Blog

  • Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

    Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

    A ex-chacrete Lia Hollywood morreu após complicações provocadas por um ataque do pitbull do próprio filho, em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro

    Neulizete de Souza Ferraz, ex-chacrete conhecida pelo nome artístico Lia Hollywood, morreu na sexta-feira, 28, aos 66 anos, após complicações provocadas por um ataque do pitbull do próprio filho, em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro.

    Ela estava internada havia mais de um mês no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. De acordo com a Polícia Civil, o ataque ocorreu dentro da casa onde morava, na Praia do Sudoeste.

    Neulizete chegou a ser socorrida e levada para o pronto-socorro da cidade, mas foi transferida por causa da gravidade dos ferimentos. Ela sofreu mutilações e fraturas expostas nos braços, pernas e rosto, e precisou amputar um braço.

    Durante o período de internação, o estado de saúde se agravou. Na manhã de sexta-feira, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.

    A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 118.ª DP de Araruama e encaminhado à 125.ª DP, em São Pedro da Aldeia, que segue com a investigação. Diligências estão em andamento para apurar os fatos.

    O velório e o enterro estão previstos para domingo, 30, no Cemitério Jardim Park da Saudade, em São Pedro da Aldeia.

    Saiba quem foi Lia Hollywood

    Lia Hollywood foi uma das dançarinas e assistentes de palco dos programas de Chacrinha, atuando nas décadas de 1970 e 1980 ao lado de nomes como Rita Cadillac e Índia Potira.

    Seu nome artístico fazia referência à atriz e autora brasileira Lia Torá, a primeira brasileira a atuar em Hollywood.

    Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

  • Cruzeiro tem gols anulados, empata com Ceará e dá adeus a título brasileiro

    Cruzeiro tem gols anulados, empata com Ceará e dá adeus a título brasileiro

    SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Cruzeiro sentiu a ausência de Kaio Jorge, teve dois gols anulados e empatou com o Ceará por 1 a 1, na Arena Castelão, neste sábado (29). Vinícius Zanocelo abriu o placar para os mandantes, mas Willian Machado (contra) marcou o gol da igualdade, que faz com que o Cabuloso não tenha mais chances de conquistar o título do Brasileirão.

    Kaio Jorge não esteve em campo, e Gabigol foi titular. O artilheiro do Brasileirão foi cortado da partida por desgaste muscular e nem viajou para Fortaleza.

    Arroyo e Christian chegaram a balançar as redes para a Raposa, mas os gols foram anulados por impedimento. Ambos os lances aconteceram na primeira etapa, quando a partida ainda estava 0 a 0.

    O resultado faz com que a equipe de Leonardo Jardim fique com 69 pontos, em terceiro lugar, contra 75 do líder Flamengo. A duas rodadas do fim, o Cruzeiro pode empatar com o Fla, mas tem três vitórias a menos e não ultrapassa no critério de desempate.

    Já o Vozão segue em situação complicada contra o rebaixamento. O Vozão chega a 43 pontos, em 14º – O Inter abre o Z4, com 41.

    Ambas as equipes voltam a campo na semana que vem. O Vozão visita o Flamengo na quarta-feira, enquanto o Cruzeiro recebe o Botafogo um dia depois.

    Como foi o jogo

    O Cruzeirou começou o jogo mais à vontade e com espaço para trabalhar a bola. Logo no início, o goleiro Bruno Ferreira precisou trabalhar depois de desvio de Pedro Raul para trás. A equipe cearense conseguiu chegar em bola pelo alto de Lucas Mugni, que encontro Fernandinho por trás da marcação, mas o atacante bateu mascado.

    Assumindo o lugar de Kaio Jorge, Gabigol participou de um gol anulado do Cabuloso. No meio dos zagueiros, o camisa 9 dominou o chute fraco de Walace e passou para Arroyo, que encheu o pé para balançar as redes. Mas Gabi estava impedido no lance. O atacante ainda teve duas chances no primeiro tempo, mandando no meio em uma e para fora em outra.

    Leonardo Jardim teve que mexer no time ainda na etapa inicial – Arroyo sentiu lesão e teve que ser substituído por Sinisterra aos 41 minutos. Na sequência, Willian Machado assustou em cabeçada que Cássio voou para segurar.

    Os visitantes ainda tiveram outro gol anulado antes do intervalo, e o jogou ficou nervoso. Christian completou de cabeça depois de cruzamento de Matheus Pereira, mas estava em posição irregular. Depois da anulação, os jogadores da Raposa reclamaram de um pênalti em Villalba. Irritado com o árbitro, Lucas Silva fez falta em Lucas Mugni, falou mais forte com o árbitro e levou amarelo.

    O Cruzeiro voltou do intervalo pressionando pelo primeiro gol. Sinisterra recebeu dentro da área, costurou a marcação e exigiu boa defesa de Bruno Ferreira, assim como Gabigol, pouco depois.

    Mas foi o Vozão quem abriu o placar. Em contra-atque puxado por Matheus Bahia, Pedro Raul deixou com Lucas Mugni, que rolou para Vinícius Zanocelo chegar batendo e contar com pingo da bola para superar Cássio, aos 10 minutos.

    Nervoso no jogo, o Cabuloso empatou com um gol chorado. Kaiki Bruno recebeu em profundidade e cruzou, Marcos Victor mandou contra a própria meta ao tentar cortar, e Willian Machado, depois de dividir com Gabigol, não conseguiu evitar o empate aos 25.

    Gabigol teve a melhor chance para virar, mas foi travado. O camisa 9 dominou na área e, na hora de finalizar, foi bloqueado por Willian Machado.

    Já no final, Galeano teve a bola do jogo após falha de Cássio. O goleiro cruzeirense saiu pelo alto, mas soltou a bola nos pés do paraguaio, que bateu para fora.

    FICHA TÉCNICA

    CEARÁ 1 X 1 CRUZEIRO

    CAMPEONATO BRASILEIRO – 36ª RODADA

    Data e horário: sábado, 29/11/2025 – 21h
    Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
    Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
    Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Daniel Henrique da Silva Andrade (DF)
    VAR: Rodrigo D’Alonso Ferreira (SC)
    Gols: Vinicius Zanocelo aos 11 min do 2º T (CEA); Willian Machado (contra) aos 26 min do 2º T (CRU)
    Cartões amarelos: Matheus Bahia, Willian Machado (CEA); Walace, Lucas Silva, Matheus Pereira, Gabriel (CRU)

    CEARÁ

    Bruno Ferreira; Fabiano Souza, Marcos Victor, Willian Machado e Matheus Bahia; Vinicius Zanocelo (Richardson), Dieguinho (Fernando Sobral) e Lucas Mugni (Vina); Galeano, Pedro Raul (Aylon) e Fernandinho (Paulo Baya). Técnico: Léo Condé.

    CRUZEIRO

    Cássio; William, Fabrício Bruno, Villalba e Kaiki; Walace, Lucas Silva (Eduardo), Christian (Japa) e Matheus Pereira; Arroyo (Sinisterra) e Gabriel (Bolasie). Técnico: Leonardo Jardim.

    Cruzeiro tem gols anulados, empata com Ceará e dá adeus a título brasileiro

  • 'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

    'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

    Em ‘Morra, Amor’, atriz vive uma escritora que se vê isolada após o nascimento do primeiro filho; Robert Pattinson, que vive marido dela no filme, diz que ficou tentado a defender seu personagem

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Jennifer Lawrence, 35, estava grávida do segundo filho, nascido no começo deste ano, quando gravou “Morra, Amor”, em cartaz nos cinemas. No filme, ela dá vida a Grace, uma escritora que, após o nascimento do primeiro filho, se vê isolada e cada vez mais irritada com tudo e com todos ao seu redor.

    Apesar de ser a primeira vez que interpreta uma mãe depois de ter se tornado uma, ela diz que sua experiência não foi fundamental para a composição da personagem. “Algo que me deixaria chateada ou até mesmo como eu ficaria chateada seria diferente de como um personagem que estou interpretando reagiria”, explica.

    Ela admite, no entanto, que a maternidade fez com que ela tivesse mais a oferecer para Grace. “Tanto eu quanto o Rob [Robert Pattinson, que vive seu marido no longa] éramos pais de primeira viagem quando estávamos filmando, então havia muita experiência que podíamos trazer para a mesa para adicionar dimensões a isso”, conta.

    “Mas não senti que estava trazendo coisas literais da minha vida para o papel”, continua. “Foi mais usar a minha imaginação e empatia, apenas imaginando se eu fosse sensível, se eu fosse ela, se eu estivesse sendo ignorada…”

    A atriz, que diz saber separar bem o papel de mãe dos que interpreta nas telas, conta que entende quem tem dificuldade para administrar tudo o que está acontecendo ao seu redor após o nascimento de um filho. “Acho que há muito a dizer sobre expectativas culturais”, avalia.

    “Enquanto as mulheres estiverem enfrentando essa expectativa irreal de serem donas de casa perfeitas e mães perfeitas e também terem uma carreira… isso é uma maneira inteligente de garantir que não avancemos muito no mercado de trabalho”, afirma. “Sei que provavelmente não sou a pessoa certa para falar disso. Para mim, todo o sistema está manipulado.”

    O fato de Grace se mudar para uma propriedade rural e longe dos seus é algo que, para a atriz, ajudou a personagem a se perder um pouco dela própria. “Descobri que ter uma comunidade, especialmente uma comunidade de mães, foi tão fundamental quando tive meu primeiro filho”, comenta.

    “Eu teria me sentido muito isolada se não tivesse mães para conversar quando as encontrava no parque ou então as amigas que tiveram bebês mais ou menos na mesma época para fazermos encontros e brincadeiras juntas”, continua. “Eu estava muito consciente disso.”

    Jennifer lembra que o filme é, à primeira vista, sobre depressão pós-parto, mas que a diretora e roteirista Lynne Ramsay acrescentou muitas camadas à história. “A personagem é uma exploração muito poderosa, foi diferente de tudo que eu já tinha lido ou sentido”, diz.

    Em determinado momento da trama, a personagem começa a rastejar como se fosse um animal, algo que foi experimentado durante as gravações e acabou ficando na edição. “Acho que foi uma combinação de eu estar grávida –e, quando você está grávida, você meio que está nesse espaço animalesco– com a minha personagem sendo levada para esse lugar onde ela estava realmente isolada”, analisa. “É como se ela fosse um animal selvagem preso em uma jaula.”

    A atriz diz que sempre quis fazer personagens mais cheios de camadas, como Grace, mas que nem sempre isso foi possível. “No começo da minha carreira, não pensava nisso como uma opção. Eu só queria um salário fixo, então consegui um papel em uma sitcom que ninguém viu, o que foi perfeito”, diz ela sobre “The Bill Engvall Show”, que durou de 2007 a 2009.

    Ela diz que foi essa estabilidade que lhe permitiu ser mais seletiva depois. “Eu era consciente o suficiente para tentar não ficar rotulada em certas coisas”, afirma. “Foi quando tive uma resposta realmente forte a ‘Inverno da Alma’ [filme de 2010 da cineasta Debra Granik] que algo em mim despertou. Percebi como é gratificante estar sob a liderança de uma grande diretora, algo que sempre tentarei buscar.”

    E O PAI, ONDE ESTÁ?

    Robert Pattinson, 39, dá vida ao passivo Jackson, marido de Grace, e diz que tentou ser ponderado ao interpretar o parceiro dessa mulher tão intensa. “Tive uma reação um tanto visceral ao ler o primeiro rascunho do roteiro e o livro, eu só queria defender o parceiro masculino em um relacionamento”, diz.

    “Mesmo que alguém seja desprezível e que o ponto do personagem seja servir como um dispositivo –especialmente no livro, onde ele é uma criatura sombria absolutamente inútil que deveria apenas personificar a decepção dela com a vida deles–, acho que seria simplesmente entediante se você apenas interpretasse um cara sentado no sofá sendo um completo perdedor. Então, você precisa criar algo.”

    Ele comemora que, agora que o filme começou a chegar ao público, tem recebido mensagens de pessoas que assistiram ao filme e se identificaram com o que é mostrado. “Isso meio que faz você entendê-los de uma maneira diferente”, avalia. “Você pode assistir a algo que é muito homogeneizado e simplesmente não há nada a dizer depois, mas, se você vê um filme que tem uma intensidade muito concentrada, isso força você a falar sobre ele.”

    “MORRA, AMOR”

    Quando: Em cartaz nos cinemas
    Classificação: 16 anos
    Elenco: Jennifer Lawrence, Robert Pattinson, Sissy Spacek, Nick Nolte e LaKeith Stanfield, entre outros.
    Direção: Lynne Ramsay

    'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

  • O que deve (e não deve) fazer para limpar os alto-falantes do iPhone

    O que deve (e não deve) fazer para limpar os alto-falantes do iPhone

    Há sempre uma forma correta de fazer as coisas e o mesmo é verdade em relação a limpar o seu celular. Se não quer correr o risco de danificar o iPhone, lhe damos algumas sugestões para completar o processo em segurança

    Independentemente da forma como usa o seu iPhone e do bom estado em que o mantenha, é altamente provável que eventualmente perceba que os alto-falantes do celular ficaram cobertos por poeira, detritos e outros tipos de sujeiras.

    Se não quer começar a ouvir sons e vozes abafadas saindo dos alto-falantes do iPhone é então necessário garantir que esta área do aparelho está sempre limpa.

    Naturalmente, terá de prestar alguma atenção à forma como procede à limpeza e, como sempre acontece, há uma forma correta de o fazer e coisas que nunca deve tentar se quer evitar danificar o equipamento.

    Por isso, pode ver abaixo alguns conselhos de como limpar os alto-falantes do iPhone e também coisas que não deve experimentar fazer:

    O que deve fazer:

    • Use uma escova;
    • Considere usar massa de limpeza que fique presa nos detritos;
    • Recorra a um pequeno soprador de ar para remover sujeiras mais soltas.

    O que não deve fazer:

    • Não use objetos afiados com clipes ou palitos;
    • Não recorra a álcool;
    • Não use ar comprimido.

    O que deve (e não deve) fazer para limpar os alto-falantes do iPhone

  • União viabiliza empréstimo de R$ 20 bi com bancos aprovado pelo Conselho dos Correios

    União viabiliza empréstimo de R$ 20 bi com bancos aprovado pelo Conselho dos Correios

    Segundo interlocutores, Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil e Safra apresentaram proposta; ato do Executivo dará respaldo legal à decisão da União de ser fiadora da operação

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve editar um decreto e uma portaria interministerial para permitir a concessão de garantia da União ao empréstimo de R$ 20 bilhões para socorrer os Correios. A operação foi aprovada pelo conselho de administração da estatal na manhã deste sábado (29).

    A elaboração do ato foi confirmada à Folha por três interlocutores do governo a par das discussões. O objetivo é dar respaldo legal ao aval soberano, que, por sua vez, é condição necessária para viabilizar uma operação dessa monta para uma companhia estatal em dificuldades financeiras.

    Segundo pessoas a par do tema, a operação de crédito aprovada pelo conselho dos Correios atende ao valor integral solicitado pela empresa e foi apresentada por um sindicato de cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. Como fiador, o Tesouro Nacional honrará os pagamentos em caso de inadimplência, o que torna praticamente nulo o risco de prejuízo para os bancos.

    A Caixa Econômica Federal, que participou do início das negociações, não deu continuidade às conversas.

    Procurados, os bancos não se manifestaram. Em ocasiões anteriores, disseram não comentar casos específicos. Os Correios afirmaram que “mais informações sobre a operação de crédito poderão ser divulgadas oficialmente após a avaliação e liberação pelos órgãos supervisores competentes”.

    Sobre o decreto, os Correios disseram que não cabe à empresa “atuar na elaboração desses normativos” e direcionou as perguntas aos órgãos competentes. A Casa Civil e os ministérios da Fazenda e da Gestão não responderam até a publicação deste texto.

    A concessão de garantia da União sempre foi premissa de toda a negociação do empréstimo, inclusive com os bancos, mas ainda havia insegurança no corpo técnico do Tesouro sobre como dar aval a uma empresa que, hoje, enfrenta dificuldades financeiras e não tem capacidade de pagamento.

    A expectativa é que o decreto presidencial, seguido da portaria assinada por diferentes ministros, dê respaldo legal à decisão, blindando os técnicos que temem responder individualmente a processos de responsabilização caso a empresa dê um calote nos bancos e acione a garantia soberana no futuro. Como são atos do Executivo, não é necessário aval do Congresso Nacional.

    A ideia é permitir que uma estatal sob risco de dependência do Tesouro Nacional -isto é, precisar de dinheiro do Orçamento para custear despesas operacionais, incluindo pessoal- possa apresentar um plano de reestruturação com medidas de ajuste, cujos efeitos financeiros serão considerados na avaliação da capacidade de pagamento.

    A chamada “capag” é um indicador crucial para determinar se um ente ou uma empresa estatal faz jus ou não à garantia da União.

    Na prática, o ato abre caminho para que os técnicos avaliem o pedido de aval dos Correios levando em consideração medidas de ganho de receitas e corte de despesas que estão no plano, mas ainda não foram implementadas. Esse voto de confiança é diferente do rito habitual, no qual o Ministério da Fazenda analisa a fotografia atual das finanças dos entes ou das estatais.

    Como mostrou a Folha, essa será a primeira vez desde o governo Dilma Rousseff (PT) que a Fazenda abrirá uma exceção para conceder garantia a um empréstimo. Na gestão da ex-presidente, licenças excepcionais permitiram o endividamento de estados já em péssimas condições financeiras, que depois deram calote nos financiamentos. Naquela ocasião, porém, não havia um ato presidencial para destravar as operações, e sim do ministro da Fazenda.

    Como a concessão da garantia será feita com base no plano de reestruturação, a avaliação do governo é que o documento precisa ser crível e bem fundamentado, inclusive explicitando ações que serão adotadas em caso de frustração dos resultados, de modo a manter a empresa na trajetória de recuperação.

    Sem o empréstimo, os Correios seriam um forte candidato a migrar para o status de dependente do Tesouro. Nessa situação, todas as despesas da companhia ficariam dentro do Orçamento, disputando espaço com outras políticas públicas, inclusive benefícios sociais -cenário que o governo quer evitar a todo custo.

    Um decreto editado por Lula em junho deste ano estabeleceu procedimentos para flexibilizar investimentos e facilitar a saída de empresas dependentes dessa classificação (com adesão da Telebras). O texto também permite que empresas não dependentes, ao acionarem o Tesouro para cobrir suas despesas operacionais, proponham um plano de reequilíbrio para tentar, em até dois anos, evitar sua migração para dentro do Orçamento.

    O novo ato presidencial deve regulamentar um terceiro caso: quando a empresa está em dificuldades e ainda não recebeu qualquer aporte do controlador para custear gastos do dia a dia, mas vê risco de que isso aconteça no futuro. É exatamente a situação dos Correios, que vinham emitindo alertas à União sobre a possibilidade de um furo no caixa.

    Segundo um dos técnicos, a ideia do texto é deixar mais claro em quais circunstâncias uma companhia estatal pode protocolar um plano de reestruturação e estabelecer balizas normativas mínimas do que será necessário apresentar no pedido.

    A preocupação com o respaldo legal é tão grande que a própria elaboração das minutas de decreto e portaria foi feita após um pedido formal da CGPar (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União), colegiado formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação).

    A expectativa do governo e da empresa é publicar as normas nos próximos dias e concluir os trâmites da operação de crédito. Na proposta dos bancos, a taxa de juros ficou um pouco abaixo da indicação anterior, de 136% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), mas a avaliação interna é que as condições melhoraram no geral.

    Antes, as instituições financeiras estavam fazendo exigências mais duras para a operação, como lucro mínimo e recebíveis futuros da empresa como garantia adicional -o que não é usual em empréstimos com aval soberano.

    Agora, as condições ficaram mais flexíveis, embora o custo ainda tenha ficado próximo dos 136% do CDI.

    BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil já são credores dos Correios em uma operação de R$ 1,8 bilhão contratada no primeiro semestre deste ano e que deve ser quitada com os recursos do novo empréstimo. O Banco do Brasil, por sua vez, participa desde o início das conversas. O Safra entrou no sindicato na segunda rodada.

    A conclusão das tratativas do empréstimo é essencial para dar fôlego de caixa à empresa, que passa por dificuldades financeiras. A companhia acumula prejuízos crescentes desde 2022. Neste ano até setembro, a estatal teve um saldo negativo de R$ 6,1 bilhões.

    União viabiliza empréstimo de R$ 20 bi com bancos aprovado pelo Conselho dos Correios

    Veja Também: Gazeta Mercantil – Economia

  • TSE discute criar banca de heteroidentificação após fraude na cota eleitoral de negros

    TSE discute criar banca de heteroidentificação após fraude na cota eleitoral de negros

    Ao menos 42 mil candidatos mudaram a declaração de cor e raça entre as eleições municipais de 2020 e 2024, de acordo com levantamento

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) discute instituir bancas de heteroidentificação, a exemplo do que ocorre em universidades, para garantir que a cota mínima de 30% do fundo eleitoral e do fundo partidário para candidatos negros seja utilizada por quem realmente tem direito e, assim, evitar fraudes na eleição de 2026.

    De acordo com o tribunal, as comissões que elaboram as normas para a eleição vão levar a proposta para audiências públicas e depois submetê-la à decisão dos ministros.

    O repasse mínimo é obrigatório desde 2022, mas o Congresso aprovou no ano passado uma anistia para os partidos. Para 2026, a execução corre risco por brechas, como dobradinhas com brancos nas campanhas e falta de controle sobre a autodeclaração racial.

    Ao menos 42 mil candidatos mudaram a declaração de cor e raça entre as eleições municipais de 2020 e 2024, de acordo com levantamento da Folha.

    Presidente do Tucanafro, a militância negra do PSDB, Gabriela Cruz afirma que um conjunto de partidos pediu ao TSE que regulamentasse as bancas de heteroidentificação em 2024.

    Elas verificam, com base nas características físicas do candidato (fenótipo), a veracidade da autodeclaração racial. O modelo passou a ser usado em universidades e concursos públicos.

    “Estamos nos organizando para solicitar de novo isso. As cotas foram criadas para dar oportunidade para que pessoas pretas e pardas ocupem os espaços de poder. Precisamos ter esse cuidado de identificação para combater fraudes”, diz Gabriela.

    Ela promete que o Tucanafro fará uma verificação própria, mesmo se o TSE novamente não tratar do assunto.

    Segundo o TSE, a proposta foi sugerida fora do prazo das resoluções para as eleições daquele ano.

    “Por isso, passaram a integrar um conjunto de medidas –especialmente relativas a representações específicas (pessoas negras, mulheres, indígenas e pessoas com deficiência)– que estão atualmente em análise pelas comissões”, afirmou o tribunal.

    Essas comissões, como a da Igualdade Racial, vão propor aos ministros as normas para as eleições de 2026. “Todas as propostas são submetidas a audiências públicas e, posteriormente, votadas e aprovadas pelo plenário do TSE por meio de resolução, até março do próximo ano”, diz o tribunal.

    A mudança na cota dos fundos eleitoral e partidário ocorreu após articulação que envolveu todos os grandes e médios partidos, do PT ao PL, para anistiar o descumprimento dessa regra criada pela Justiça na eleição de 2022.

    O Congresso aprovou e promulgou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que concedeu esse perdão e estabeleceu o percentual de 30% de repasse mínimo para as candidaturas.

    A regra anterior, criada pela Justiça, era de que o repasse do fundo eleitoral e partidário deveria ser igual ou maior ao percentual de candidatos pretos e pardos. Se 50% dos concorrentes de um partido fossem negros, 50% do dinheiro público recebido para campanhas deveria ir para estas candidaturas.

    O secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, afirma que o partido aprovou a criação da banca de heteroidentificação na eleição passada, mas não a implantou porque, como a cota era proporcional ao número de candidatos, não havia tanto sentido em fraudá-la.

    Agora, como foi estabelecido o percentual mínimo de 30%, a estrutura será usada para garantir que apenas os candidatos que de fato são pardos ou pretos sejam registrados assim na Justiça Eleitoral e tenham direito à cota de recursos.

    “A comissão também vai ter um pouco esse trabalho de constrangimento [a fraudes]”, diz.

    O descumprimento das cotas para negros foi questionado no STF (Supremo Tribunal Federal) pela Educafro. Foram quatro reuniões com o ministro Luís Roberto Barroso, relator e então presidente da corte.

    “Ele nos dava esperança, dizia que estava preocupado com a situação. Mas, na minha leitura pessoal, como tinha tensões em vários outros processos, ele preferiu não levar adiante”, diz Frei David, fundador da ONG.

    Barroso deixou o comando do tribunal, e a Educafro levou o assunto ao novo presidente, Edson Fachin, que pautou a ação logo em seguida, para o dia 22 de outubro. Barroso, no entanto, aposentou-se no dia 18 e, agora, o processo depende da escolha do novo ministro do STF pelo Senado.

    Frei David acusa também o que considera outro tipo de fraude. “Queremos evitar armadilhas como o prefeito brancão que, para desviar dinheiro [da cota], colocou um vice negro. Isso aconteceu nos quatro cantos do Brasil”, afirma.

    A intenção de explorar essa brecha foi confirmada à reportagem por políticos de diferentes matizes. A estratégia é repassar o dinheiro para o candidato negro, que custearia o material de propaganda do candidato branco.

    O advogado Ricardo Porto, especialista em direito eleitoral, afirma que a dobradinha na propaganda é legal e benéfica.

    “Se ele [negro] for um candidato menos expressivo, vai colar a imagem em outro mais forte. Isso proporciona que apareça no material com grandes puxadores de voto”, diz. “O que não pode é o mero repasse do recurso. Isso é tratado como fraude pela Justiça Eleitoral.”

    TSE discute criar banca de heteroidentificação após fraude na cota eleitoral de negros

    Veja Também: Gazeta Mercantil – Política

  • Festa do Flamengo terá desfile em trio elétrico no Centro do Rio neste domingo (30)

    Festa do Flamengo terá desfile em trio elétrico no Centro do Rio neste domingo (30)

    RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Prefeitura do Rio montou um esquema operacional especial para a festa da torcida do Flamengo neste domingo (30), quando o time desfilará em um trio elétrico após a conquista do quarto título da Libertadores.

    A rua Primeiro de Março e a avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro, serão interditadas pela manhã para receber os campeões da América, que devem atrair cerca de 500 mil torcedores ao percurso de 850 metros.

    A delegação rubro-negra desembarca no aeroporto do Galeão às 9h30 e seguirá direto para o Centro. O ponto de partida do trio será a Primeiro de Março, na altura da rua Buenos Aires, avançando até as proximidades da rua Araújo Porto Alegre.

    Ao longo do trajeto, três torres de som serão instaladas, e o caminhão fará uma parada na altura da avenida Almirante Barroso para a saudação à torcida.
    No entorno, outras vias também serão fechadas para facilitar a circulação do público e do veículo com os jogadores. A CET-Rio afirma que as interdições começam às 5h e devem ser liberadas às 16h.

    A Primeiro de Março ficará bloqueada entre a avenida Presidente Vargas e a rua da Assembleia; já a Presidente Antônio Carlos terá todas as pistas fechadas entre a rua da Assembleia e a avenida Beira Mar. O estacionamento está proibido na área desde as 20h deste sábado (29).

    Para quem precisa cruzar o Centro em direção à zona sul ou à zona norte, a recomendação é usar rotas pela Lapa –como a rua Teixeira de Freitas, avenida Mem de Sá e rua do Riachuelo– ou os túneis Santa Bárbara, Rebouças e Marcello Alencar. Vias próximas, como a rua México, a avenida Rio Branco e a avenida Franklin Roosevelt, permanecem liberadas.

    A CET-Rio orienta que quem tem compromissos com horário marcado, como voos no aeroporto Santos Dumont e viagens na rodoviária Novo Rio, saia com antecedência.

    O transporte público também terá mudanças. A orientação da Secretaria Municipal de Transportes é que o público dê preferência ao metrô. Linhas de ônibus que passam pela Presidente Antônio Carlos, Primeiro de Março ou por vias como Santa Luzia e Almirante Barroso terão desvios, e os coletivos que fazem ponto final no terminal Menezes Cortes terão embarque e desembarque alterados.

    O monitoramento do evento ficará centralizado no COR-Rio, na Cidade Nova, que terá 50 operadores de plantão diante do videowall de 104 metros quadrados. As equipes vão acompanhar imagens de cerca de cem câmeras instaladas na região do desfile. Dois drones também serão utilizados para reforçar o acompanhamento dos bloqueios e acessos.

    No ordenamento urbano, a Secretaria de Ordem Pública e a Guarda Municipal terão 240 agentes distribuídos em 25 pontos de bloqueio. Ambulantes só poderão entrar após controle da Coordenadoria de Controle Urbano, e fica proibida a entrada de garrafas de vidro, carrocinhas, foodtrucks e bicicletas.

    Segundo a prefeitura, também estarão disponíveis quatro postos médicos e 250 banheiros químicos ao longo do percurso.

    Festa do Flamengo terá desfile em trio elétrico no Centro do Rio neste domingo (30)

  • Varejo segue com promoções após Black Friday

    Varejo segue com promoções após Black Friday

    Segundo levantamento do Itaú Unibanco, entre a zero hora e a meia-noite de sexta-feira, houve um aumento de 28,5% nas vendas em todo o Brasil

    A Black Friday aconteceu oficialmente na última sexta-feira, 28, mas isso não significa o fim das barganhas. No Brasil, o varejo online transformou o evento em uma “Black November” prolongada, com ofertas que se estendem pelo fim de semana e até a Cyber Monday, que acontece na segunda-feira, 1º de dezembro.

    Consumidores ainda podem economizar até 80% em produtos selecionados, impulsionados por cupons exclusivos e frete grátis.

    A data já teve bons resultados. Segundo levantamento do Itaú Unibanco, entre a zero hora e a meia-noite de sexta-feira, houve um aumento de 28,5% nas vendas em todo o Brasil, na comparação com o mesmo período do ano passado.

    Onde comprar com descontos?

    Uma varredura rápida pelos gigantes do varejo revela promoções “legais” (reais e verificadas) que valem a pena caçar neste sábado e domingo. Foque em alertas de preço para evitar “black fraudes” e priorize compras com Pix ou cartão para mais benefícios.

    Amazon: A “Black da Amazon” vai até 1º de dezembro, com mais de R$ 50 milhões em cupons. Destaques incluem até 70% off em eletrônicos, eletrodomésticos e itens de casa inteligente. Para assinantes Prime, frete grátis a partir de R$ 19 e entregas no mesmo dia em capitais.

    Magazine Luiza (Magalu): A “Black das Blacks” prolonga as promoções por todo o período, incluindo Cyber Monday. Espere até 80% off em notebooks, geladeiras e consoles de games. Frete grátis nacional e cashback via MagaluPay em compras acima de R$ 50.

    Mercado Livre: Campanha de 27 de outubro a 2 de dezembro, com selo de “desconto real” nos últimos 60 dias. Até 70% off em ferramentas, moda e supermercado, com frete grátis em milhares de itens. Cupons de R$ 200 em lojas oficiais e descontos extras via Pix.

    Casas Bahia: A “Super Black Ao Vivo” continua com lives diárias e descontos relâmpago até o fim de semana. Parcelamento em até 30x no cartão da casa (pagamento a partir de 2026) e até 80% off em mais de 600 mil itens. Frete grátis em promoções selecionadas e cupons de R$ 16 milhões totais.

    Americanas: A Black Friday segue com até 80% off em mercado, eletrônicos e cama, mesa e banho. Frete grátis em itens selecionados e parcelamento em 12x sem juros.

    Mobly: Especialista em móveis, a “Black Mobly” oferece até 80% off em sofás, camas e guarda-roupas, com desconto extra para pagamentos via PIX, à vista no cartão de crédito e até 15% no cashback.

    Tok&Stok: Na “Best Friday”, descontos de até 60% em móveis e decoração. Além disso, parcelamento em 10x sem juros, frete grátis no estado de São Paulo e cashback de até 20%.

    Varejo segue com promoções após Black Friday

    Veja Também: Gazeta Mercantil – Economia

  • Campanha para brasileira não ser deportada dos EUA bate meta de R$ 160 mil

    Campanha para brasileira não ser deportada dos EUA bate meta de R$ 160 mil

    Bruna Caroline Ferreira foi presa por agentes de imigração nos Estados Unidos, que afirmaram que a brasileira é uma “imigrante criminosa ilegal” que já havia sido presa antes por agressão e não tem visto válido desde 1999

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – A campanha de arrecadação para custear a defesa da brasileira Bruna Caroline Ferreira, presa por agentes de imigração nos Estados Unidos, bateu a meta de US$ 30 mil (cerca de R$ 160 mil). Ela é mãe do sobrinho de 11 anos da secretária de imprensa e porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

    Campanha hospedada na plataforma GoFundMe é gerida por Graziela, irmã de Bruna. Na página, ela informa que o valor arrecadado será destinado a cobrir os honorários advocatícios, visando que ela permaneça no país, e as despesas necessárias para “dar à Bruna a melhor chance possível de voltar para casa a tempo das festas de fim de ano”.

    A meta foi batida na quinta-feira (27), dia do feriado de Ação de Graças, nos EUA. Graziela afirmou que a família estava grata pelo apoio recebido de conhecidos e estranhos. “Esta época de festas traz muitas emoções, mas escolhemos nos concentrar nas bênçãos -e cada um de vocês são uma delas. Obrigado por nos darem força e por acreditarem na causa de Bruna”, acrescentou.

    A arrecadação teve ao menos 657 doações e já ultrapassou US$ 35 mil (cerca de R$ 186 mil). A maior contribuição, registrada há oito dias, foi de US$ 5.000 (R$ 26,7 mil), feita por uma pessoa que preferiu não se identificar.

    Segundo Graziela, Bruna chegou aos EUA com os pais em 1998, ainda quando era criança. A irmã afirmou que a brasileira “sempre manteve seu status legal, cumpriu todas as exigências e nunca deixou de fazer o que é certo”. O advogado da família de Bruna também diz que ela havia se inscrito no programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA, na sigla em inglês), que oferece isenção de deportação e permissão de trabalho para imigrantes trazidos para os EUA quando crianças, informou a agência de notícias Reuters.

    Bruna foi detida no início do mês perto de Boston. Um porta-voz do Departamento de Segurança Interna disse a veículos locais que ela é uma “imigrante criminosa ilegal” que já havia sido presa antes por agressão e não tem visto válido desde 1999. A brasileira está detida no Centro de Processamento do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) no estado da Louisiana e aguarda deportação, segundo o órgão.

    O advogado dela, Todd Pomerleau, nega histórico criminal da cliente. Em entrevista à ABC News, Pomerleau disse que Bruna nunca respondeu por nenhum crime e pediu para o ICE a provar as acusações.

    Bruna entrou nos EUA ainda criança e era protegida por esse status. A brasileira, segundo a defesa, estava no processo de obtenção do green card, o visto permanente para imigrantes no país, e vivia, enquanto isso, sob as regras do DACA. O mecanismo tem sido alvo de ataques do presidente dos EUA, Donald Trump, desde seu primeiro mandato. A secretária-assistente de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, chegou a dizer em entrevista que o programa não protegia os beneficiários de deportações.

    Prisão aconteceu quando brasileira ia buscar o filho. Segundo o advogado de Bruna, ela e o irmão da porta-voz de Trump, Michael Leavitt, já foram noivos, e agora dividiam a guarda do menino. Michael contou à imprensa local que o filho não fala com a mãe desde a detenção, admitiu que é uma situação difícil e disse que só quer o melhor para a criança.

    Pessoa próxima disse que o menino de 11 anos vive com o pai desde que nasceu. Em entrevista à CNN americana, a fonte, que não foi identificada, contou que eles moram em New Hampshire e que Karoline Leavitt e Bruna não se falam há muitos anos. Procurada pela imprensa, a secretária de Trump não quis se pronunciar.

    Campanha para brasileira não ser deportada dos EUA bate meta de R$ 160 mil

  • Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap

    Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap

    Rapper recria faixas dos Racionais MC’s para falar do presente; músico processa morte da mãe e briga com irmão ao voltar

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – “Quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo”, Emicida cantou na primeira faixa de sua primeira mixtape, “Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe”, de 2009. O rapper tinha uma música, “Triunfo”, a fama de imbatível nas batalhas de rima, 24 anos de idade e uma carreira a construir. Voltar, então, para onde?

    A resposta ali é a mesma que a de agora –os Racionais MCs. Há 16 anos, Leandro Roque, nome de batismo do rapper, retratava uma confusão, a viabilidade de ter uma carreira sem abandonar os fundamentos do gênero que defende. Perguntava se “essa porra de ‘nós’ existe mesmo ou é outra ideia que ficou pra trás”, e rimava que “os MCs nem sabem mais se pedem um drink ou pedem paz, se aqui é Disney ou Alcatraz, se nós é Rouge ou Racionais”.

    Agora, ele se inspira –e, deliberadamente, revira– a obra do maior grupo de rap do Brasil numa trilogia reversa que batizou de “Emicida Racional”.

    O terceiro volume, já lançado, é uma mixtape em que o DJ Nyack, seu fiel escudeiro, encaixa faixas de voz de músicas antigas de Emicida em bases instrumentais do grupo de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay. O segundo é “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, que sai neste mês. É o primeiro álbum de estúdio do rapper desde “AmarElo”, de 2019, e também sua primeira obra desde que se separou do irmão, Evandro Fióti, com quem está envolvido numa disputa judicial milionária em torno do selo Laboratório Fantasma.

    “Quantas coisas valiosas nós abandonamos em nome de outras que hoje a gente não acha que têm a solidez que imaginou que teria?”, diz Emicida. “Fizemos escolhas boas e ruins, e chega nesse momento em que sou tocado por aquela mesma sensação. Observo isso de um lugar difícil de alcançar –o de não julgamento. Olhar para a situação como um elemento da vida, me sentir, sei lá, perdido, desesperançoso e falar ‘é hora de voltar e pegar o que ficou ali atrás, porque esse é o caminho que eu gostaria de seguir para sempre’.”

    Esse caminho é o rap. Não exatamente seus maneirismos sonoros –samples, scratchs, batidas de trap ou boombap–, mas o artesanato das palavras, seus sons e combinações. “Essa é a nossa brincadeira enquanto rappers. É voltar para o começo nesse lugar.”

    É isso que Emicida faz em “Finado Neguin Memo”, do novo disco, em que estressa ao máximo as possibilidades de rima com palavras proparoxítonas. Também em “Os Memo Preto Zica”, em que constrói sua poesia recombinando versos de músicas dos Racionais, por cima de um instrumental meio Jorge Ben Jor, meio Marvin Gaye. É uma colcha de retalhos que soa estranhamente familiar, como se ele sampleasse frases em vez de trechos de LPs antigos.

    Em “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, uma referência ao álbum “Cores & Valores”, lançado pelos Racionais em 2014, o rapper mete o dedo na obra do quarteto na forma e também no conteúdo. Em “A Mema Praça”, reclama sua veia política de elaboração e denúncia do racismo –o mais próximo do que os fãs chamam de “Emicida do velho testamento”.

    A música original, “A Praça”, retrata o show dos Racionais na Virada Cultural de 2007, em que a praça da Sé, em São Paulo, virou cenário de guerra após ação da polícia. Agora Emicida narra sua versão daquela mesma noite ao lado dos rappers Rashid e Projota –os três estavam na plateia naquele dia.

    Ele recria também “Quanto Vale o Show?”, em que Mano Brown desfila rimas como Pelé costurava defesas, enquanto convida o ouvinte a um passeio por sua adolescência nos anos 1980. “É uma roda gigante essa caneta. Você vai da chacina ao sucesso do Michael Jackson”, diz Emicida.

    Se Brown começa por uma batida de partido alto no pandeiro, o fã e rapper mais novo, em sua versão, lembra-se que o som do zíper da blusa remetia ao scratch que os DJs fazem nos discos de vinil. Dali, parte para outra jornada –a sua própria adolescência, na década de 1990, até a morte de Sabotage, em 2003.

    Na sua “Quanto Vale o Show Memo?”, Emicida rima sobre a eleição de “um presidente operário” em 2001. “As pessoas fazem essa associação [com o Lula], mas a brincadeira é com ‘Uma Odisseia no Espaço’”, diz, citando o filme de Stanley Kubrick. “Ali o ser humano vê a possibilidade de fazer viagens intergalácticas. É um paralelo doido, porque é uma distância parecida com a de uma pessoa pobre e operária alcançar um lugar de reconhecimento como a presidência da República no Brasil.”

    Seu processo de escrita, diz Emicida, é meticuloso, em que ele vai riscando as palavras como pedra –”até sair faísca”. “Procuro [no dicionário] a palavra e as formas de interpretá-la, porque às vezes varia a sílaba tônica. Muitas vezes você altera uma sílaba e muda todo o sentido. Tem coisas de uma subjetividade tão grande que não são captadas nem pelos fãs”, ele afirma.

    Desde as batalhas de freestyle, Emicida sempre foi um craque das rimas, e nunca abandonou o rap. Mas em seus últimos álbuns –”O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui”, de 2013, e “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, de 2015, e “AmarElo”– ele foi caminhando para perto da MPB.

    Em 2017, o rapper Don L lamentou que o rap só seria reconhecido enquanto arte a partir de movimentos desse tipo. “Se é MPBoy a grana vem/ Igual passarinhos voando/ Colando no Leblon vez em quando/ Pra chupar a Lavigne/ Mais do que o Athayde faz plano/ Na sauna hype do Caetano”, ele rimou em “Eu Não te Amo”, citando indiretamente “Passarinhos”, canção de Emicida com Vanessa da Mata, levada ao ukelele, e marco daquele momento.

    Não era uma crítica a Emicida, como o próprio Don L esclareceu no mesmo álbum, na faixa “Fazia Sentido”, mas ao ecossistema da música no Brasil. É como se o rap não se bastasse –ele precisaria do aval dessa elite da MPB.

    Na última década e meia, Emicida cantou em todos os grandes festivais do país , excursionou no exterior –tocou no Coachella, nos Estados Unidos, bem antes de Anitta e Ludmilla–, colecionou prêmios e angariou uma admiração intelectual que é rara para qualquer rapper em qualquer época. Culminou com o show de “AmarElo” para um Theatro Municipal, em São Paulo, abarrotado –e, também raro, repleto de pessoas negras no palco e na plateia.

    Na úlima quinta, teve um verso seu citado pela ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lucia em seu voto na ação sobre a possível omissão do Estado na garantia de direitos da população negra. E neste sábado (29), recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Recentemente, também deu aulas nas universidades de Pittsburgh, nos EUA, e Coimbra, em Portugal. “Pude reorganizar em parâmetros acadêmicos toda a informação que a gente manipula para fazer um rap –e é muita coisa”, ele diz.

    Agora, na “fase Racional”, Emicida quer exercitar o rap em toda a sua magnitude. “Depois dessa jornada de indústria, arte e cultura, quero apresentar a música rap não como um quase algo, mas como um gênero completo. O rap existe dentro de si mesmo há décadas. Fomos muito questionados –às vezes pela imprensa, às vezes pelo mercado, com a demanda de ter refrão, ser mais pop.”

    Se a confusão de agora lembra a de 2009, talvez o retorno seja diferente. Mais que aos Racionais, Emicida está buscando a si mesmo através do grupo que arquitetou a maneira brasileira de se fazer rap. Está mais para o glorioso retorno de quem já esteve aqui.

    “Fiquei introspectivo, cuidei de minha família, minhas plantas, meus cachorros, li meus livros”, diz. “Rodei o mundo, mas era a hora de voltar para casa. Mostramos mil possibilidades, mas se você quer ser alguém, você tem que ser você. E sou isso aí. É a música de que gosto.”

    “Onde a sua mente está agora?”, Emicida indaga numa faixa de “Mesmas Cores & Mesmos Valores”. É uma estratégia budista para se não deixar levar por preocupações futuras ou problemas do passado. Recentemente, o rapper lidou com alguns contratempos.

    Dona Jacira, sua mãe, morreu em julho, aos 60 anos. Os mais de oito minutos da primeira faixa do novo álbum são dedicados a ela, que surge numa colagem de áudios por cima do piano de Amaro Freitas. Entre outras coisas, ela fala da necessidade de escrever, algo em comum com o filho MC, mas que não era percebido assim.

    “Nossa relação foi de embates”, diz Emicida. “Meu pai foi um DJ frustrado. Isso tem relação com o alcoolismo no qual ele caiu, o que tem vínculo direto com a forma como ele morreu. Ter uma situação dessa em casa gera um assombro.”

    Sua mãe não gostava de rap, nem queria que ele seguisse essa carreira. Na periferia, ele diz, as pessoas não são moldadas para sonhar, mas fazer parte de uma engrenagem. “Só que sou uma engrenagem rebelde. Um parafuso que falou ‘vá se foder, vou ficar girando aqui o resto da minha vida? Sai fora.’”

    Não ajudou o fato de que na década de 2000 o rap era visto como a música do crime. É algo que não mudou muito, diz o artista, lembrando as prisões de Oruam e Poze do Rodo, no Rio de Janeiro, acusados de fazer apologia do tráfico de drogas e de envolvimento com o crime.

    “Quando ganhei a Liga dos MCs, em 2006, dormi na calçada com o prêmio no bolso. Minha mãe ficou brava de eu ter ido ao Rio fazer essa parada. Demorou para ela entender, e a gente nunca falou sobre isso”, diz. “É uma parada muito louca da relação de mãe e filho. São conversas que não aconteceram.”

    Num dos áudios de “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, Jacira, sua mãe, diz que precisa escrever, algo que ela fazia havia décadas. “Você ia pegar um caderno de receitas e tinha um negócio escrito sobre o bairro. Foi ver isso que me fez escrever”, diz o rapper. “Ela não entendeu que, além da cultura hip-hop, tinha algo dentro da minha casa que emanava dela e que me fazia teimar naquele bagulho. No meio das nossas tretas, minha capacidade de improvisar evoluiu. Eu não podia ter um caderno, ia gerar discussão. Tive que levar tudo para dentro da cabeça. E nas batalhas era onde eu podia botar para fora.”

    Até sua primeira música, “Triunfo”, de 2008, Emicida teve outros trabalhos –foi pedreiro, artesão, assistente de estúdio. Quando lançou a mixtape de estreia, no ano seguinte, já foi por um selo próprio, o Laboratório Fantasma.

    Tocada por ele com o irmão, a empresa nasceu da vontade de fazer as coisas por conta própria, dada a incompreensão em torno do rap –que começava dentro de casa, mas se estendia à indústria. Em alguns anos, se tornou uma das mais bem-sucedidas experiências independentes da música brasileira.

    Além de Emicida e Evandro Fióti, a Lab publicou obras de gente como Rael e Drik Barbosa, desfilou na São Paulo Fashion Week com suas coleções de roupas, teve escritório, estúdio e um negócio rentável. Em abril, os irmãos romperam após um desacordo financeiro milionário e a disputa está na Justiça.

    Emicida não proibiu a reportagem de perguntar sobre o assunto, mas não quis se aprofundar. “Em minha trajetória sofremos muito enviando trabalhos para a imprensa que não receberam a atenção que considerávamos devida. Não quero ser protagonista desse tipo de situação e prefiro não visitar esse assunto. A Laboratório Fantasma continua dentro de um litígio a partir desse desacordo, e a gente não tem previsão de fazer novos projetos através dela.”

    O modelo de negócios que impulsionou a empresa fez sentido na época, ele diz, mas é uma bananeira que já deu frutos. Ele era baseado em publicidade –”monetizar cliques e ‘likes’ tendo visibilidade e seguidores”. “Essas métricas vão ser irrelevantes porque podem ser reproduzidas em uma agência por qualquer pessoa que tenha ou não um vínculo com algo verdadeiro.”

    Para o rapper, a internet tem de voltar a ser protocolo, não plataforma, e a tendência é de fricção contra as redes. “Se você tem atenção por ser legítimo, consegue se manter de pé. Esse vai ser o parâmetro –pessoas que não são ameaçadas pela inteligência artificial porque significam algo fora do digital.”

    Ele crê que a ascensão das pautas de afirmação de identidades marginalizadas no auge da gravadora gerou choques valiosos. “O resultado são as conversas que tenho com minhas filhas. Enquanto sociedade, fomos para um lugar melhor”, diz. “Tomamos flechadas e disparamos, mas eram ideias que precisavam de atenção. Excessos foram cometidos. Nem tudo o que foi dito por quem trouxe essas bandeiras foi legítimo. Assim como nem todo mundo que defendia outro ponto era digno de vaia.”

    “Mesmas Cores & Mesmos Valores” sai pelo novo selo de Emicida, Cecrópia. “Pouco refrão? Só tem um”, diz Emicida, rindo, ao comentar o novo disco. Ele diz que cria sob uma lógica de agricultor –para ter um bom grão de café, é preciso um trabalho de três anos antes. Ao mesmo tempo, agora quis captar o calor do momento. Mais ou menos como uma foto de Walter Firmo, autor da capa do álbum do rapper, que retratou ícones do samba com um clique espontâneo.

    Nisso sobram ruídos, silêncios e uma faixa de dez minutos que é música concreta no estilo John Cage. Ao fim da primeira música, ouvimos ao fundo um barulho de choro. “É um microfone que estava dentro do piano e colateralmente gravou o momento que eu estava chorando, me levanto, abraço o Amaro Freitas e a gente chora junto.”

    As cores podem ser as mesmas, mas alguns valores mudaram. Em “Intro (É Necessário Voltar ao Começo)”, a primeira música da primeira mixtape, Emicida rima que Jesus perdoou demais e morreu, e Lampião confiou demais e morreu, antes de arrematar –”não confio nem perdoo, por isso mandaram eu”. Era ali o rapper que veste seu eu-lírico com uma capa de super-herói para inspirar o ouvinte e esconder fragilidades.

    Emicida está de volta ao rap, mas não sem o que colheu enquanto se tornou um dos grandes nomes da história do gênero no Brasil. E com toda a sua vulnerabilidade. “Como todas as pessoas, também tenho minhas angústias, ansiedades, desesperanças. E aí a cabeça entra em um vórtex”, ele diz, citando o aprendizado budista a que recorria.

    Até porque, para o rapper, o que define o melhor da música e da cultura brasileira é uma “dimensão inseparável da melancolia e da luz”. “Você vai achar isso na bossa nova, no Johnny Alf, no Jorge Ben Jor, nos Racionais”, ele afirma.

    Emicida diz que sua “fase Racional” é um presente para o garoto que descobriu no poder das palavras o sentido da vida, e seu agradecimento aos responsáveis por isso, o maior grupo do rap nacional.

    Afirma também que fez o novo álbum para aproximar pessoas e gerações. “A gente precisa se reconectar. Estou falando aqui numa esfera íntima, familiar, mas a gente precisa produzir uma atmosfera de conexão enquanto sociedade. E não é por ideologia simplesmente –é porque isso é vital para nossa sobrevivência enquanto povo. A gente vai ter que colocar perdão no horizonte. E perdoar não é fácil.”

    Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap