Gustavo Petro chamou a população para um ato na Praça de Bolívar, em Bogotá, nesta sexta (25), em resposta à decisão da Justiça que absolveu Álvaro Uribe. Durante a manifestação, deve começar a coleta de assinaturas para convocar uma Assembleia Constituinte e reformar a Constituição colombiana
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convocou uma manifestação para esta sexta-feira (25), às 16h, na Praça de Bolívar, em Bogotá. O ato tem como objetivo iniciar a coleta de assinaturas para convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, em reação à absolvição do ex-presidente Álvaro Uribe.
“Espero toda a Bogotá nesta sexta-feira às 16h na Praça de Bolívar. Vamos pela soberania nacional. Vamos pelo poder constituinte”, escreveu Petro na rede social X (antigo Twitter). Em outra publicação, o presidente criticou a decisão do Tribunal Superior de Bogotá, que absolveu Uribe das acusações de suborno de testemunhas e fraude processual.
Na terça-feira, o tribunal de segunda instância reverteu uma condenação anterior que havia imposto ao ex-presidente uma pena de 12 anos de prisão domiciliar. Petro reagiu dizendo que a decisão “encobre a história da governança paramilitar na Colômbia” e afirmou que Uribe chegou ao poder aliado ao narcotráfico, contribuindo para o genocídio no país.
O presidente colombiano também relacionou o caso à crise diplomática com os Estados Unidos, afirmando que Donald Trump, aliado de Uribe, estaria buscando puni-lo por denunciar a ligação entre setores da política colombiana e o narcotráfico paramilitar.
“Chegou a hora das definições, e quem decide não é Trump, é o povo”, declarou Petro durante um pronunciamento transmitido ao vivo pela televisão. Ele ainda ampliou as críticas a Washington, relacionando diretamente a manifestação desta sexta-feira com as tensões diplomáticas atuais.
“Convido todos os cidadãos, especialmente de Bogotá, a se reunirem na Praça de Bolívar para uma manifestação que espero que seja imensa, em defesa da soberania e da dignidade da Colômbia. É uma resposta às calúnias proferidas tanto por Donald Trump quanto por seus aliados, a maioria deles na Flórida”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que Petro defende a convocação de uma Assembleia Constituinte. Em junho, ele já havia anunciado que pretende incluir uma cédula nas eleições legislativas de março de 2026 para consultar a população sobre o tema.
A proposta, no entanto, enfrenta resistência de diversos setores, inclusive entre constitucionalistas, que argumentam que a atual Constituição de 1991 já garante os direitos fundamentais dos cidadãos e que não há necessidade de reforma. Petro, por sua vez, alega que a Carta de 1991 institui um “Estado social de direito”, mas que parte do Judiciário ainda atua com a lógica da Constituição anterior, de 1886, baseada no conceito mais restritivo de “Estado de direito”.
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