Categoria: MUNDO

  • Presidente da Nigéria diz que está disposto a se reunir com Trump após ameaças de ataque

    Presidente da Nigéria diz que está disposto a se reunir com Trump após ameaças de ataque

    Republicano acusa Abuja de permitir que muçulmanos matem cristãos; especialista diz que violência é indiscriminada; porta-voz de Tinubu minimiza falas e diz que presidente está aberto a encontro com republicano para discutir segurança

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, está disposto a se encontrar com o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, disse um porta-voz do governo nigeriano neste domingo (2). O anúncio acontece um dia após o presidente americano acusar o país africano de permitir que muçulmanos matem cristãos e ameaçar atacar o território.

    No sábado (1º), em publicação no Truth Social, Trump chamou a Nigéria de “país desgraçado”, disse que interromperia todo tipo de assistência a Abuja e afirmou que pediu que o Departamento de Guerra -referindo-se à pasta da Defesa pelo nome com o qual quer rebatizá-la- se preparasse para uma possível ação militar.

    “Se atacarmos, será rápido, violento e certeiro, assim como os bandidos terroristas atacam nossos estimados cristãos”, escreveu. No dia anterior, o governo americano recolocou a Nigéria na lista de “países de preocupação particular”, que elenca nações que os EUA dizem ter violado a liberdade religiosa, como China, Mianmar, Coreia do Norte, Rússia e Paquistão.

    “Não interpretamos a publicação de forma literal. Sabemos que Donald Trump tem seu próprio estilo de comunicação”, disse à agência de notícias AFP Daniel Bwala, assessor especial de Tinubu para comunicação política, sugerindo que se tratava de uma forma de forçar um encontro entre os dois líderes para que pudessem achar uma “frente comum” no combate à insegurança.

    Bwala não forneceu detalhes sobre uma possível reunião entre Trump e Tinubu, mas afirmou que as divergências sobre se os ataques terroristas são direcionados apenas a cristãos ou se atingem qualquer cidadão serão discutidas e resolvidas pelos mandatários quando se encontrarem nos próximos dias.

    À Reuters, Bwala minimizou as tensões entre Abuja e Washington e disse que a Nigéria receberá ajuda dos EUA no combate aos insurgentes islâmicos desde que sua integridade territorial seja respeitada. “Tenho certeza de que quando esses dois líderes se encontrarem e sentarem, haverá melhores resultados em nossa resolução conjunta para combater o terrorismo”, afirmou.

    Com mais de 200 milhões de pessoas e cerca de 200 grupos étnicos, o país africano se divide entre a predominância muçulmana ao norte e a maioria cristã no sul. Ataques de grupos terroristas islâmicos, como o Boko Haram e a Província do Estado Islâmico da África Ocidental, têm ocorrido sobretudo ao nordeste do país, vitimando principalmente muçulmanos, segundo especialistas.

    “Grupos insurgentes como o Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental frequentemente apresentam suas campanhas como anticristãs, mas na prática sua violência é indiscriminada e devasta comunidades inteiras”, disse à Reuters Ladd Serwat, analista sênior para África do grupo americano Acled (Banco de Dados de Localização e Eventos de Conflitos Armados, na sigla em inglês).

    No centro da Nigéria, há confrontos frequentes entre pastores muçulmanos e agricultores cristãos por acesso à água e às pastagens, enquanto no noroeste do país, homens armados atacam vilarejos, sequestrando moradores para obter resgate. “A violência islâmica é parte da dinâmica complexa e sobreposta de conflitos por poder político, disputas de terra, etnia, afiliação a cultos e banditismo”, diz Serwat.

    Pesquisas do Acled mostram que, de 1.923 ataques a civis na Nigéria até agora este ano, o número daqueles que visavam cristãos por causa de sua religião foi de 50. Alegações recentes que circulam entre círculos de direita dos EUA de que até 100 mil cristãos foram mortos na Nigéria desde 2009 não são se comprovam pelos dados disponíveis, diz Serwat.

    O presidente nigeriano, muçulmano do sul do país casado com uma pastora cristã, rebateu acusações de intolerância religiosa no sábado, antes da publicação de Trump.

    “A caracterização da Nigéria como religiosamente intolerante não reflete nossa realidade nacional, nem leva em consideração os esforços consistentes e sinceros do governo para salvaguardar a liberdade de religião e crenças para todos os nigerianos”, disse.

    Ao fazer nomeações para o governo e de militares, Tinubu tem buscado equilíbrio para garantir que muçulmanos e cristãos sejam representados igualmente. Na semana passada, o mandatário mudou a liderança militar do país e nomeou um cristão como novo chefe de defesa.

    Presidente da Nigéria diz que está disposto a se reunir com Trump após ameaças de ataque

  • Ex-apresentadora de TV diz que matou a mãe para se salvar

    Ex-apresentadora de TV diz que matou a mãe para se salvar

    O caso deixou os moradores do Kansas chocados após Angelynn Mock surgir, na rua onde a mãe dela morava, cheia de sangue nas roupas e mãos

    Angelynn Mock, ex-apresentadora de um programa matinal em um canal do Missouri, nos Estados Unidos (EUA), está sendo acusada de ter matado a sua própria mãe na noite de Halloween.

    Moradores de um bairro no Wichita, no Kansas, ficaram em choque quando viram a mulher saindo da casa da sua mãe, na noite de setxta-feira (31), coberta de sangue. Segundo relataram para as autoridades, Angelyn confessou ter matado a mãe e afirmou que o fez para se salvar.

    Segundo testemunhas, a mulher começou a pedir para ligarem para o número de emergência médica, alegando que tinha matado a mãe.

    Quando agentes do Departamento de Polícia de Wichita cheraram ao local, encontraram a suspeita com sangue nas roupas e vários cortes nas mãos. Dentro da casa, encontaram Anita Avers, de 80 anos, inconsciente na cama, com varios golpes. Foi tranpostada para o hospital onde o seu óbito foi declarado, 30 mintuos depois. 

    Angelynn foi imediatamente presa e deu entrada na prisão do condado de Sedgwick, acusada de homicido em primeiro grau.

    Ex-apresentadora de TV diz que matou a mãe para se salvar

  • Alemanha detém sírio de 22 anos por suspeitas de planejar atentado

    Alemanha detém sírio de 22 anos por suspeitas de planejar atentado

    As autoridades alemãs anunciaram hoje a detenção em Berlim de um sírio de 22 anos suspeito de preparar um atentado com motivação jihadista, num contexto de aumento da violência na Alemanha.

    O suspeito, preso no sábado no bairro de Neukölln, é acusado de ter planejado um “ataque com motivação jihadista”, informou um porta-voz do Ministério Público de Berlim à agência France-Presse (AFP).

    As autoridades não forneceram mais detalhes.

    O jovem está detido em um centro de custódia e deverá ser apresentado a um juiz de instrução na tarde de hoje.

    O suspeito é acusado de preparar um ato grave que coloca o Estado em perigo, acrescentou a fonte judicial.

    De acordo com o jornal Bild, durante buscas realizadas por forças especiais em três residências do suspeito em Berlim, foram apreendidos materiais que poderiam ser usados na fabricação de explosivos.

    O ataque teria como alvo a capital alemã, embora outros detalhes não tenham sido revelados, segundo o jornal.

    A Alemanha tem enfrentado, nos últimos meses, vários ataques fatais com armas brancas, além de atentados com motivações jihadistas e episódios de violência de extrema direita, o que tem colocado as questões de segurança em destaque.

    Berlim, uma das grandes metrópoles europeias, permanece sob alta vigilância, especialmente desde o atentado jihadista mais mortal ocorrido em um mercado de Natal, quando um caminhão atropelou e matou 12 pessoas em dezembro de 2016.

    Alemanha detém sírio de 22 anos por suspeitas de planejar atentado

  • Obama abandona discrição, entra na campanha para eleições locais nos EUA e fala em momento sombrio

    Obama abandona discrição, entra na campanha para eleições locais nos EUA e fala em momento sombrio

    Obama abandona discrição, entra na campanha para eleições locais nos EUA e fala em momento sombrio

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama (2009-2017) juntou-se à campanha do Partido Democrata às vésperas das eleições estaduais no país e, neste sábado (1º), criticou o atual mandatário, Donald Trump, por políticas que classificou de caóticas.

    Mais importante membro do partido atualmente, Obama foi ovacionado ao subir ao palco nos comícios de duas candidatas em pleitos de meio de mandato considerados decisivos em 2026: a ex-congressista Abigail Spanberger, na Virgínia, e a atual deputada democrata Mikie Sherrill, em Nova Jersey. Antes disso, ele vinha mantendo discrição.

    Analistas e políticos esperam que as próximas eleições influenciem as disputas de 2026. Nas eleições legislativas de meio de mandato, estarão em jogo as maiorias no Congresso –fator que pode impactar diretamente o avanço ou bloqueio de políticas da gestão de Trump.

    “Vamos encarar: nosso país e nossa política estão em um lugar bastante sombrio agora. É difícil saber por onde começar, porque todos os dias a Casa Branca oferece às pessoas uma nova dose de ilegalidade, imprudência, mesquinhez e simplesmente loucura pura”, disse a uma multidão de apoiadores de Spanberger na Universidade Old Dominion, em Norfolk.

    O ex-presidente criticou ainda as taxas de importação que Trump impôs a diversos países. “Os custos não diminuíram para as famílias comuns, mas aumentaram, graças a essa política tarifária desastrosa”, afirmou.

    Já em Newark, em Nova Jersey, para apoiar Sherrill, ele ironizou as reformas na Casa Branca. “Para ser justo, ele tem se concentrado em algumas questões críticas, como pavimentar o Jardim das Rosas para que as pessoas não sujem os sapatos de lama e construir um salão de baile de US$ 300 milhões”, disse.

    Pesquisas mostram Spanberger, 46, com uma vantagem considerável sobre a candidata republicana, a vice-governadora Winsome Earle-Sears, 61, enquanto Sherrill tem vantagem de um dígito sobre o republicano Jack Ciatterelli, 63, que se candidatou pela terceira vez consecutiva ao cargo de governador –em 2021, ele perdeu a disputa por três pontos percentuais.

    As eleições acontecem na próxima terça-feira (4). No mesmo dia, os moradores da cidade de Nova York irão às urnas para escolher seu próximo prefeito. O favorito até agora é o democrata Zohran Mamdani, 34, jovem deputado estadual mulçumano e socialista do Queens.

    Recentemente, ele foi apadrinhado por Obama –no sábado (1º), o ex-presidente telefonou para Mamdani, elogiou a campanha do correligionário e se ofereceu para ser seu conselheiro no futuro, caso ele vença a eleição. Nascido na Uganda, o jovem aparece bem à frente de seu principal concorrente, o ex-governador Andrew Cuomo, nas pesquisas eleitorais.

    Obama abandona discrição, entra na campanha para eleições locais nos EUA e fala em momento sombrio

  • Incidentes com drones? Ministro belga relaciona a tentativa de espionagem

    Incidentes com drones? Ministro belga relaciona a tentativa de espionagem

    O ministro da Defesa belga, Theo Francken, sugeriu hoje que os recentes voos de ‘drones’ sobre bases militares e aeroportos belgas podem ser tentativas de espionagem da Rússia.

    Em entrevista à emissora local VTM, o ministro admitiu que as autoridades belgas “não têm informações concretas sobre a origem dos drones”, mas apontou para um possível envolvimento de Moscou, em linha com outras incursões de drones no espaço aéreo de países bálticos e do leste europeu.

    “A polícia fez um bom trabalho, mas perdeu o contato quando os drones seguiram em direção à Holanda”, disse o ministro, referindo-se aos voos de drones não identificados que sobrevoaram, no dia anterior, a base militar de Kleine-Brogel — próxima à fronteira holandesa — e o Aeroporto de Deurne, perto da cidade de Antuérpia, no norte da Bélgica.

    As medidas de interferência ou bloqueio de drones destinadas a proteger zonas militares não surtiram efeito, segundo Francken, que demonstrou confiança na rápida implementação de um plano nacional antidrones, atualmente aguardando aprovação do governo.

    Esse plano será complementado por iniciativas europeias lançadas em resposta à recente série de incidentes no espaço aéreo de vários Estados-Membros da União Europeia (UE), incluindo a criação de uma “barreira antidrones” projetada para detectar, rastrear e interceptar aeronaves não tripuladas.

    Questionado sobre a possibilidade de os recentes incidentes no espaço aéreo belga terem sido causados por amadores, o ministro se mostrou cético.

    “Poderia ser, mas as multas são muito altas. Considerando a duração do voo, sabemos que não se trata de lazer. Estamos lidando com espionagem. Esses drones estão procurando algo ou mapeando a área. Portanto, parece provável que seja algo sério. Pensa-se, por exemplo, na Rússia — mas devo ser cauteloso, já que não há provas formais”, afirmou.

    Vários drones também foram avistados na base militar de Marche-en-Famenne, no sul do país, na noite de sábado.

    Incidentes com drones? Ministro belga relaciona a tentativa de espionagem

  • Reconstrução de Gaza exigirá quase metade de valor transferido para reerguer Europa após 2ª Guerra

    Reconstrução de Gaza exigirá quase metade de valor transferido para reerguer Europa após 2ª Guerra

    Quase metade dessa quantia será necessária, segundo organizações internacionais, para reerguer a Faixa de Gaza, território do tamanho de um quarto do município de São Paulo que foi devastado por dois anos de guerra entre Israel e Hamas.

    RENAN MARRA
    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Os Estados Unidos criaram o Plano Marshall para reconstruir a Europa capitalista após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e despejaram o equivalente hoje a cerca de US$ 170 bilhões (R$ 915,3 bi), no valor ajustado pela inflação, em 17 países do continente.

    Quase metade dessa quantia será necessária, segundo organizações internacionais, para reerguer a Faixa de Gaza, território do tamanho de um quarto do município de São Paulo que foi devastado por dois anos de guerra entre Israel e Hamas.

    A reconstrução da faixa, reduzida a escombros, poderá levar décadas e custará ao menos US$ 70 bilhões (R$ 377 bi), segundo as Nações Unidas. Desde outubro de 2023, quando o conflito começou, cerca de 80% das estruturas de Gaza foram destruídas ou danificadas, de acordo com o Centro de Satélites da ONU.

    Hospitais, escolas, redes de energia e sistemas de água e de esgoto foram comprometidos, o que deixou mais de 2 milhões de pessoas em situação de emergência humanitária. O restabelecimento desses serviços, segundo especialistas, exigirá esforço semelhante ao feito aos europeus no pós-guerra.

    A diferença é que, enquanto o Plano Marshall foi criado com ambiente de relativa estabilidade, os planos para reestruturar Gaza têm obstáculos que vão além de questões financeiras. O principal deles é político.

    O território continua sob bloqueio imposto por Israel e, mesmo com o acordo para cessar-fogo assinado há três semanas, tem sido bombardeado pelas forças de Tel Aviv. O Estado judeu acusa o grupo terrorista Hamas de desrespeitar o pacto e justifica as ações com o argumento de legítima defesa.

    “Embora Gaza seja relativamente pequena, a reconstrução será complexa por vários motivos: primeiro, não acontecerão investimentos massivos sem que o território esteja pacificado; segundo, a área está arrasada, e os volumes de materiais necessários serão muito grandes, porém não há serviços de ferrovia ou de rodovia”, diz o economista Marcio Sette Fortes, professor de Relações Internacionais do Ibmec-RJ.

    Fortes, ex-diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento, diz que os recursos para Gaza terão de ser transportados, sobretudo, pela via marítima, uma vez que o território não tem capacidade para produção própria. “Mesmo a Segunda Guerra não destruiu a infraestrutura completa dos países europeus, que conseguiram manter parte de seus meios de produção. Em Gaza, é diferente”, afirma.

    Somente nos próximos três anos, segundo a ONU, serão necessários US$ 20 bilhões (R$ 107,6 bi) para as primeiras etapas da reconstrução. Os recursos seriam usados para o restabelecimento dos serviços mais urgentes, caso da reconstrução de hospitais, dos sistemas de água e da remoção de entulho, uma etapa delicada devido à presença de materiais contaminados e de munições que não foram detonadas.

    Mais de 61 milhões de toneladas de detritos foram geradas em Gaza, dos quais apenas 81 mil (0,13% do total) tinham sido removidas até a metade de outubro. Para efeito de comparação, o volume é maior do que a deixada na guerra da Rússia contra a Ucrânia, ainda segundo estimativa das Nações Unidas, apesar de o conflito ter começado antes e de a fronteira ser bem mais extensa no caso do Leste Europeu.

    Cerca de 15% desse material pode estar contaminado por substância perigosas, incluindo resíduos industriais, metais pesados e amianto, um mineral tóxico que pode ser inalado quando as fibras microscópicas são liberadas ao ar, algo comum durante as demolições.

    Os riscos ambientais, portanto, são fatores de grande preocupação para a reconstrução, diz Jamon Van Den Hoek, professor associado de Geografia na Universidade do Estado de Oregon, nos EUA.

    Autor de projeto que mapeou as edificações atingidas no território, ele diz que a infraestrutura fundamental para a sobrevivência deve ser bem estabelecida antes que investimentos sejam alocados para qualquer projeto de reconstrução em larga escala. Isso inclui acesso à água e à eletricidade.

    Em paralelo, a recuperação do ecossistema é tida como essencial para a melhora imediata das condições de saúde e de segurança alimentar dos palestinos. Relatório do Unep, o programa ambiental da ONU, aponta que o colapso das estações de esgoto, a destruição das redes de encanamento e o uso de fossas sépticas improvisadas agravaram a contaminação do aquífero que abastece a população.
    Os danos provocaram crise hídrica, comumente relacionada ao aumento de doenças infecciosas. Casos de diarreia aguda, por exemplo, aumentaram 36 vezes desde o começo do conflito.

    A destruição também compromete a segurança alimentar: Gaza perdeu 97% das árvores e 82% das plantações, tornando impossível a produção de alimentos em larga escala. O colapso agrícola ocorre num contexto de crise humanitária severa, com mais de 500 mil pessoas em situação de fome.

    Em projetos de reconstrução, a ONU aponta como urgente a restauração dos sistemas de água e de saneamento, bem como a remoção de entulhos, para conter doenças e evitar novas contaminações. Numa etapa posterior, mas ainda no curto prazo, orienta limpezas em áreas rurais e monitoramento da qualidade dos alimentos; para o médio e o longo prazos, elenca entre as medidas necessárias o uso sustentável dos recursos hídricos, com técnicas de dessalinização, para recuperar o aquífero local.

    Já a remoção da maior parte das munições não detonadas levará de 20 a 30 anos, segundo Nick Orr, da Humanity & Inclusion, ONG com sede na França. Ainda assim, o trabalho não estará completo. “O material está no subsolo. Vamos encontrá-lo por gerações.”

    Não há definição sobre quando a reconstrução terá início nem quem assumirá o financiamento. Países árabes, integrantes da União Europeia, Canadá e EUA já manifestaram disposição em contribuir.

    Seja como for, Zaha Hassan, advogada e pesquisadora sênior da Fundação Carnegie, afirma que a estimativa de US$ 70 bilhões da ONU é conservadora. “Não tivemos uma avaliação real do terreno”, diz.

    “Há enorme necessidade de ajuda imediata. De 5% a 8% da população foi morta ou mutilada. Como remover os escombros, cujo processo levará décadas? E onde depositá-los? Como recolher os 10 mil corpos que, acredita-se, estão sob os escombros? Será necessário bem mais do que levar tratores”, afirma.

    Ações ambientais prioritárias na reconstrução de Gaza, segundo a ONU

    Medidas mais urgentes
    Priorizar a reconstrução dos sistemas de abastecimento de água e sanitários para minimizar surtos de doenças; Fazer a remoção de entulhos para facilitar a entrega de ajuda humanitária e o acesso à infraestrutura essencial; Estabelecer locais adequados para armazenamento temporário e descarte de entulhos, incluindo resíduos perigosos; Fazer triagem e o descarte seguro de entulhos contaminados e resíduos perigosos, incluindo amianto e metais pesados; Medidas para curto prazo

    Trabalhos de limpeza em áreas rurais, a fim de diminuir a contaminação na cadeia alimentar; Monitorar a qualidade da água e dos alimentos para orientar restrições e ações corretivas; Desenvolver estratégias para gestão de entulhos e resíduos; Implementar programa de reciclagem de entulhos em larga escala, minimizando impactos ambientais; Medidas para médio e longo prazos

    Planejar a utilização sustentável da água, inclusive com técnicas de dessalinização, para permitir a recuperação do aquífero local; Instalar redes de distribuição de água a partir de fontes de produção locais e transfronteiriças, com baixas taxas de vazamento e sistemas adequados de operação e manutenção; Desenvolver sistema de descarte de resíduos sólidos, incluindo sistemas de coleta, aterros sanitários e infraestrutura para reciclar e reutilizar materiais; Estabilizar e preencher túneis subterrâneos que ameaçam a estabilidade acima do solo; Fonte: Programa ambiental das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês)

    Reconstrução de Gaza exigirá quase metade de valor transferido para reerguer Europa após 2ª Guerra

  • Ataque a faca em trem na Inglaterra fere 10 pessoas

    Ataque a faca em trem na Inglaterra fere 10 pessoas

    A corporação descartou a possibilidade de terrorismo na manhã deste domingo. “Neste momento, não há nada que sugira que este tenha sido um incidente terrorista”, disse o superintendente da polícia de transportes britânica, John Lovelace, em entrevista coletiva. Mais cedo, o ministro da Defesa, John Healey, afirmou que o ataque foi um incidente isolado.

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Dez pessoas foram esfaqueadas em um trem que ia da cidade de Doncaster, no norte da Inglaterra, à estação de King’s Cross, em Londres, na madrugada deste domingo (2). A polícia deteve dois suspeitos em Huntingdon (a cerca de 130 km da capital britânica), onde o trem fez uma parada de emergência, e afirma que, entre os atingidos, nove passageiros tiveram ferimentos graves.

    A corporação descartou a possibilidade de terrorismo na manhã deste domingo. “Neste momento, não há nada que sugira que este tenha sido um incidente terrorista”, disse o superintendente da polícia de transportes britânica, John Lovelace, em entrevista coletiva. Mais cedo, o ministro da Defesa, John Healey, afirmou que o ataque foi um incidente isolado.

    Segundo Lovelace, as duas pessoas presas sob suspeita do crime são um homem negro de 32 anos e um homem de ascendência caribenha de 35 anos, ambos nascidos no Reino Unido. Sobre as vítimas, afirmou que quatro pessoas já receberam alta, enquanto duas correm risco de morte.

    Olly Foster, que estava em um dos vagões, disse à BBC que viu uma pessoa correndo e avisando que um homem estaria esfaqueando tudo e todos. “Encostei nesta cadeira, olhei para a minha mão e ela estava coberta de sangue. Olhei para a cadeira, havia sangue por todo lado. Depois, olhei para a frente e havia sangue em todas as cadeiras”, disse.

    Outras testemunhas ouvidas pelo jornal The Times disseram ter visto um homem armado com uma grande faca e passageiros se escondendo nos banheiros para se proteger.

    Na manhã deste domingo, o trem continuava parado e interditado, e agentes da polícia científica trabalhavam no local. A companhia ferroviária LNER (London North Eastern Railway) pediu aos usuários que não viajem em suas linhas neste domingo.

    O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, chamou o incidente de terrível e profundamente preocupante, enquanto a ministra do Interior Shabana Mahmood disse estar profundamente entristecida e pediu que as pessoas evitem comentários e especulações.

    Isso porque o governo tenta impedir a propagação de rumores nas redes sociais após um incidente em Southport, no noroeste da Inglaterra, no ano passado, quando alegações na internet sobre o assassinato de três meninas jovens desencadearam dias de tumultos em todo o país.

    Ataque a faca em trem na Inglaterra fere 10 pessoas

  • EUA matam três pessoas em novo ataque contra navio no Caribe; vídeo

    EUA matam três pessoas em novo ataque contra navio no Caribe; vídeo

    De acordo com Hegseth, o ataque foi “cinético e letal” e ocorreu em águas internacionais, em uma rota conhecida pelo contrabando de drogas. Nenhum militar americano ficou ferido. O secretário afirmou que o navio transportava entorpecentes e fazia parte de uma rede de tráfico internacional.

    O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, confirmou neste sábado (1º) que três homens morreram em mais um ataque militar americano no Mar do Caribe. A operação, realizada sob ordens do presidente Donald Trump, teve como alvo uma embarcação que, segundo autoridades norte-americanas, estaria ligada ao narcotráfico e a uma “organização terrorista designada”.

    De acordo com Hegseth, o ataque foi “cinético e letal” e ocorreu em águas internacionais, em uma rota conhecida pelo contrabando de drogas. Nenhum militar americano ficou ferido. O secretário afirmou que o navio transportava entorpecentes e fazia parte de uma rede de tráfico internacional.

    “Esses narcoterroristas estão trazendo drogas para o nosso país para envenenar americanos — e não terão sucesso”, escreveu Hegseth em publicação no X (antigo Twitter). Ele acrescentou que o governo continuará a “rastrear, mapear, caçar e eliminar” grupos criminosos ligados ao tráfico.

     

    Segundo dados do próprio governo dos EUA, desde setembro foram realizados 16 ataques contra embarcações suspeitas — nove no Caribe e sete no Pacífico — resultando em mais de 60 mortes.

    Autoridades norte-americanas afirmam que a ofensiva faz parte de uma estratégia para enfraquecer organizações criminosas supostamente ligadas ao regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Washington acusa Maduro de comandar um cartel internacional de drogas e considera o grupo como uma organização terrorista.

    Apesar do aumento das operações, Trump negou, na última sexta-feira (31), que haja planos de ataques diretos à Venezuela. O presidente declarou que “ainda não tomou decisão” sobre eventuais ações militares no país.

    O Pentágono tem divulgado poucas informações sobre as ofensivas. As identidades das vítimas e a quantidade de drogas apreendidas não foram reveladas.

    As ações, no entanto, vêm sendo duramente criticadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu a suspensão imediata dos bombardeios e classificou as operações como “execuções extrajudiciais”.

    Em comunicado, Türk afirmou que o aumento no número de mortes é “inaceitável” e cobrou que os Estados Unidos “ponham fim a tais ataques e adotem medidas para evitar execuções extrajudiciais, independentemente de qualquer suposta atividade criminosa”.

    As críticas reacendem o debate sobre os limites da atuação militar norte-americana em território internacional e a legalidade das ações contra alvos classificados como ligados ao tráfico e ao terrorismo.

    EUA matam três pessoas em novo ataque contra navio no Caribe; vídeo

  • Rússia admite "contatos" com Venezuela sobre possível ajuda a Maduro

    Rússia admite "contatos" com Venezuela sobre possível ajuda a Maduro

    O governo russo admitiu hoje que mantém contato com a Venezuela em relação a um possível pedido de ajuda do líder venezuelano Nicolás Maduro ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

    Estamos em contato com nossos amigos venezuelanos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias TASS, sem mencionar diretamente o suposto pedido de Maduro.

    De acordo com o The Washington Post, Maduro teria solicitado ajuda da Rússia, da China e do Irã para reforçar as defesas do país diante da pressão dos Estados Unidos.

    Peskov evitou comentar possíveis pedidos de ajuda, mas destacou que Rússia e Venezuela estão unidas por “obrigações contratuais”.

    Os dois países assinaram um acordo de parceria estratégica em maio, durante uma visita de Maduro a Moscou.

    Nesta semana, a Rússia reiterou seu apoio à Venezuela diante das “ameaças existentes e potenciais” provenientes dos Estados Unidos.

    Diversos relatos publicados na sexta-feira indicam que os Estados Unidos estão ampliando o contingente militar no Caribe ou até planejando ataques contra alvos na Venezuela.

    Segundo jornalistas especializados em defesa, os EUA devem ter, nos próximos dias, oito navios de guerra, três navios de assalto anfíbio e um submarino na região — totalizando 13 embarcações militares, o maior contingente desde a Primeira Guerra do Golfo (1990–1991), de acordo com um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).

    Rússia admite "contatos" com Venezuela sobre possível ajuda a Maduro

  • Presidente do México lamenta vitimas de explosão em supermercado no norte

    Presidente do México lamenta vitimas de explosão em supermercado no norte

    A presidente do México, Claudia Sheinbaum, lamentou este sábado a morte de 23 pessoas numa explosão seguida de incêndio num supermercado em Hermosillo, capital do estado de Sonora, no norte do país, garantindo ajuda às vítimas e familiares.

    Minhas sinceras condolências às famílias e aos entes queridos das pessoas que faleceram no incêndio ocorrido em uma loja [da rede Waldo’s] no centro de Hermosillo”, afirmou a presidente em uma mensagem publicada nas redes sociais.

    A governante mexicana garantiu que tem mantido contato com o governador do estado, Alfonso Durazo, “para oferecer todo o apoio necessário”.

    Sheinbaum informou ainda que orientou a secretária do Interior, Rosa Icela Rodríguez, “a enviar uma equipe de apoio para atender as famílias e os feridos”.

    O governador de Sonora, Alfonso Durazo, afirmou que sua administração “tomará todas as medidas necessárias” para ajudar as famílias e as pessoas afetadas.

    De acordo com o relatório oficial, o incêndio começou por volta das 15h (hora local, 21h GMT), na loja localizada no centro de Hermosillo, em um momento em que o supermercado estava cheio de clientes devido ao pagamento dos salários quinzenais e às compras antecipadas para o Dia dos Mortos.

    “A explosão ocorrida na loja Waldo’s, no centro, deixou uma profunda tristeza em todos os habitantes de Sonora (…). Até o momento, há registro de 23 mortos e 11 feridos”, informou Durazo.

    O procurador-geral do estado, responsável pela investigação, declarou que a maioria das vítimas morreu por inalação de gases tóxicos.

    “Até o momento, não há indícios de que o incêndio tenha sido provocado intencionalmente”, informou o procurador.

    Também há registro de pelo menos 12 pessoas feridas.

    Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Municipal e da Defesa Civil continuam na área afetada pelo incêndio, realizando trabalhos de resgate e avaliação dos danos no local, que permanece isolado enquanto as causas do incidente são investigadas.

    Presidente do México lamenta vitimas de explosão em supermercado no norte