R$ 1,2 bilhão, valor correspondente às autuações fiscais já realizadas. Também foi determinado o afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas investigadas.

    Policiais federais também cumprem desde cedo mandados judiciais contra integrantes de uma das “maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná”. Segundo a PF, a organização criminosa investigada na Operação Tank atuava desde 2019 e pode ter lavado pelo menos R$ 600 milhões. “Movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.”

    Os criminosos utilizavam diversos artifícios para ocultar a origem dos recursos. De acordo com as investigações, eles faziam uso de depósitos fracionados, que ultrapassaram R$ 594 milhões. Isso era feito por meio de “laranjas, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços”.

    O trabalho investigativo constatou também fraudes na comercialização de combustíveis, entre elas “adulteração de gasolina e a chamada ‘bomba baixa’, em que o volume abastecido é inferior ao indicado. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba estavam envolvidos nessas práticas”.

    Os agentes cumprem 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.”

    Lula exalta "maior operação contra o crime organizado da história"

  • Lula chama Zema de 'falso humilde' e diz que governador não pagou dívida do estado

    Lula chama Zema de 'falso humilde' e diz que governador não pagou dívida do estado

    Frase foi repetida pelo presidente ao longo de entrevista concedida a jornal de Minas Gerais nesta quinta (28)

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) fez novas críticas nesta quinta-feira (28) ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) ao chamá-lo de “falso humilde” e criticar a postura do mineiro durante a entrevista concedida na última segunda (25) ao programa Roda Viva.

    “Não faço distinção a nenhum governador, nem ao de Santa Catarina, que me ataca todo dia, nem ao Zema que mente. Porque o Zema é um falso humilde. Quem quiser conhecer que assista ao Roda Viva”, disse o presidente em entrevista ao Balanço Geral de Minas Gerais.

    No programa, Zema tentou distanciar sua figura da do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao qual declarou apoio público nas eleições de 2018, mas também defendeu anistia para os crimes aos quais Bolsonaro responde na Justiça.

    “Quando ele aparece comendo uma banana com casca, poderia ter sido mais radical, comer um abacaxi com casca, uma jaca com casca. Seria muito melhor pra mostrar a bobagem que ele tentou passar pro povo. Ele é um falso humilde. Ele tenta vender uma humildade que ele não tem, ele tem um comportamento que não condiz com a necessidade de Minas Gerais”, completou.

    Lula citou ainda a dívida do estado, a qual acusa Zema de nunca ter pago, em contraponto a seu antecessor Fernando Pimentel (PT).

    “Oito anos [Zema] falando mal do Pimentel, sem explicar a verdade. Porque a verdade nua e crua é que o Pimentel teve que pagar dívida com o governo federal e ele até agora não pagou nada da dívida”, disse. “Pimentel pagava e ele não pagou.”

    “Minas é o estado mais sabido politicamente e merecia um governador melhor que o Zema, um melhor mineiro, que no fosse um falso humilde e fosse mais verdadeiro. A Minas de Tiradentes, de Henfil, Frei Beto, de Dilma”, declarou.

    O estado de Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país, no qual Lula venceu de forma acirrada nas eleições de 2022. Nesta sexta-feira (29) e na próxima semana, o presidente visita duas cidades do estado, como parte dos lançamentos do PAC Seleções.

    Na entrevista, Lula falou sobre as eleições de 2026, e disse acreditar que o pleito será polarizado.

    “Vai ser polarizada, porque no mundo inteiro uma eleição quando tem dois candidatos, vai ser polarizada. Não acho que vai ter espaço para uma terceira via, as pessoas vão ter que escolher um lado”, disse. “Agora quero saber se os outros vão ter a mesma saúde que eu.”

    Lula chama Zema de 'falso humilde' e diz que governador não pagou dívida do estado

  • O que é a TV 3.0 e o que muda para o consumidor?

    O que é a TV 3.0 e o que muda para o consumidor?

    “Com mais interatividade, qualidade de som, imagem superior e maior integração com a internet, o novo sistema moderniza o setor e coloca o país na vanguarda da radiodifusão mundial”, diz a pasta.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (27), no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da tecnologia de televisão aberta e gratuita brasileira. Segundo o Ministério das Comunicações, a tecnologia vai revolucionar a forma como os brasileiros assistem televisão.

    “Com mais interatividade, qualidade de som, imagem superior e maior integração com a internet, o novo sistema moderniza o setor e coloca o país na vanguarda da radiodifusão mundial”, diz a pasta.

    Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 vai integrar os serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast), possibilitando o uso de aplicativos que permitirão aos telespectadores interagir com parte da programação e até mesmo fazer compras diretamente de seu televisor, abrindo novas possibilidades de geração de receitas às emissoras.

     

    No ano passado, os membros do conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), entidade responsável pela nova geração, recomendaram ao governo federal a adoção do sistema ATSC 3.0 (do inglês, Comitê de Sistema Avançado de Televisão) como padrão técnico para a evolução tecnológica da TV digital. Isso deve ser confirmado pelo decreto presidencial. O novo sistema também deve estabelecer as novas funcionalidade, bem como um cronograma de migração, que deve ser gradativo, começando pelas grandes cidades, como foi com a TV digital. A previsão é que parte da população brasileira já consiga desfrutar da TV 3.0 durante as transmissões da Copa do Mundo de 2026.

    “A televisão aberta da era digital permitirá mais interatividade e personalização, como votações em tempo real, conteúdos estendidos, serviços de governo digital, alertas de emergência, novos recursos de acessibilidade, publicidade e conteúdos personalizados, e até T-commerce, com compras pelo controle remoto. A TV3.0 representa mais do que uma evolução tecnológica, ela simboliza a renovação de um compromisso histórico da radiodifusão com a informação, a cultura e a ética”, afirma o executivo Raymundo Barros, diretor de Estratégia de Tecnologia da Globo e presidente do Fórum SBTVD, em entrevista à Agência Brasil.

    Uma das principais inovações da TV 3.0 é justamente sua interface baseada em aplicativos, em que as emissoras terão condições técnicas de passar a oferecer, além do sinal aberto já transmitido em tempo real, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e outras possibilidades.

    “Isso muda a forma como o telespectador acessa a programação. Em vez de ‘caçar’ a TV aberta dentro do aparelho, os canais voltam a estar em posição de destaque em um catálogo de aplicativos, com ícones equivalentes aos canais tradicionais. E não é por isso que a troca rápida entre canais desaparecerá: a pesquisa mostrou o quanto é importante manter essa cultura do zapeamento e isso se traduz na troca rápida entre os aplicativos das emissoras na TV 3.0. Esse modelo devolve visibilidade à TV aberta nos receptores e abre espaço para interatividade, personalização e integração com serviços internet”, destacou Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), coordenador do GT Codificação de Aplicações do Fórum SBTVD e dos maiores especialistas em TV digital no país.

    Retomada do protagonismo

    Professor titular do Departamento de Sistemas de Computação do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o engenheiro Guido Lemos, que atuou no desenvolvimento do programa Ginga, incorporado ao padrão do Sistema Brasileiro de Televisão Digital, avalia que a TV 3.0 pode impulsionar a retomada de relevância da televisão na oferta preferencial de conteúdos, que está sob ameaça com a emergência, cada vez forte, dos serviços de mídia sob demanda (OTT, na sigla em inglês), como os canais de streaming, diretamente instalados nos aparelhos de TV.

    “Quando você olha o que que tá acontecendo nas TVs que estão instaladas em várias residências do Brasil, principalmente o pessoal de renda mais alta, que tem acesso à internet e consegue sustentar fluxos de vídeo nos aparelhos de televisão, observa que a maioria dessas TVs não está conectada em antena de recepção de TV aberta”, observa.

    Os novos aparelhos da TV 3.0 deverão vir de fábrica com a primeira tela apresentando um catálogo de canais de televisão abertos, o que não vem ocorrendo na interface atual das SmartTVs, essas que conectam com a internet, que dão prioridade aos aplicativos de OTT. “A proeminência do ícone do DTV Mais na primeira tela, do botão DTV Mais no controle remoto, de certa forma, é uma reconquista do espaço que a TV aberta perdeu na primeira tela e no controle remoto dos receptores de TV. Então, com isso, esse processo de diminuição do número de usuários pode ser revertido”, acrescenta Lemos.

    Nos últimos anos, a proporção de domicílios brasileiros com sinal de televisão e com assinatura de serviços por TV fechada tem caído, enquanto os serviços de streaming têm aumentado, chegando a quatro de cada dez lares com televisão.

    Campo público

    No campo público, a TV 3.0 deve assegurar destaque para emissoras de caráter educativo, por meio da criação do que está sendo chamado de Plataforma Comum de Comunicação Pública e do chamado Governo Digital, este último dedicado a garantir acesso a serviços públicos diretamente pela televisão, promovendo maior integração entre Estado e cidadão. Mesmo em localidades onde o sinal de emissoras públicas não chega por antena de radiodifusão, a conexão pela internet poderá suprir essa lacuna.

    “Haverá uma plataforma comum que vai compor os canais da União e, com isso, todo televisor que tenha conexão com a internet vai poder acessar o conteúdo dessas emissoras públicas. Cabe destacar que mais de 50% dos televisores hoje no Brasil são conectados à internet”, afirma Carlos Neiva vice-presidente de Relações Institucionais, Rede e Tecnologia da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral) e coordenador da Rede Legislativa de Rádio e TV da Câmara dos Deputados.

    “Não serão mais apenas canais, mas aplicativos. E a rede legislativa terá seu aplicativo, a TV Brasil, o Canal Gov. E esses aplicativos terão não apenas o conteúdo linear [grande de programação convencional], mas também o conteúdo por demanda, ou seja, personificado. É a mesma experiência, por exemplo, que você tem no YouTube ou numa plataforma de streaming“, acrescenta.

    Para viabilizar essa plataforma, segundo Marcelo Moreno, da UFJF, já estão em andamento projetos entre academia e setor privado dedicados a criar aplicativos e ferramentas específicas para a comunicação pública, “garantindo que ela também tire proveito de funcionalidades avançadas como personalização, interatividade e novos formatos audiovisuais”.

    Principais desafios

    Dois desafios fundamentais da TV 3.0, no entanto, estão relacionados aos custos de migração, como licenciamento de tecnologia e aquisição de transmissores, por parte das emissoras, e compra de conversores e receptores, por parte dos usuários. E também a universalização do acesso à internet de qualidade, uma realidade ainda distante do conjunto da população.

    Segundo indicador de conectividade significativa criado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que inclui fatores como custo e velocidade da conexão, presença de banda larga fixa nos domicílios e acesso por múltiplos dispositivos, apenas 22% dos indivíduos com 10 anos ou mais no Brasil têm condições satisfatórias de conectividade.

    Em duas décadas, a proporção de lares urbanos brasileiros com Internet passou de 13% para 85%, mostra a TIC Domicílios 2024 – cetic.br

    Estão nessa situação 73% dos indivíduos da classe A (mais rica), 33% dos habitantes da Região Sul e 28% dos homens, mas apenas com 16% de mulheres, 11% dos que vivem no Nordeste, e 3% dos indivíduos das classes DE (a mais pobre).

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira (27), no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da tecnologia de televisão aberta e gratuita brasileira. Segundo o Ministério das Comunicações, a tecnologia vai revolucionar a forma como os brasileiros assistem televisão.

    “Com mais interatividade, qualidade de som, imagem superior e maior integração com a internet, o novo sistema moderniza o setor e coloca o país na vanguarda da radiodifusão mundial”, diz a pasta.

    Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 vai integrar os serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast), possibilitando o uso de aplicativos que permitirão aos telespectadores interagir com parte da programação e até mesmo fazer compras diretamente de seu televisor, abrindo novas possibilidades de geração de receitas às emissoras.

    No ano passado, os membros do conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), entidade responsável pela nova geração, recomendaram ao governo federal a adoção do sistema ATSC 3.0 (do inglês, Comitê de Sistema Avançado de Televisão) como padrão técnico para a evolução tecnológica da TV digital. Isso deve ser confirmado pelo decreto presidencial. O novo sistema também deve estabelecer as novas funcionalidade, bem como um cronograma de migração, que deve ser gradativo, começando pelas grandes cidades, como foi com a TV digital. A previsão é que parte da população brasileira já consiga desfrutar da TV 3.0 durante as transmissões da Copa do Mundo de 2026.

    “A televisão aberta da era digital permitirá mais interatividade e personalização, como votações em tempo real, conteúdos estendidos, serviços de governo digital, alertas de emergência, novos recursos de acessibilidade, publicidade e conteúdos personalizados, e até T-commerce, com compras pelo controle remoto. A TV3.0 representa mais do que uma evolução tecnológica, ela simboliza a renovação de um compromisso histórico da radiodifusão com a informação, a cultura e a ética”, afirma o executivo Raymundo Barros, diretor de Estratégia de Tecnologia da Globo e presidente do Fórum SBTVD, em entrevista à Agência Brasil.

    Uma das principais inovações da TV 3.0 é justamente sua interface baseada em aplicativos, em que as emissoras terão condições técnicas de passar a oferecer, além do sinal aberto já transmitido em tempo real, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e outras possibilidades.

    “Isso muda a forma como o telespectador acessa a programação. Em vez de ‘caçar’ a TV aberta dentro do aparelho, os canais voltam a estar em posição de destaque em um catálogo de aplicativos, com ícones equivalentes aos canais tradicionais. E não é por isso que a troca rápida entre canais desaparecerá: a pesquisa mostrou o quanto é importante manter essa cultura do zapeamento e isso se traduz na troca rápida entre os aplicativos das emissoras na TV 3.0. Esse modelo devolve visibilidade à TV aberta nos receptores e abre espaço para interatividade, personalização e integração com serviços internet”, destacou Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), coordenador do GT Codificação de Aplicações do Fórum SBTVD e dos maiores especialistas em TV digital no país.

    Professor titular do Departamento de Sistemas de Computação do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o engenheiro Guido Lemos, que atuou no desenvolvimento do programa Ginga, incorporado ao padrão do Sistema Brasileiro de Televisão Digital, avalia que a TV 3.0 pode impulsionar a retomada de relevância da televisão na oferta preferencial de conteúdos, que está sob ameaça com a emergência, cada vez forte, dos serviços de mídia sob demanda (OTT, na sigla em inglês), como os canais de streaming, diretamente instalados nos aparelhos de TV.

    “Quando você olha o que que tá acontecendo nas TVs que estão instaladas em várias residências do Brasil, principalmente o pessoal de renda mais alta, que tem acesso à internet e consegue sustentar fluxos de vídeo nos aparelhos de televisão, observa que a maioria dessas TVs não está conectada em antena de recepção de TV aberta”, observa.

    Os novos aparelhos da TV 3.0 deverão vir de fábrica com a primeira tela apresentando um catálogo de canais de televisão abertos, o que não vem ocorrendo na interface atual das SmartTVs, essas que conectam com a internet, que dão prioridade aos aplicativos de OTT. “A proeminência do ícone do DTV Mais na primeira tela, do botão DTV Mais no controle remoto, de certa forma, é uma reconquista do espaço que a TV aberta perdeu na primeira tela e no controle remoto dos receptores de TV. Então, com isso, esse processo de diminuição do número de usuários pode ser revertido”, acrescenta Lemos.

    Nos últimos anos, a proporção de domicílios brasileiros com sinal de televisão e com assinatura de serviços por TV fechada tem caído, enquanto os serviços de streaming têm aumentado, chegando a quatro de cada dez lares com televisão.

    No campo público, a TV 3.0 deve assegurar destaque para emissoras de caráter educativo, por meio da criação do que está sendo chamado de Plataforma Comum de Comunicação Pública e do chamado Governo Digital, este último dedicado a garantir acesso a serviços públicos diretamente pela televisão, promovendo maior integração entre Estado e cidadão. Mesmo em localidades onde o sinal de emissoras públicas não chega por antena de radiodifusão, a conexão pela internet poderá suprir essa lacuna.

    “Haverá uma plataforma comum que vai compor os canais da União e, com isso, todo televisor que tenha conexão com a internet vai poder acessar o conteúdo dessas emissoras públicas. Cabe destacar que mais de 50% dos televisores hoje no Brasil são conectados à internet”, afirma Carlos Neiva vice-presidente de Relações Institucionais, Rede e Tecnologia da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral) e coordenador da Rede Legislativa de Rádio e TV da Câmara dos Deputados.

    “Não serão mais apenas canais, mas aplicativos. E a rede legislativa terá seu aplicativo, a TV Brasil, o Canal Gov. E esses aplicativos terão não apenas o conteúdo linear [grande de programação convencional], mas também o conteúdo por demanda, ou seja, personificado. É a mesma experiência, por exemplo, que você tem no YouTube ou numa plataforma de streaming“, acrescenta.

    Para viabilizar essa plataforma, segundo Marcelo Moreno, da UFJF, já estão em andamento projetos entre academia e setor privado dedicados a criar aplicativos e ferramentas específicas para a comunicação pública, “garantindo que ela também tire proveito de funcionalidades avançadas como personalização, interatividade e novos formatos audiovisuais”.

    Dois desafios fundamentais da TV 3.0, no entanto, estão relacionados aos custos de migração, como licenciamento de tecnologia e aquisição de transmissores, por parte das emissoras, e compra de conversores e receptores, por parte dos usuários. E também a universalização do acesso à internet de qualidade, uma realidade ainda distante do conjunto da população.

    Segundo indicador de conectividade significativa criado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que inclui fatores como custo e velocidade da conexão, presença de banda larga fixa nos domicílios e acesso por múltiplos dispositivos, apenas 22% dos indivíduos com 10 anos ou mais no Brasil têm condições satisfatórias de conectividade.

    Em duas décadas, a proporção de lares urbanos brasileiros com Internet passou de 13% para 85%, mostra a TIC Domicílios 2024 – cetic.br

    Estão nessa situação 73% dos indivíduos da classe A (mais rica), 33% dos habitantes da Região Sul e 28% dos homens, mas apenas com 16% de mulheres, 11% dos que vivem no Nordeste, e 3% dos indivíduos das classes DE (a mais pobre).

    O que é a TV 3.0 e o que muda para o consumidor?

  • Apple deve lançar iPhone 17 e encerrar venda de modelos antigos; veja

    Apple deve lançar iPhone 17 e encerrar venda de modelos antigos; veja

    A Apple confirmou seu evento anual para 9 de setembro, quando deve anunciar a linha iPhone 17, novos Apple Watch e AirPods. A chegada dos novos produtos pode encerrar a venda de modelos como iPhone 15, iPhone 16 Pro e AirPods Pro 2

    A Apple confirmou nesta terça-feira, 26 de agosto, que realizará seu tradicional evento anual no dia 9 de setembro, quando costuma apresentar novos produtos. Como acontece todos os anos, a chegada de novos modelos também deve marcar a saída de outros itens do catálogo oficial da empresa.

    A companhia ainda não revelou oficialmente o que será anunciado, mas rumores apontam que a grande atração será a série iPhone 17, composta pelos modelos iPhone 17, iPhone 17 Air, iPhone 17 Pro e iPhone 17 Pro Max. Com isso, a expectativa é de que sejam descontinuados os iPhone 15 e iPhone 15 Plus (lançados em 2023), além dos iPhone 16 Pro e 16 Pro Max (lançados em 2024). A Apple costuma encerrar a produção dos modelos “Pro” assim que uma nova geração é lançada.

    Especialistas lembram que, faltando cerca de duas semanas para o lançamento, este é considerado o pior momento do ano para comprar um novo iPhone, já que os preços dos modelos atuais devem cair após o evento.

    Com os ajustes, o catálogo de smartphones da Apple deve passar a contar com: iPhone 16e, iPhone 16, iPhone 16 Plus, iPhone 17, iPhone 17 Air, iPhone 17 Pro e iPhone 17 Pro Max.

    Além dos celulares, rumores indicam que também podem ser anunciados o Apple Watch Series 11, o Apple Watch Ultra 3 e os AirPods Pro 3, o que deve levar à retirada das versões anteriores (Series 10, Ultra 2 e AirPods Pro 2) da loja oficial.

    Apple deve lançar iPhone 17 e encerrar venda de modelos antigos; veja

  • Heleno pode ir de coroado a banido do Exército com julgamento por trama golpista

    Heleno pode ir de coroado a banido do Exército com julgamento por trama golpista

    A denúncia diz que Heleno, em conjunto com o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, preparou o discurso de Bolsonaro e anuiu com espionagens ilegais favoráveis ao ex-presidente

    (CBS NEWS) – O ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de ser um dos responsáveis pela construção da narrativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas.

    A denúncia diz que Heleno, em conjunto com o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, preparou o discurso de Bolsonaro e anuiu com espionagens ilegais favoráveis ao ex-presidente.

    “As anotações e falas públicas de Augusto Heleno, ao longo do governo Bolsonaro, não deixam dúvidas de sua inclinação a ideias que desafiam a harmonia institucional e promovem o acirramento entre os Poderes”, diz o procurador-geral, Paulo Gonet.

    “Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas”, completa Gonet.

    A parte dedicada ao general da reserva é a menor entre os oito réus do núcleo central da trama golpista citados nas alegações finais da Procuradoria. As páginas que narram as provas contra o militar se concentram em discursos do general e anotações esparsas em um caderno apreendido durante a investigação.

    Augusto Heleno era considerado o militar-modelo no Exército. É um dos raros tríplices coroados -título dado aos militares que ocuparam o primeiro lugar nos três cursos mais importantes da formação militar.

    Além dele, só o ex-presidente da ditadura João Baptista Figueiredo possuía o título na história do Exército. Agora, no banco dos réus, o general pode ter sua vida militar na reserva interrompida com a eventual condenação, que o faria ser considerado como morto fictício pelas Forças Armadas. É assim que são chamados os militares expulsos por condenações no Judiciário.

    Veja o que pesa contra Heleno, segundo a denúncia da PGR:

    CONSTRUÇÃO DA MENSAGEM

    A denúncia diz que Heleno foi um dos principais consultores de Bolsonaro durante seus quatro anos na Presidência da República. A constatação, segundo a PGR, estaria amparada em alguns discursos do ex-presidente e em documentos apreendidos durante a investigação.

    Na live em que Bolsonaro fez seu principal ataque às urnas, em julho de 2021, Heleno foi citado pelo ex-presidente antes de incitar uma intervenção das

    Forças Armadas.

    “Nas andanças por aí, eu vejo brilhar os olhos do ministro Augusto Heleno, de ver a sua pátria tomada pelas cores verde e amarela […]. O Exército verde oliva é o exército do Brasil. Também nunca faltou, quando a nação assim chamou os homens das Forças Armadas. A história viveu momentos difíceis, mas a nossa liberdade foi preservada. Onde as Forças Armadas não acolheram o chamamento do povo, o povo perdeu sua liberdade”, disse Bolsonaro.

    A Polícia Federal encontrou na casa de Heleno um caderno com a logomarca da Caixa Econômica Federal com um “planejamento prévio da organização criminosa de fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas”.

    No caderno há uma anotação com o título “REU DIRETRIZES ESTRATÉGIAS”. A data é desconhecida. No manuscrito, Heleno falava em “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações” e dizia que “é válido continuar a criticar a urna eletrônica”.

    A defesa de Heleno argumenta que o general se distanciou de Bolsonaro após o ex-presidente fechar uma aliança com o centrão, entregando postos-chave do governo para indicações dos partidos.

    O advogado Matheus Milanez diz que é “nítida a diferença entre o que ocorria no início do governo e o que passou a ocorrer após o ingresso do Centrão no governo”. Isso porque Heleno não participava com a mesma assiduidade de despachos com Bolsonaro nem era ouvido sobre assuntos políticos.

    Sobre as anotações, a defesa do general diz que o documento reunia a visão pessoal de Heleno favorável ao voto impresso. “Não há qualquer complemento a essa frase que a vincule a golpe de estado, violência, negação da eleição ou teorias conspiratórias”, completa.

    USO POLÍTICO DO GSI

    A PGR acusa Heleno de fazer uso político do GSI para favorecer Bolsonaro. Uma das provas estava em um dos cadernos do general. Nele, o ex-ministro escreveu um plano para que a AGU (Advocacia-Geral da União) emitisse pareceres para permitir o descumprimento de ordens judiciais.

    O manuscrito dizia: “Se o MJ [Ministério da Justiça] acionar a AGU caráter de urgência sobre ordem judicial manifestamente ilegal a AGU faz um texto fundamentado na Const Federal afirmando sobre a ordem ilegal”.

    O conteúdo, segundo a PGR, é idêntico ao material encontrado no computador do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, também réu na trama golpista.
    Em outro trecho, Paulo Gonet destaca uma fala de Heleno em reunião ministerial de 2022 em que sugere “montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo”.

    Heleno completou: “O problema todo disso é se vazar qualquer coisa em relação a isso porque muita gente se conhece nesse meio. Se houver qualquer acusação de infiltração desse elemento da Abin em qualquer lugar”.

    A defesa de Heleno afirma que o comentário sobre a AGU não era uma proposta ilegal porque o ex-ministro destacava que a manifestação seria “fundamentada na Constituição Federal”.

    O advogado Milanez ainda destacou que Heleno “não é da área jurídica, ou seja, o registro sobre a possibilidade de um parecer da AGU é fruto do pensamento de uma pessoa juridicamente leiga”.

    Sobre a suposta infiltração de agentes da Abin nas campanhas, a defesa do general diz que o objetivo era monitorar as campanhas para garantir a segurança dos candidatos à Presidência.

    Heleno pode ir de coroado a banido do Exército com julgamento por trama golpista

  • 3 dicas para economizar espaço no Google Fotos e evitar excluir arquivos

    3 dicas para economizar espaço no Google Fotos e evitar excluir arquivos

    Com apenas 15 GB gratuitos no Google, usuários podem otimizar o uso do Fotos desativando backups desnecessários, apagando duplicatas e reduzindo a resolução das imagens para prolongar o espaço disponível na nuvem

    Nos últimos anos, as câmeras de celulares evoluíram muito, permitindo fotos e vídeos com qualidade cada vez melhor. Porém, essa melhoria também significa arquivos maiores, que ocupam mais espaço, tanto no armazenamento interno quanto na nuvem, em serviços como o Google Fotos.

    Com apenas 15 GB gratuitos no Google Drive — espaço compartilhado com Gmail, Google Fotos e outros serviços — muitos usuários acabam apagando fotos e vídeos para evitar ficar sem uso das ferramentas da Google. Como o Google Fotos costuma concentrar arquivos mais pesados, pode surgir a sensação de que é preciso fotografar e filmar menos para economizar espaço.

    Não é necessário parar de registrar momentos, mas é importante usar o armazenamento de forma mais consciente. Por isso, as dicas do site TechTudo ajudam a otimizar o uso do Google Fotos e prolongar o tempo antes de precisar excluir arquivos ou pagar por mais espaço.

    Confira três dicas para economizar espaço no Google Fotos:

    1. Desative o backup automático de capturas de tela

    Toque no ícone com sua foto, no canto superior direito, e vá em Configurações do app Fotos. Acesse Backup e depois Backup de pastas do dispositivo. Escolha as pastas que terão backup na nuvem e desative a opção Screenshots. Assim, capturas de tela não serão salvas automaticamente no Google Fotos.

    2. Apague fotos repetidas

    No ícone com sua foto, acesse Configurações do app Fotos e depois Preferências. Vá até Exibir fotos e ative a opção Empilhar fotos semelhantes. Isso agrupará imagens parecidas, facilitando a exclusão de duplicatas que ocupam espaço desnecessário.

    3. Reduza a resolução das fotos

    Embora imagens em alta resolução sejam mais nítidas, muitas vezes não há diferença perceptível ao visualizá-las apenas no celular. Para economizar espaço, vá em Configurações do app Fotos, acesse Backup e, em Qualidade do backup, selecione Economia de armazenamento. Nessa configuração, fotos serão comprimidas para 16 MP, vídeos para alta definição e impressões terão qualidade suficiente para até 24 x 16 polegadas.

    3 dicas para economizar espaço no Google Fotos e evitar excluir arquivos

  • Dólar recua com alívio em Treasuries longos e de olho em dados dos EUA

    Dólar recua com alívio em Treasuries longos e de olho em dados dos EUA

    O dólar opera em queda nesta quinta-feira (28) diante do alívio nos Treasuries e expectativa por dados econômicos dos EUA. No Brasil, pesquisa AtlasIntel/Bloomberg aponta queda na aprovação de Lula, enquanto operações da PF e do Ministério da Fazenda miram R$ 23 bilhões em fraudes no setor de combustíveis

    O dólar recua na manhã desta quinta-feira, 28, acompanhando o alívio nos rendimentos dos Treasuries longos e da divisa americana frente outras rivais e moedas emergentes. Investidores aguardam dados que devem balizar as expectativas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed), como a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação PCE dos EUA no segundo trimestre, além de pedidos de auxílio-desemprego semanais, todos às 9h30.

    Internamente, pesquisa AtlasIntel/Bloomberg mostra que a aprovação do presidente Lula caiu 2,3 pontos porcentuais, de 50,2% para 47,9%, interrompendo a tendência de alta observada desde junho. A desaprovação chegou a 51,0%. Na sondagem, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparece numericamente à frente de Lula em um eventual segundo turno, com 48,4% contra 46,6%, empate técnico no limite da margem de erro. Lula também empata com Jair Bolsonaro, ambos com 48,3%.

    Os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Fernando Haddad (Fazenda) concedem entrevista coletiva às 11h, para detalhar as operações Quasar e Tank, deflagradas pela Polícia Federal para combater lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta no setor de combustíveis. Segundo o Ministério da Fazenda, as investigações revelam movimentações ilícitas superiores a R$ 23 bilhões em uma rede criminosa nacional. Também participam o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e a subsecretária da Receita Federal, Andrea Costa Chaves.

    O IGP-M avançou 0,36% em agosto, após três meses de recuo, segundo a FGV. No ano, o índice acumula queda de 1,35%, e alta de 3,03% em 12 meses. O resultado ficou próximo do teto das estimativas do mercado, que variavam de -0,04% a +0,41%.

    No exterior, os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) demonstraram receio de que a expansão fiscal em diversos países da zona do euro possa criar um cenário de dívidas públicas estruturalmente elevadas, impulsionando a inflação e o nível estimado dos juros neutros.

    Dólar recua com alívio em Treasuries longos e de olho em dados dos EUA